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História The New Selection - Chapter XXI


Escrita por: fuckedbyDemi

Notas do Autor


Olha só quem resolveu dar o ar da graça?!

Capítulo 22 - Chapter XXI


Fanfic / Fanfiction The New Selection - Chapter XXI

Summer Evining P. O. V

Meus olhos abriam preguiçosamente, a luz do dia espreitava pelos vãos deixado pela cortina, as lembranças da noite anterior carinhosamente se faziam presente. Após tudo aquilo ter acontecido, de toda aquela sensação ter se pacificado, Justin deitou-se ao meu lado enquanto acariciava meu braço e conversávamos sobre todo o caminho que haviamos percorrido, todos os desentendimentos e principalmente as conciliações. Contou sobre como estava se sentindo em relação aos sentimentos de Ryan para com Audrey, após o seu surto de ciúmes jurou de pés juntos que não possuia sentimento algum por qualquer outra selecionada além de mim, claro. 

Afirmou que ficou extremamente irritado com o fato do seu melhor amigo ter escondido algo de tamanha importância, principalmente agora que iriam conceber um filho. Após toda essa conversa e até mesmo de tirar um cochilo fui acordada com leves beijos distribuídos por meu rosto. Era uma pequena prévia de como seria a nossa vida.

- Bom dia!  - desejo a Jenny que já estava em sua posição - O dia está lindo - me espreguiço, logo após jogando o edredom para o lado.

- Bom dia, Summer! - respondeu-me com seu típico sorriso acolhedor - Seu café da manhã foi servido na varanda, achei que gostaria de aproveitar o dia ensolarado depois de tanta confusão.

- Oh, você não sabe como - saltito até as portas de vidro que davam acesso a varanda, a brisa leve da manhã me cumprimentava brandamente.

Me sento a mesa enquanto analiso por onde começar, já fazia um bom tempo que estava morando no castelo mas jamais me acostumaria com os pequenos detalhes como; A comida, era tanta que eu podia me perder, Jenny todas as manhãs até o final do dia ao meu dispor. Por fim, opto pelo básico suco de laranja acompanhado de torradas.

- Suas aulas com Ruby iram voltar, precisa estar no salão as nove.

- Tudo bem, estou curiosa para saber como será.

- Após a aula, a elite terá que dar uma entrevista ao Jornal Oficial - Jen se mantinha ereta próxima a porta, enquanto parecia vasculhar a mente em busca de mais um lembrete - Ahh, hoje terá um baile feito as pressas para receber a família real de Honoris, parecem ter um assunto importante a ser resolvido. - meu sangue congela, o coração não sabe se salta pela boca ou se fica ali, parado, sem reação - As famílias das selecionadas serão chamadas também, visto que é importante o apoio deles para a reta final.

Com a última informação meu coração voltou a bater calmamente com ternura, eu finalmente iria ver meus avós, eu nem conseguia lembrar a última vez que os vi, talvez na plateia durante os programas matinais, mas já fazia pra lá de meses que eu não os abraçava ou tinha uma daquelas conversas reconfortantes com o meu avô.

- Então o dia será longo - penso comigo mesma, enquanto beberico o suco.


As aulas estavam mais intensas e com assuntos mais decisivos, como uma proposta de trocas, uma ameaça de guerra ou até mesmo um atentado contra a família real; como nós, futura mulher do príncipe, que consequentemente será o próximo rei, iriamos agir diante de todas essas cenas. Por de trás das ações do rei, sempre há uma rainha, não tenha dúvidas disso, dai é que vem a necessidade de eleger logo uma mulher para o príncipe e de toda essa seleção, para que fique a melhor, a que pense no bem estar de todos e que esteja disposta a se doar pelo bem do reino.

- Devemos agir com calma, visto que entrar em pânico não resolveria nada, só pioraria a situação. Por isso, é necessário pensar com cautela mas com agilidade já que varias vidas estão em jogo só esperando o veredito ser dado. - respondo quando Ruby nota minha mão levantada - A guerra nunca é a resposta, muito menos a solução para algum problema. Devemos evita-lá o máximo para o bem de todos.

