— Será que dá para explicar o raciocínio de novo? — Echo pergunta.
Já era a quarta vez que Eric e Raven estavam explicando o motivo de eles terem trazido Hemera junto.
— Nix quer se vingar dos humanos, que segundo Morfeu nós somos a culpa de Hemera estar doente, ela foi até os olimpianos, mas eles não fizeram nada. Então, o irmão do mal dela, encontrou uma brecha bem aí e fez a cabeça de Nix para que ela fizesse justiça com as próprias mãos — Eric resume o máximo que consegue.
— Clarke acha que se nós encontrarmos uma forma de curar Hemera, Nix pode acabar nos absolvendo — Raven finaliza.
Costia cruzava os braços enquanto pensava a respeito de tudo que fora dito.
— Quer dizer que seu pai está do nosso lado? — Anya se aproxima de Eric que concorda com um aceno.
Um misto de esperança e preocupação tomava conta do grupo. Esperança, por verem que ainda tinha uma chance. Preocupação por não saber se realmente iria funcionar.
— E a espada, conseguiram? — Raven pergunta.
— Mais fácil do que pegar doce de criança — Anya sorri e Monty levanta as sobrancelhas, enquanto olha para a filha de Nêmesis. Afinal, não tinha sido ela que cairá dentro de um mar de lava.
A mecânica não leva a sério o comentário da amiga, apenas diz:
— Ótimo, porque é uma boa hora de usarmos para tirar os deuses da Clarke, ela não está nada bem, Morfeu disse mais uma vez que ela está morrendo.
Eric revira os olhos e cruza os braços enquanto bufa. Todos os olhos se viram para ele sem entender o motivo de tal comportamento.
— Morfeu não tem como saber, ele é apenas o deus do sonho. Um intrometido, se querem saber minha opinião, só nos trouxe de volta porque ficou interessado na Clarke — diz.
Lexa arqueou as sobrancelhas. Não sabia exatamente o que essa informação lhe causava. Encontrou os olhos de Costia, ela sorria discretamente, o que fez a comandante desviar o olhar.
— Quanto tempo temos até Nix perceber que a filha sumiu? — Decide perguntar pela primeira vez desde que todos haviam começado a falar.
— Bom, não sei. Dois dias talvez? Nem meu pai nem Morfeu deu uma data certa, só que ela sempre volta — o menino encolhe os ombros.
— Certo, não acho que temos muito tempo. Estejam preparados para qualquer momento. Tentem contato com alguém de Polis, eles precisam estar avisados — finaliza a reunião os dispensando logo em seguida.
Quando volta para o quarto encontra Clarke sentada na beira da cama. Seus olhos se encontram e rapidamente a loira se levanta para abraçá-la.
— Sabia que você ia conseguir — diz aliviada.
Lexa sorri e a aperta em seus braços por alguns segundos antes de se afastar.
— Como você está? Conseguimos a espada, podemos tirar os deuses de você!
Clarke, no entanto, nega com a cabeça. Sabia que isso poderia acontecer ainda. Tinha Hemera, só conseguira saber o que ela tinha com a ajuda de Apolo. Duvidava que seus poderes de semideus fossem suficientes para ver tal coisa.
— Ainda não, preciso examinar Hemera primeiro.
— Clarke isso pode te matar!
— Não vai, você precisa confiar em mim.
A comandante não estava nenhum pouco confortável com essa ideia, porém conhecia o bastante de Clarke para saber que a menina era teimosa o suficiente.
— Como pensa em curar Hemera?
— Sinceramente eu não sei, mas preciso encontrar uma maneira, ou isso não vai funcionar. Morfeu disse que nós humanos estávamos a matando, mas não disse como. Se eu souber a forma de reverter isso, tenho certeza de que podemos negociar com Nix.
A líder assente, mesmo que não concordasse muito. Seus olhos caem no antebraço da garota, onde não havia mais símbolo algum. Passa devagar os dedos pela pele de Clarke.
— Sumiu quando encontramos Hemera — suspira ao sentir o leve toque.
Lexa abre a boca para tentar animar a menina do sol, mas acaba paralisada quando vê três formas aparecem bem no meio do quarto. Clarke também não conseguiu esboçar nenhuma reação.
Diante das duas estavam, Morfeu, Tanatos e Hipnos. Eles fitavam atentamente Clarke que deu alguns passos para trás. A comandante logo toma a frente, o que faz os olhos dos deuses se virarem para a jovem.
Hipnos levanta um dos dedos e a morena cai em um sono rapidamente.
— O que você fez com ela? — Clarke se aproxima do corpo da sua namorada, mas logo constata que ela apenas dormia.
Tanatos se aproxima e encosta a ponta do indicador na testa da filha de Apolo que engole em seco.
