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História The New Family Avenged Sevenfold - (Mother) Come back to me, its almost easy.


Escrita por: Karyrodriguez

Notas do Autor


MEU DEUS.Nem acredito QUE FINALMENTE vou postar.Essa semana foi difícil. Tive crise de dor na coluna,o que me impediu de sentar para escrever por dois dias.Fora que minha net ta de pu/$?$ e não tá pegando direito.FOI MAL POR ISSO.
RECOMPENSA?O CAPITULO É GIGANTE17.011 palavras.Levei mais de 6 horas revisando,,juro!Espero que gostem.
As mensagens de vcs está cada dia me deixando mais feliz.OBRIGADA POR ISSO.Bjos pra galera que eu pentelho no facebook e que mandam sua opinião por lá.
VOCÊS SÃO DEMAIS.

PS:O CAPITULO TODO SE PASSA EM UMA SEMANA OK?DUVIDAS É SÓ FALAR. RS
41 FAVORITOOS\0/

Capítulo 32 - (Mother) Come back to me, its almost easy.


NO CAPITULO ANTERIOR

 

 

-Mãe?!

 

 

-Oi Karen Luna Hamilton Lopes.

 

Eu não conseguia me mexer do lugar. Devo me apresentar, ou espero Karen fazer isso?Estou bem vestido?E se ela implicar comigo?

 

Karen soltou minha mão e foi abraçar a mãe. Que ao contrário da expressão de antes, sorriu emocionada ao envolver a filha em seus braços.

 

-Você demorou.

 

-Estávamos em Miami Mãe.

 

-É, o porteiro do prédio disse isso a gente!

 

Assustei-me com a voz masculina que surgiu atrás de mim. Nem consegui ver direito quem era, só vi Karen passar voando e pular em cima do cara. De novo isso?

 

-Seu filho da mãe. Não atendeu minhas ligações por isso né?Estava preocupada, achando que você estava chateado comigo.

 

-E quem disse que não estou chateado. Não gostou da surpresa?

 

Era o Gabriel?Devia ser. Depois que a colocou no chão consegui olhar para o rosto dele e vi que o conhecia, assim como a voz também.

 

-Sua mãe me pediu para vim com ela e foi até melhor. Temos coisas a resolver e só podem ser pessoalmente.

 

Os dois engataram uma conversa paralela e eu fiquei com cara de tacho parado no lugar.

 

-É...Senhora Lopez.Sou Brian Haner.

 

Estendi a mão para a mãe da Luna que sorriu e educadamente a apertou, me mirando de cima a baixo.

 

-É senhora Hamilton. Depois que fiquei viúva deixei de usar o Lopez.

 

Merda!Primeira mancada.

 

-Desculpa senhora...eu...eu não..

 

Gaguejando agora Haner?Eu queria me matar por esse nervosismo.

 

-Sem problemas senhor Haner.

 

-Fala Brian. -Gabriel estendeu a mão para me cumprimentar e me puxou para um abraço. -Fique calmo. Ela só parece assustadora, mas é um doce. -Ele finalizou dando dois tapinhas nas minhas costas.

 

-Onde vocês vão se hospedar mãe?

 

-Na verdade Ka,estava no celular resolvendo isso enquanto esperávamos por você.Não conseguimos reserva em um lugar nenhum,mas sua mãe quis aventurar mesmo assim.E meio que agora não temos onde dormir.

 

-Não, sem lugar para dormir ninguém vai ficar. Mamãe dorme na minha cama, eu divido a cama com a Cherry e você fica no colchão Gabriel.Agora,tem mais uma garota morando no quarto,mas ela sempre dorme fora.

 

Bingo. Minha chance de começar causando uma boa impressão.

 

-Não. -Interrompi Karen. -Faço questão que fiquem na minha casa.

 

-Em Huntington Beach? –Perguntou a senhora Hamilton.

 

-Sim ,em Huntington Beach senhora.

 

-Mas Luna mora aqui!Vim para vê-la, como vou fazer isso se ficar hospedada em Huntington Beach?

 

Tudo que ela falava me fazia entrar em pânico.

 

-Karen pode ir para lá. Não é Karen?

 

Olhei para ela e minha cara de pânico devia ser muito engraçada, por que ela prendeu o riso antes de responder.

 

-Claro, claro que sim. Ainda tenho que resolver algumas coisas sobre uma disciplina, mas posso vim para cá cedo e voltar para Huntington Beach no mesmo dia.

 

-Então, vamos indo?

 

-Vamos, mas depois temos que voltar para pegar minhas coisas.

 

-Ok Karen.

 

-Eu trouxe muito mais coisa do que essas malas. –A senhora Hamilton apontou para duas caixas encostadas na parede e mais uma mala pequena ao lado.

 

-Eu mando buscar depois senhora Hamilton.

 

Peguei as malas da senhora Hamilton enquanto ela e Karen saiam abraçadas da sala. Gabriel veio ao meu lado e estava querendo ri. Eu devia parecer um idiota mesmo né?Um cara com a minha idade gaguejando desse jeito.

 

-Você tem quantos anos senhor Haner?

 

Depois de minutos em silêncio total no carro, a primeira pergunta da senhora Hamilton parecia ser um campo minado. Fora que me chamar de senhor era estranho demais.

 

-Eu faço 31 daqui a pouco mais de um mês.

 

-Eu sei, dia 07 de julho não é isso?

 

-É sim Senhora.

 

-Quando se tem uma filha adolescente apaixonada por bandas de rock, você meio que apreende certas coisas por osmose.

 

 

 

-A senhora também canta?

 

-Não. Essas coisas sempre foram loucuras do meu marido e contagiou essa ai.

 

Continuei meu foco em dirigir o carro, não me movendo nem um centímetro e não falando nada. Sentia-me vigiado o tempo todo. E o pior, estava sendo analisado por alguém que podia interferir no meu futuro com a Karen. Pânico era pouco para descrever o que estava sentindo.

 

-Sua casa é muito bonita Brian.

 

Brian?Ela me chamou de Brian?

 

-Obrigado senhora. Sinta-se a vontade.

 

Abri a porta e dei passagem para que ela entrasse primeiro. Voltei ao carro para pegar as malas dela.

 

-Que cara é essa Bri?

 

-Cara de pânico Karen. Você não me disse que sua mãe era tão séria assim.

 

-E ela não é sempre assim. Deixe só vocês pegarem intimidade e ai você vai ver quem é a verdadeira Lena Hamilton.

 

-Tem certeza?-Peguei a mala da mão de Karen.

 

-Tenho Brian. Tenho.

Ela beijou minha bochecha e fomos para casa.

 

-Vocês vão dormir em quartos separados né?

 

-Mãe! -Luna ficou com a bochecha rosada de vergonha.

 

-Sua mãe está certa Karen. Sim senhora, iremos dormir em quartos separados.

 

-Brian! Pensei que nem voltasse hoje, achei que ia dormir com a Kare...Olá!

 

Michelle sorria confusa para as pessoas desconhecidas na sala.

 

-Mãe. -Karen caminhou até Michelle e pouso a mão em sua barriga. -Essas são Michelle Dibenedetto e essa coisa linda na barriga dela é a Luna,minha afilhada.

 

A mãe dela cumprimentou sorridente, mas em segundos mudou para uma expressão de confusão.

 

-Ué, mas ela não é sua ex-mulher?

Apontou para mim.

 

-É mãe. Mich é ex- mulher do Brian.

 

-E como...você é madrinha da filha deles?Mas quando ela ficou grávida?

 

Eu queria sumir a cada conclusão nova que a mãe dela chegava. Só então tive noção do quanto nossa história é confusa.

Eu engravidei minha ex-mulher enquanto saia com minha ex-namorada que odeia a minha atual namorada. Por quem me apaixonei ainda estando em um relacionamento. E minha atual namorada é a madrinha e madrasta da minha filha. UFA!

 

-Oi Michelle. Sou Gabriel Liz, amigo da Karen.

 

Enquanto Michelle e Gabriel se cumprimentavam e comentavam sobre alguma coisa que não consegui prestar atenção, peguei a senhora Hamilton olhando para mim. Ela parecia irritada. Também, que mãe ia querer uma confusão dessas na vida da filha?

 

-Vamos, vou mostrar o quarto de vocês.

 

Pelo menos a Michelle tinha conseguido conquistar todo mundo. Os dois a acompanharam até o andar de cima, animados e conversando sobre a gravidez.

 

-Meu Deus. Eu estou ferrado. - Me joguei no sofá. -Sua mãe já me odeia.

 

-Nada disso Bri. Tenha paciência.

 

-Paciência?Não sei nem se vou ter tempo suficiente pra isso.

 

Minutos depois Michelle, Gabriel e a senhora Lena voltavam do andar de cima, ainda animados. Pelo que entendi, Michelle tinha mostrado para eles algumas das roupas que tinha comprado para nossa filha.

 

 

POV’S KAREN

Estava ficando com dó do Brian. O coitado estava em pânico. E o pior de tudo é que eu sei que mamãe não é assim. Então, qual era o propósito disso?

 

Eles voltaram com Michelle do quarto de hospedes e pelo menos com ela mamãe estava agindo naturalmente, coisa que com o Bri não estava sendo.

 

-Então? –levantei do sofá. -Mais alguém ta com fome?

 

-Eu estou.

 

-Gabriel você sempre está com fome. Só perde para o Matt.

 

- Giulia deve ter deixado algo pra gente na geladeira.

 

Sugeriu Michelle animada. Seguimos nós três para a cozinha e Brian ficou na sala com Gabriel.

 

-Vamos ver o que temos aqui.

 

Michelle abriu o freezer e eu e mamãe sentamos a mesa.

 

-Por que você está fazendo isso?

 

Surrei para apenas ela ouvir.

 

-Isso o que?

 

-Se fingindo de carrasca. É para assustar o Brian?

 

-Eu não estou fingindo nada.

 

-Mama Lena, a senhora não é assim. Qual o propósito disso tudo?

 

Michelle se aproximava da mesa, por isso, ela não respondeu minha pergunta. Levantei para pegar pratos e talheres enquanto Mich esquentava seja lá o que tinha encontrado no microondas.

 

-Vou chamar os rapazes.

 

Cheguei à sala e acreditem, Brian e Gabriel estavam tocando guitarra.

 

-Como pode isso?Nós só estamos na cozinha há 15 minutos e vocês já estão ai?Conversando sobre música?

 

Joguei-me ao lado de Gabriel no sofá, dando um peteleco na orelha dele.

 

 

-E eu vou perder a oportunidade de aprender com o melhor?

 

-Fique ai elogiando tá Gabriel. Depois sou eu quem tenho que agüentar o ego grande desse daí.

 

-Não faz isso Karen. Daqui a pouco seu amigo vai achar que sou metido ou algo do tipo.

 

-Meu amor, ele sabe que você não é.

 

Fiquei quieta só observando a conversa dos dois. Brian dava dicas a Gabriel para treinar agilidade e outras coisas. Como alguém pode não gostar dele?Mamãe precisa enxergar a pessoa maravilhosa que o Brian é.

 

-Vocês vão vim comer ou o quê?

 

Levantamos os três em um pulo do sofá com a intimação de minha mãe. O almoço foi tranqüilo: Gabriel comendo que nem um monstro como sempre, Michelle comendo por duas, eu comendo pouco e Brian comendo nada.

 

-Está sem fome?

 

-Hum..é senhora.Não costumo sentir muita fome quando volto de viagem.

 

Brian olhava para minha mãe com uma cara de dá dó. Ela tem que parar de fazer isso. Essa pessoa fria, calada e séria não é a minha mãe. Cadê a crise de choro e as reclamações de eu não ligar, não comer?Os beijos exagerados e a ansiedade para saber as novidades? Assim é minha mama Lena.

 

-Preciso ir a Long Beach pegar minhas coisas. Nem desfiz minha mala de Miami ainda.

 

-Vê se espera fazer digestão antes de sair em Karen Hamilton?!

 

-Sim senhora mama.

 

-Karen Hamilton? - Indagou Brian confuso.

 

-É. Eu meio que tenho dois nomes na família. Parte me chama de Karen Hamilton e a outra de Luna Lopez. A parte da família do meu pai é espanhola, por isso Luna Lopez. A de mamãe é inglesa, por isso Karen Hamilton.

 

-Ah!Entendi. Mas é estranho ouvir Karen Hamilton. - Brian continuava meio confuso.

 

-Quando ela era pequena fingia ser duas pessoas diferentes.

 

-Também mãe a senhora e o papai ajudavam nisso. Ele só me chamava de Luna e a senhora de Karen.

 

Continuamos o almoço com Mamãe contando as coisas engraçadas que já passamos por essa minha mania de dupla personalidade. Foi o único momento desde que chegou que não a vi fazendo papel de durona. Era minha risonha e doce mama.

 

-Gabriel. Vamos com a gente?

 

Estava preste a entrar no carro de Brian. Iríamos a Long Beach buscar minhas malas.

 

-Só vou se você me apresentar sua colega de quarto gata.

 

-Colega de quarto gata?

 

-É.A morena dos pei...é cabelos pretos e grande.

 

-Ah!A Elena.- Fiz cara feia.

 

-Elena?É esse o nome dela?-Brian estava curioso com isso.

 

-É. Por quê?

 

-Não, nada. Nada. Vamos ou não Gabriel?

 

Gaby entrou no banco de trás e depois de eu colocar o cinto, Brian deu a partida. Continuei tentando entender do por quê de Brian ficar curioso em saber o nome de Elena. Se ele mesmo já disse que não foi muito com a cara dela?Ai tem coisa.

 

-Quantos dias vocês vão ficar aqui Gaby?

 

-Bem, só posso ficar no máximo até sexta-feira. Meu julgamento simulado é daqui há 15 dias, tenho que estudar pra isso um pouco mais.

 

-E do Luke?Quando é?

 

-Sexta-feira.

 

-Já?Por que tão cedo assim?

 

-Ele quem escolheu ser o primeiro.

 

Acabei tirando todas as roupas que levei para Miami e jogando na cama. Peguei mais algumas no guarda-roupa e joguei na mala sem nem arrumar. Estava sem paciência.

 

-Brian, fique tranqüilo. No máximo até amanhã dona Lena vai acabar desistindo de tentar te assustar com a cara de mal.

