Hoje seria um dia cheio de festas, começaria na casa da minha mãe levando Emma para pedir doces nos vizinhos, logo depois iriamos para a festa na empresa e depois para uma festa só para adultos.
Por conta disso estava na casa da minha mãe, ajeitando o que faltava da decoração da casa e meu pai comprava doces.
—Sentia falta disso. Melhor parte da minha infância era vocês me levarem para pegar doces. — disse olhando para minha mãe, ela colocava a abobora na frente da casa.
—Você não podia perder. Os feriados familiares sempre foram nossa prioridade. — minha mãe falou me olhando com uma expressão nostálgica.
—Sua mãe está certa. Queríamos que você tivesse ótimos lembranças e quisesse faze com sua família. Fico muito orgulhoso de você querer passar isso para ela, mesmo com tudo isso.
—São as melhores lembranças que eu tenho, não poderia ser diferente. — meu pai parou do meu lado e beijou minha cabeça antes de entrar.
—Que tal você colocar as aranhas? — perguntei a Emma que estava em seu andador, ela me olhou confusa e eu a peguei no colo.
—Aqui está. — minha mãe colocou uma na mão dela e eu levei até a teia de aranha a ajudando a colocar ali.
[..]
Eu tentava pela quarta vez não chorar vendo como Emma estava fofa com seu vestido da Rapunzel. Eu imitava a bruxa da história, meus pais os reis. Estávamos a 30 minutos tentando tirar uma foto, mas sempre alguém saia estranha e normalmente era a Emma.
—Acho que agora foi. —meu pai comemorou indo olhar a câmera.
—Cadê seu balde? — perguntei olhando a menina no meu colo, ela sorria largo e eu não estava diferente, beijei sua bochecha e ela me abraçou.
—Aqui está. — minha mãe a entrou o balde de abobora. Seu cabelo estava com uma trança não muito grande por conta do tamanho de seus fios.
—Vamos lá? — perguntei a Emma que bateu palminha tentando repetir o que eu disse. — Vejo vocês daqui a pouco.
Era 16 horas e as crianças começavam a sair para ir nas casas. Eu precisava ir cedo por causa da festa do trabalho. Assim comecei a ir de porta em porta pedir doces com mais algumas crianças.
[..]
Para a festa do trabalho eu tinha me fantasiado de SuperGirl, por isso eu tinha descolorido meu cabelo e colocado umas extensões. Estava adorando esse meu novo cabelo, logo eu tiraria as extensões, eram apenas para hoje e por eu não saber usar as de tic tac coloquei essa.
Terminei minha maquiagem e peguei meu celular respondendo a Felicia, ela iria nos encontrar na outra festa, já que ela que estava com a entrada de todos. Troquei algumas mensagens com ela e logo eu estava no andar de baixo.
—Não vai dar todos os doces pra ela. — falei com meu pai que riu.
—Não irei, filha. — sorri para ele.
—Volto logo. — dei um beijo na pequena e sai de casa indo para o meu carro.
Tirando meus pais ninguém tinha visto meu novo cabelo, nem sabiam qual era minha fantasia. Não demorou tanto para que eu chegasse na empresa. O local estava todo decorado com o tema e alguns funcionários chegavam, cumprimentei alguns que já conhecia e fui entrando, a festa aconteceria no primeiro andar, muita coisa tinha sido tirada dali.
—Chloe, adorei sua fantasia, acho que pensamos iguais. — Charlie falou e eu sorri para meu assistente que estava vestido como o superman.
—Acho que sim, Charlie. Ficou ótimo em você. — sorri simpática vendo que a maioria dos músculos na fantasia eram de espuma.
—Obrigado. — ele sorriu envergonhado. — Então, prima, quer algo para beber? — arqueei a sobrancelha confusa. —O superman e a supergirl são primos, você não acompanha a história?
—De verdade? Não. — Charlie deu um passo para trás e pediu licença se afastando.
