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História The new Age - Fights and tears


Escrita por: Starofnight

Notas do Autor


Como prometido... Aqui novo capítulo! Adorei os comentários no capítulo anterior, vocês são demais! Não sei se mereço tudo isso XD

Enfim, espero que gostem. Boa leitura!

Capítulo 22 - Fights and tears


Fanfic / Fanfiction The new Age - Fights and tears

P.o.v Mar'i Grayson

Eu estava caminhando em um belo jardim florido, a sol raiava por entre as árvores, borboletas voavam em minha direção, parecia um sonho, mas ao mesmo tempo parecia real… Será que eu havia morrido? “Quem era aquele homem de máscara de morcego?” Pensando agora, ele me parecia muito familiar.

Não demorou muito para que uma memória me atingisse como um raio. Eu estava de volta à mansão - era a mesma memória que já aparecera à mim quando entrei na Batcaverna pela primeira vez. Meu pai e um homem sombrio discutiam, por algo que eu fiz, e ele parecia muito alterado. Um quadro, o quadro na parede da biblioteca da mansão - em memória de Thomas e Matha Wayne; aquele homem era o Batman, era o pai de Damian.

Senti como se minha cabeça fosse explodir. Posso ouvir no fundo de minhas lembranças a chuva e o barulho do trovão, que por tanto tempo me amedrontou. Um homem aparece, um homem que eu nunca havia visto em minhas lembranças e, ao mesmo tempo, familiar; ele tinha cabelos negros e olhos azuis, e uma mecha de seu cabelo era esbranquiçada, enquanto a chuva caía lá fora, ele me abraçava e me protegia.

—Mar'i… —Posso ouvir alguém me chamar.

Minha visão volta a ficar escura, porém eu ainda estava no mesmo jardim e procurava quem me chamara. No fundo, atrás de uma árvore, posso ver um vulto - como a sombra de uma mulher.

—Quem é você? —Pergunto tentando me aproximar, porém sou impedida, era como se eu não conseguisse me mexer.

—Você corre grande perigo, Mar'i. —Avisa a mulher num tom sombrio. —Não pode ir atrás de seu passado.

—Mas eu preciso saber! —Protesto determinada. —Eu tenho esse direito!

—Você não sabe os riscos que isso irá acarretar.

—Eu estou disposta a enfrentá-los, e eu não estou sozinha. —Respondo confiante. Não tinha medo dela, não parecia ser uma ameaça para mim.

—Ouça o que eu digo, garota. As paixões podem levá-la para um lado sem volta. —Deixa essa mensagem no fim, quando sinto que estou despertando.

 

Eu estava no meu quarto na mansão Wayne. A luz batia na janela e parecia já ser de manhã, quase meio dia; minha cabeça doía em uma proporção incalculável, sem falar que eu me sentia fraca e vulnerável. Quando tento me levantar, assusto ao ver um velho senhor sentado na poltrona ao lado da minha cama.

—Fico feliz que tenha acordado, senhorita Mar'i. —Diz o velho.

—Quem é o senhor? —Questiona com uma das sobrancelhas arqueadas. Ele me estende um copo d'água.

—Beba. Deve estar com muita sede. —Meus olhos passam do copo para ele, e respectivamente - não sabia se podia confiar nele.

—O que está fazendo aqui? —Questiono novamente, ao passo que apanho o copo d'água.

—Muitas perguntas senhorita. Creio que não sou a pessoa certa para responder. —Diz aquilo calmamente. 

Encaro-o por alguns segundos - tinha o sentimento de que o conhecia - e depois tomo a água.

Eu me lembrava dele, assim como me lembrava dessa mansão. Quando estive aqui pela primeira vez, tive um rápido flashback de quando eu era criança, com uns cinco anos, correndo nessa mansão, de brigas, dos mistérios, da minha tia Stephanie, de eu, Caleb e tio Tim brincando, e também de um velho senhor formal que usava terno, mas que também era simpático.

—Alfie… Era assim que eu o chamava. —Digo fazendo-o se assustar e ficar boquiaberto. —Quero saber onde está Damian. E agora! —Exclamo com imposição.