 

-Tem certeza Gabriel?Ela não parece ter ido com a minha cara.

 

-Ela gosta do Zacky. -Me intrometi na conversar enquanto tentava fechar a mala, sentando nela. -Ela sempre gostou mais do Zacky e do Johnny,do Jimmy também.

 

-Nossa como isso está me ajudando Karen. -Ele tomou meu lugar em cima da mala e ela milagrosamente fechou.

 

Entrei no banheiro para pegar meus shampoos e cremes que não tinha levado a Miami e tive a impressão de ouvir a porta do quarto abrindo. Quanto voltei minha impressão se confirmou, para minha tristeza claro.

 

-Olha se não é a celebridade da casa!

 

-Oi Elena. Que milagre você aparecer no quarto, ainda mais no fim de semana. Não tem nenhuma festinha de irmandade pra ir?

 

Sorri sinicamente e é claro que ela retribuiu da mesma forma. Gabriel e Brian pareciam dois idiotas, esperando uma guerra explodir no quarto.

 

-Eu assisti a twitter cam de vocês. E querida, uma dica para: Passe uma maquiagem ou um simples lápis de olho na próxima oportunidade. Você estava com uma cara terrível.

 

Ia dar uma resposta desaforada, mas ela continuou a me provocar.

 

-Ah!Antes que esqueça. Fiquei preocupada com a mensagem que deixaram pra você. Que coisa embaraçosa né?

 

Como assim?Que pergunta?...Meu Deus, ela viu a pergunta. Quem mais leu?

 

-Não vai apresentar os amigos Karen?

 

Olhei feio para cara de Gabriel que se fingiu de desentendido. Será que alguém não conseguiu sentir o clima de ironia no ar?

 

-Se apresente você. Idiota!

 

Puxei a mala de carrinho e abri a porta saindo do quarto.

 

-Hey. Espera ai.

Brian desceu as escadas correndo atrás de mim.

 

-Oh!Não ficou lá pra se apresentar também?

 

-Que é isso Karen?

 

-Você sabe de que pergunta ele estava falando?

 

-Não. De qual?

 

-No meio da twitter cam apareceu algumas perguntas pessoais e uma dele era “Como se sente sabendo que eu já usufrui de dois dos seus namorados antes de você?”.

 

-Como é que é?

 

A expressão dele era de pânico. Mas deveria ser de surpresa não?Por que acho que tem algo errado com essa reação?

 

-Isso mesmo que você ouviu. -Peguei a chave de sua mão e destravei o carro, abrindo o porta-malas. -Estou sem entender muito bem até agora. Não pode ser Ricardo e você. Nem Ricardo e Jason pela distância. Muito menos Ricardo e Charlie, que foi namorado do colegial. Nesse caso só resta...

 

-Jason e eu.

A cara de Syn ao concluir meu pensamento era como a de criança que foi pega na mentira.

 

-O que você está escondendo Brian?

 

-Nada ué?!De onde tirou isso?

 

Ele desviou o olhar do meu, abaixou a cabeça e entrou no carro. Entrei no banco do carona.

 

-Por que você desviou os olhos de mim.

 

-Que horas?

 

-Tipo como agora, está olhando para o painel de controle como e fosse à coisa mais importante do mundo.

 

Gabriel surgiu do nada entrando no carro e esse foi o motivo da conversa cessar ai. Fui o caminho todo com a cara emburrada pela ironia da Elena, por Gabriel ter ficado todo felizinho para o lado dela e principalmente por achar que Brian estava escondendo alguma coisa.

 

Brian estacionou na frente de casa e foi até o porta-malas me ajudar a tirar minhas coisas.

 

-Só digo uma coisa. -Ele virou para me olhar finalmente. -Minha mãe vai perceber se tiver algum clima estranho entre nós. E isso só vai piorar as coisas. Só por isso não vou insistir nessa com você.

 

-Karen, eu não estou escondendo nada.É só que....

 

-Só que?

 

-Esquece. -Puxou minha mala e foi em direção de casa.

 

Que coisa mais chata. Odeio ficar com a sensação de que estão me escondendo algo. Talvez seja coisa da minha cabeça.

 

“Esqueça isso Karen.Foque em fazer sua mãe ver o quanto Brian é maravilhoso.O quanto ele é importante pra você.”

 

Levei minhas coisas para um quarto de hospede ao lado do de Michelle. Coloquei minhas coisas no guarda-roupa e desci, encontrando todos na sala de TV.

 

-Que filme é esse?

 

-Filme?Não.São alguns vídeos que trouxe para a gente escolher.

 

-Pra quê Gabi?

Sentei no colo de Brian, levantado logo depois de ver a cara feia da minha mãe.

 

-Para o vídeo de formatura. Todo mundo enviou alguma coisa. Como não dará tempo de esperar você, Ricky e Willian voltarem do intercâmbio, decidimos que reuniremos os melhores momentos da turma juntos e faremos um mini-documentário.

 

-Gostei da ideia.

 

-Gostou?Se você ver um que Lucas escolheu para mandar,você vai mudar de idéia.

 

Já fiquei curiosa e com receio pela cara maléfica com que ele me olhou antes de dar play.

 

A cena era bizarra. Eu não achei que alguém ainda tivesse isso em mãos.

 

-Ele não fez isso Gabi?Fez?

 

Luke simplesmente escolheu um numero de um musical que fizemos juntos uma vez. Eu tinha acabado de entrar na Faculdade de Direito e estava sem dinheiro. Então aceitei dançar e cantar em um musical infanto-juvenil. E como precisavam de um baterista para a banda, indiquei o Lucas.

 

-Dançando  High School Musical Ká?

 

Brian e Michelle riam tanto que me deu ainda mais raiva. Mamãe adorou, disse que parecia uma menininha. E parecia mesmo. Que mico.

 

-Gabriel, ele vai ter que tirar isso. Já não basta metade da turma ter ido assistir essa pagação de mico?

 

-Ah!minha amiga. Votamos e foi unanimidade aceitarem colocar um trecho desse vídeo. Mas você pode se vingar dele.

 

-Como?

 

-Eu te ajudo. Já separei algumas peripécias lá em casa, te mando por e-mail depois.

 

 

Continuamos vendo os vídeos e rindo das loucuras que já fizemos. As festas de fim de semestre, os amigos secretos, as festas de são João que sempre terminava com alguém bêbado dançando sozinho na rua.

Eu quase fui vitima desse carma uma vez,mas Ricardo me levou pra casa antes que eu saísse pelo condomínio da nossa colega Rachel pagando esse mico.

 

Quando notamos, já era noite. Brian pediu pizzas e continuamos a sessão de vídeos. Era tão bom reviver esses momentos. Tinha saudades dos meus amigos, da minha turma, da minha família.

 

Isso só me fez pensar que em breve teria que voltar ao Brasil. E isso significava duas coisas: O que aconteceria com a vida que construir na Califórnia?E como eu e Brian ficaríamos?

 

-Agora que já vimos os vídeos, vou te explicar sobre o esquema das fotos.

 

-Ok!

 

Ousei sentar no colo de Brian de novo. Minha mãe tinha ido dormir, assim como a Michelle depois do terceiro vídeo. Ainda bem por que nos três que vieram depois, eu estava bêbada ou falando palavrões. Ou as duas coisas.

 

-Teremos as fotos de subgrupo.O seu será você,Ricardo e Willian.Agora,precisamos decidir onde vocês vão tirar essas fotos.Por que precisamos delas para ontem.Temos uma semana pra isso.

 

-Eu posso ir à Nova Iorque se for o caso. Eles são maioria.

 

-Nós temos show lá na quinta-feira. Quê dizer, vai ser o lançamento oficial do Call Of Duty:Black Ops II" .E nós vamos cantar “Carry On” e mais algumas músicas.

 

-Bem, se vocês vão para lá, vou marcar com os meninos para o dia da festa de lançamento. Pela tarde, pode ser?

 

-Gabriel, quem vai pra lá é o Avenged Sevenfold.

 

-Sim, e você acha que vai ficar aqui?- Brian me olhou como se fosse à coisa mais óbvia.

 

-Ué, mas eu não sempre fiquei?

 

-Mas antes você não estava comigo meu bem.

 

Não gostava muito da ideia de Brian ter que me levar para todos os lugares. Ele não tinha obrigação, ninguém tinha. Sei que as meninas acabam indo para não morrem de saudades, mas não me sinto muito a vontade com isso.

 

-Não quero comprometer a privacidade de vocês Bri.

 

-Karen. -Puxou meu rosto próximo ao dele. -Pare de pensar como fã. Você é minha namorada, é parte da família agora, mas do que nunca.

 

É, ia demorar um pouco para me acostumar com isso. Mas é verdade, eu ainda pensava um pouco como fã, mesmo por todo esse tempo.

 

-Casal?-Gabriel segurava o riso. -Posso continuar?

 

-Pode Gabriel.

 

-Obrigada Brian. Então, como eu ia dizendo. O outro esquema das fotos é a individual. A ideia que Rachel deu e toda a turma aprovou foi de cada um tirar em um local que seja significativo. Eu vou tirar no parque que tem perto do condomínio onde moro. Foi lá que meu pai me encontrou para dizer que eu tinha passado no vestibular.

 

-Muito legal a ideia Gaby. E o Luke?

 

-Luke vai tirar na porta do Ministério Publico, na área da Infância e da Juventude. Segundo ele, foi estagiando lá que ele se encontrou no Direito.

 

-Sendo assim, eu posso tirar na promotoria em Long Beach. Meu estagio final foi lá.

 

-Pode até ser, mas a turma quê sugerir que vocês tirem no campus em que fizeram o intercâmbio. No seu caso na Law School da CSU.

 

-Ok, por mim tudo bem então. Isso nós podemos fazer segunda. Mas como vamos encontrar um fotografo profissional para isso?

 

-Pode deixar, eu cuido disso.

 

-Tem certeza Brian?

 

-Você não confia em mim?

 

Olhei para ele fazendo cara de “de novo essa pergunta?”.

 

-Preciso responder?

 

Ele me puxou pelo pescoço para dar um selinho. E logo seria aprofundado se Gaby não fingisse uma tosse pra dizer “vão para o quarto”. Brian finalizou o beijo rindo e eu taquei uma almofada em meu amigo.

 

-Posso continuar ou vocês já querem subir?

 

-Feche logo esses dentes e continuei idiota. Quê outra coisa na cara?Dessa vez não vai ser almofada querido.

 

Gabriel me contava sobre a loucura que foi a turma tirando as fotos no fórum da cidade. Queria tanto ter vivido isso com eles. Ainda tinha que me preocupar em alugar uma beca. Por que teríamos que tirar fotos com ela para depois ser montada com a do grupo inteiro.

 

-Bom casal,podem ficar se agarrando ai. Eu vou dormir.

 

Gabriel levantou do chão e levou outra almofada, dessa vez na bunda. Deu-me um beijo de boa noite na testa, cumprimentou Brian e subiu.

 

-Nós vamos subir também?-Sugeriu Brian.

 

-Não, vamos ficar aqui um pouco. Vamos dormir em quartos separados, lembra?Quero aproveitar esse corpo quente mais um pouco.

 

Ele sorriu e deitou no sofá, dando espaço para que eu deitasse a sua frente.

 

-Posso pedi uma coisa?

 

-Com essa carinha de menina, claro que pode.

 

-Deite de barriga para cima.

 

Ele prontamente atendeu ao meu pedido, e eu deitei em cima dele. De forma que minha cabeça ficasse em seu peitoral. Era exatamente dessa forma que eu assistia TV com papai todas as noites.

 

-Por que isso?

 

-Está incomodando?

 

-Não, claro que não. Só que é meio...diferente.

 

-Gosto de ficar assim.

 

Peguei o controle da mão dele e liguei a TV. Estava passando um filme de terror, resolvi deixar nele. Cochilei algumas vezes, o filme era chato.

 

-Está dormindo baby?

 

-Não, não.

 

POV’S BRIAN

 

Menos de cinco minutos depois, já sentia a respiração pesada dela em meu peitoral. Karen não roncava, mas a respiração era alta. Continuei prestando atenção no filme e me assustei com a figura parada na porta da sala de TV.

 

-Senhora Hamilton!

 

Não sabia o que fazer. Se antes,quando viu Karen sentar em meu colo ela fez cara feia,imagine com a cena de agora?Ela sentou no sofá ao lado do que estávamos.

 

-Senhora, estávamos vendo o filme e ela acabou pegando no sono e...

 

-Ela pediu pra deitar assim né?

 

-Como à senhora sabe disso?

 

-Todas as noites, em que não estava de plantão é claro, meu marido assistia TV. Filmes antigos, séries. E Karen sempre foi muito mais apegada a ele do que a mim.

 

Ela parecia emocionada em falar disso, seu semblante era melancólico.

 

-Ela sempre pedia para deitar no colo dele, jurando que não ia dormir. Resumindo, em menos de uma hora ela já estava dormindo e ele tinha que leva-la carregada pra cama. Foi assim até ele morrer, mesmo ela já estando com vinte e poucos anos.

 

-Ela parece uma menina dormindo.

 

-Ela é minha menina Brian. -Ela olhava o semblante da filha. -Minhas filhas são tudo que tenho. Desde que o Ramon morreu meu amor e dedicação é toda voltada para elas, para a felicidade delas.

 

-Eu sei. E pretendo ajudar nisso. Eu amo sua filha senhora Hamilton.

 

-Ela te ama também. Eu sei disso, eu conheço minha pequena. O jeito que te olha, que sorrir boba quando você fala. Isso. -Apontou para nós. -Nunca aconteceu depois que o pai dela morreu.

 

-Nem com o Ricardo?

 

-Não. Karen amou o Ricardo. Mas não ao ponto de permitir certas coisas. Por isso que eles nunca...você sabe.Acho que o Ramon tem um pouco de culpa nisso.Ele sempre dizia que Ricky não era homem para Karen.Era confuso e dominador demais.Minha filha é um pássaro Brian.

 

-É, já deu para notar isso.