Observei o pessoal ali e por mais animada que a festa estivesse, não me sentia confortável em estar aqui. Isso mudou no segundo que eu vi a família Bieber entrando, me afastei da mesa de bebida com um copo de bebida na mão e fui falar com eles. Jeremy estava vestido de Hulk, Pattie de Viuva Negra, Jazmyn de Ravena, Jaxon de Homem Aranha e Justin de Batman. A loira ao me ver sorriu logo.
—Chloe! —nos abraçamos e ao soltar ela, suas mãos foram para o meu cabelo. —Você pintou? —perguntou surpresa.
—Sim. — respondi baixinho e ela riu.
—Você ficou maravilhosa de loiro.
—Obrigada, você está deslumbrante. — disse fazendo ela sorrir. Sua fantasia era basicamente um body preto com luvas e um manto roxo com botas da mesma cor que ia até os joelhos. Além de uma peruca roxa.
—Sabe quem sou eu? — ela perguntou com ar de dúvida e uma cara de eu não iria acertar.
—A Ravena. Eu tenho uma filha que adora desenhos, Jaz. — A loira se virou com tudo e encarou a família.
—Viu ela sabe quem eu sou. —ela disse vitoriosa e eu ri indo falar com o resto do pessoal.
—Achei que todos viriam da mesma linha. — disse a eles e Patricia suspirou.
—Quem dera. Tivemos que mandar fazer a fantasia dela, nenhum lugar tinha.
—A Ravena não faz parte dos filmes, então só conhece quem ler os quadrinhos ou assisti o desenho.
—Preciso de uma bebida. — Jeremy falou se afastando.
—Posso tomar também? — Jaxon olhou para a mãe que negou.
—Como esta as coisas? Faz um tempo que não vejo sua mãe.
—Estão bem. Vim de lá, deixei a Emma com ela.
—Levou a Emma para pedir doces? —Justin perguntou se metendo na conversa com um copo na mão.
—Sim, lá na minha mãe. Assim não precisaria sair correndo para ir deixar ela la e vim.
—Qual foi a fantasia dela? — Pattie perguntou e eu peguei meu celular lhe mostrando as fotos. — Que saudade dessa época. Não tinha álcool ou gente de cara feia. —ela olhou para Jaxon e balançou a cabeça.
Acabei indo me sentar com Pattie, que me contou do momento que o mais novo passava, de querer ser o popular da escola, de estar andando com gente errada e a preocupação que estava tendo com ele.
Depois de um tempo conversando Jeremy a levou para a pista de dança, dando chance para Justin se aproximar.
—Fui na sua casa. — ele disse olhando para a frente. — Você não me avisou.
—Eu sei, não queria que você soubesse minha fantasia. Poderia acabar transformando em coisa de casal e ainda não somos um.
—Não iria fazer isso. — o loiro me olhou. — Mas acho bom começarmos a pensar nisso, seu assistente está dizendo que a fantasia de vocês combina porque vocês combinam. — revirei os olhos.
—Ele deve estar bêbado, Justin. — olhei ao redor a procura do cara, sem sucesso, porem acabei vendo que Jazmyn nos olhava com um sorriso enorme no rosto. — Sua irmã está nos olhando. — disse com a cabeça virada para que ela não pudesse ler meus lábios. Justin procurou ela com o olhar.
—Ela tem me incentivado bastante para voltar com você. Ela é tão ingênua.
—É a idade, também éramos assim. Só dá para aprender na pratica.
—Não quero que ela passar por nada disso. — sorri de lado com sua preocupação.
—Não tem como impedir, querido. — disse e puxei seu rosto. — Se você impedir ela nunca vai crescer e pode acabar com um cara ruim. Deixe ela viver a vida dela e apenas apoie quando for necessário. Você errou, eu errei e assim aprendemos. — vi um sorriso aparecer no canto da sua boca.
—Nossos filhos terão muita sorte de ter você como mãe, Jaz também tem essa sorte. Te vejo mais tarde? — assenti.
—Se você me achar, Bieber.
—Já sei qual sua fantasia e sua peruca. — ri e neguei com a cabeça.
—Essa é a fantasia da festa da empresa. A da outra festa será outra fantasia.