Entretanto quando tento me levantar, sinto meus músculos sedarem e minha visão ficar turva.

—Sinto muito, senhorita Mar'i. —Lamenta o velho com um sorriso fraco. —Patrão Bruce me pediu para que a senhorita continuasse aqui até ele voltar.

Não acredito que ele havia posto sonífero naquela água - não deveria ter acreditado nele e bebido aquela água. Só que onde esse tal de patrão - que provavelmente era o pai de Damian - estava? E por que motivos eu tinha que ficar ali? A única coisa a qual pude fazer foi ceder ao sonífero e dormir novamente.

 

P.o.v Damian Wayne

Eu não consigo acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. O que eu havia feito de errado? Quando ouvi os barulhos lá embaixo, sabia que havia algo de errado, desci até o hall deixando Mar'i sozinha lá em cima, e caminhando até a cozinha, percebi uma bomba de gás passando por mim, tentei me proteger, mas foi em vão. Eu conhecia aquela espécie de bomba, já tinha trabalhado com ela - era do morcego.

Abro os olhos lentamente, ainda estava em meu quarto deitado na cama, sem camisa, e com meu velho encarando-me no pé da cama. Sua expressão era uma mistura de felicidade e raiva, encanto e surpresa, além de uma boa dose de saudosismo.

—Damian… É você? —Questiona receoso. Seus olhos pareciam que estavam prestes a derrubar uma lágrima.

—Você acha que sou quem? —Indago sarcástico.

Ele caminha até mim, lentamente, e puxa-me para um abraço bem apertado, quase me sufocando. Eu não gostava de demonstrações de afeto, por isso tentava me livrar, contudo parecia que ele não iria me soltar nunca mais.

—Senti tanta a sua falta. —Comenta emocionado. —Não posso acreditar que está vivo e que isso é real.

Tudo bem, eu não estava a fim de vê-lo, não me lembrava muito dele assim, e as únicas coisas que eu sabiam eram o que minha mãe havia me contado - e não se deve confiar em Tália Al’Ghul. Todavia, toda aquela comoção estava a me fazer mudar de ideia sobre meu pai.

—Por onde você esteve? O que aconteceu? —E continuava a me questionar.

—Será que pode me soltar primeiro? —Peço, e mesmo a contra gosto, ele acaba me deixando.

Senta-se ao meu lado na cama, esperando por uma resposta. 

—Como você pode estar vivo, eu não entendo. —Confessa balançando a cabeça. —Eu vi você morrer, e tentei trazê-lo de volta, mas não consegui. Então…

Eu o corto. —Minha mãe. Ela me trouxe de volta, quando você me deixou para morrer.

—Eu não o deixei para morrer! —Exclama ele incrédulo. —Eu tentei de todas as formas trazê-lo de volta à vida, mas falhei miseravelmente. Depois disso, eu deixei de ser o Batman, deixei a mansão, deixei Gotham… Tudo aqui me fazia me lembrar de você.

Seu tom confessional me surpreendeu, não esperava isso de Bruce Wayne. E o pior, eu estava acreditando naquela história sentimental.

—Como Tália o ressuscitou? E você não parece que tem trinta anos. —Meu pai queria insistir mesmo naquele assunto. Bufo impaciente.

—Eu tenho vinte e três. —Respondo. —E não sei direito, não me lembro do dia que morri, só sei que foi uma pedra, que me deu poderes temporariamente, só que nada fixo.

—Damian, eu preciso que seja verdadeiro comigo. —Fácil falar. Eu não o vejo a anos, nem me lembro da última vez que conversamos seriamente. —Por que sequestrou Mar'i?

Rio de forma incontrolável. Ele acha que eu tinha sequestrado ela - lamentável.

—Eu não a sequestrei. —Digo em minha defesa. —Richard que não sabe ser um bom pai, então não foi difícil convencê-la a vir comigo.

—Todos nós ficamos preocupados e… —O corto novamente, já estava cheio daquele showzinho sentimental.

