“Sempre se lembre... É apenas um dia ruim, não uma vida ruim. E alguém lá fora sempre se importa.”
~*Por Sakura*~
- Quantos dedos eu tenho aqui? – Disse Ino tampando meu olho esquerdo.
Há alguns anos, um dos meus padrastos me deu um soco tão forte no olho direito que eu enxergava tudo embaçado, dês de então, todas as vezes que nos vemos, ela faz essa espécie de teste comigo para saber se está tudo okay.
- Cinco – Brinquei com ela.
- Ha ha. Quantos dedos levantados eu tenho aqui? – Eu não tenho nem como mentir nessa.
- Não sei – Respondi apenas.
- O que disse?- Seu tom agora era de preocupação.
- Eu não sei quantos dedos você tem levantados – Senti meu coração acelerar.
- Sakura, eles estão bem na sua frente – De preocupação ela passou para desespero – Por favor, me responda.
- Eu não os vejo Ino. Desculpe – Baixei meu olhar, apesar de não ver nada, continuava de olhos abertos. Ela retirou sua mão do meu olho esquerdo, se levantou rapidamente e começou a gritar.
- O QUE AQUELE DESGRAÇADO FEZ COM VOCÊ SAKURA? – Agora sim ela estava desesperada. Cheguei à conclusão de que se pedisse para ela se acalmar, a situação pioraria.
- Bem, ele apenas quebrou uma garrafa de vinho na minha cara, os cacos de vidro cortaram meu olho direito e a partir deste dia, eu não vi mais nada com meu olho direito – Falei normalmente com a intenção de que ela se acalmasse o que, obviamente não deu certo.
- EU VOU PRA ITÁLIA MATAR ESSE FILHO DA PUTA! – Ino estava indo em direção a porta quando agarrei seu braço e a puxei para um abraço.
- Ino, porca, está tudo bem – Falei enquanto mexia em seus cabelos – Já estou acostumada com essas coisas.
- Saky, se alguém dessa casa levantar a mão para você, me ligue no mesmo instante que eu venho te buscar, okay? - Ela estava quase chorando – Sabe o quão impotente eu me sinto, vendo coisas ruins acontecendo com você e não podendo fazer nada? – E ela já se desmanchava em lágrimas.
- Pode deixar Ino. Se algo acontecer, eu vou direito para a sua casa – A fiz abaixar seu rosto levemente e dei um beijo em sua testa. Era muito bom ter Ino ao meu lado.
O sinal do inicio das aulas interrompeu nosso momento “melhores amigas”. Ino enxugou as lágrimas, deu uma rápida arrumada na maquiagem, pegamos nossas mochilas e fomos em direção à sala, o que demorou um pouco já que estávamos no jardim dos fundos da escola, onde era deserto.
Assim que cheguei ao corredor da minha sala, senti um grande peso em minhas costas, que quase me fez cair de cara no chão.
- Achei que não tinha vindo hoje – Era Itachi que estava debruçado sobre mim. Senti olhares assassinos sendo dirigidos a minha pessoa e eu queria virar um avestruz naquele instante e enfiar minha cabeça debaixo da terra – Onde estava mocinha? – Ele agora estava a minha frente, com um olhar que acho que era para ser de reprovação.
- No jardim com a Ino – Respondi apenas, com o intuito de que ele me deixasse ir para a minha sala. O que obviamente não aconteceu.
- Vamos. Eu te deixo na sua sala – Ele passou um braço pelos meus ombros e, me colou ao seu corpo. Jurei que morreria naquele momento por conta das garotas que me olhavam.
Ino havia encontrado seu namorado no meio do caminho e então, fomos os quatro até a sala de aula. Na porta, Itachi me deu um beijo no canto da boca e então, entrou em sua sala. Ouvindo a zuação de Ino e Sai, entrei na sala de aula.
Como a professora de Inglês havia faltado por que estava doente, teríamos os dois primeiros tempos vagos. Peguei meus fones de ouvido e Ino logo se sentou ao meu lado, roubando um dos lados do mesmo. Coloquei o aleatório para rodar e, assim que a música começou nos entreolhamos e começamos a dançar, mesmo estando sentadas. E é por isso que eu amo a música Titanium - David Guetta feat. Sai.
Senti que algumas pessoas nos olhavam, mas não estava dando muita importância a isso. Estava pagando mico? Talvez um gorila inteiro, mas pelo menos não estava fazendo isso sozinha. Estava na companhia ilustre da garota mais popular da escola. Logo Temari e Tenten se juntaram a nós, mesmo sem música.
O tempo se passou voando e quando me dei conta, já estava na hora do intervalo. Por que os tempos das matérias chatas demoram e os das boas voam? Injustiça isso.
Cheguei ao refeitório junto de Ino e, assim que chegamos à mesa onde estavam nossos amigos, eu simplesmente fiquei de vela. Eu queria matar a Ino a essa altura do campeonato. Como paciência não é algo que eu tenha, saí do refeitório e fui até o jardim e comecei a desenhar em meu caderninho que sempre estava comigo.