Era uma resposta óbvia, qualquer um teria respondido, mas não seria qualquer um que as colocaria em prática. Após aquele atentado minha percepções sobre a vida mudaram completamente, até hoje não conseguia explicar como consegui ocupar toda aquela calma e empunhar a coragem em busca dos perdidos. Talvez eu fosse mais louca do que corajosa.

- Isso mesmo, parabéns senhorita Evining - um breve sorriso percorreu seu rosto liso.

A aula já estava chegando ao seu fim, estavamos sendo instruídas de como funcionária o baile de hoje e que seria algo mais aberto ao público, para que todos tivessem acesso para a futura princesa de Auradon. E que, como já dito por Jenny, daqui a alguns minutos teríamos uma entrevista individual e coletiva.

Tome cuidado no que vai falar. Meu cérebro me mandava mensagens de precaução, já que ficava nervosa diante as câmeras e acabava falando o que não devia.

- Estão dispensadas, por enquanto. - Ruby deu as costas e se retirou do salão.

- Não acredito que chegamos a final - Mel tinha as mãos nas laterais do rosto - Quer dizer, agora é real, uma de nós será a escolhida.

- Eu sei - Wendy sussurra - Só de pensar me da uma dor de barriga.

- Falar em dor de barriga, Audrey não passou bem né? - Amanda questiona - Já faz alguns dias que ela está assim, estou ficando preocupada.

Abro um sorriso ao constatar que qualquer uma aqui poderia ser a princesa, de fato todas possuíam um coração bom e caridoso.

- Sim, ela não tem passado muito bem - respondo - Mas deve ser por conta do nervosismo, afinal, estamos na reta final.

Ficamos mais alguns minutos conversando, relembrando dos acontecidos durante todo o percurso, lamentamos a morte de Jasmine que apesar de não ser o melhor ser humano, ainda tinha sentimentos e toda uma vida pela frente que foi brutalmente interrompida. Um desejo e arrependimento cresciam dentro de mim na mesma medida, gostaria de ter virado amigas delas muito antes disso, triste pensar que só nos unimos agora no final, mas talvez se essa união tivesse ocorrido antes não teria dado certo.

A porta foi aberta revelando uma pequena parte de Ruby que segurava com a mão esquerda uma prancheta.

- Senhoritas, já estão prontas? - questionou, com o seu tom calmo como sempre - Os repórteres já se posicionaram. Vamos?

Concordamos com um balançar de cabeça, nos limitamos em apenas seguir a mulher de estatura baixa. Como o esperado, a entrevista aconteceria no estúdio onde acontecia o Jornal Oficial, mas não exatamente no mesmo local, era em uma sala ao lado que havia uma bancada com os nossos nomes. Nos sentamos na ordem estabelecida; Wendy, Amanda, eu, Mel e Pepper que não estava presente.

- Senhores e Senhoras, devo me desculpar pela falta de uma selecionada, a mesma não acordou disposta e o médico recomendou repouso absoluto. - Ruby era tipo uma governanta, mulher maravilha, fazia tudo de tudo e mais um pouco. Mas não pense que as coisas eram feitas pela metade.

- Bom dia senhoritas - um homem de meia idade, com alguns fios grisalhos tinha a mão levantada para sinalizar de onde estava vindo a pergunta - Aproveitando a deixa sobre a selecionada Audrey Pepper, é notável que a mesma está afastada de vocês e até mesmo um pouco ausente da seleção, sempre dispersa e alheia aos acontecimentos. Vocês acham que isso se deve ao que? Ela se acha superior e por isso não se mistura? A seleção é uma farsa e o título dela como princesa já esta garantido? Visto que uma aliança entre o bancário e o rei seria ótimo para o desenvolvimento da província.

Já estava pronta para responder, meu sangue bombardeava e se pudesse desceria da bancada e lhe aceitaria um belo de uns tapas para endireitar suas ideias tortas. Mas como Wendy respondeu mais rápido, me limeitei a um rolar de olhos.

- Bom dia, senhor..? - deu uma pausa para que o homem pudesse responder.

- Jung.