 

-Ela é durona,decidida, leal e ninguém manda nela. Saiu ao pai nisso. Ao sangue espanhol e cigano dos avós paternos. De mim ela herdou só a beleza mesmo. -Sorriu tímida. -O coração bom, o amor total aos amigos, a mania de ser carinhosa. Tudo foi do pai. Eu sou uma boa pessoa, mas Ramon?Era quase um anjo.

 

Pela primeira vez desde que nos conhecemos, senti que a senhora Lena estava sendo sincera comigo. Aberta, sem julgamentos. Para mim era importante demais que ela confiasse esse tipo de confissão a mim. Sinal de que nem tudo estava perdido, eu tinha uma chance com ela.

 

-Ai. Que é isso?

 

-Esqueci-me de dizer. Ela cheira também. Ramon dava altas risadas com essa mania da Karen.

 

-Faz cócegas.

 

Eu tentava controlar o riso, que era baixo para não acorda-la.

 

-É, faz. Já já ela para.

 

Dito e certo, foi só a mãe falar que ela parou de cheirar meu peito.

 

-Bem. -Levantou-se do sofá. -Vou beber água, coisa que ia fazer antes da TV chamar minha atenção e ir dormir. Amanhã gostaria de conhecer a famosa Huntington Beach.Posso contar com você como guia Brian?

 

-Claro senhora. Será um prazer.

 

-Então, boa noite Brian.

 

-Boa noite senhora Hamilton.

 

-Ah!-virou antes de sair. -Antes que eu esqueça, pode levá-la para o seu quarto. Não pense que não sei o que vocês já fizeram.

 

Ela saiu rindo e eu fiquei com cara de tomate. Como assim sei o que vocês já fizeram?Como ela sabe que nós...?A mãe dela estava falando de sexo comigo?Se Luna tivesse aqui, morreria de vergonha.

 

Fiz mil malabarismos, mas consegui levantar com Karen do sofá sem que ela acordasse. Enquanto subia as escadas, travei uma luta interna entre meu anjo e meu diabo. Resolvi não abusar.

 

-Que tentação em te levar para o meu quarto hein mocinha?!

Coloquei o lençol sobre ela, beijei sua testa e sai do quarto.

 

Tomei um banho quente para tentar relaxar. Aos poucos surgiu efeito e meus músculos se desfizeram do estado de tensão. Nuca me sentir tão pressionado como hoje. Já dei importância para a impressão que têm de mim a poucas pessoas na vida, Karen foi uma delas. E agora, a sua mãe.

 

Peguei-me tentando saber o exato momento em que essa garota me laçou como diria o Jimmy. Eu não sei, eu realmente não sei. Mas estou ligado a ela de uma forma que nem sei que forma é exatamente. Nunca vivi isso antes.

 

Fechei os olhos e deixei a água quente escorrer pelas minhas costas. Levando tudo de ruim, todo nervoso, a ansiedade e tudo que me deixou vulnerável.

 

-Ainda tenho esperança?Não é filhota?

 

Pinkly subiu as escadas e começou a latir na porta do meu quarto. Tive que sair correndo do banheiro e pegá-la pra que não acordasse todo mundo.

 

-Vai dormir aqui é?

Comecei a alisar sua barriga e ela lambia meu braço. Vestir apenas uma cueca Box, peguei Pinkly no chão e me acomodei para dormir o sono dos justos.

...

 

Acordei com um barulho no andar de baixo. Era a voz irritada da Karen, da Michelle e da...

 

-Andy?

 

Levantei em pulo da cama sem nem pensar se estava apresentável. Pinkly veio latindo atrás de mim. Quando cheguei à ponta da escada a cena era um tanto complicada.

 

Karen estava sendo segurada pela cintura por Gabriel e Michelle a segurava pelo braço. Ela gritava e apontava o dedo na cara da Andy a olhando como se quisesse mata-la.

 

-O que está acontecendo aqui?

 

-Nada Brian, só vim pegar o resto das minhas coisas e sua namorada me atacou.

 

-Eu te ataquei?-Karen se mexia tentando sair e Gabriel a segurava mais. -Você ta fazendo o que aqui sua desgraçada?Depois de ter ameaçado a Michelle?Depois de ter insinuado coisas sobre mim na imprensa?E você. -Olhou furiosa para mim. -Vai vestir alguma coisa antes que minha mãe volte da caminhada e te encontre de cueca pela casa.

 

Subi correndo a procura de uma bermuda e uma camisa. Quando voltei Andy ainda estava na sala, em companhia de Gabriel.

 

-Onde estão Karen e Michelle?

 

-Na cozinha. Não me surpreenderia se Karen voltasse de lá com uma faca. Seja lá quem você for, é melhor sair daqui enquanto dá tempo.

 

Gabriel ria da situação que nem um maníaco. Acho que ele não tem dimensão da gravidade da cena. Teria que atualizá-lo depois.

 

-Andy. Não tem mais nada seu aqui. Que desculpa é essa?O que você realmente quer?

 

-Pedi um favor!

 

-Um favor?E qual seria?-Cruzei os braços.

 

-Não peça para me tirarem da lista de convidados da festa de lançamento do”Call Of Duty:Black Ops II"

 

-E por que eu faria isso por você?

 

-Por que você sabe que minha carreira precisa disso, de holofotes. Quê coisa mais polêmica do que a sua ex e atual namorada na mesma festa?Fora que eu já tenho companhia para ir à festa e preciso de mais atenção para isso.

 

-Um namoro como jogada de marketing?

 

-Não é isso. Tem uma pessoa especifica que quero mandar um recado com a minha companhia. - Sorriu satisfeita.

 

-E quem é o coitado que vai ter que te aturar a noite toda?

 

-Ah!Pode ser coitada também, mas é surpresa. E garanto que será uma surpresa mesmo.

 

-Ela ainda tá aqui?

 

-Eu já estou indo Karen. Até breve.

 

Andy soltou um beijo provocativo e nem minha força foi capaz de segurar Karen. Ela deu um pulo por cima do sofá, me jogou no chão não sei como e pulo em cima de Andy.

 

-Me solta, sua louca. Briaaan, socorro. Me solta.

 

Luna dava tapa em todo lugar possível em Andy. Eu tentava tirar ela de cima da garota, enquanto Michelle e Gabriel riam que nem duas hienas.

 

-Me ajuda aqui Gabriel.

 

Ele veio, rindo, mas veio. E mesmo assim Luna prendeu as mãos de um jeito no cabelo de Andy que quanto mais à gente puxava ela, mas Andy gritava de dor. Não sei o que era pior, puxar Karen ou deixá-la lá mesmo.

 

 

-Karen Hamilton. O que é isso?

 

Agora sim, ela levantaria de cima da coitada.

 

-Mãe, ela mereceu. Todo pesadelo do meu nome arrastado em sites de fofoca é culpa dela.Fora que ela ameaçou a Michelle que quase sofreu um aborto por causa disso.

 

-Isso não justifica essa brutalidade. Você é o que?Um bicho?

 

-Mas mãe eu...

 

-Mas mãe nada. Pode subir agora para seu quarto. Ou seja lá onde você está dormindo.

 

A cara emburrada que Karen fez só prova que não importa sua idade, autoridade de mãe é autoridade de mãe.

 

-Dessa vez, eu vou rebater. Vai ter troco.

 

Andy levantou cambaleando. Foi à vez de Michelle confrontar ela.

 

-Você não pense que suas ameaças vão se cumprir, por que não vão. Deixe só minha filha vim a esse mundo e nós vamos acertar nossas contas sua...cobra.

 

Ela fez cara feia com as ameaças de Michelle, mas saiu sem dizer nada.

 

-Vai onde Gabriel?

 

-Ué, ouvir sermão que a mama Lena está dando na Karen.

 

Subimos os três as escadas como se fossemos crianças curiosas. Até Pinkly veio atrás e pareceu entender o silêncio, pois não fez ruído algum. Nem precisamos encostar-nos à porta para ouvir a discussão.

 

-O que ele fez com você minha filha?Desde quando você virou...isso?

Gelei ao ouvir as palavras dela. Podia imagina a cara de desapontamento que ela olhava para Karen.

 

-Isso o quê mãe?

 

-Essa menina brigona. Metida em uma confusão de vida. Com um namorado todo enrolado que nem o Brian.

 

-Mamãe, o Brian não tem nada haver com isso.

 

-Não tem?E você não está com uma foto estampada em uma capa de revista de fofocas por causa dele?E de biquíni ainda por cima.

 

-Mãe, para com isso. Que culpa nós temos se fomos fotografados?Você quê que eu faça o quê?Brian tem uma vida publica, ele é Synyster Gates também. Isso é efeito colateral do tipo de carreira que ele escolheu. Não há o que se fazer com isso, apenas tentar administrar esse holofote todo e...

 

-Termine com ele.

 

Eu gelei no exato momento em que entendi a força da sua voz em cada palavra. Era uma ordem.

 

-Como?

 

-Isso que você ouviu. Estou mandando você terminar com ele.

 

-Nem morta vou fazer isso.

 

-Como é Karen Hamilton?

 

-Isso que a senhora ouviu. Eu te amo mãe, mas nem a senhora nem ninguém vai determinar o que faço com a minha vida.

 

-Eu sou sua mãe.

 

-E ELE É O HOMEM DA MINHA VIDA.

 

Após o grito de Karen silêncio total dentro do quarto. Gabriel e Michelle me olhavam e eu com certeza estava transparecendo o nervoso no rosto.

 

-Não pense que a vida é um conto de fadas Karen, ela não é.Você pode pensar isso agora,mas quando ele quebrar seu coração,te afundar em  sofrimento e humilhação você vai entender o que te digo.Brian pode ser uma boa pessoa,não duvido disso.Se ele não tivesse bom caráter,nem perto dele você estaria.

 

-Mãe, por favor, não jogue praga. Meu relacionamento com Brian está longe de ser um conto de fadas. Em menos de um mês já tivemos mais obstáculos do que tive em todo namoro anterior.

 

-Não estou jogando praga. Você é minha filha, minha vida. Eu só estou falando o inevitável. Homens como o Brian, com vidas como a dele não são para mulheres como você. Você foi criada para ser independente e bem sucedida. Para ditar as regras da sua vida. Ele já tem uma vida moldada, você quem terá que mudar para se encaixar nela.

 

Meu peito doeu ao ouvir o choro de Karen dentro do quarto. Eu queria entrar e protegê-la de todo fantasma que estava a assombrando. Fazê-la esquecer de tudo que sua mãe disse.

 

Tomamos um susto quando a porta do quarto abriu.

-Brian. Podemos conversar?

 

Sem nem esperar pela minha resposta a senhora Hamilton saiu descendo as escadas. Minha única reação foi ir atrás. Sentamos no sofá, um de frente para o outro.

 

-Vou ser logo direta. Sou totalmente contra o que você e minha filha estão tendo.

 

-Nós estamos namorando senhora.

 

-Não precisa tentar me provar que você a leva a sério. Já percebi isso, essa não é a questão. A questão é que sua vida é uma bagunça e está longe de ser a vida que sonhei para minha Karen. Mas ela não é mais minha menina de oito anos que eu decido o que vestir. Na verdade nunca fui capaz de controlar essa menina.

Ela sorriu por um momento, e eu a acompanhei.

 

-Eu vou dar uma chance a vocês. Por amor a ela. Se eu bater de frente com esse namoro, eu quem vou sair perdendo. Quando fui contra ela ficar com Ricardo ficamos quase dois meses em estado de tensão. Não quero ser afastada da minha filha de novo.

 

-Achei que a senhora gostasse do Ricardo.

 

-E eu gosto muito dele. Assim como Gabriel e Lucas, nós o adotamos como filhos que não tivemos. Mas Ricardo era outra confusão. O ex-noivado conturbado com a Gabriela, a dependência de remédio e a depressão. Karen e os rapazes salvaram Ricky de uma morte prematura. 

 

-Karen nunca me contou isso.

 

-Pois é, ela nunca fala disso. Das noites em claro velando o sono dele ou das brigas comigo e com o Ramon por não querer deixá-la ir atrás dele quando sumia dias. Não era por preconceito ou por nada parecido que nós não queríamos os dois juntos. É só pelo fato de minha filha ter uma tendência a ser salvadora. Ela se sacrifica pelos outros sem pensar duas vezes.

 

-Já tivemos amostra dessa generosidade dela. E isso é uma das coisas que me faz amá-la cada vez mais senhora. Sei que minha vida é confusa, essa visibilidade toda é incomoda demais. Mas, eu amo sua filha, seria capaz de larga tudo por ela.

 

-Não, não seria. Desculpe-me, mas é verdade. Minha filha quem vai ter que se sacrificar por vocês. O máximo que você terá que fazer é tentar ser fiel, só isso.

 

-A senhora está subestimando meus sentimentos pela Karen e...

 

-Não estou. Por isso te chamei para conversar. Você será capaz de continuar com ela sabendo da minha opinião?

 

-Serei senhora. Mas peço, por favor, que não tente boicota isso. Já está sendo difícil demais para nós dois nos ajustarmos a tudo. É tudo muito novo para mim também.

 

-É como eu já disse. Vocês terão uma chance. Mas machuque a minha filha e eu não vou responder por mim. É melhor você ir vê-la no quarto.

 

Ela levantou e saiu pelos fundos da casa. Prontamente fui atender sua sugestão. Quando abri a porta do quarto, os três estavam sentados na cama. Michelle abraçando Karen de lado e Gabriel segurando sua mão.

 

 

 

 

-Podem nos deixar a sós?

Os dois levantaram da cama. Michelle beijou a bochecha de Karen, assim como fez comigo antes de sair.

 

-Você ouviu tudo né?-Sentei no lugar que antes era ocupado por Gabriel. -Ela te destratou?Desculpe-me Bri,eu...eu..não sei o que está acontecendo com minha mãe.

 

 

-Ela está sendo sua mãe, te defendendo do que acha perigoso. Como uma leoa. Como minha faria, como Suzy, como Michelle fará pela Luna, como você fará quando for mãe. Provavelmente já fará isso pela Luna.

 

Virei de frente para ela e só então pude ver os olhos inchados e vermelho por causa do choro.

 

 

-Eu sei que ela não faz por mal. Mas eu não quero passar por isso de novo.

 

-Você está falando de se distanciar dela?

 

-Como você sabe?

 

-Ela meio que resumiu sua história com o Ricardo pra mim. E por falar nisso, você nunca me disse que estar com ele foi tão complicado assim.