— Interessante — sussurra o deus se virando para os outros dois — Morfeu tem razão.
Hipnos, no entanto, também se aproxima de Clarke que não estava entendendo nada.
— Podemos utilizar essa informação para impedir nossa querida mãe de tê-la — o deus do sono fala.
— Os Olimpianos vão matá-la, sabem disso, não é? — Morfeu fica entre eles e a menina que estava mais perdida do que tudo. Seu cérebro tentava trabalhar em alguma coisa, mas nada vinha no momento. Não fazia a menor ideia do que estava acontecendo.
— Os olimpianos não têm como saber, diferente de nós que viemos do próprio primórdio, eles são frutos dos titãs. Seus poderes não são seus, são conquistados — Tanatos responde de maneira calma.
— O que ... do que vocês estão falando? — Clarke consegue perguntar, mas é totalmente ignorada.
— Mas em algum momento eles vão descobrir — o deus do sonho insiste.
— Você se preocupa demais com o futuro Morfeu, deixe as coisas acontecerem — Hipnos sorri e olha para a garota — eu sinto muito Clarke, mas precisarei reportar a minha mãe o sumiço de Hemera, vocês têm três horas.
A menina não tinha entendido nada do que havia acontecido. Mas no momento tudo que importava era a deusa do dia.
— Por favor, me ajudem! Me digam uma forma de curá-la!
Os três voltam para os seus lugares e uma nevoa azul escura começa a surgir, mas antes que desapareçam por completo Tanatos diz:
— Não há cura.
Eles somem e Lexa acorda em um salto.
— O que? Onde ...? Você está bem? — Se vira para Clarke que se recusava aceitar que não havia cura. Ela precisava fazer alguma coisa, ou tudo o que passaram teria sido para nada. Ficou pensando no motivo de Hipnos levá-los até Hemera, se não fosse para curá-la, por qual motivo ele os levaria até lá? Estava confusa, que nem ao menos se deu conta que Lexa a chamava, não até a outra segurar em seus ombros.
— Eu estou bem, desculpe!
A comandante suspira e passa a mão nos cabelos. Não acreditava que a garota estivesse falando a verdade.
— Clarke, fale comigo! O que três deuses estavam fazendo aqui, o que eles queriam?
— Disseram que temos três horas até Nix nos atacar.
— O que? — Ela estava surpresa e confusa ao mesmo tempo — precisou vir os três para dizer isso?
— Eu não faço ideia do porquê eles vieram, ficaram falando coisas sem sentido algum! Só disseram que temos três horas, o que vamos fazer?
Começou a andar de um lado para o outro. Lexa ainda não havia encontrado uma explicação lógica para a aparição dos deuses, também sabia que não ia conseguir arrancar nada de Clarke. E no momento tinha coisas muito mais importante para resolver.
— Vamos começar uma guerra — fala séria.
O grupo com os onze semideuses se reúnem na sala. Ao centro Lexa diz:
— Hipnos, Tanatos e Morfeu disse que Nix nos atacara em três horas, imagino que eles a retardaram o máximo que conseguiram. O problema é que não podemos deixá-la chegar no abrigo, muito menos levar Hemera que é nossa única esperança. Tudo indica que ela ainda não sabe onde estamos, é por isso que iremos retomar Polis hoje!
— Daqui a algumas horas na verdade — Eric corrige, mas com um olhar da comandante se cala.
— O plano é o seguinte, entraremos em contato com Leon para que ele deixe todos os civis que não quiserem lutar protegidos. Eu irei atrás de Jack pela entrada de Hermes. Irei exigir sua presença e o desafiarei. Não penso que ele irá aceitar, é aí que o pequeno exército de resistência de Leon irá entrar em ação. Vão precisar me apoiar e começar a pedir pelo desafio. Isso começara a guerra — explica a todos que atentamente prestavam atenção — Anya e Echo estará comigo, enquanto isso o resto de vocês serão dividido em dois grupos. Raven, Bellamy e Monty vão para a torre, Octávia irá levá-los. Vocês precisam tomá-la, para impedir que Jack e seus aliados se refugiem nela. Costia, Harper e Eric precisam tomar o vilarejo. Isso vai impedir que eles acabem fazendo reféns. Octávia vai levar o grupo do Monty primeiro e deixá-los no terraço. Em seguida leva o grupo da Costia. Todos de acordo?
Ninguém contesta, parecia um bom plano, pelo menos em teoria. Sabiam que na prática muitas coisas podiam mudar. Mas, ninguém iria pensar nisso. Deixariam para resolver os problemas na hora que ele aparecesse.