—Se vocês realmente se importassem com Mar'i, não teriam apagado as memórias dela. —Ele fica boquiaberto com minha acusação, e ao mesmo tempo furioso. —Acho que eu não sei que essa “perda de memória” repentina de Mar'i tem algo a haver com você.

—Damian, você não sabe da história toda…

—E nem preciso! —Exclamo furioso e ficando de pé. —Vocês retiraram as memórias dela... Isso é errado em tantos níveis.

Eu queria sair dali - tipo agora - não estava a fim de briga. Porém, antes que eu o faça, meu pai segura meu braço com força.

—Nós temos muito o que conversar. —Insiste em um tom severo. —Preciso saber se você não tem nada haver com os recentes acontecimentos em Gotham.

Puxo meu braço, soltando-me dele. Eu odiava me sentir pressionado e ele já deve saber disso.

—Você é o Batman, não é? Tire suas próprias conclusões. —Digo por fim com um toque de ironia.

Ele tentou protestar, contudo sabia que seria em vão. Deixo o quarto batendo a porta com força, respirando livremente; nunca imaginei que aquela conversa seria fácil, só o que eu precisava agora, era de algo para comer e de paz - coisa que talvez não fosse acontecer hoje.

 

~§§§~

 

Bruce serra os punhos, segurando-se para não ir lá e segurar seu filho - os anos poderiam ter passado, mas Damian continuava a ser aquele garoto teimoso e rebelde. O mesmo sabia que as coisas estavam prestes a piorar, Dick estava a caminho junto com Tim, enquanto Garfield ficaria com velho Cyborg em Jump City, e depois se encontrariam em Bludhaven.

Alfred, após ouvir a forte batida de porta, sai do quarto de Mar'i - a qual dormia inconscientemente - indo ao encontro do patrão, não o encontrando diferente do que imaginava - ele estava furioso.

—Por que ele tem que ser sempre assim, Alfred? —Indaga Bruce deixando o quarto do filho e indo a sua antiga Batcaverna.

—Puxou ao senhor, patrão Bruce. —Responde o velho, arrancando uma careta do bilionário. —O senhor não era muito diferente quando era jovem.

—Obrigada por me lembrar disso, Alfred. —Diz irônico, fazendo o ex-mordomo rir. —Damian está se metendo em uma grande enrascada.

—Está falando isso por causa da garota? —Alfred sempre tinha as palavras na ponta da língua.

—Você entendeu, Alfred. —Retruca o homem irritado.

—O senhor está bravo, mas eu sei o quanto o senhor está feliz por vê-lo novamente.

—Você não sabe como, Alfred. —Diz ele e, sem perceber, acaba deixando escapar um sorriso singelo. —Só que ainda tenho muito o que fazer. Damian não voltou para Gotham à toa. E se eu não conhecesse Tália, diria que ela está aprontando algo.

—Isso quer dizer que é o retorno do Batman? —Questiona Alfred com uma das sobrancelhas arqueadas - o mordomo nunca se acostumaria com esse vício do patrão.

—Se for preciso… —Responde dando de ombros e puxando a alavanca para a Batcaverna. Alfred bufa.

 

-/-

 

Mar'i despertava. Seus olhos verdes alienígenas encaravam todo o quarto, e dessa vez ela estava sozinha. Não sabia por quanto tempo dormira, todavia era possível ouvir seu estômago roncar, implorando por comida. Mar'i abre seu guarda roupa vestindo um shorts e um cropped, descendo para a cozinha. Não queria ver ninguém, estava com raiva - do velho que a drogara, do morcego que descobrira tudo, e de Damian…Tudo aquilo era culpa dele!

O destino, contudo, tinha outros planos para a cabeleira negra, que ao adentrar a cozinha dá de cara com o responsável da sua desgraça. Ela bufa furiosa.

—Meu pai já foi interrogar você? —Questiona Damian olhando a geladeira apanhando algo para comer.

Sua ignorância sobre o que estava acontecendo, deixou-a ainda mais furiosa.