 

-No começo foi e muito. Mamãe e Papai eram totalmente contra. E mesmo assim eu fiquei com ele, mas não era namoro ainda. Depois que papai morreu, ficamos quase dois anos sem definir o que éramos. Ele me chamando pra sair, dizendo que me amava e eu correndo o máximo que pude. Mas teve uma hora que não deu mais.

 

Já vi Karen chorar algumas vezes, mas não como agora. Ela parecia uma menina assustada, sem saber o que fazer.

 

-Mas você é diferente. Você não tem problemas de depressão, ou uma ex-noiva psicótica. Ou dependência em remédios.

 

-Eu sou um homem problema Karen, assim como ele. Só são por causas diferentes. Sua mãe diz que você tem síndrome de salvadora. -Sorri sem humor.

 

-Ela fala isso e faz o mesmo sempre.

 

-Como assim?

 

-Minha primeira irmã nasceu quando meus pais estavam no ultimo ano da residência. Papai viveu um ano só com o dinheiro pago dos plantões que fazia, só para ficar mais tempo em casa ajudando com o bebê. Minha mãe voltou depois da licença maternidade e saiu da residência como atendente geral e meu pai já era atendente da neurologia.

 

-Não sabia que sua mãe também era medica.

 

- E foi assim com todas as minhas irmãs. Papai saindo de empregos regulares e só pegando plantões para ficar pelo período de licença maternidade da mamãe em casa. Até que eu nasci, prematura e com sérios problemas respiratórios.

 

Karen parecia desconfortável ao falar sobre isso. Nem fiz nenhum comentário para que ela não se sentisse obrigada a continuar o assunto. Mas ela resolveu continuar mesmo assim.

 

-Eu fiquei 55 dias na UTI neonatal do hospital em que eles eram atendentes. O que possibilitou papai a acompanhar todo meu processo de ganhar peso e aprender a respirar como os médicos dizem, bem de perto. Eu fui pra casa depois de quase 60 dias de nascida. Todo mundo achou que depois dos meses de licença maternidade ela fosse voltar.

 

-E não voltou?Mas por quê?

 

-Não sei Bri. Ela nunca explicou muito bem por que. Ela só voltou a trabalhar com medicina quando eu tinha quase 16 anos. E mesmo assim, era só com plantões duas vezes na semana. Pouco antes de papai morrer, ela tinha voltado a ser cirurgiã.

 

-É, vejo que temos um histórico de salvadoras da pátria na sua família. -Sorri para ela que retribui. -Mas falando sério, sua mãe te conhece muito melhor que você, tenho certeza disso. Acho importante você considerar o que ela disse e pesar o que vale a pena.

 

-Você....você tá terminando comigo Brian?

 

-NÃO. É claro que não. Só estou sugerindo que você pense melhor nas coisas e veja se realmente vale a pena. Se você realmente quer essa vi...

 

-Eu quero você. -Me puxou pela nuca, encostando nossas testas. -Eu quero você, é isso que eu quero. Com todos os problemas, com toda confusão, com a Andy fazendo inferno, com as milhares de groupies. E principalmente com a Michelle e a Luna. You are my  the only exception. Eu quero V.O.C.Ê.

 

 

Assim que ela terminou de soletrar você, ataquei seu lábios com voracidade.Karen também me recebeu com a mesma energia,apertando minhas costas para que ficasse  mais perto dela.Logo estava deitada na cama e eu por cima,distribuindo beijos pelo pescoço.

 

-Brian?

 

-Hum?-Respondi em meios aos beijos que dava em seu ombro.

 

-Nós não vamos transar. Minha mãe está em algum lugar dessa casa.

 

Parei de beijá-la para acompanhar sua crise de riso enquanto me jogava ao lado dela na cama.

 

-Por falar nisso. Passei por um momento muito embaraçoso por causa disso.

 

Ainda deitado na cama, virei de frente para ela.

 

-Como assim?-Karen se virou de frente para mim também e começou a alisar meu cabelo.

 

-Ontem você dormiu no meu colo. E sua mãe desceu, nos pegando nessa situação.

 

-Meu DEUS!-Ela arregalou os olhos.- E ai?

 

-E ai que ela me contou que você sempre fazia isso com seu pai. Por falar nisso também, sua mania de cheirar as pessoas é estranha e faz cócegas.

 

Ela deu uma risada tão gostosa que me deu vontade de falar mais besteiras ou coisas engraçadas só para ouvir esse som. E ver sua expressão leve e feliz sempre.

 

-Até ai tudo bem. Pior foi na hora que sua mãe resolveu voltar para o quarto.

 

-O que teve?Conta logo.

 

-Ela levantou do sofá e antes de sair, se virou e disse:(...) pode levá-la para o seu quarto. Não pense que não sei o que vocês já fizeram. (...).

 

-Meu DEUS!Ela não fez isso Bri. Fez?

 

Acenei que sim e ela caiu na crise de riso de novo. Tive que acompanhá-la. Eu tentava, ela também, mas nenhum dos dois conseguiu parar de rir por pelo menos 5 minutos seguidos.

 

-Ai. Como eu queria ter visto isso.

 

-Sua mãe falando de sexo comigo?Isso que você queria ver?Não teve graça tá bom?!Eu fiquei vermelho e sem ação.

 

-Tava com medo de ela te matar por ter desvirginado a filhinha dela é?

 

 

-Para de rir Karen, já falei que nem tem graça.

 

 

-Ah!Tem sim.

 

E ela ria de novo. Nossa, agora dá até para rir da situação, mas na hora.

 

POV’S KAREN

 

Em meio a crise de riso que dava pelo momento constrangedor entre Brian e minha mãe, o celular tocou.Passei por cima dele para pegá-lo na cômoda.

 

-Você mesmo gosta, fica me provocando.

 

-Epa! -Dei uma tapa em sua mão. -Pode ir tirando essa mão da minha bunda.

 

Ele tirou a mão, pegou uma almofada e colocou na cara para abafar os palavrões que dava. Eu ria da cena é claro. Coitado, dias “na seca”.

 

-É mensagem da Cherry.

 

Ele tirou a almofada da cara -O que diz?

 

-“Ká, cadê você? Acabei de chegar à residência. Pegamos o vôo de madrugada. Jason me deixou aqui em Long Beach e queria conversar com você. Está na casa do Haner? Tu voltas hoje?” Bjos Cher.

 

-Chama ela pra cá.É bom que sua mãe a conhece.

 

-Acho que vou chamar mesmo. E o Jason também. É bom que finalmente minha mãe beija e abraça ele.

 

-Como assim?

 

Brian levantou da cama ajeitando o cabelo que eu tinha bagunçado.

 

-Ela e Jason se dão super bem. Às vezes eles ficavam no telefone conversando que nem parecia que nunca tinham se visto. E ele disse que isso já aconteceu mesmo depois que sai da casa dele em Los Angeles.

 

-Sua mãe gosta do Jason?

 

-Gosta. Por quê?

 

-E de mim nada né?!

 

-Ah!Bri. Não precisa fazer esse bico lindo. -Dei um selinho nele. -Ela vai amar você. Se ela te chamou para conversar é por ela pode até não concordar com a gente juntos, mas também não vai fazer campanha contra.

 

-Você acha?Que ela vai gostar de mim?

 

-Eu gosto.

 

Brian saiu do quarto e eu i finalmente fui tomar banho. Coisa que ia fazer antes da maldita da Andy aparecer aqui. Ainda tenho que saber o que ela veio fazer aqui de verdade.

 

Desci as escadas rezando para mamãe não está na sala. Não queria entrar em confronto com ela de novo. Tarde demais.

 

-Karen?

 

-Senhora Mãe?

 

-Por que está subindo os degraus de volta?Fugindo de mim?

 

Droga. Que bruxaria é essa que mãe parece ler seus pensamentos?

 

-Não mãe. (nota mental: mentira)-Ia buscar o celular para ligar para uma amiga minha que quero que a senhora conheça.

 

-E o que é isso no bolso do seu short?Não é um iphone?

 

-Oh!Nem tinha reparado. -Sorri amarelo e voltei a descer as escadas.

 

-Que amiga é essa?É a que faz jornalismo?

 

Joguei-me no sofá recebendo um olhar de reprovação de mamãe. Ela odiava essa mania que tinha.

 

-Essa mesma. Ela estava em Miami também. Acabou de me avisar por mensagem que chegou a Long Beach.

 

-E por falar nisso, quando vou conhecer o Jay?

 

Minha mãe sorria abobalhada. Era nítido o carinho que ela já tinha pelo Berry sem nem mesmo conhecê-lo. Brian que chegou à sala no exato momento da pergunta, não pareceu muito confortável com o assunto.

 

 

-Vou chama-lo pra jantar aqui. Pode ser Brian?

 

-Claro que sim!-Ele sorriu sincero e eu pisquei.

 

-Eu trouxe um presente para ele.

 

-O que é mãe?

 

-Ah!Nem vai ter graça se você souber antes dele.

 

-Eu não vou contar mama. Me mostra vai?!-Fiz biquinho.

 

-Ah!Ta bom.

 

Ela levantou para ir buscar e eu batia palmas, animada. Quando mama voltou, pelo tamanho do embrulho, tive uma ideia do que seria.

 

-É um quadro mãe?A senhora voltou a pintar?

 

-Voltei. Nos dias em que não estou em consultório, nem em plantão. É o que me resta fazer.

 

-Vai me deixar ver?

 

-Você vai me deixar em paz se eu disser que não?-Acenei com a cabeça negando. -Sabia disso.

 

Ela colocou a caixa em cima da mesa de centro e abriu com todo cuidado.

 

-Mãe. É lindo!

 

Sentei no chão para admirar mais de perto o quadro.

 

-Eu achei essa foto no computador do seu quarto. Gostei dela.

 

-Você tem fotos do Jason no computador?

 

Indagou Brian um pouco...irritado?

 

-Não só dele. De todos os roadies eu acho.

 

-E da banda também, não se esqueça disso filha.

 

Minha mãe pareceu sentir o clima pesado e quis amenizar, sorrindo para Brian que não teve como não corresponder.

 

-E a outra caixa?É o que?

 

-É pra você.

 

-Pra mim?

 

-Seu aniversário é daqui a três semanas e como sei que não vou te ver, resolvi trazer logo. Vai quebrar a tradição de ser entregue a meia noite e das mãos do seu pai mas,vamos lá.

 

Ela subia a escada, mas parou como se lembrasse de algo, virando para nós.

 

-Você pode me ajudar Brian?Esse é um pouco mais pesado.

 

Ele prontamente levantou da poltrona e foi atendê-la. Eu não aguentava de curiosidade. Finalmente ia receber meu tradicional presente de 26 anos. Todas as minhas irmãs passaram por isso.

 

Papai e mamãe mandaram fazer algo de especial para elas e a meia-noite do dia do aniversário, todos nós nos reuníamos para a entrega do presente.

A minha irmã mais velha,a Dani,recebeu o dela na sala de espera do hospital por que os dois estavam de plantão no dia.Foi engraçado.

 

-Pronto. Feliz aniversário minha Karen.

 

Sorri para mamãe e comecei a desembrulhar o pacote, que parecia não terminar. Ao abrir, meu coração quase parou e as lagrimas tomaram conta dos meus olhos.

 

-Mama!

 

-É lindo?!Foi difícil escolher. Eu e Ramon não tivemos tempo de decidir o que seria. A ultima vez que conversamos sobre isso você tinha 22 anos ainda, foi depois do seu aniversário. E ele se foi no final daquele ano.

 

-É perfeito Mãe. É ...perfeito.

 

Comecei a chorar de soluçar e ela sentou no chão, me abraçando de lado. Brian que estava longe se aproximou para ver melhor o que era.

 

-É linda essa foto. Quando foi?

 

Perguntou ele sentando no sofá atrás de nós.De forma a ficar do meu lado.

 

-Foi no meu aniversário de 22, né mãe?

 

-Sim filha, foi.

 

-Nesse dia papai me acordou as 07h00min gritando na minha porta. Quando abri, ele estava com uma camisa do Avenged Sevenfold e uma calça de couro.

 

FLASHBACK ON

 

-Vamos lá aniversariante!

Entrou todo animado no quarto.

 

-Vamos para onde pai?

 

Enterrei o rosto no colchão.

 

-Fazer sua tatuagem ué?

 

-COMO É QUE É?

 

Levantei em um pulo da cama.

 

-Não foi isso que você pediu de aniversário?Então?Vou pagar pra você tatuar aquele morcego com asas.

 

-É uma deathbat pai e não um morcego com asas. Mas o senhor está perdoado por que é o melhor pai do mundo!

 

Pulei nele que quase caiu com o peso. Fui tomar banho correndo e nem me dei ao trabalho de me arrumar direito. Peguei um short jeans curto, uma blusa do Avenged e o meu velho coturno preto.

 

-Não vai comer nada antes?

 

Mamãe gritou da cozinha assim que ouviu meus passos correndo pela escada.

 

-Não tenho fome mamãe.

 

-Mas vai comer mesmo assim.

 

Papai saiu me arrastando até a cozinha, nem tive como negar. Ia fazer tudo que ele quisesse hoje e para sempre depois desse presente.

 

-Vamos de moto?

Falei animada ao ver a Suzuki Intruder 1400
parada na porta de casa.

 

-Vamos. Sai com você é uma desculpa para usar minha filhinha.

 

Papai era cheio de amores com suas quatro motos, ele era colecionador. Mas minha mãe odiava quando ele usava, principalmente para sair com a gente. O fato dele ainda ter um espírito jovem era o principal motivo de sermos tão apegados.

 

Por mais que tenha dito que seria imprudente, ele correu tanto que fizemos o caminho de 30 minutos em 10. Se mamãe souber que ele estava correndo de moto comigo de carona, papai estaria morto.

 

-Chegamos. O Luco parece mal, mas ele é gente boa. Fomos amigos na escola. Eu fui para a medicina e ele foi para o mundo. Ele quem fez todas as minhas tatuagens,pedi para ele mesmo fazer a sua, principalmente por causa do lugar em que você pediu. No seio Luna?

 

-Ah!Papai é legal, diferente. Todo mundo tem nas costas, nos braços. É comum.

