História The Mysterious Boy - Knowing each other

Blaine Anderson

Sexta-feira! Bem, Kurt vem em minha casa hoje e isso é legal, pois, ter outros amigos além de Sam e mais o pessoal lá de casa. Ajeitei meus cabelos, coloquei uma camisa de manga curta roxa, com gravata amarela, com detalhes em preto, calça jeans justa preta e mocassins de mesma cor.

Quando cheguei na McKinley, logo os garotos do futebol, suas namoradas e Sam se juntaram a mim, fazendo aquela clássica caminhada pelo corredor de filme adolescente, Kurt arrumava suas coisas no armário, ele me olhou e deu um pequeno sorriso, que retribui, o deixando de bochechas vermelhas, dei uma risada baixa por causa disso, fazendo Puck me olhar e dizer baixo:

- Por que você ‘tava sorrindo e rindo pro viadinho do Hummel?

- Trabalho juntos – respondi sem muito interesse, pensando no bonito sorriso do castanho – Ele vai lá em casa depois da aula.

- Só não deixa ele chegar perto dele, porque sabe... Ele gosta da mesma coisa que temos no meio nas pernas, além que ele é todo fechado e estranhão...

- O que tem? – indaguei

- Nada, só pra falar.

Kurt Hummel

Meu dia está sendo completamente estranho, eu levantei um pouco atrasado, então tive que acelerar os meus processos durante a manhã, esquecendo totalmente de meus fones, além que, quando disse ao meu pai que iria a casa de um garoto hoje após a aula por causa do coral, ele disse:

“- Você está indo para “ficar” com o garoto, Kurt? Porque, se for por isso, está na hora de termos aquela conversa.”

Isso foi muito estranho, nem cheguei a pegar meu visual stim e eu estou bem nervoso, tenho um teste de história, que não sei se vou tirar uma nota aceitável – eu tiro acima da média em todas as matérias, mas, estou me dando mal neste trimestre, uma ajuda seria bem-vinda – e ainda tem toda essa coisa de ir na casa de Blaine, o que as pessoas podem falar de mim, sobre eu estar me aproveitando de sua fama, querendo suas luzes, mas, EU ODEIO CHAMAR ATENÇÃO e se aproveitar das pessoas, isso é errado, muito errado.

Após aquelas torturantes aulas e o coral, o moreno terminava de arrumar suas coisas, enquanto Sr. Schue saía da sala com a Rachel e o resto do grupo, peguei minha bolsa e fiquei o observando, até ele me olhar e falar:

- Vamos?

Apenas assenti com a cabeça e comecei a segui-lo, minha cabeça estava baixa, luvas de couro e unhas pintadas em cores suaves. Chegamos em seu carro, que era bem luxuoso por sinal, entramos nele e o mesmo deixou eu escolher uma música, coloquei Call Me, do grupo musical Blondie, comecei a mexer minha cabeça, de um lado para o outro e logo meus ombros, Blaine deu um sorriso, começando a cantar o refrão:

- Call me, call me, on the line. Call me, call me any, anytime. Call me, call me, my love!

- You can call me any day or night, Call me! – completei

Quando chegamos em sua casa, que era grande, alta, moderna e bonita, entramos na sala, tinha uma mulher bem vestida, sentada em uma mesa com um notebook em cima, escrevendo coisas, enquanto outra mulher, um pouco mais velha, servia um chá para ela, a elegante mulher presumo que seja a mãe do Blaine. Ela agradeceu a mais velha de uma forma doce, até seus olhos chegarem a nós, ela levantou-se e foi abraçar o filho:

- Oi meu querido! – disse após se separar – Quem é o garoto? Algum namorado seu? – ela se referia a mim

- Mãe! – falou envergonhado, o que me fez rir internamente – Ele é meu amigo! A gente tem que ensaiar uma música pro coral.

- Okay, qualquer coisa, me chamem ou se quiserem algo para comer, peçam para Eliza.

Nós fomos para um pequeno estúdio, que era bem colorido, com quadros de artistas e puffs, que foi onde nos sentamos e ele pegou um tablete, começando a procurar duetos dos anos 70 e 80, fomos olhando diversas músicas e ficando frustrados por não termos gostado de algo na letra, quando menos esperado, uma ideia brotou em mim:

- Podemos fazer You Are The One I Want, de Grease.

- GENIAL! – ele gritou, me assustando

Ele se levantou, segurando em minha mão e me puxando para fora do cômodo, descemos as escadas correndo, passamos por uma sala de reuniões, cozinha, depois saímos de casa e corremos por um grande pátio até chegarmos em uma pequena casa nos fundos, após passarmos por alguns quartos, havia um grande closet, praticamente do tamanho do meu quarto, com uma parte como se fosse um provador e o resto apenas armário e roupas e luzes e espelhos.