—Ainda não. —Responde cruzando os braços. —Você sabe que estamos ferrados, não sabe? —Indaga, mas o vigilante parece não ligar.

—Não é problema meu. —Dá de ombros, ainda sem encara-la.

“Como ele pode ser tão ridículo?”_ Pensou Mar'i.

Ela caminha até o homem, fechando a porta da geladeira com força. Se ele não fosse rápido e com bons reflexos, sua mão seria prensada.

—Ficou louca!? —Exclama Damian furioso, porém sua fúria não chegava nem aos pés da garota.

—Isso é tudo culpa sua! —Acusa-o apontando para o peito do rapaz. —Por que tem que ser sempre assim? Não importa o que aconteceu na noite passada, nós continuamos brigando.

—Olha, não fui eu que a arrastei para Gotham. Você veio por livre e espontânea vontade. —Responde Damian.

Mar'i estava o pressionando contra o balcão de mármore da cozinha, ambos estavam com uma expressão de fúria e frustração.

—Minha vida virou de ponta cabeça no dia que você apareceu no meu quarto. —Diz Mar'i ainda apontando para o peito dele. —Eu odeio quando você age como se não ligasse.

—Acha mesmo que não estou furioso pelo fato de meu pai ter nos descoberto? —Indaga num tom de fúria maior, fazendo até mesmo Mar'i se assustar. —Já discuti com meu pai hoje, não quero fazer o mesmo com você.

Ele segura os punhos de Mar'i, passando-a para trás e dando as costas para ela.

—Você é um ridículo! Não sei porque perco meu tempo com você. —Diz segurando-se para não socar a parede de tanta raiva.

Aquilo foi como a gota d'água, a tensão que se formou entre eles era sempre assim, um curto circuito, uma eletricidade envolvida com o desejo e a luxuria que ambos exalavam, encheu a cena. Em um ato inesperado e irracional, Damian toma a cintura da mestiça, elevando-a na altura do balcão de mármore, colando os corpos.

Mar'i não sabia como reagir, foi pega de surpresa e seus olhos esverdeados estavam saltando de sua face.

—Sim, você sabe, porque eu também sei. —Foi inevitável não perceber o sorriso malicioso do rapaz, que não demorou nem um segundo para atacar os lábios da garota.

O beijo foi rápido e quente, nenhum dos dois conseguiria explicar o que estavam fazendo, só sabiam que a atração era inegável. Porém seus sentimentos não deveria ser o que mais deveriam lhes preocupar, e sim o que viria a seguir.

 

—O que está acontecendo aqui!?

 

—PAI! —Berra Mar'i lançando Damian para longe. Sua pele estava mais vermelha que um pimentão, ela não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

 

—Posso saber que merda é essa? —Richard estava vermelho, furioso.

Damian tinha um sorriso malicioso no rosto, mordendo o lábio inferior - estava gostando da situação - enquanto Mar'i não sabia onde esconder a cara.

—Será que alguém vai me responder isso? —Seu tom crescia a cada interrogação, soltando fumaça pelas narinas.

—P-pai, será que podemos conversar em outro lugar? —Propõe Mar'i gaguejando em sua própria fala.

—Quando Bruce me disse que você estava vivo —Seus olhos azuis fuzilam o garoto que tinha a mão na boca para abafar um riso irônico. —não sabia se ficava feliz ou se te matava. Mas agora eu sei bem o que fazer.

Mar'i segura o pai na hora em que parte para cima do ex-defunto, fazendo até o mesmo dar um passo para trás.

—Pai, não foi nada. —Diz a mestiça tentando acalmar o pai, porém falhando inutilmente.

—Nada!? —Indaga bem mais furioso. —Você foge com esse… —Nem sabia como definir o “irmão”. —Que estava morto. E ainda por cima, encontro-a aos beijos com ele.

—Ainda bem que foi só aos beijos… —Comenta Damian para si mesmo, sendo sarcástico. Mesmo baixo é audível para Mar'i, a qual lhe lança um olhar mortal.