- Pois bem, Jung, acho que posso responder essa pergunta por todas - fez uma outra pausa, para nos olhar - Como já dito, Pepper está afastada e um tanto alheia as situações mas isso se deve a sua saúde, coisa que poderia de fato, acontecer com qualquer uma aqui. E posso garantir que ela não se sente superior a ninguém, até memso porque; ninguém é mais que ninguém, somos todos seres humanos. A seleção está longe de ser uma farsa, isso é um insulto aos nossos sentimentos, entramos aqui com o intuito de ganhar o coração do príncipe Drew e com sorte ter a chance de viver um amor verdadeiro que todas nós merecemos. - estava de boca aberta, Wendy sabia exatamente o que falar e como falar, de modo que até mesmo eu me mantive quieta e atenta a suas palavras - A não ser que esteja insinuando que nossos sentimentos sejam falsos, seria muita audácia e falta de respeito sua para conosco. E eu acredito realmente que uma aliança entre o banco e o reino seria de extrema ajuda, não precisa ser muito inteligente para isso, mas é errôneo da sua parte associar amor com troca, não é assim que funciona. Se por um acaso Pepper for a escolhida, pode ter a certeza que a escolha foi feita por afinidade e até mesmo por amor.

A minha vontade era de abraça-la até explodir.

- Como assim ninguém é mais ninguém? - dessa vez era uma mulher que se escondia atrás de um grande óculos - Isso poderia facilmente ser considerado como uma insulta ao rei e rainha, até mesmo o príncipe que vocês tanto dizem gostar.

- Wendy já explicou o seu ponto de vista, acho que ficou bem claro para qualquer um que saiba um pouco te interpretação. - Amanda a respondeu enfática. - Todos aqui são seres humanos, dignos de amor e respeito, acontece é que uns possuem títulos mais importantes que outros. Mas isso não desmerece um morador de rua, ele é tão merecedor de respeito quanto a realeza, por exemplo.

- E como podem ter certeza que o que sentem pelo príncipe é amor e não uma vontade incumbida de ter poder? - não consegui ver quem havia perguntado, mas decidi responder, já que desse assunto eu sabia.

- Não há como confundir interesse com amor, são dois sentimentos totalmente diferentes e divergentes, como a água e o óleo ambos não se misturam. Não dá para amar alguém tendo interesse em algo, ou amar alguém porque aquela pessoa tem tal coisa. Amar é exatamente o contrário, muitas vezes é saber que a pessoa não tem nada para te ofertar em relação a bens materiais, mas ter o mundo dentro do coração só esperando para você, é ver um brilho que somente ela tem. Amar é ser capaz de trocar o seu bem estar só pelo da pessoa, porque se ela está bem, você está ótimo. Tudo gira em torno da pessoa amada, da pessoa e não dos seus pertences. - podia sentir o sorriso bobo em meu rosto, mas era impossível falar de amor e não associar a Justin e somente ele tinha o poder de me deixar assim, a sua mercê.

- O que farão caso não seja a escolhida? - a ruiva de olhar fatal mantinha a caneta suspensa nos lábios. 

- Ficaremos felizes pela que foi escolhida, desde que entramos aqui sabiamos que tínhamos chances de ser escolhida ou descartada ao decorrer. Então, acredito eu, que todas estejam felizes só pelo fato de termos chegado a grande final. Somos a elite. - Mel tinha um jeito delicado e meigo, impossível não se hipnotizar com sua beleza angelical.

Sorri satisfeita, me sentia um pouco traidora já que vez ou outra Justin fazia as confissões de quem escolheria, várias juras de amor, mas era bom saber que se eu realmente for a escolhida elas estarão lá por mim, felizes.

- Agora, referente ao atentado. Como foi estar no meio do conflito? Vocês já haviam passado por situação parecida? O que fizeram para se acalmar? Como lidam com esse trauma?

Não me detive aos detalhes, odiava lembrar daquele dia e das semanas incansáveis que se passaram depois. Tudo remetia a Justin internado entre a vida e a morte, apenas um fio de esperança nos ligava e lembrar disso ainda maltratava meu coração que não havia se recuperado por completo. Mas eles eram como urubus rondando a presa esperando ansiosamente sua morte, pois logo que viram minha expressão mudar começaram a fazer questões direcionadas a mim sobre o atentado, já podia sentir o ar fazer falta em meus pulmões, a visão se fechando e cada vez mais turva; tudo a minha volta girava, eu iria desmaiar a qualquer momento.