- Eu tenho uma camiseta e uma calça colada preta que pode te servir – franzi as sobrancelhas – Tipo... Sabe o que Sr.Schue falou? De nos caracterizarmos! – ele tirou a roupa de uma das gavetas-  Você pode cantar a parte da Sandy?

- Claro! – respondi

- É porque, se você não quiser tudo bem...

- Não tem problema, Blaine – o interrompi, fazendo-o sorrir

- Eu tenho a roupa completa do Danny Zuko! – ele puxou a fantasia e foi no provador colocá-la

Depois de dois minutos, ele saiu com a camiseta, cinto, calça colada e mocassim preto, também estava com o casaco branco.

- Uau – deixei escapar

- Agora você vai se trocar.

- Mas... E o sapato?

- Eu tenho uma bota vermelha com um pouco de salto! – ele pegou os sapatos e me deu junto com o resto da roupa

Coloquei a “fantasia”, gostando muito da textura da calça, mesmo que ela esteja colada em meu corpo, a camiseta preta era um pouco caída nos ombros e ela estava para dentro da calça, quando eu saí do provador, Blaine me olhou e deu um suspiro.

- Hey Kurt! Vem aqui, vamos fazer um boomerang para eu postar no meu instagram – falou

- O que? – indaguei, confuso

- Rede social e tal – respondeu-me e segurou em minha cintura

Ficamos na frente do espelho e ele fez aquele “Boomerang”, depois, retornamos para o seu estúdio, ensaiamos um pouco a música, pois já sabíamos o que iríamos cantar, então passamos a parte da “coreografia”, o que não seria preciso, mas, nós estávamos tão no clima, que decidimos fazer uma para o nosso dueto.

Quando estávamos fazendo a coreografia pela última vez, eu fui um pouco para trás de mais, então, acabei tropeçando e caindo no chão.

- Kurt! – o moreno chegou perto de mim, segurando a minha nuca com uma de suas mãos

Senti um leve incômodo com o toque dele em mim, mesmo tendo uma mão macia e suave. Minha respiração estava um pouco falha e meu tornozelo doía um pouco, além de meus olhos estarem fixos em Blaine. Ele me ajudou a levantar, me puxando um pouco forte demais, fazendo com que nossos corpos se colassem – um clássico clichê de filme romântico, não é mesmo? Eu entendi o que você queria fazer- minhas mãos estavam em seus ombros e seus braços pela a minha cintura, nossos rostos estavam próximos e eu não estava pronto para aquele tipo de aproximação, então eu abaixei meu rosto e ele entendeu o recado.

- D-desculpa, e-eu... – o moreno foi se afastando levemente

Dei um pequeno sorriso e assenti com a cabeça “dizendo” que estava tudo bem.

- Quer comer alguma coisa? – perguntou, ainda envergonhado

- Claro – respondi

Nós fomos quietos até a cozinha, comemos torradas e tomamos suco natural de laranja, ficamos nos encarando por até terminarmos o lanche, o garoto deixou os nossos pratos e copos na pia, minha mão estava em cima da mesa, ele estava me encarando, com uma respiração pouco ofegante, pegou-me pela a mão e me conduziu até seu quarto, que era grande, com uma bonita decoração, nos sentamos em sua cama e Blaine começou a falar:

- Olha... Desculpa por antes, e-eu não queria forçá-lo a nada – queria falar algo, mas sentia que minha voz estava desaparecendo – Também, leve esta roupa para casa e leve segunda na aula, ok? – assenti com a cabeça, começando a abrir e fechar minha mão de uma forma repetitiva – Vai ter um feriado na sexta, então... – ele olhou para baixo – Quer passar o fim de semana comigo e com a minha família na nossa casa de campo?

Ele finalmente olhou para mim, percebendo que eu estava quieto demais, mexendo a mão repetitivamente e evitando o contato visual, eu assenti novamente a cabeça, o mais baixo puxou meu rosto, fazendo com que eu o olhasse.

- Você está bem?

Continuei a assentir a cabeça.

- Por que não está falando?

Comecei a fazer palavras em linguagens de sinais, deixando-o um pouco confuso.

- Isso é libras?

Fiz um sinal de positivo com a mão, vendo que minhas roupas estavam em cima de uma das cômodas, notando que estava ainda com a roupa parecida com a da Sandy. Ele olhava para mim seriamente, tentando pensar em algo.

- Kurt – eu o encarei – O que você tem?

- E-eu – sentia minha voz indo e vindo – E-e-e-eu...

Eu não sabia o que responder, então apenas me levantei, peguei minhas coisas e saí do seu quarto, descendo as escadas correndo e saindo de sua casa, já estava de noite, comecei a acelerar o meu passo, até chegar em casa uns 15 minutos depois.