 

Entramos no estúdio e confesso que me assustei com a quantidade de homens. Não por serem homens e sim pelo tamanho e estilo deles.Pelas jaquetas, percebi que eram motoqueiros,mais um motivo para mama querer matar meu pai: ”Você levou Karen nesse tipo de lugar Ramon?”Já consigo até imaginar o discurso que iria dar.

 

-Luco, essa é minha menina. Karen cumprimente o tio Luco.

 

Estendi a mão e sorri educadamente para o cara que foi mais rápido e me puxou para um abraço. Mesmo sem jeito, percebi que era carinhoso, então, retribuir do mesmo jeito.

 

-A última vez que te vi você era do tamanho de um sapato garota. E agora já vai fazer tatuagem?Puxou a seu pai. Nada das frescuradas da Lena banana.

 

-Lena banana?

 

-Era o apelido de sua mãe na escola,mas só o Luco tinha coragem de chamá-la assim na frente dela.

 

Passei pela multidão de rapazes sentados no corredor e fui para a sala onde o Luco tatuava. Ele estava quase se aposentando, mas como papai era muito amigo, ele fez uma exceção.

 

-Pronto. E ai mocinha, gostou?

 

Levantei da cama animada para ver como tinha ficado. Nem acreditei no resultado.

 

-Eu amei Luco!

 

Pulei em cima dele que quase caiu da cadeira com o peso inesperado. Só depois me toquei que estava de sutiã abraçando um cara que tinha idade de ser meu pai.

 

...

 

-Pai, o senhor já me deu a tatuagem. Para quer gastar dinheiro em jantar?

 

Papai insistiu para que saíssemos para jantar fora e misteriosamente, mamãe e minhas irmãs tinha sumido do mapa. Isso tá com cara de ...

 

-SURPRESA!

Todos os meus amigos e familiares gritaram assim que papa acendeu a luz do salão de festas. Foi divertido,apesar de não poder consumir muita bebida alcoólica.Mamãe ficou regulando todo mundo.

 

Ricardo, Lucas e Gabriel me deram um pedal de presente. Quase morri.Minha irmã mais velha me deu uma camisa do Iron Maiden super estilizada.E Reinaldo,meu  cunhado perfeito me deu o DVD Avenged Sevenfold Live LBC que trouxe de Los Angeles.Quase cunhado na verdade,afinal eu e Ricky nunca nos definimos como namorados.

 

-Vem filha, tirar foto com o papai.

 

-Pai temos milhares de fotos loucas, vamos tentar tirar uma normal agora.Pode ser?

 

-Pode sim. -Começou a fazer careta pra mim. -Vou tentar, tá bom?

 

Ele encostou a testa na minha sorrindo e logo um flash foi disparado.

 

-Pronto Pai, a foto ficou perfeita.

 

-Não vale Del. Você nem esperou a gente fazer pose.

 

-Se sua irmã disse que ficou perfeita é por que ficou.

 

 

FLASHBACK OFF

 

-E ela acertou mesmo, ficou perfeita. Obrigada mama. É lindo. Eu...obrigada.

 

Agarrei-me a mamãe como uma criança chorando e ela me ninava como se fosse seu bebê. Brian apenas passava a mão em meu cabelo para se mostrar solidário.

 

-Agora, chega de choro né?Quem vai me levar para conhecer Huntington Beach?

 

Levantei enxugando às lagrimas e fui trocar de roupa para levar mamãe em um passeio turístico. Gabriel resolveu ficar em casa dormindo. Pior que eu por sono aquele ali. Pelo menos alguém ficaria em casa com a Michelle que também estava bem sonolenta.

 

Mamãe amou a cidade, a praia, os monumentos, tudo. A única coisa estranha foi o que ela pediu antes de irmos para casa.

 

-Posso ir ao túmulo do Jimmy?

 

-Mãe!

 

Brian tinha ficado branco e petrificado no volante ao ouvir o pedido dela.

 

-Filha desculpa. Mas eu queria ir lá, rezar por ele. Mas tudo bem, deixa pra lá.

 

-Não, não. Eu levo a senhora lá.

 

-Tem certeza Bri?Você disse que nunca mais foi lá desde o...

 

-Tá na hora de vencer isso. E quem melhor do que você para ir comigo?

 

Fomos o caminho todo em silêncio, fiquei receosa por causa dele. Sei que talvez fosse melhor Brian passar por isso sozinho. Se eu já tava querendo chorar só de imaginar ir até a lapide, imagine ele?Paramos na entrada do cemitério e descemos em silêncio. Mamãe comprou um arranjo de flores enquanto nós esperávamos encostados ao carro.Antes de passarmos pelo portão Brian segurou minha mão e continuamos o caminho, ao chegarmos perto da lapide instintivamente larguei a mão dele e agarrei seu braço, já estava segurando o choro.

 

Ele ficou em silêncio apenas olhando para lapide,provavelmente perdido em seus pensamentos e lembranças. Queria dizer alguma coisa, mas nem eu mesma sabia como agir.

 

-Aonde você vai? -Ele prendeu o braço impedindo que soltasse.

 

-Vou te deixar sozinho com...vou esperar dentro da igrejinha.

 

-Não, fique aqui comigo.

 

Os olhos dele estavam lagrimejando, como podia dizer não a isso? Continuei em pé ao seu lado, ambos calados por minutos. Em um dado momento desviei o olhar do chão para o rosto de Brian e as lágrimas silenciosas escorreriam por ele, e eu só apertei mais seu braço. A essa altura mamãe já tinha saído e nos deixado sozinhos.Abaixei para colocar as flores que ela tinha comprado na frente do cemitério.

 

-Fique assim.

 

-Como?

 

- A imagem de suas costas e da lapide ficou um bom retrato. -Ele tirou a foto com o celular e eu levantei.

 

-Vamos?

 

-Sim,vamos.Até logo irmão.

 

Ele sorriu melancólico para olhando para a lapide e fomos buscar mamãe na igreja, único lugar que ela devia está nos esperando.

 

Chegamos a casa já era fim de tarde. Cherry só respondeu a mensagem que mandei antes de irmos passear com mamãe quando estávamos saindo do cemitério. Jason respondeu prontamente e disse que já estava a caminho.

 

-Você disse a Jason o motivo do convite?-Eu e Brian arrumávamos a mesa do jantar.

 

-Não, só disse para  Cherry.

 

Subi para tomar banho e no exato momento em que pisei na sala a buzina tocou.

 

-Eu abro.

Fui em direção à porta e quando abri, tomei um susto com a confusão que entrou em casa.

 

-Cadê o viado do seu namorado?-Entrou Johnny gritando. -Sinto muito Karen, mas nós já tínhamos programado a noite do poker pra hoje. Brian ta enrolado a semanas com isso.

 

Eu tentava fazer sinal para que ele parasse de falar, mas não ia adiantar muita coisa. Não podia ficar pior né? Sim podia.

 

-E nem tem brincadeira hein?Vamos apostar álcool e não dinheiro. Então se prepare, seu namorado vai entrar em coma alcoólico hoje.

 

Brian que surgiu na sala com os olhos arregalados assim que ouviu , a voz de Matt dessa vez. Se juntou a mim no desespero de fazer os dois calarem a boca.Eu esfregando a mão na blusa tentando dizer”sujou” ou algo assim e Syn fazendo sinal como “um corte” no pescoço.

 

-Boa noite.

 

Automaticamente eu e Brian nos olhamos com espantos ao ouvir a voz atrás de nós. Ela tinha ouvido tudo da cozinha, com certeza. Virei com a cara mais lavada do mundo e dei um sorriso amarelo.

 

-Mãe. Esses são os rapazes. Rapazes- Voltei minha atenção para eles que estavam em pânico também. -Essa é...minha...mãe.

 

-É...oi senhora.Eu sou Matthew Sanders.É um prazer conhecê-la.

 

Matt estendeu a mão educadamente e minha mãe retribuiu o gesto.

 

-Senhora eu sou Joo... nathan.

 

O coitado parecia que ia desmaiar a qualquer momento. Pude ver a mão dele tremendo quando a estendeu em direção da mamãe. Dai todo mundo teve que segurar o riso, até ela mesma.

 

-Eu sou Zacha...

 

-Zachary James Baker.Eu sei seu nome.

 

A resposta de mamãe pegou a todos de surpresa, inclusive a mim. Eu sabia que ela achava o Zacky o mais lindo de todos e adorava vê-lo tocando. Mas não imaginei que fosse dar uma de tiete.

 

-Mamãe sempre gostou de você Zacky. É meio que o preferido dela. -Fui até ela. -Né mama?

 

-É, depois é o pequenininho.

 

Ela sorriu para Johnny que visivelmente envergonhado sorriu de volta. Novamente, tivemos que segurar o riso.

 

-Mas falta o mais novinho. O...Ilejay.Cadê ele?

 

-Arin ficou em Miami com a namorada. Queriam aproveitar os dois dias de folga que ainda temos.

 

Matt quem respondeu sentando na poltrona perto da porta.

 

-E vocês? Vieram fazer o que aqui?

 

Pânico com a curiosidade de mamãe. Eram respostas desencontradas, todas ao mesmo tempo. Eu disse que vieram dar um oi, Brian disse que vieram por nada, Zacky e Matt balbuciavam algo, mas nada fazia sentido.

 

-Viemos jogar poker,apostando com álcool dessa vez.

 

Johnny falou com naturalidade e todos os pares de olhos na sala o encaram com fúria.

 

-Ah!Posso jogar?

 

A mesma reação de olhares para mamãe, mas por surpresa.

 

-Por mim sim. E ai galera?A mãe da Karen pode jogar?

 

-Mas é claro. -Disse Matt prontamente.

 

-Será muito bem-vinda senhora. -Zacky sorria nervoso.

 

-Lena, você pode me chamar de Lena lindinho.

 

Lindinho?A minha mãe tava babando no Zacky mesmo?O coitado estava com a bochecha vermelha de vergonha.

-Mãe e você sabe jogar?

 

-E você acha que fazíamos o que nos intervalos dos plantões da residência medica?Jogavam baralho,basquete no fundo do hospital.

 

-Faziam sexo.-Mas um comentário despreocupado do Johnny.

 

-Johnny!

-Que foi?Eu assisto Grey’s Anatomy.Sei bem das coisas.

 

Todo mundo na sala caiu na gargalhada com essa.Jojo é uma figura mesmo.

 

-Mas antes vocês vão jantar. Eu fiz um Rocambole de Frango maravilhoso.

 

Todos prontamente disseram sim ao convite e eu fiquei mais aliviada quando vi mamãe ir até a cozinha sorrindo. Mas voltou em segundos.

 

-Mas vamos esperar o Jason e a amiga da Karen chegar!

 

Voltou para cozinha e eu pude voltar a respirar, me atirando no sofá ao lado de Gabriel. Nem demorou muito e a buzina tocou de novo.

 

-O que está acontecendo com essa portaria que ninguém foi anunciado hoje?

 

Brian foi atender a porta. Era Jason e Cherry,juntos?Nem sei exatamente por quê isso me diz respeito, mas estava me incomodando ver essa amizade dos dois. Na festa de JJ eles não desgrudaram.

 

-Jay. -Levantei animada e o abracei.

 

-Opa, oi Luna linda. Tanta saudade assim em menos de 24 horas?

 

“Não!É ciúmes de você com minha amiga.”Respondi mentalmente.

 

-Oi também né Ká?

 

-Oi Mcbeth.

 

-Que porra é essa de Mcbeth?

 

Ignorei o tom de reclamação dela e voltei ao meu lugar ao lado de Gabriel.

 

-Minha mãe não gosta muito de apelidos. Acho melhor não se apresentar como Cherry.

 

-Sinto muito, mas não vou mudar meus hábitos.

 

-Tudo bem então.

 

-Epa, epa. Qual motivo dessa briguinha agora?

 

Será que mais alguém além do Jason tinha percebido o clima estranho?

 

-Nada Jay. Ninguém ta brigando, não é Karen?

 

 

Não deu tempo de responder a Cherry, mamãe entrou na sala e logo sorriu ao ver a figura parada ao lado de Brian.

 

-Jason Berry?

 

-Senhora Hamilton?

 

-Lena meu querido, pra você é sempre Lena.

 

Jason foi até ela e deu um abraço tão forte e carinhoso que me deixou emocionada. Ela retribuía com a mesma simpatia e mesmo sorriso.

 

-Eu nunca vou ter palavras para te agradecer por ter acolhido minha filha.

 

 

-Não precisa. Foi um prazer e uma felicidade pra mim fazer isso.Eu amo sua filha.Foi uma amiga que ganhei,eu que sou grato por isso.

 

A cena era linda. Michelle que estava atrás dos dois, estava com os olhos cheios de lagrimas. Tudo bem que Mi estava extremamente emotiva ultimamente graças à gravidez. Mas era fofo de ver a intimidade e o carinho dos dois.

 

-E essa moça?-Jason saiu da frente para que mamãe pudesse ver melhor. -Quem é?

 

-Sou Cherry senhora. A colega de quarto da Karen.

 

-Cherry, gostei do nome.

 

-É apelido mama. O nome dela é Mcbeth.

 

-Prefiro Cherry.

Mamãe sorriu eu fiquei vermelha...de raiva?

 

 

-Eu também senhora, eu também.

 

-Bem, agora que estamos todos aqui. Vamos jantar.

 

O som dos rapazes levantando do sofá para ir à sala de jantar parecia de uma cavalaria. O jantar foi divertido, ainda me pergunto como deu tanta gente na mesa. Finalmente mamãe se viu realizada por seu exagero de comida ter sido devorado.

 

-Gosto de mesa assim, cheia. Pena que não consigo isso sempre.

 

-A senhora cozinha para essa quantidade de gente em casa mamãe. Só não tem um monte de marmanjo para acabar com tudo.

 

-E uma grávida com vontade de repetir.

 

Michelle entregou o prato para mamãe que a serviu rindo da piada. Terminamos tudo e quase todo mundo ajudou a tirar a mesa. Isso por que era gente demais e ia atrapalhar.

 

-Antes de começarmos a jogar, tem uma coisa.

 

Como já sabia do que se tratava, fui até o quarto buscar o presente com mamãe. Descemos as escadas e os olhares de curiosidade na sala eram engraçados.