Senti a presença de alguém ao meu lado e, assim que a pessoa se sentou ali, debaixo da árvore comigo, percebi que era ninguém menos que Sasuke. Percebi que, ele tentava ver o que eu desenhava pelo canto do olho. Dei um leve sorriso e virei o pequeno caderno em sua direção.
- Não, eu não sei o que eu estou desenhando – Respondi antes que ele me perguntasse o que era aquilo.
Ele deu apenas um sorriso de canto e, assim que voltei a desenhar, ele escorou a cabeça em meu colo, colocando um braço sobre os olhos. Eu não sabia o que fazer ou como reagir. De um eito que, me parecia certo, comecei a mexer em seus cabelos que, mesmo sendo espetados, eram incrivelmente macios. Como ele não reclamou, presumi que estava certa ao fazer aquilo.
Logo o sinal tocou e, ao perceber que Sasuke não sairia dali por vontade própria, resolvi chamá-lo já que, não queria me atrasar para a próxima aula que, era Educação Física novamente.
- Sasuke, levanta. A gente vai acabar se atrasando para a próxima aula – O sacudi de leve.
Ele se levantou lentamente e logo me estendeu a mão para me ajudar a levantar. Aceitei sua ajuda e logo fomos em direção ao vestiário. Assim que cheguei lá, havia apenas Hanika lá e, assim que a vi de costas sem sua camiseta, percebi uma grande cicatriz que pegava o meio de suas costas e subia até seu ombro direito. Ela logo vestiu a camiseta e, assim que se virou de frente para mim, seus olhos se arregalaram.
- Não diga nada, por favor – Sua voz era pura súplica.
- Eu não vi nada para dizer algo – Dei um meio sorriso. Sabia bem o que era aquilo.
- Muito obrigada – Ela sorriu – Sou Hanika. Hanika Denawo – Ela me estendeu a mão.
- É eu sei. Fez uma chegada triunfal ontem – Apertei sua mão – Sakura.
Fui para trás de uma fileira de armários e, de costas para a entrada, retirei minha blusa e, quando estava colocando o casaco por cima da camiseta, vi Hanika parada, escorada em um armário.
- Você também tem – Ela disse com um meio sorriso – Não se preocupe, não vou contar. O que aconteceu Saky? Posso te chamar assim né?
- Claro que pode. Padrasto ruim – Respondi simplesmente – E você? O que houve Hani?
- Idem – Ela se desencostou do armário – Amigas?
- Claro – Dei um de meus melhores sorrisos – Vamos?
Entramos na quadra conversando e, vimos que as garotas estavam na arquibancada, babando olhando para o jogo que acontecia bem a sua frente. Um jogo de futebol dos garotos, tendo o time dos com e o time dos sem camisa. Típico.
Andei até Tenten, Temari, Hinata e Ino. Apresentei Hanika a elas e, elas logo me puxaram para sentar ali com elas que, cá entre nós, tinha uma vista privilegiada da quadra. Hinata estava vidrada em Naruto que, assim como os namorados das minhas amigas, Sasuke e Lucca, estavam no time dos sem camisa.
Não querendo dizer nada, claro que não, mas, tanto Naruto, quanto Sasuke e Lucca tinham um tanquinho que só Jesus na causa. Não deveria ser permitido garotos tão bonitos tirarem a camisa em uma escola.
A cada gol que o time deles fazia, um grupo de garotas gritava histericamente o nome de Sasuke, que ele era lindo, gostoso, entre outras coisas. Eu que nem fazia parte daquele grupo, estava com vergonha. Assim que Lucca me viu na arquibancada, marcou um gol simplesmente maravilhoso de bicicleta e, em seguida fez um coração para mim com as mãos. Velhos hábitos não mudam.
Assim que o jogo acabou, trocamos de roupa e fomos para a sala de aula, tendo como o assunto do resto do dia, o jogo dos garotos mais lindos do segundo ano, sem camisa, com direito a oito gols fenomenais. Assim que a aula acabou, fui andando para casa. Não iria ficar dependendo dos garotos para minha locomoção.
Lembrava-me mais ou menos do caminho até em casa, porém, o que demorava meia hora de carro, se tornou uma hora a pé. Bem, fui ouvindo música, cantando e dançando o caminho inteiro então, essa hora se passou bem rápido. Quando cheguei em casa, Itachi correu e me abraçou, dizendo que estava super preocupado por que eu demorei de mais.
Depois dessa cena super dramática, fui direto para o meu quarto, tomei um banho e me atirei na cama. Por motivos de tédio, comecei a olhar uma série que, aparentemente era boa, chamada Reing. Mal havia terminado o primeiro episódio e, ouvi batidas na porta e logo mandei que entrasse. Vi Sasuke vir até minha cama com uma bandeja de café-da-manhã com pipoca, refrigerante e chocolates.
- Posso assistir com você? – Ele me perguntou, parado ao meu lado na cama.
- É claro. Mas duvido que goste Sasuke. Não parece ser seu estilo – Respondi, indo um pouco mais para o lado.
Ele apenas se sentou na cama, colocou a bandeja em seu colo e, colocou play na série. Passamos o dia inteiro assim, assistindo séries, filmes, de zueira um com o outro.
Por mais que eu queira negar, eu gosto da companhia dele.
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