[...]

Na segunda feira, tudo ocorreu normalmente, sentei com o pessoal do clube, claro, não incluindo Blaine, Sam e Finn, que almoçam com os “idiotas sem massa encefálica”, como eu os chamo.

Quando chegou a hora de irmos para o coral, o moreno me alcançou antes de eu entrar, me puxando para um canto.

- O que aconteceu com você na sexta? Simplesmente saiu do nada – disse, olhando para os dois lados e depois segurando minha mão

- A-ah – tentei pensar em algo – No próximo fim de semana, quando eu for viajar contigo e sua família, eu conto.

- Então você vai? – falou esperançoso

- Sim, eu vou – peguei a roupa de Sandy em minha bolsa e a puxei – Vamos nos trocar?

Corremos até o banheiro e colocamos as nossas roupas, depois entrando dentro da sala de aula novamente e vendo que todos usavam diferentes fantasias.

- Então... Quem vai primeiro? – perguntou o professor

Blaine levantou a mão, logo me puxou pela mão, já falando com a banda para eles começarem a música.

O moreno começou a cantar e fazer a coreografia que planejamos, o início era igual como ocorria no filme, ele começava a cantar.  Em “And I´m losin´ control”, ele retira o casaco e fica mexendo ele, enquanto rebola, até que, no fim de sua ele joga o casaco e “cai” no chão.

B: I got chills

They´re multiplyin´

And I´m losin´ control

´Cause the power

you´re suplyin´

it´s electrifyin´!

Quando inicia a minha parte, coloco meu pé no seu peito, empurrando de leve, saindo e caminhando pela sala, enquanto ele se levanta. Na parte “and my heart is set on you”, encosto um de meus dedos em seu peito, caminhando para frente, enquanto ele vai indo de costas, parei de me encostar em Blaine, virei de costas e continuei a caminhar.
 

K: You better shape up

´cause I need a man

and my heart is set on you

You better shape up

you better understand

to my heart I must be true

B: Nothin´ left, nothin´ left for me to do

Estávamos de frente um para o outro, dançando e cantando, como se não tivesse ninguém na sala, nossas almas pareciam estar “conectadas”, estranho. Me sentei no piano, continuando a mexer meus braços e pernas, enquanto Blaine ficava todo tempo perto de mim.

You´re the one that I want

(you are the one i want) , o, o, oo, honey

The one that I want

(you are the one i want) , o, o, oo, honey

The one that I want

You, (you are the one i want) , o, o, oo

The one I need

Oh, yes indeed

Saí do piano, voltando a ter um solo, caminhando até o meio e dançando um pouco, enquanto o mais baixo vinha atrás de mim.

K: If you´re filled

with affection

you´re too shy to convey

meditate in my direction

Feel your way

Ele chegou por trás de mim, pegando em minha cintura e me virando para ficar em sua frente para começarmos a dançar enquanto cantávamos alternando-se.

B: I better shape up

´cause you need a man

K: i need a man

who can keep me satisfied

B: I better shape up

if I´m gonna prove

K: you better prove

that my faith is justified

B: Are you sure?

K: Yes, I´m sure down deep inside

Ele me girou, me deixando em sua frente e agarrando minha cintura para dançarmos no mesmo ritmo, no fim da estrofe, ficamos de frente um para o outro, colocando minhas mãos em seus ombros e as suas em minha cintura. Repetimos isso até o fim da música.

K & B: You´re the one that I want

(you are the one i want) , o, o, oo, honey

The one that I want

(you are the one i want) , o, o, oo, honey

The one that I want

(you are the one i want) , oo, oo

are what I need

Oh, yes indeed

You´re the one that I want

(you are the one i want) , o, o, oo, honey

The one that I want

(you are the one i want) , o, o, oo, honey

The one that I want

(you are the one i want) , oo, oo

are what I need

Oh, yes indeed

You´re the one that I want

(you are the one i want) , o, o, oo, honey

The one that I want

(you are the one i want) , o, o, oo, honey

The one that I want

(you are the one i want) , oo, oo

are what I need

Oh, yes indeed

Nós terminamos a música, ficando bem próximos, logo se afastando e os nossos colegas aplaudiram-nos, incluindo Sr. Schue.

- Muito bem garotos! Vejo que se empenharam na tarefa – falou o professor

- Sim! – respondemos juntos e fomos nos sentar

Consegui ouvir um cochicho enquanto Rachel e Finn se ajeitavam para se apresentarem.

- Eles formariam um casal muito fofo – sussurrou Mercedes para Tina

- V-você acha? – indagou a asiática

- Claro!

Revirei meus olhos e comecei a prestar atenção na judia e no castanho. Essa história de quererem que sejamos um casal – ou não – poderia estar apenas começando e eu, particularmente não quero saber mais sobre.