—Olha pai, você entendeu tudo errado. Eu fugi com Damian porque queria saber mais de mim e de meu passado. —Justifica cabisbaixa, ela estava envergonhada, sentia saudades de Dick, mas não queria reencontrá-lo naquela situação. —Já que você nunca fala comigo essas coisas.

—Quer dizer que a culpa é minha!?

—Eu não disse isso... Mas é! —Os olhos azuis de Dick estavam arregalados e incompreensíveis, sua raiva aumentava com o andamento daquela conversa - que não teria outro fim, senão uma briga feia.

—Eu fiz isso para te proteger, Mar'i! —Exclama o pai em sua defesa, entretanto, a garota não acreditava mais em suas desculpas.

—Eu não preciso de proteção! —Retruca no mesmo tom que o pai. —Eu já tenho quase dezoito anos, sei muito bem como cuidar de mim mesma.

—Não sabe não! Se soubesse, não teria fugido com esse louco. —Aponta para Damian, que até agora calado, resolve se meter no meio.

—Louco!? Tome muito cuidado com que diz de mim, Richard… Eu ainda posso quebrar sua cara. —Ameaça.

—Você ainda é um moleque, Damian. Continuaria a te vencer fácil. —O garoto rosna para ele, segurando-se para não atacá-lo.

—Vocês podem para de brigar!? A coisa aqui é séria! —Diz firme. —Pai, por que não me conta a verdade? Eu quero saber é tenho o direito! —Insiste, fazendo o mais velho revirar os olhos.

—Não Mar'i! Isso já foi resolvido. Eu prometi a Kori que iria lhe proteger e é isso que farei. —Aquela resposta deixou a pele levemente bronzeada ganhar uma coloração vermelha.

—Você não pode! —Retruca a mestiça. —Você não tem o direito de decidir por mim! Eu já tenho quase…

—Quase dezoito anos? —Completa Richard, deixando claro a condição da jovem. —Você não é maior de idade, e ainda depende de mim.

Mar'i bufa furiosa. —Somente por mais dois meses, e isso não irá me impedir de descobrir mais sobre mim.

—Mar'i, eu a proíbo! —Impõe-se sobre a garota, sua autoridade era vigente, contudo não respeitada.

—Quero ver você tentar. —Rebate.

Ela apanha a mão de Damian que estava ao seu lado, assustando o garoto e deixando o pai vermelho de raiva e com os punhos serrados.

—Solte-o agora! —Ordena. —Eu não estou brincando, Mar'i. Você não vai querer me ver bravo de verdade.

—Se acalma, Richard. —Pede Damian, sem perder seu tom irônico. —Não precisa ficar com ciúmes, eu vou cuidar bem dela.

 

O estopim. Dick não se aguentou e pegou Damian pelo colarinho, elevando-o e quase o sufocando, ele prepara o punho para socar o garoto, porém Mar'i foi rápida e o segura, sua força surpreendeu novamente os dois.

—CHEGA!!! —Berra furiosa. 

 

Nesse momento, as luzes da cozinha se explodem e o chão chega até a tremer de leve. Tim, Bruce e Alfred que conversavam vieram correndo com o barulho, encontrado os dois ex-Robins sendo empurrados para o chão, enquanto os olhos de Mar'i se tornavam inteiramente verdes brilhantes e em seus punhos seus starbolts estavam ativados.

—Mar'i… —Chama Damian calmamente, fazendo a garota acordar de seu transe.

Ela pisca algumas vezes até voltar ao normal - sua raiva havia lhe consumido. Os cinco homens a encaravam assustados, e ela não sabia o que fazer.

—Essa conversa acabou. —Diz por fim, pegando impulso e levantando voo, saindo pela janela aberta, deixando-os no silencio e na confusão.

—Você não muda, Richard. —Comenta Damian balançando a cabeça negativamente, levantando-se do chão. 

—Cale essa sua boca, Damian! —Exclama Dick ainda bravo. —Eu ainda vou quebrar esse seu sorriso. 

Dick estava descontrolado - e isso era bem visível - o que fez que tivessem que intervir novamente entre os dois. Tim e Bruce o seguram antes que parta para cima de Damian novamente.