 

-Espero que goste Jason.

 

-É para mim?

 

-Sim, é.

 

O sorriso de Jay era meigo. Parecia uma criança recebendo presente de aniversário.

 

-Lena é perfeito,lindo.Obrigado!- Ele abraçou mamãe com ainda mais carinho do que antes.

 

Depois do presente entregue nos organizamos para começar o jogo. Quê dizer, eles por que Brian praticamente me obrigou a dizer não ao jogo com a desculpa de que eu tinha que ir dormir, pois teria aula amanhã cedo. O que de fato não era mentira.

 

Saia do banheiro apenas de short de algodão e sutiã quando a porta foi aberta.

 

-Que susto Brian!-Levei a mão ao peito.

 

-Você podia ter trancado a porta. Isso são trajes?

 

-Eu estava indo dormir e você quem invadiu meu quarto. Aliás. -Sentei na cama. -por que essa invasão mesmo?Você não ia dormir?

 

-E nós vamos dormir. Mas não aqui.

 

Ele sorriu faceiro e levantou um chaveiro.

 

-Que chaves são essas?Não me diga que você quê ...

 

-Não. Se bem que não é má ideia, ia ser divertido e meu carro é espaçoso.

 

Olhei tão feio pra ele que o sorriso malicioso se desfez na hora.

 

-Deixa pra lá. É a chave da casa do Christ.

 

-E pra quê você pegou a chave da casa do Jojo?

 

-Ué!Pra gente.

 

-Brian nós não vamos dormir na casa do Johnny. Você não vai morrer se esperar mais uns cinco dias para...você sabe.

 

Tirei o sutiã para vestir uma camiseta do “Slayer” que tinha roubado do guarda-roupa dele e Brian só faltava soltar baba pelo canto da boca.

 

- Perdeu o quê olhando aqui? Pode ir fechando essa boca e tirando essa cara de tarado.

 

-Hã?...Ok...é,essa blusa é minha?

 

-É.E pode ir para o seu quarto, nem vem com loucura pra cima de mim.

 

Deitei na cama e ele se jogou ao meu lado.

 

-Eu não estou com más intenções. Quê dizer, eu até estou.

 

Levou uma tapa no braço. Mas mesmo assim continuo o discurso.

 

-Eu só quero ficar um tempo a sós com você, em paz. Foi por isso que viemos embora de Miami antes de todos. Não lembra?

 

Refleti por alguns segundos para decidir. É verdade, nós tínhamos combinado que precisamos desse tempo em paz. Só nós dois, para conversar,conhecer melhor as manias e defeitos um do outro.

 

-Sendo assim. Vamos.

 

Brian começou a se balançar que nem doido em cima da cama, me fazendo cair na gargalhada.

 

-Agora vamos. -Ele levantou da cama. -Vista um short maior por cima desse e pega um casado também.

 

-Não vou trocar de short. - Dei língua para ele.

 

 

Peguei o casaco e me surpreendi quando fui barrada de abrir a porta do quarto.

 

-Nós vamos por ali. -Ele apontou para trás de mim.

 

-Pela janela?

 

-É a única maneira de sair sem sua mãe ver. E ai?

 

- Nem na adolescência eu fiz isso.Tá, mas como vamos descer?

 

-Gabriel está colocando uma escada na janela agora.

 

Fiz o sinal da cruz antes de sair pela janela e descer a tal escada. Brian me esperava lá em baixo.

 

-Pode fechar esses dentes Gabriel, se não eu mesma os quebro.

 

-Foi mal amiga. Mas é engraçado isso. Vocês parecem dois guris fugindo pra namorar.

 

-Você também Brian?Qual é a graça disso?

 

As duas hienas não pararam de ri da minha cara de emburrada. Esperei Brian ajudar Gabriel a colocar a escada no lugar antes de voltar para casa. Depois seguimos para casa de Johnny andando como dois fugitivos.

 

 

-Cadê a Lacey?

 

-Foi direto para casa da irmã. Parece que tinham uma festa de família, algo assim.

 

-E o cachorro?-Sentei no sofá.

 

-Deve está dormindo em algum lugar. -Ele tomou o lugar ao meu lado. -Que é Karen?

 

-É estranho ter que fugir pra ficar com você. Sinto-me uma menina fazendo coisa errada. É....estranho.

 

-Baby, a casa tá cheia de gente. E nós só estamos a menos de uma rua de distância. Relaxe.

 

-Sabe o que ia me relaxar?-Joguei minha perna em cima da dele. -Massagem no pé.

 

-Vai começar a explorar é?

 

Em minutos eu já estava mais relaxada. Subimos para um dos quartos de hospedes da casa. E ficamos a madrugada em claro falando sobre tudo e não dizendo nada.

 

Sobre comida preferida, melhor viagem, pior defeito. Histórias de infância, de bebedeira, de brigas, mas dele do que minhas essa parte. Mas foi bom, estávamos realmente precisando desse refugio.

 

SEGUNDA-FEIRA

-Bri?

 

-Hum?-Ele já estava pegando no sono.

 

-Já amanheceu, precisamos voltar.

 

-Dorme um pouco baby. Você tem aula só daqui a 4 horas.

 

-É, mas temos que entrar sem mama ver. E ela acorda super cedo.

 

-Ah!Saco.

 

Levantamos da cama e ele tinha um bico de mal humor tão grande que eu comecei a dar beijinhos pelo rosto.Nem assim ele se animou.

 

-Vamos entrar por onde Bri?

 

-Pela cozinha, é o lugar mais seguro. Qualquer flagra, é só dizer que descemos para tomar café.

 

Brian foi à frente me puxando pela mão. Tínhamos que andar devagar para não fazer ruído, principalmente para não atrair a Pinkly que começaria a latir na hora.

 

-Ufa. Quase hein?

 

Sentei na bancada da cozinha assim que passamos pela porta.

 

-Quase o que Karen?

 

Tomei um susto tão grande com a voz de mamãe que cai da bancada de mármore ralando o joelho no chão.

 

Karen: Mãe! Brian: Senhora Hamilton!

 

-Olá. Bom dia.

 

Brian me ajudou a levantar do chão e sua cara era puro pânico, igual a minha.

 

-Tão cedo já acordada mãe?

 

-Você disse que tinha que ir a Long Beach bem cedo, resolvi levantar para prepara seu café da manhã.

 

-Obrigada mamãe.

 

-E vocês?Estavam aonde?

 

E agora?O que a gente responde?

 

-Fomos correr senhora.

 

-Correr?Você com calça de moletom e camiseta branca e Karen com short de algodão e camiseta de banda?E esse casaco na mão?Cadê o tênis?

 

Sabe som de grilo?Pois bem, foi essa nossa resposta. Como íamos rebater isso?

 

-Não sabia que dormir na casa do Jonathan era correr agora.

O quê?Como ela sabe disso?Johnny bêbado é um perigo.Deve ter sido ele o linguarudo.

 

-Mãe, não é nada disso. A gente passou a noite conversando. E foi só c...

 

-Eu imagino que deve ser chato não ter privacidade. Principalmente para um jovem casal como vocês. Já estive nessa fase filha, eu sei.

 

O sorriso dela me deixou mais aliviada com a situação. Até Brian voltou a respirar direito com isso.

 

-Agora vá se arrumar e acordar o Gabriel para irem a Long Beach. Vou preparar algo para vocês.

 

 ...

 

-Quê dizer que a mama pegou vocês no flagra?

 

-Dá para parar de rir Gaby?Que saco.

 

-E tem como não ri?Só queria ver a cara de pânico do coitado do Brian.

 

-Ah!Isso foi comedia. A de nós dois foi.Johnny quem nos entregou né?

 

-Foi. Ele tava meio bêbado e sua mãe mencionou que você nunca foi de dormir com barulho. Dai ele falou: ”Ela ta na minha casa,lá não tem barulho.A não ser que seja o ronco do Gates.”

 

Estávamos a caminho de Long Beach. Hoje seria minha última aula de Direito Empresarial com a querida professora Michele Valari. Mais conhecida como a bruxa.

Gabriel assistiria à aula e depois nos encontraríamos com o tal fotografo que Brian ficou de arranjar para tirar minhas fotos para o convite.

 

-Você já marcou a viagem de volta? -Respirei fundo antes de responder.

 

-Não Gaby. Tenho pensado em tudo, menos nisso.

 

-Mas você sabe que está perto não é?

 

-1 mês e 10 dias exatamente. É o tempo que tenho de vinculo com a CSU. Quando voltarmos da Europa já estará na data em que eu perco o direito a residência na Universidade.

 

-E a viagem de volta?

 

- Minha viagem de volta para o Brasil tem que ser marcada para até 10 dias depois da data em que perco direito a residência. O que bate exatamente com dez dias depois que voltarmos da turnê.

 

-E onde você vai ficar nesses dez dias?Em um hotel ou algo assim?

 

-Não tenho condições financeiras para ficar dez dias hospedada em um hotel em Long Beach.

 

-E o cachê do trabalho de fotografa?

 

-Só vai sair pelo menos uns 20 dias depois da volta da viagem. Já estarei no Brasil quando isso acontecer.

 

-E o Brian?O que acha disso?

 

-Ele nem sabe disso ainda. To adiando o máximo possível falar disso com ele. Com todos eles.

 

-Você precisa contar Karen.

 

-Eu sei meu amigo, eu sei.

 

Estacionei o carro de Brian na porta da Law School e corremos para entrar na sala antes da professora. Preciso dizer que ela logo quis saber quem era o Gabriel?

 

Quando expliquei que ele também era estudante em conclusão do curso de Direito ela até ficou animada. Respondeu a todas as perguntas que ele fez com animação.

 

Tudo estava bem até ela me pedir um trabalho final para ser entregue em dois dias. Ou seja, no dia da viagem a Nova Iorque. Dia das fotos com Ricardo e Willian e dia da festa de lançamento do "Call Of Duty:Black Ops II" 

 

 

Depois da aula, encontramos com Brian e o fotografo na frente do prédio da Faculdade de Direito. Brian e o fotografo já estavam com uma autorização assinada pela direto da Faculdade, liberando as fotos.

 

Fiquei um pouco tímida no inicio, mas depois me soltei para as “lentes” do Levi Nunes. Só me perguntei por quanto e como Brian consegui um fotografo tão requisitado como ele assim, de ultima hora.

 

TERÇA-FEIRA

 

O dia passou rápido. Mamãe e Michelle passaram o dia inteiro fora fazendo compras para a Luna. Ainda bem, por que eu nunca fui muito paciente com compras.

 

Estávamos no inicio de junho e logo Michelle entraria no sétimo mês de gestação. O enxoval do bebê estava mais do que atrasado, ainda faltava muita coisa. Isso me fez lembra que como madrinha da Luna, tenho que organizar um chá de bebê.

 

Finalmente terminei o trabalho e quando desci, não tinha ninguém na sala, ninguém na cozinha. Ninguém na casa?

 

-É Pinkly.-Carreguei a bolinha de pelo.-Você me assustou.Cadê seu pai hein?!

 

Saímos as duas andando pela casa e nada de encontrar uma alma viva. Resolvi ligar para ele.

 

-Onde você está Haner?

 

-Oh!Baby. Foi mal. Esqueci-me de deixar um bilhete. Estamos na casa dos Sanders. Tínhamos uma reunião de ultima hora e sua mãe queria conhecer a Valary e o Owen.

 

-Estou indo para ir então.

 

-Te espero. Beijos.

 

-Fui abandonada pelo seu pai Pinkly. Como pode isso?Hein?

 

Fazia cócegas na barriga dela que latia e me lambia toda animada. Nunca gostei muito de cães, mas ela tem sido adorável comigo. E agora eu sou meio que mãe dela né?Estranho isso.

 

A tal reunião era para resolver detalhes da viagem a Europa. Daqui a uma semana exatamente. Foi até bom eu ter ido por que tinha mesmo que acertar detalhes dos shows das bandas vencedoras do concurso.

 

-Então, ficou assim: Viajamos na terça-feira. Vocês fazem show em Londres na quarta-feira. Na quinta-feira pela tarde vamos para Alemanha e a noite os meninos da “The Unforgiven” chegam a Berlin. Na sexta-feira à tarde eles ensaiam antes de vocês certo?

 

-Certo. Mas no máximo até as 17h00min. O show é as 22h00min e nós precisamos de no mínimo 3 horas de ensaio.

 

Ressaltou Matt enquanto tentava fazer Owen comer. Oh criança problemática com comida viu?Vai pegar uma fraqueza desse jeito.

 

 

 -Ok Hero. No sábado temos o dia de folga e viajamos de ônibus para Nürburg à noite. No domingo no inicio da manhã temos a passagem de som e a tarde vocês são a segunda banda a tocar no Rock am Ring.

 

-Você vai ver como é legal show durante o dia Ká.É quente.

 

-Imagino Bacon Baker, estou ansiosa pra isso. -Sorri animada. - Prosseguindo. Continuamos a programação normal. Segunda folga show na terça-feira, e na quarta-feira bem cedo os meninos e a menina do “True Brothers” encontram conosco em Roma.

 

-Por falar nisso. Você tem que passar para eles a lista das músicas antigas que podem ser tocadas.

 

-Ah!Brian. A ideia é que eles mesmos formem essa setlist de acordo com o gosto deles. É quase que um show tributo a carreira de vocês. É só deixar claro que eles não podem cantar as que já estão na setlist de vocês.

 

 

 

QUARTA-FEIRA

 

Madruguei hoje. Sai de casa antes das 06h00min. Tinha que ir a Long Beach, entregar o trabalho. Esperar ela corrigir, dá minha nota e só então correr para o aeroporto e ainda pegar o avião junto com todo mundo para New York.

 

Gabriel tinha acertado a tal sessão de fotos com Ricardo para hoje, no fim da tarde. Seria feita no prédio da Law School da Universidade de Nova York, onde ele e Willian tiraram as fotos individuais. Estava nervosa com isso. Meu ultimo encontro com Ricardo provocou confusão na cabeça do Brian.

 

 

-Bem, senhorita Lopez. O trabalho está aceitável.

 

Queria matar a desgraçada. Passei quase dois dias fazendo isso e ela diz que tá apresentável?