- Venha querida - Ruby rapidamente interferiu, me puxando pelo braço calmamente enquanto envolvia o outro em minhas costas me ajudando a ficar de pé.

Os flahs me segavam e retardavam ainda mais meus sentidos, já havia assumido o modo automático onde não sabia o que e o porquê das coisas, apenas seguia instruções. Escutava meu nome ao longe, enquanto mãos passavam a minha frente, mas tudo era de forma lenta, meu corpo estava pendendo para os lados, não conseguia retomar as rédias do meu corpo.

Não conseguia assimilar nada a minha volta, ouvia palavras desconexas que tornava impossível formar frases com sentido. A falta de ar se assentuava a cada segundo, o que eu temia se aproximava, o desespero batia em minha porta; eu precisava respirar mas havia esquecido como o fazia.

-... Summer.. - os olhos castanhos estavam a minha frente, sua boca mexia, parecia estar pronunciando meu nome - Amor, respira - eu não sabia se de fato era real, ou apenas minha imaginação indo ao delírio - Por favor, me escuta, Summer!

Com todo o esforço tento me concentrar em sua feição, miragem ou não, continuava sendo ele

- Inspira - instruia, mostrando o ato de sugar o ar lentamente aos poucos fui o seguindo - Respira - o ar era solto da mesma forma que foi preso; lentamente.

Fui fazendo o que me era instruído e aos poucos meus sentindos foram voltando, sentia as mãos de Justin segurar as minhas firmemente, os sons a minha volta também haviam voltado.

- Isso meu solzinho, respire calmamente - me instruia, era notável até para mim sua preocupação, seu olhar transmitia facilmente suas emoções e pensamentos - O que aconteceu? - perguntou carinhosamente, prendendo um fio solto de cabelo atrás da minha orelha.

- E-eu n-não sei - minha voz estava baixa e entreentrecortada.

- Ela teve um ataque de pânico - não havia percebido a presença de Ruby até a mesma se pronunciar - Reação totalmente compreensiva.

- Tá, mas alguém não entra em estado de pânico atoa. O que fizeram para ela ficar nesse estado?! - agora ele havia recuperado sua pose do príncipe de Audadon, sua voz era grossa e firme.

- Perguntaram sobre o atentado, como elas se sentiram e o que fazem perante o trauma. - explicou seriamente - Mas já encerrei a entrevista coletiva, agora será a pessoal.

Um nódulo estava preso em minha garganta.

- Da qual a senhorita Evining não participará - suas palavras eram secas e diretas - Não está em estado para responder perguntas indecentes, não posso deixar que façam mal as selecionadas.

Suas mãos se mantinham entrelaçadas a minha, as precionando quando usou o termo "selecionadas". Eu ainda não estava totalmente recuperada, mas já conseguia entender o que se passava ali, de fato eu não estava pronta para mais uma entrevista, só Deus sabe como iria reagir a outra pergunta sobre o incidente.

- Agora irei levá-la para espairecer. - segurou-me pela cintura puxando para cima, minhas pernas estavam bambas dificultando meus passos - Vamos ir com calma, você precisa se recupar.

Concordo com a cabeça, dando um passo de cada vez até recobrar a confiança. Já estavamos a dez passos quando Ruby nos interrompeu.

- Mas vossa alteza, e o seus compromissos? Ainda há alguns detalhes sobre o baile e a chegada do rei de Honoris.

- Desde que entrei nessa seleção minha prioridade é o bem estar delas - me puxou para o seu lado, colando ainda mais meu corpo ao seu - Referente aos meus compromissos pode cancelar os de agora, e os preparativos da recepção e o baile deverão ser tratados com a rainha. - respondeu cordialmente voltando a andar.

Estava alheia em meus pensamentos, olhando fixamente para o balançar da barra do vestido turquesa, ainda teria o baile, torcia para que melhorasse e estivesse apita para aproveita-lo.

- Precisamos ir a ala médica - paro abruptamente, não queria voltar lá - Aconteceu algo?