—Chega Dick. Acho que já causou demais por hoje. —Diz Tim tentando acalmá-lo.

Bruce encara Damian com um olhar de reprovação, porém ele dá de ombros, só que sabia que era a hora de sair de cena, não sabia por mais quanto tempo Timothy iria conseguir segurar Richard.

Ele deixou o local com um sorriso maroto, sabia que havia ganhado, e não se queixava disto, porém as coisas poderiam ter sido melhores - por mais difíceis que sejam. Muito do sorriso em seus lábios eram por causa de Mar'i, estava começando a se assustar dos sentimentos que detinha por ela, não sabia explicar, só sabia ser algo irracional e perigoso. E após ver ela partindo e voando para sabe lá onde, não pode deixar de ficar preocupado - mas sabia que ela ficaria bem.

Por mais que quisesse ter uma conversa digna com seu pai, para que ele pudesse saber mais sobre sua primeira vida e também de como morrera - afinal, não podia confiar muito no que sua mãe dizia, já que ela jamais mencionara sua ligação com o morcego, negando até o final seu passado como Robin. Só que Richard atrapalhou tudo, fazendo-o ter que deixar a mansão mais cedo.

Todavia, o que mais lhe persistia era "Como?". Como seu pai havia chegado até ele e Mar'i? Até onde se lembrava, havia sido o mais perfeccionista possível, não deixando nenhum detalhe lhe escapar ou lhe entregasse.

Apanhou seu esportivo preto, vagando pelas ruas de Gotham City, o reflexo do pôr do sol atrapalhava a visão - deixando-o ainda mais nervoso; porém sua "concentração" é perdida com o toque de seu comunicador. Não era preciso nem visualizar o nome para saber de quem se tratava.

—Sam, estou dirigindo agora. —Informa o vigilante.

—Preciso falar com você. É urgente. —O rapaz bufa impaciente.

—Estou indo para aí. —Avisa antes de desligar o comunicador. 

Não estava tão longe do bordel de Selina, por isso não demorou muito para chegar. O vigilante tentava respirar fundo, sua paciência estava no limite após tudo o que ocorreu na mansão, portanto, não estava a fim dos joguinhos do vira-lata. Ele usou sua garra para chegar ao alto da construção, encontrando o gato loiro na sacada, encontrado na grade de ferro e encarando o pôr do sol, parecia chateado.

—Sam… —Chama Damian, fazendo o loiro olhar para cima e ver o rapaz de olhos verde-folha, o qual ele tanto gostava.

—Não pensei que fosse vir tão rápido. —Comenta com um risonho abafado. Damian pula na grade de ferro ficando ao lado de Samuel.

—O que quer? —Pergunta sentindo-se na grade, sem encarar o loiro, que apenas bufa com após a interrogação. —Não estou com muita paciência hoje. Aconteceu tanta coisa…

Sam o corta. —Seu pai lhe encontrou?

—Peraí! Como você sabe disso? —Questiona agir o encarando desconfiado. Ele bufa mais uma vez, bem cansado.

—Seu pai veio em minha casa ontem. —Confessa Sam virando a cara.

—Então… —Diz pensativo. —Meu pai me descobriu por meio de você. —Concluiu.

Ele estava furioso, sabia que não podia ter confiado tanto assim no vira-lata, podia ser um excelente hacker, porém havia deixado pistas, fazendo que ele fosse descoberto.

—Desculpe Damian. —Lamenta com seus olhos acinzentados baixo. Ele entrega um microchip na mão do vigilante. —Isso estava no meu celular.

Damian estava incrédulo. Como podia ser tão burro e tolo ao mesmo tempo? Se aprendera algo em sua vida, com a Liga dos Assassinos, era que trabalhar sozinho era sempre a melhor opção.

—Isso… Isso é tudo culpa sua! —Exclama, fazendo o loiro se assustar. —Como pude confiar em você algo tão importante!? —Questiona a si mesmo, passando as mãos em seus cabelos negros rebeldes.

Sam não podia acreditar que ele estava o culpando por tudo.