“Sorria Karen, apenas sorria.” Obedeci minha consciência.

 

-Espero que faça uma boa carreira.

 

Ela ficou de pé e estendeu mão em minha direção.

 

-A senhora quê dizer que...

 

-Parabéns Senhorita Lopez. Seu semestre na minha disciplina acabou.

 

Nem acreditava no que estava ouvindo. Se esse era meu ultimo trabalho, agora só falta terminar de escrever meu trabalho final. Envia-lo ao promotor que tem que dar uma nota e enviar para minha professara de “Prática Jurídica” na minha faculdade no Brasil. E pronto, estou formada.

 

 

Em vez de apertar a mão, acabei me empolgando e dando um abraço eufórico nela. Que para minha surpresa, mesmo timidamente, retribuiu. Terminado isso, sai voando pelas escadas atrás de um táxi na entrada do campus. Depois de quinze minutos nessa, tive que ir atrás de ajuda.

 

-Ryan.

 

-Oi Karen. Achei que estava em Huntington Beach.

 

-E estou. Só vim entregar um trabalho. Preciso estar em uma hora no aeroporto em Huntington Beach,estou indo para Nova Iorque.Você pode me ajudar chamando um táxi?Meu celular descarregou.

 

-Use o meu Karen.

 

Cherry estava no meio da escada estendendo o aparelho em minha direção. Depois do acontecido lá em casa, nós nem nos falamos mais. Devia desculpas pela grosseria sem motivos.

 

-Obrigada Cher. -Peguei o celular em sua mão. -E me desculpe pela forma rude como te tratei na casa do Brian. É que eu estava com...

 

-Ciúmes de mim com o Jason. Eu notei isso pelo seu olhar na festa do JJ.

 

-É estranho?

 

-Um pouco, mas eu entendo. Ele é importante pra você.

 

-Muito, ele é meu porto seguro aqui. Não pense que sou contra vocês ficarem e tal. Apesar de ser estranho.

 

-Mas nós não estamos ficando.

 

-Então por que tanto grude?

 

-Apesar de conhecer e gostar de todos eles, Jay é o que conheço melhor. Precisava de companhia já que você estava com toda a confusão de fofoca e do começo de namoro te ocupando tempo.

 

 

Dei um abraço tão apertado nela. Era um alivio termos resolvido esse mal entendido. Depois de Jason, Cherry foi à pessoa que mais me fez sentir em casa.

 

Nem demorou muito e o táxi já estava na porta do prédio. Ainda bem que o check in tinha sido feito pela internet, se não eu perderia o avião. Minha mala tinha vindo junto com a de Brian, que a despacharia junto com a bagagem dele.

 

-Cheguei!Cheguei!

 

Passei pelo portão de embarque quase derrubando a bolsa que segurava.

 

Embarcamos e em menos de três horas estávamos pousando no  Aeroporto internacional John F. Kennedy. Estava ansiosa para conhecer New York.

 

-Onde vamos ficar?-Eu e Brian tirávamos as malas.

-No The Plaza Hotel.

-No Plaza?Brian, você ta louco? Esse é um dos hotéis mais caros do NY. Como vou pagar por isso?Ainda tem a mamãe e o Gabriel.

 

-Ela está por minha conta, eu que convenci sua mãe a vim. E Gabriel mesmo já declarou que por ele tudo bem. Se algo dê errado, eu o cumpro. Não se preocupe com isso.

 

-Mesmo assim. Ainda tem eu.

 

-Você está aqui na mesma situação que eu. À custa da Treyarch.

 

-Como assim à custa da Treyarch?

 

Estávamos quase passando pelo portão de embarque, mas suas palavras me fizeram parar.

 

-Simples, você também foi contratada pela apresentação de hoje. Faz parte do pacote.

 

-Como?Você só me deixou mais confusa.

 

-Você vai se apresentar conosco Karen. Como  backing vocal.

 

-Como é?

Meu grito atraiu a atenção das pessoas que passavam pelo portão.

 

-Isso mesmo. Charlie, o produtor gostou da versão da música com a sua voz no apoio vocal e resolveu que nos apresentaríamos com essa versão no lançamento.

 

Fui acompanhando Brian até a saída ainda chocada com a novidade. Como assim eu me apresentaria com o Avenged Sevenfold hoje?

 

Logo na entrada fomos surpreendidos por dois fotógrafos que assim que nos virão, trataram de disparar os flashes. Eu devo ter saído com cara de lerda em todas as fotos.

 

Mamãe não implicou de ficarmos no mesmo quarto. Nos instalamos e menos de 30 minutos Gabriel bateu na porta quando estava pegando no sono.Nem tinha trocado de roupa.Brian quem abriu.

 

-Nem durma. -Ele se jogou ao meu lado na cama. -Temos que ir ao campus da NYU. Ricky e Will já ligaram pra saber se chegamos.

 

-Odeio você sabia?

 

-Mentira, você me ama.

Dei uma tapa em seu braço, depois beijei sua bochecha como desculpa e levantei direto para o banho.

 

-Sai do banho e você não tava no quarto.

 

Dei um selinho em Brian no meio do saguão do hotel. Depois de ver os olhares sobre nós, me arrependi disso.

 

-Vim trocar de quarto. Quando voltarmos, estaremos em uma suíte.

 

-Brian!

 

-O quê?Tenho regalias minha querida. Nem se preocupe, eles não vão pagar nada a mais. Apenas juntei o valor de dois quartos Vips, o meu e o seu, e aluguei uma suíte.

 

-Ok. Estamos indo ao campus da Universidade de Nova Iorque encontrar os rapazes para as fotos ok?!Chego aqui antes das 20h00min, me arrumo e vou com Gaby para o salão eventos tá?

 

-Tudo bem, faremos isso tudo.

 

-Faremos?

 

-É. -Ele segurou em meu braço. -Vou com vocês.

 

Agora que ferrou tudo. Como é que vai ser passar uma tarde inteira com Brian encarando o Ricardo e tendo que me ver tirar fotos sorridentes com ele?

 

...

 

-Aqui é lindo Will. Parece que estou no século 20.

 

O prédio da Law School da NYU parecia uma casa antiga. Lindo e muito bem conservado. Tudo era de madeira antiga, dos moveis até a parede. De certa forma, nesse quesito, era parecido com o prédio da Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Califórnia.

 

Troquei de roupa colocando o mesmo vestido que tirei minha foto individual na CSU. Ricardo e Willian usavam roupa escura, mas com alguma peça que tivesse uma cor similar a do meu vestido cor de cobre.

 

-Isso ai. Agora, vocês dois. Se aproximem um pouco mais.

 

Prontamente Ricardo atendeu ao pedido do fotografo e se aproximou mais de mim. Estava constrangedor ver a cara de Brian cada vez que ele encostava um centímetro ou quando o fotografo pedia poses mais intimas. Como abraçando, segurando a mão.

-Estamos quase acabando. Para finalizar. Willian e Ricardo um em cada lado da Karen, por favor.

 

Will foi para o meu lado direito e Ricky continuou onde estava, do meu lado esquerdo.

 

-Agora Karen segure a mão dos dois. -Fiz o pedido. -Isso, agora, sorria para mim.

 

 Começamos com sorrisos tímidos e logo estávamos rindo espontaneamente. Graças a DEUS o “ensaio” acabou sem ninguém sair ferido ou morto.

 

-Acho que alguma dessas da pose final. Ficou mais..não sei.Indica união.E é um bom símbolo pra nossa turma.Fora que nós três largamos tudo e tivemos a oportunidade de realizar um sonho de muito de nossos colegas.De mãos dadas,simbolicamente.

 

Os rapazes concordaram comigo e escolhemos a foto que seria do nosso subgrupo. Tiramos cada um à foto com beca que seria montada na foto geral de todos com a mesma roupa e estávamos liberados.

 

 

-Como faremos seu pagamento Blaine?

 

-Vocês não precisam se preocupar com isso. Julio é meu amigo e pediu um favor. Está tudo bem. Foi um prazer fotografar vocês. E por falar nisso. -Ele tirou a carteira do bolso e tirou um cartão de lá.- Aqui esta meu contato,se você algum dia pensar em ser modelo ,me ligue.Vou adorar fazer um book seu.Você é realmente linda.

 

-Oh!Obrigada Blaine. -Sorri sem jeito. -Pode deixar,vou guardar com carinho.

 

...

 

-Não sabia que Julio tinha feito isso. Achei que teríamos que pagar por fora para tirar as fotos.

 

-Ele mesmo quem deu a ideia para que vocês não ficassem sem aparecer no convite. Sem isso, não íamos ter como esperar vocês chegarem.

 

Eu e Gabriel fizemos o caminho de volta para o hotel conversando sobre a tarde e as novidades dos meninos. Willian já tinha feito seu julgamento simulado e tinha sido um sucesso. O de Ricardo seria amanhã, por isso ele não aceitou o convite para ir ao lançamento hoje à noite.

 

Depois pensei que eu, na euforia,ter convidado ele também para ir pode ser o motivo de Brian está fumando dentro do carro e calado.Mas como ia convidar só o Will na frente dele sem ser grosseira?

 

...

 

-Pena que Rei já foi embora. Queria vê-lo novamente.

 

Tentava puxar assunto com Brian enquanto penteava o cabelo. Ele continuou calçando os sapatos, mudo. Eu continuei me arrumando engolindo a agonia que o silêncio dele me causava.

 

-Pronta?-Parou em pé na porta.

 

-Sim, só preciso colocar a roupa do show em uma bolsa e vamos.

 

-Para quê outra roupa?

 

-Não vou me apresentar com vocês usando esse vestido.

 

-É vermelho e é bonito.

 

-É inapropriado Brian.

 

Ele deu de ombros e continuou calado enquanto eu guardava uma meia calça desfiada, uma blusa do A7X branca e um coturno da mesma cor. Sem contar a minha câmera fotográfica que quase não dá dentro dela.

 

Todos já tinham ido na frente, por isso, nós dois iríamos sozinho no carro particular. Levaríamos 20 minutos para chegar ao local da festa de lançamento, isso se o trafego da 15th e 16th Street não atrapalhasse nossos planos. O evento seria no Irving Plaza New York.

 

-Bri?

 

-Hum?

 

-Você pode olhar pra mim?Podemos conversar?

 

Ele se ajeitou no banco e virou ficando de frente para mim. Cruzando os braços na altura do peito.

 

-Por que o silêncio?É por causa do Ricardo de novo?

 

-Você já deu indício de que pretende virar amiga dele outra vez. Eu só estou tentando aprender a me controlar com a proximidade de vocês, só isso.

 

-Por que não me disse isso antes?

 

-Por que não quero brigar com você, só por isso.

 

Respirei fundo e pensei bem no que responder.

 

-Bri. Ricky sempre foi um dos meus melhores amigos, acima de tudo. Eu sinto falta da amizade dele, sempre senti. Só que a raiva por ele ter me traído era maior que essa falta. Agora que não vejo motivos para guardar essa magoa, a falta fica maior.

 

Ele fez cara feia, mas não contestou nada do que disse.

 

-Eu realmente quero retomar nossa amizade. Mas será aos poucos. É estranho para mim também.

 

-Devo me preocupar com isso?

 

-Claro que não baby. -Me aproximei dele, pousando a mão em sua coxa. -Eu amo você, só quero estar com você. Nem ele, nem ninguém são ameaça contra isso.

 

Ele pareceu mais tranquilo. Selou nossos lábios rapidamente e me abraçou, e assim seguimos pelo resto do caminho.

 

 

-Está muito cheio. -Me assustei com a multidão na entrada da festa.

 

- Também não imaginei que ia ter tanta gente na porta.

 

Brian pediu para o motorista quê estacionasse bem na frente do tapete vermelho que dava acesso à entrada da festa.

 

-Pode deixar sua bolsa aqui. Alguém da produção vem buscar minha mochila e leva ela junto.

Coloquei a bolsa de volta no lugar, ao lado das coisas dele. Assim que o segurança da festa abriu a porta um clarão de flashes foi disparado.

 

-Vamos?

 

Acenei com a cabeça e Brian saiu do carro primeiro. A gritaria foi tão grande que me paralisou no lugar. Foi o tempo de ele dar a volta no carro e surgir na minha porta.

 

-O que houve?

 

-Calma, me deixa criar coragem.

 

Respirei fundo uma, duas, três vezes. Afirmei com a cabeça que estava pronta e ele estendeu a mão. Ao colocar os pés para fora e sair, o dobro de flashes foi disparado contra mim. A falta de costume me deixou ceguinha com tanta luz.

 

-Seja natural, sorria se quiser. Mas ande normal.

 

Brian ia me dando conselhos de como agir e eu queria sai correndo de tanta vergonha. Segurava firme em seu braço e mal olhava para os lados, andava quase de cabeça baixa.

 

Chegamos perto da porta de entrada e todos estavam lá tirando fotos coletivas. Matt e Valary estavam com mamãe que parecia animada com tudo aquilo.

 

-Hey Synyster!

 

Olhamos para ver o fotografo que o chamava.

 

-Podemos tirar uma foto da sua acompanhante?

 

Brian sorriu e me olhou antes de responder.

 

-Pergunte a ela. -Ele continuou sorrindo faceiro

 

-Hey Karen, um sorriso pra mim. –Um fotografo mais ao lado gritou.

 

-Karen só uma foto. -Acho que esse fotografo devia está atrás de nós.

 

Brian se afastou calmamente e me deixou ser fotografada por todos. Eu olhava para ele com cara de “o que devo fazer”.

 

-Apenas sorria.

Li em seus lábios e fiz o que sugeriu.

 

-OK, rapazes. Já chega por hoje. - Me abraçou e saiu me arrastando pelo tapete.

 

...

 

-Quais são as músicas?

 

Matt e Zacky repassavam a lista de músicas que tinham selecionado. Como não tiveram tempo nem paciência para ensaiar, não escolheram muitas.

 

-Pera-. Matt pegou o tablet na mão de Val. -Além de “Carry On” obvio, temos Nightmare, Beast and the Harlot, Unholy Confessions e Almost Easy.

 

-Gente. -Me aproximei dos dois. -Eu só vou fazer o backvocal de Carry On né?