- Eu não quero ir lá - estava atônita só com a possibilidade - Por favor, eu já estou melhor. Só me leve para o meu quarto, nada que um bom sono não resolva.

- Certeza? - seus olhos vasculhavam qualquer resquício de mentira.

Me limito apenas a um balançar de cabeça, que logo após encosto em seu ombro e o deixo comandar meus passos, gostava da sensação do seu corpo quente ao meu, parecia que só aquilo já bastava para resolver os meus problemas.

- Chegamos - avisou, alisando meu braço preguiçosamente.

- Hum.. - resmungo, não queria deixá-lo, mas precisava do descanso para estar bem a noite. - Vou entrar.

- Fica bem, tá? - deposita um beijo demorado sobre minha testa.

Enlaço o seu pescoço e o puxo para mim, deslizo a ponta do meu nariz pela extensão sentindo seu cheiro amadeirado.

- Sun.. - sussurrou rouco, apertando minha cintura.

Apoio as mãos em seu ombro  o encarando, aproximo meu rosto do seu lentamente, paro no meio do caminho para que ele faça o resto. Calmamente Justin envolve seus lábios nos meus, iniciando um beijo lento e desejoso, minhas mãos estavam perdidas no emaranhado macio castanho claro enquanto as suas deslizam pelas curvas do meu corpo. Em um ímpeto perco o equilíbrio por conta da tontura que havia voltado, paro o beijo rapidamente colocando as mãos nas laterais da minha cabeça.

- Você precisa descansar, meu amor - abriu a porta do quarto e me ajudou a adentrar, caminhou ao meu lado puxou meu edredom - Vem, sente-se aqui - fiz o que foi pedido, ajoelhou-se a minha frente deslizando o dedo pela pequena parte amostra da minha perna, até finalmente chegar nos saltos pretos que foram arrancados delicadamente - Agora deite-se e tanha bons sonhos - beijou meus olhos para que os fechasse.

Não sabia o momento exato em que ele saiu, já que estava embebida pelo sono.

... 

Sinto dedos finos deslizarem pelo meu braço e meu nome sendo chamado, tentava abrir os olhos mas estavam muito pesados dificultando o processo.

- Summer - era uma voz melodiosa, a conhecia de algum lugar.

- Hm - respondo ainda com os olhos fechados.

- Está na hora de acordar, precisa se arrumar para o baile.

Baile, em um estalo abro os olhos reconhecendo o rosto embaçado, Jenny.

- Que horas são? - olho para a janela, o sol já estava se pondo.

- São seis e meia, o príncipe mandou que eu trouxesse coisas leves para que você coma.

Concordo com a cabeça, a mesma posiciona uma bandeja sobre minhas pernas assim que me sento. Havia algumas frutas e biscoitos, geleia e suco de laranja, eu realmente estava com muita fome já que meu estômago não parava de fazer barulho.


Já havia comido e estava de banho tomado com direito a massagem, manicure e pedicure, tudo que eu precisava. Me sentia outra Summer, totalmente recuperada e disposta.

Minha maquiagem também estava pronta, optei por um sombreado degrade com cores neutras e um delineado marcando meus olhos. Agora Jenny arrumava meu cabelo o deixando semi preso.

- Está animada? - questionou enquanto jogava mexas do meu cabelo de um lado para o outro.

- Sim, adoro bailes - a animação irradiava por cada poro do meu corpo.

- O seu vestido é digno de uma princesa.

- Estou tão curiosa - solto um gritinho involuntário, recebendo a risada de Jen.

Nós mantinhamos a tradição de ter o contato com o vestido minutos antes do baile, adorava as surpresas,  nunca me decepcionava. Com certeza hoje não seria diferente.

- Seu cabelo está pronto - analiso o penteado aprovando o resultado final - Agora vamos para o grand finale.

Nós duas batucamos na madeira da penteadeira como se fosse tambor, a vejo caminhar até o armário e tirar de lá um enorme, bufante e lindo vestido. Ajudou-me a vesti-lo, e de fato, fazia-me sentir uma princesa.

O busto do vestido era um corte coração, adornado por rendas e pedrarias discretas, a cintura era marcada pelo início da saia bufante que sobressaía um tule com os cristais dando a impressão que estava caindo, igual a uma chuva de verão. Era de um tom vermelho carmesim.