O loiro se aproximou e eu suspirei olhando as horas, o que me fez ver uma mensagem de Jazmyn: "Eu sei que voltaram" estreitei os olhos a procurando e ela sorria travessa. Neguei com a cabeça e ela me mandou outra mensagem com uma foto anexada. Era do dia do aniversário dela, eu e Justin nos beijávamos. "Eu vi" ela escreveu.
"Por favor, não diga a ninguém, estamos tentando nos resolver antes de contar para todos. " Respondi de volta.
"Não se preocupe. Fico feliz por terem voltado. "
Olhei para ela e sorri em forma de agradecimento.
[..]
Tinha saído da festa da empresa 21 horas e ido para casa, os três assistiam um filme infantil de Halloween, uma cena digna de uma foto e foi o que eu fiz. Avisei a eles que tinha chegado, questionei como tinha passado aquele tempo e se tinham comido, assim que minhas perguntas foram respondidas subi indo me trocar.
As 22:30 eu saia de casa em um uber vestida de Arlequina. Com spray rosa e azul eu pintei meu cabelo descolorido. A parte mais difícil tinha sido fazer a maquiagem, mas com um pouco mais de tempo consegui fazer. Tinha aproveitado o personagem para usar meu cabelo loiro mais de uma vez e era algo bem diferente das minhas fantasias anteriores, nunca alguém malvado.
Logo na entrada vi Felicia e Ryan, ambos com fantasias de unicórnio.
—Uau! — Ryan disse fazendo a noiva se virar e me olhar de cima a baixo.
—Arrasou, Chloe. — a loira disse me abraçando.
—Obrigada, casal unicórnio. — eles riram.
—Somos fofos. — Ryan falou abraçando Felicia.
—Concordo. Juliana confirmou se vinha?
—Sim, falei com ela a pouco tempo e ela disse que ja ia sair de casa, já era para ter chegado. Você pintou? — ela falou puxando minha cabeça. — Não acredito! Você está loira. Ryan ela pintou o cabelo de loiro. — falou pasma, levantei minha cabeça rindo.
—Resolvi mudar de novo, pelo menos por hoje vale. Pintei de loiro e coloquei extensões. Senti falta de vocês na empresa, nem me viram de SuperGirl. — disse me fingindo de triste. Eles riram.
—Eu fui la rapidinho e corri para casa. — Ryan disse. — Tinha umas quatro supergirl la, nos 10 minutos que fiquei, mas eu vi o Justin de Batman.
—Olha quem chegou. — Felicia comemorou e eu me virei vendo Juliana de Dorathy e Mason de espantalho.
Nos cumprimentamos e voltamos a falar do meu cabelo, Ryan não queria entrar antes de Justin e eu acabei convencendo Juliana e Mason a entrarem logo comigo.
—Você está com raiva dele? — Juliana perguntou ao passarmos da porta.
—Compra uma bebida para mim? — pedi a Mason que concordou, entreguei o dinheiro a ele que perguntou se a mulher queria algo antes de sair.
—Não, só quero aproveitar, assim como você logo temos que voltar para os pequenos, eles não têm. Eles podem ir para casa amanhã na hora do almoço.
—Nem me lembra. Espero não beber muito, ressaca não deve combinar com o choro do Mikael, por mais fofo que ele seja. — ri e a puxei para a pista.
—Vamos aproveitar, enquanto podemos.
Começamos a dançar bastante animadas, mas logo minha animação passou quando o casal começou a se pegar ali na pista me deixando sozinha. Acabei por ficar balançando o corpo no ritmo da música enquanto bebia.
—Te achei! — Justin falou no meu ouvido, me virei para ele e acabei dando um passo para trás.
—Está brincando neh? — perguntei sem acreditar que ele estava fantasiado de Coringa.
—Assisti ao filme esses dias e resolvi me fantasiar. Somos um casal até quando não queremos ser. — balancei a cabeça tentando não sorrir.
—Justin! — Mason falou indo cumprimentar o amigo.
—Que fofo vocês combinando. — Juliana falou e eu apenas dei de ombros.