 

-Dessa vez é sweet. Desculpe-me por isso. Mas como não tivemos a oportunidade de ensaiar com você as outras músicas é meio arriscado. Se dê alguma merda, nós saberemos concertar por que já temos anos juntos. Ficamos te devendo essa.

 

Matt me abraçou de lado, depositando um beijo no topo da minha cabeça.

 

-Devendo?Você é louco Hero?Que banda faria a loucura de colocar uma amadora pra cantar com eles em um evento como esse?Nenhuma.

 

-Ok galera, estão prontos?

 

Jason surgiu sorridente no camarim e piscou para mim. Como não era um show de fato, apenas ele, Valary e Dan tinham vindo como produção.

 

-Tudo bem Luna Linda?

 

-Não Jay. Estou uma pilha.

 

-Vem aqui. -Me puxou para um abraço. -Vai dá tudo certo ok?!Você é foda mocinha!

 

Os rapazes fizeram seu ritual de oração, beber água, se sacudi e de levar tapas na bunda do Jason. Eu apenas rezei internamente para que tudo desse certo.

 

As luzes do palco estavam apagadas. O microfone que eu usaria estava posicionado mais atrás, perto da bateria de Arin. Menos mal, pelo menos não estaria logo na frente.

 

Os rapazes foram entrando e assumindo um por um seus lugares. A ideia é de que as luzes fossem acesas assim que começasse a introdução da música.

 

-Boa sorte meu amor.

 

No nervoso nem reparei que Brian ainda não tinha passado por mim. Assustando-me com suas palavras e o beijo em minha nuca. Em passos pesados como  chumbo fui até o microfone e respirei fundo.

 

-Que Deus me ajude!

 

 

POV’S GABRIEL

 

A introdução da música começou e as luzes foram acesas. Por mais que tivesse esses cinco dias convivendo com eles, ainda era estranho vê-los de tão perto. Mas com eles no palco, eu virava tiete outra vez.

 

Mas minha atenção maior hoje era para a Karen. Quem acreditaria a um tempo atrás se eu dissesse que minha melhor amiga, minha companheira de banda estava agora fazendo vocal de apoio da nossa banda preferida no mundo inteiro?

 

-Ricardo, Junior e Lucas tinham que está aqui para ver isso.

 

Falei com a mama Lena que estava tão animada com a música que nem prestou atenção com certeza.

 

Já sabia que Karen tinha gravado o “coral” do refrão com eles graças ao vídeo promocional do concurso. Onde passa um trecho deles no estúdio.

Mas vê-la cantando ao vivo com eles era emocionante demais. Ainda bem que Jason estava com câmera dela registrando tudo,eu tremia demais.

 

Matt deixou que Karen fizesse a notal final do segundo refrão.

 

No bended knee, no mockery

Somehow we still carry ooooon

 

 

Ela terminou a nota sorrindo abobalhada para ele, que bateu em sua mão. A harmonia vocal deles era incrível, Karen não fazia feio no meio deles. Parecia parte deles, essa é a melhor formar de definir.

 

Eles terminaram a música e ninguém ali gritava mais do que eu e mama Lena. Karen saiu de fininho do palco. Não sem antes ser apresentada por Matt ao publico como uma jovem e promissora cantora que tinha sido convidada por eles e feito parte da gravação da música. E sem antes receber um beijo caloroso do Brian, que eles acham que ninguém viu. Mas eu vi.

 

POV’S KAREN

 

Sai do palco morta de vergonha e com receio por Brian ter me beijado antes de eu sair. Mas como foi bem atrás da bateria, creio que ninguém viu.

 

-Não falei que você ia arrasar. - Jason me carregou do chão me apertando.

 

-Você achou mesmo Jay?-Fui colocada no chão. -Fiquei tão nervosa. Vou matar o Hero depois. Como ele me dá uma nota dessas assim, de ultima hora?

 

-Foi ótimo. Estava bem lá na frente, e você não ficou por baixo. Parecia parte da banda.

 

Meus olhos lagrimejaram ao ouvir suas palavras. Motivo para ele me abraçar novamente.

 

-Tome sua câmera. Vou voltar para frente do palco.

 

-Me espera trocar de roupa?Vou com você.

 

Curtimos o “micro show” bem na primeira fila. Mesmo com os empurrões e gritos histéricos das fãs que tinha conseguido ingressos que foram sorteados online.

 

-Ok. -Matt deu mais um gole na garrafa de água. -Vocês já tiveram a oportunidade de presenciar um dos muitos talentos da jovem Karen Lopes. Que com muito orgulho é mais uma talentosa e dedicada fã do Avenged Sevenfold.

 

Começaram a gritar e eu fui ficando vermelha. Olhei para Brian que ria da minha cara. Mostrei o dedo do meio pra ele que soletrou  “eu. te. amo” para mim como reposta.

 

-E seguindo essa linha, queremos convidar aqui outro fã e amigo especial para compartilhar dessa música conosco. Recebam o grande Gabriel Liz.

 

Almost Easy –Avenged Sevenfold

 

 

Em um susto comecei a gritar e bater palmas pela surpresa. Olhei para Gabriel que estava congelado no lugar.

 

-Você quem fez isso né Karen?

 

-Claro que não. Você e o Brian não passaram a tarde de ontem tocando em casa?Pois bem, ele viu que você é foda e resolveu te dar essa oportunidade.

 

Comecei a empurrar o coitado que ainda não acreditava no que estava acontecendo. Com ajuda de Jason e uma mãozinha do Brian, ele subiu no palco.

 

 

Como Gabriel é guitarrista base,Zacky fez as honras e entregou sua guitarra a ele.A carinha de menino dele quando viu o Baker estender a guitarra em sua direção era muito fofa.Bati altas fotos desse momento.

 

Eles começaram a tocar Almost Easy e a galera foi ao deliro. Eu também ,claro. Não sabia se cantava, gritava ou fotografava.

 

-É meu amigo. É meu amigo.

Eu gritava que nem uma doida e Gaby ria de cima do palco. Assim como Brian e todos que estavam perto de mim.

 

Gabriel estava radiante. Se subiu tímido, em minutos ele já tinha se tornado seguro. Do nada comecei a chorar de felicidade com a cena. Ele tava realizando um sonho, que assim como o meu, para nós pareceu impossível um dia.

 

 A música acabou e Matt fazia sinal para que todo mundo aplaudisse ainda mais o desempenho de Gabriel. Deixando-me mais emocionada e orgulhosa dele.

 

A parte do show terminou e a festa de lançamento de fato, começou. Um DJ animava em uma parte do salão e na outra, vários computadores e monitores estavam disponíveis para quem quisesse experimentar o jogo.

 

Preciso dizer que os rapazes se esbaldaram?Até mamãe com a ajuda de Matt se meteu a jogar. Depois que conheceu a todos, fico muito mais fácil para ela se sentir a vontade. Com o amor e a amizade que exala deles é quase impossível não se sentir em casa.

 

Tudo estava bem até ouvi um comentário de Gabriel para Brian. Os dois estavam atrás de mim.

 

-Agora meu amigo. Teremos uma nova cena de MMA ao vivo.

 

-Como assim Gabriel?

 

-Só digo uma coisa. Segure a Karen.

 

Virei de uma só vez, assustando os dois.

 

-Me segurar por que Gabriel?

 

-Por aquilo.

 

Ele apontou para frente com o queixo e quando virei quase cai para trás.Andy entrava com um vestido que mais parecia uma camisa de tão curto.E para piorar,a acompanhante dela era nada mesmo do...

 

-Elena?O que Andy e Elena estão fazendo juntas?

 

Tudo bem que a vaca da Elena era uma aspirante a modelo, daquelas bem furreca que nunca consegui nenhum trabalho que preste. Deve ser pela burrice, motivo dela já está a quase dois anos atrasada em se formar na faculdade.

 

-Olá Brian. Karen.

 

-Ta falando comigo por quê?E ta sorrindo?Quê perder todos os dentes lindinha?

 

Brian deu a volta e parou a minha frente, me impedindo de avançar em Andy.

 

-Oi Karen. Quanto tempo não?!

 

-Me poupe da sua cordialidade Elena. O que faz aqui?

 

-Simples, eu sou acompanhante da Andy. Não vê?

 

- De onde se conhecem?

Brian estava completamente rígido, a respiração descompassada. Arriscaria dizer que ele estava nervoso.

 

-Somos primas.

 

-PRIMAS?

 

Nós dois gritamos ao mesmo tempo, junto com uma terceira voz atrás de mim. Era Jason, tão tenso quanto Brian.

 

-Surpreso em me ver Berry?

 

Quase empurro Brian e pulo na vadia da Elena assim que ela se dirigiu a Jason. Que não respondeu nada, apenas trancou ainda mais o maxilar. Sabia que ela conhecia o Jay de festas que ele frequentava na CSU, mas isso não dá o direito dessa intimidade e insinuação.

 

-Acho melhor irmos.

 

Brian nem esperou minha resposta, saiu me arrastando pela mão. Olhei para trás enquanto era afastada dos três e vi Jason dizer alguma coisa a Elena, com uma cara muito irritada por sinal.

 

-O que foi isso Brian?

 

Ele já estava praticamente me colocando dentro do carro particular.

 

-Entra Karen, por favor.

 

Sentei no banco de trás, emburrando a cara e cruzando os braços esperando ele dá a volta e entrar também.

 

-Só quis evitar outra briga. Já pensou?Sua mãe dando outro sermão que nem aquele?Depois de toda evolução que tivemos com ela nos últimos dias?

 

Ele tinha razão. Só por isso relaxei e fui tranquila de volta para o hotel. Chegando lá, meu caminho foi banho e dormir. Estava exausta.

 

 

QUINTA-FEIRA

Eu e Gabriel acordamos bem cedo para irmos assistir o julgamento simulado de Ricardo, que se deu muito bem por sinal. Só confirmando minha certeza de que ele deveria voltar a cogitar a ideia de ser juiz.

 

-Muito obrigado por virem.

 

Não aguentei a emoção e acabei abraçando ele, o primeiro abraço em meses. Ele pareceu sem jeito no começo, mas depois retribuiu o carinho.

 

-Estou orgulhosa demais de você Ricky. Parabéns.

 

-Obrigado Ká. Você não tem ideia do quanto isso saindo da sua boca é...importante demais.Obrigado mesmo.

 

Ao me afastar de Ricardo ainda sorrindo, dei de cara com um Brian emburrado parado na porta da sala. Não sabia que ele viria me buscar.

 

-Parabéns Ricardo.

 

Brian se aproximou e educadamente estendeu a mão para ele, que apertou com a mesma cordialidade. Pelo menos isso.

 

Despedimos-nos dos rapazes. Eu chorando mais que outra coisa, e seguimos para o hotel. Onde todos já nos aguardavam de malas prontas.

 

 

SEXTA-FEIRA.

Passei a noite no quarto de mamãe. Chorei ontem durante o jantar assim que lembrei que hoje ela e Gabriel iriam embora. Mas não sem antes me fazerem experimentar o vestido de madrinha do casamento do Luke e da Line.

 

-E ai Mãe?Acha que precisa de ajuste?

 

-Não, acho que está justinho em você. Esta ótimo.

 

-Reinaldo conhece bem meu gosto, eu amei.

 

 

Observei mamãe terminando de arrumar as coisas para viagem e me deu outro aperto no coração. Imaginando que em algumas semanas seria a minha vez de voltar para o Brasil.

 

-Se cuide, coma direito. Durma bem hein Karen?Nada de excesso de bebida ou comida gordurosa.

 

-Sim mama, a senhora me diz isso sempre. Eu já sei.

 

Nós duas já estavam as lagrimas.Segurei o choro quando mamãe se despediu de Michelle que preferiu ficar em casa.Mas agora?Seria impossível me conter.

 

-Cuide dela filho. Cuide da minha menina.

 

Foi a primeira vez que mamãe abraçou Brian. E isso só me fez chorar ainda mais. Era um abraço carinhoso, acolhedor, de mãe. Da minha mãe. Ela finalmente tinha aceitado ele?

 

-Vou cuidar senhora.

 

-É Lena. Ou mama Lena como todas as minhas filhas e filhos postiços me chamam.

 

Brian sorriu de felicidade, assim como eu. Sim, ela finalmente tinha aceitado ele.

 

-Você deixe de ser desnaturada e me ligue viu?Sua burra.

 

Pulei em Gabriel e prendi minhas pernas em sua barriga. Chorando que nem idiota, nem tava ai para as caras nos olhando no aeroporto.

 

- Diga a sua mãe que continuo rezando por ela tá?E me tire uma foto dela com as perucas que to mandando.

 

-Pode deixar. Ela vai chegar causando na sala de quimioterapia.

 

-Eu te amo irmão.

 

-Eu te amo Irmã. -Ele me colocou no chão e pouso as mãos em minhas bochechas. -Se cuide e até breve. Conte logo da viagem ao Brian ok?!

 

Afirmei com a cabeça e ele beijou minha testa. Indo cumprimentar Brian com um abraço apertado e vários tapas fortes nas costas. Uma coisa meio homem das cavernas, mas fofo.

 

Acenava para os dois que passavam pelo portão de embarque com Brian me abraçando de lado e segurando em minha mão.

 

 

-Te amo mãe.

Ela ouviu meu grito e desenhou um coração no ar.

...

-Acho que no final ficou tudo bem.

 

Caminhávamos de mãos dadas pelo estacionamento do aeroporto.

 

-Sim, deu tudo certo. Mamãe já ti aceitou, agora você pode respirar aliviado. Agora, ela não aceita devolução hein?

 

-E quem disse que quero te devolver?

 

O beijo de Brian me fez esquecer tudo. Onde estávamos quem poderia nos ver, se alguma foto ia ser tirada. E acima de tudo, por segundos, esqueci-me das novidades nada esperançosas que tinha que contar para ele em breve.

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


PS2:Quem lê second?Atualizo lá em breve tb tá?!
https://www.facebook.com/FanficSecondHeartbeatByKarineRodrigues?fref=ts

Fiquem de olho na pagina da TNFAS para verem as fotos tá? https://www.facebook.com/TheNewFamilyAvengedSevenfoldByKarineRodrigues?fref=ts

Manifesto aqui minhas orações pelas vitimas e pela famílias envolvidas na tragedia em Santa Maria:(


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