- Estava esquecendo uma coisa - volto correndo para a penteadeira - Com toda essa correria não estava usando o meu colar, pode me ajudar a colocá-lo? 

- Claro - responde prontamente pegando o colar com o pingente de uma espada. - Pronto.

- Obrigada - sorrio - Me deseje sorte.

- Boa sorte - segura em minha mão antes que eu possa sair porta a fora - Se divirta muito, você merece.

A abraço rapidamente e saio andando em direção ao salão, era um tanto difícil caminhar com o vestido mas nada que eu não  pudesse aprender durante a noite. Com muita sorte a escada -que é a minha maior rival- não me golpeou, consegui finaliza-la perfeitamente, mas algo me dizia que eu estava atrasada já que não havia nenhuma selecionada para fora.

Aproximo da enorme porta do salão de baile, onde dois guardas estavam em posição um de cada lado, inspiro e respiro lentamente tentando acalmar meu coração que estava ansioso. Adorava baile, mas o último não havia terminado muito bem, já que por fim acabei sendo raptada, afasto a nuvem negra dos meus pensamentos.

Pare com isso, pense no agora e como isso será bom. Penso comigo.

Os guardas estavam abrindo a porta, quando um deles pergunta:

- Qual o seu nome inteiro? 

- Summer Evining - respondo gentilmente.

Ele balança a cabeça e me da espaço para que entre no salão movimentado, esse era diferente, na verdade havia entrado por uma entrada diferente. Ao invés de sair lá embaixo, eu estava em cima, no topo de uma quilométrica escadaria que ao meio se dividia em duas. Um enorme nódulo formava-se em minha garganta, não podia cair na frente de todos, agradecia aos céus por ninguém ter percebido minha presença, nem mesmo Justin que conversava com uns homens mais velhos. Respiro fundo, seguro a saia do vestido com as mãos, ao esticar meu pé para frente pronta para pisar no primeiro degrau meu nome ecooa por todo salão.

- Senhorita Summer Evining - e com isso todos voltam o olhar para a escadaria.

Eu estava prestes a ter uma convulsão, meu coração não conseguia realizar seu trabalho de forma correta. Todos me olhavam, não havia um disperso.

Fecho meus olhos por alguns segundos me acalmando, quando os abro preparada para descer vejo Justin me esperando no último degrau, seu sorriso era enorme e radiante. Desço cada degrau sem quebrar o contato visual, e a escadaria que parecia não ter fim chegou ao final, onde Justin fez uma pequena reverência que foi prontamente respondida por mim.

- Senhorita - pegou minha mão, a levando até sua boca onde depositou um beijo.

- Alteza - flexiono os joelhos e puxo o vestido para o lado, o reverenciando mais uma vez.

- Me daria a honra de sua primeira dança? - seu olhar estava escuro, com um brilho felino.

- Seria um prazer, vossa alteza - brinco, escondendo o sorriso.

Com cuidado Justin enlaça seu braço ao meu e me acompanha até o centro do salão, já havia pessoas dançando, evidenciando ainda mais o meu atraso já que o baile só se dá início quando o homenageado chega, no caso a família de Ryan. Nos posicionamos um de frente para o outro, Justin tinha suas mãos envolta de minha cintura aproximando nossos corpos, uma de minhas mãos estava apoiada em seu ombro enquanto a outra estava suspensa no ar tendo a mão de Justin como apoio. Começamos a nos movimentar de acordo com as batidas lentas da música, nossos olhares estavam perdidos dentro do outro.

- Você está maravilhosamente linda - seu tom era baixo - A flor mais linda e cheirosa do campo.

Antes que eu pudesse responder Justin me girou jogando-me para longe e depois me puxando para os seus braços novamente. Apoio minha cabeça em seu ombro de modo que meu nariz fique encostado em seu pescoço, e mais uma vez inalo seu perfume que me transporta para outro mundo.

- Você está melhor?

- Estou - minha voz saia num sussurro, ainda estava entorpecida pelo seu aroma. 