Logo Felicia, Ryan e Alfredo se juntaram a nos. Falei com meu amigo e logo estávamos dançando no meio da galera.
O tempo foi passando, nós fomos bebendo e dançando muito com as músicas, Alfredo a cada duas músicas ficava com alguém. Justin nos levou para um tipo de camarote e eu agradeci tudo que queria era me sentar e ir ao banheiro, mas parecia que Felicia e Juliana tiveram a mesma ideia do banheiro.
—O que aconteceu Justin? — Ryan perguntou e Justin o olhou confuso. — Você ainda não pegou ninguém. — fitei o chão sem querer olhar para o loiro.
—Não estou com vontade. — olhei para ele e o mesmo deu de ombros dando as costas para os amigos.
—Não pode. Com quem você está? Você só fica assim quando está ficando com alguém. Quem é ela? — olhei para o Ryan e log Alfredo, que parecia pensar.
—Verdade, você mudou nesses últimos dias.
—Você foi na empresa e não foi falar comigo? — perguntei ao moreno que sorriu envergonhado.
—Não me acostumei com isso.
—Justin, quem é a garota? — Mason perguntou entrando na conversa, olhei para ele com medo dele fazer algum gesto que entregasse.
—Não vou dizer.
—Conhecemos? — Alfredo perguntou e ele riu.
—Não vou dizer, cara. Na hora que vocês tiverem que saber, vão saber.
—Para que tanto mistério? Acho que conhecemos. — Ryan disse.
—Não é a Caitlin? — Alfredo perguntou em pânico, Justin riu e negou.
—Você voltou a ver a Nicole? — respirei fundo e isso fez o Alfredo me olhar, de relance vi Ryan tampar a boca.
—Não vou dizer.
—Já volto. — disse baixo saindo dali e voltando para a pista, mas segui direto para o bar. Apoiei meus braços ali e respirei fundo, pedi uma água ao barman e observei o pessoal dançar.
A traição era algo que estamos trabalhando na terapeuta, cada dia era algo novo, algumas sessões eram mais fáceis que outras, mas com toda a certeza Nicole não era algo superado assim como Alfredo para Justin.
Bebi minha água e voltei para o camarote, onde ainda tinha Alfredo e Justin.
—Está tudo bem? — Alfredo perguntou e Justin me olhava.
—Sim, só preciso ir no banheiro. Pode comprar um drink para mim? — perguntei a ele que concordou com receio.
—Você foi a onda? — Alfredo perguntou desconfiado.
—No banheiro lá de baixo, mas estar pior. — sorri para ele que parecia mais aliviado.
Segui para o banheiro fazendo minhas necessidades. Ao terminar abri a porta e Justin entrou correndo.
—O que foi aquilo? — ele perguntou parando na minha frente.
—Nada demais, só precisava me afastar. Estava com medo de você contar ou fazer algum gesto que contasse. Preferi sair antes que todos descobrissem.
—Só isso? — Justin perguntou se aproximando e segurando meu rosto.
—Sabe que não podemos mentir, Justin. Eu fui no bar pedi uma água, me acalmei e voltei.
—Tudo bem. — o loiro me abraçou e eu retribui. — Meu Deus! Você ta loira? Achei que era uma peruca. — ri
—Tão lesado. — puxei ele para um beijo.
—Não acredito! — empurrei Justin ao escutar a voz do Alfredo e suspirei derrotada.
—De novo não. — disse olhando para a expressão de Alfredo, ele deu longos goles no que deveria ser a minha bebida.
—De novo? — Justin perguntou confuso.
—Jazmyn sabe, nos viu no aniversário dela. Agora o Alfredo. Ta ficando difícil guardar o segredo.
—Por que é um segredo? Isso é maravilhoso. — ele comemorou e eu suspirei.
—Você explica. — falei pegando o copo da mão do moreno e saindo dali para a pista. Virei o copo em poucos segundos e segui para o bar pegando outro drink.
Logo estava na pista dançando com desconhecidos, não estava bêbada, apenas não tinha achado ninguém e estava cansada de procurar.
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