—Hey! Eu tive culpa, tá legal? Só que você não tem o direito de me acusar assim! —O loiro sentia-se injustiçado.

—Sim, eu tive culpa… Culpa por confiar em você! Deveria tê-lo dispensado assim que tive chance.

Sam estava cheio. Era sempre assim, Damian pisava e o descartava, mas logo depois vinha com aquele seu charme e querendo um favor, Samuel não iria mais se submeter aquilo - para ele chega!

—Então por que não o fez? —Indaga berrando. —Eu sempre fiz tudo por você, Damian. Mesmo você me dando patada, mesmo você me humilhando, eu fiz tudo por você. O ajudei em tudo que pedia, invadi o sistema da Wayne Enterprises, quase perdi meu emprego por sua causa, ajudei até mesmo em se dar bem com Mar'i, jantei vocês dois. Sabe porque de tudo isso? Porque eu sou apaixonado por você, Damian. Não era só uma quedinha, não era só uma admiração… Era de verdade!

Damian estava boquiaberto, não sabia nem o que dizer. Nunca entendeu direito os sentimentos do garoto por ele, contudo pensou ser apenas uma paixonite passageira, nada sério, apenas um charme barato de gato borralheiro.

—Mas eu cansei, mesmo sabendo que você não correspondia, me sujeitei a isso, e agora irei pagar por isso. —Dá as costas para o vigilante, enquanto sente uma lágrima escorrer por entre sua face. —Minha mãe sempre me disse para nunca me apaixonar, ainda mais por alguém que você sabe que não irá corresponder. Deveria ter acreditado nela.

—Sam… —Damian tentou fazer algo, porém ele não sabia o quê. 

—Acho que esse é fim, Damian. Agora cada um deve seguir seu caminho, separados, não posso mais me sujeitar a isso, seria crueldade demais. —Sentiu que já estava se perdendo nas lágrimas e seu orgulho não o permitiu que chorasse na frente do vigilante. —Adeus Damian!

Despede-se subindo até o teto, e sai do correndo, pulando por entre os prédios. Damian não podia fazer mais nada, Sam já havia decidido, o tempo deles trabalhando juntos chegou ao fim, não dava para alterar isso. O vigilante lança um suspiro de desapontamento, havia errado com Samuel, e não erraria com Mar'i - a única pessoa que sobrara, que não foste embora.

Damian deixa a sacada, e também o sentimentalismo, odiava despedidas, e infelizmente, sua história com Samuel havia acabado da pior forma. Por mais que Damian não corresponde-se os sentimentos do gato, se importava com ele, e desta vez, deveria respeitar a decisão dele. Seguiriam em frente, cada um pelo caminho que decidiriam agora.


Notas Finais


Então é isso! A primeira faze chega realmente ao seu final! Gostaram? Fiquei muito chateada pelo Sam, o coitado na merecia :'( Damian foi o grande intermediador das brigas desse capítulo, e eles não irão parar por aí... Tem muita coisa vindo por aí.

Para deixá-los com um gostinho de quero mais, fiz uma sinopse dessa segunda fase que começa definitivamente no próximo capítulo. Espero que gostem XD
"Mar'i está decidida a fazer tudo para descobrir a verdade sobre seu passado e recuperar suas memórias, mas ela não estará sozinha. Ela volta para Bludhaven, reverá seus velhos amigos e fará novos. Damian se sente culpado por tudo o que aconteceu e decide levar seu plano para frente, e com a ajuda inesperada de Garfield e Victor, irão reformar os Novos Titãs. Dick não sabe o que fazer me relação com Mar'i, estava decidida fazer as pazes, porém ao vê-la com Damian as coisas saíram fora do controle, e não irá desistir de proteger a filha. Ashley e mais novos vilões serão um grande problema para os heróis, principalmente a filha do velho inimigo dos titãs que esta disposta a arriscar tudo por vingança.
Novos embates, novos mistérios e novos romances."

Amo vocês, meus amores❤️ Continuo o mais rápido possível por vocês *kissus*


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