- Ótimo - deposita rapidamente um beijo em meu pescoço, irradiando extensos arrepios pelo meu corpo, ouço sua risada anasalada devido ao efeito de um beijo casto em meu corpo - A seleção está chegando ao fim, depois de tantos tropeços, desentendimentos, conflitos, amizades, muito amor - me girou novamente, mas dessa vez pegando em minha cintura e me levantando - Está preparada? - me gira novamente.

Agarro-me em seu ombro, suspirando calmamente respondo:

- Se você estiver me esperando no final de tudo, eu sempre estarei pronta. Eu te amo.

E com isso a dança foi finalizada, Justin me cumprimentou assim como fiz a ele, não havia percebido mas todos nos olhavam boquiabertos e alguns cochichavam. Eles estavam acompanhando a nossa dança? Por aqueles minutos de dança eu havia esquecido de todos presentes no salão.

Solto as mãos de Justin sussurrando um "até logo". Estava caminhando até as garotas, mas fui interceptada por um Ryan sorridente.

- Summer, espere - chamou-me - Preciso apresenta-la para os meus pais.

- Seus pais? - pergunto sentindo o nervosismo me tomando aos poucos - Acho melhor não, cade a Pepper? 

- Sim, meus pais - responde calmo - Ela está conversando com eles.

- E como foi apresenta-la para eles? Reagiram bem? Não estão bravos? - estava angustiada pela minha amiga.

- Foi tranquilo, eles ficaram decepcionados já que a seleção é levada muito a sério, então interferir e "roubar" uma participante não é visto como um ato honesto. Mas Justin conversou com eles explicando que não havia ficado bravo, e eles viram como eu amo sua amiga. Então não foi tão difícil.

Respiro em alívio, finalmente Pepper seria feliz como merecia.

- Que bom, fico muito feliz por vocês - o abraço rapidamente - Mas agora preciso ir.

- Nada disso mocinha - enrosca seu braço ao meu - Você irá conhecer meus pais.

Dito isto Ryan me levou -arrastou- até onde seus pais estavam. Ambos conversavam com o rei e a rainha de Auradon, Pepper interagia vez ou outra, era notável seu semblante feliz.

- Pai, mãe - os chamou, obtendo atenção de todos - Desculpe interromper, mas quero apresentar uma pessoa especial e que foi essencial durante a minha estadia por aqui. Inclusive foi ela que me ajudou no atentado. Summer Evining, uma das selecionadas.

- Alteza, majestade - os reverencio.

- Senhorita - o rei balança sua cabeça, com um sorriso acolhedor - Estamos em dívida com a sua bravura.

O rei tinha cabelos castanho, era de estatura alta e olhos verde claro. Era um homem charmoso, suas feições lembravam a de Ryan.

- Oh querida, não sabe como somos gratos a você - a rainha havia envolvido minhas mãos na sua, um choque percorreu meu corpo e o mesmo parece ter acontecido com ela, já que me olhava curiosa. Ela era uma mulher aproximadamente do meu tamanho, longos cabelos dourados, suas feições eram delicadas parecia ter sido feita de porcelana, seus olhos eram de um castanho âmbar.

- Não há necessidade de agradecimentos, fiz isso de coração, Ryan é como um irmão mais velho que nunca tive.

Ficamos ali conversando sobre as peripécias de Ryan quando mais novo, era uma história mais engraçada que a outra. A rainha Sophie não parava de me encarar, me perguntava se aquilo era coisa da minha cabeça, mas a possibilidade foi descartada quando a conversa foi interrompida pela mesma.

- Desculpa, mas de qual província você é? - indagou, analisando-me. 

- De Auradon - respondo cuidadosamente.

- Desde criança? 

- Nasci aqui.

- Hm, entendi - abriu um sorriso pequeno - Gostei do colar.

- Foi uma lembrança que a minha falecida mãe deixou - o seguro por reflexo.

Seus olhos se estreitam ainda mais, aquilo já estava ficando estranho e todos começavam a perceber. Agradeci internamente quando Pepper pediu licença e me puxou para longe dali, me levando para o banheiro. Agora grávida, a cada cinco minutos ela tinha a necessidade de vir ao toalete.

Mas aquele intenso olhar castanho âmbar não saia da minha mente, muito menos suas perguntas inusitadas. O que essa mulher queria?



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