— Depois disso Octávia eu preciso que você volte e ajude a Clarke, ok? — Olha para a menina que assente — Eu imagino que isso vá chamar atenção da Nix, ainda mais por ela não saber onde estamos. Ela virá com tudo e quando perceber que você não está — aponta para Clarke — aí vocês estarão com problemas. Eu não vou poder vir te ajudar, você precisa agir o mais rápido que conseguir. Não tenho como saber quanto tempo vamos conseguir segurar a batalha e enganar Nix ao mesmo tempo.
Clarke concorda com um aceno e fita o chão. Talvez fosse uma boa hora para dizer que Tanatos informou que Hemera não tinha cura. Contudo, ignorou isso. Ela ia encontrar uma cura. Era isso, ou todos iriam morrer.
— Muito bem, depois que eu Anya e Echo sair, demore meia hora para levar o primeiro grupo até a torre — fala para Octávia.
A comandante então, através de Héstia se comunica com Leon e conta rapidamente o plano. O jovem no mesmo segundo já dá instruções para seus aliados irem colocar os civis em locais protegidos.
O grupo se reuniu na cozinha para uma última refeição juntos. O clima tenso tomava conta do ambiente. Eric pigarreou e disse:
— Quer saber galera se todos nós morrermos hoje eu quero que vocês saibam que esses dias com vocês foram ... esquisitos pra cacete! Mas toda família é meio doida, então acho que posso dizer que foi um enorme prazer quase morrer com vocês várias vezes.
Todos acabam rindo. Eric tinha um jeito único de fazer todos sorrirem com suas graças. Mas nem seu humor cativante foi suficiente para animar o grupo, que logo se dispersou.
Clarke, no entanto, puxou Lexa para um canto.
— Eu ...
— Não — a outra a impede colocando um dedo em seus lábios — não vamos fazer isso. Não é uma despedida.
A loira esmaga seus lábios, mas não os move. Apenas fica ali sem conseguir pensar, agir, só sentir. Lexa acaricia seu delicado rosto e afasta o cabelo para trás enquanto inclina a cabeça.
— Vamos ficar bem e jantaremos em Polis mais tarde.
— Está me chamando para um encontro? — Pergunta triste.
— Pode marcar loirinha, é um encontro.
As horas nunca haviam passado tão de pressa e aos poucos Clarke viu todos saírem, até restar apenas ela e Hemera.
***
A primeira parte do plano começou dando certo. Lexa realmente causou um alvoroço e tanto ao aparecer na fronteira de Hermes. Semideuses, monstros, mercenários. Todos se prepararam para atacar no mesmo segundo. O único problema é que Jack não saiu da torre, nem Leon apareceu. Isso preocupou a líder, mas decidiu esperar mais alguns minutos.
E então o plano começou a desandar. Octávia não conseguiu deixar o grupo na torre, pois ela estava de algum modo, protegida. Acabou parando do outro lado da cidade. Praguejou e precisou pensar rápido. A única solução que teve foi levar todos para a fronteira de Hermes.
— Esse não era o plano — Lexa sussurra com o canto dos lábios.
— Não consigo entrar na cidade, ela está protegida. Imagino que Nix a tenha selado — responde observando o exército começar a se multiplicar.
— Isso é um problema, não podemos ficar em linha reta. Nix vai ver de cara que Clarke não está aqui — Bellamy se aproxima das duas.
— Certo, mudança de plano. Octávia, leve os grupos para entradas distintas. Vamos atacar quando um raio romper o céu — a comandante avisa.
A filha de Hades rapidamente leva os grupos para fronteiras diferentes. O trio de Costia ela deixa na fronteira do dragão d’água e o de Bellamy na fronteira de Hefesto.
— Ei, se cuida ok? — O garoto segura em seu braço. Ela o abraça rapidamente, mas com força.
— Acabe com todos eles — diz antes de sumir entre as sombras.
A comandante contava mentalmente o tempo que imaginou que a garota dos mortos levaria até realocar todos. Para ganhar tempo se aproximou da fronteira e disse:
— Eu não estou aqui para ferir ninguém, minha única intenção é salvar vocês da tirania de um comandante que nem se quer luta por seu povo.
O problema é que a maioria ali eram monstros, aliados de Nix e mercenários bem pagos. Ninguém queria saber de papo furado de líder. Estavam mal se importando com Jack e Polis. O prêmio maior era a cabeça dos onze fugitivos. Nix prometera inúmeras coisas para quem aparecesse com a cabeça de qualquer um deles.
— Menos falação e mais ação — um mercenário grandão disse antes de correr direto na direção da comandante. Com o machado levantado e um urro ele estava certo de que iria acertá-la, mas um raio rompe o céu e o vaporiza em apenas um segundo.
Por um momento todos paralisam. Eles hesitam olhando para o alto. Ninguém queria tomar a frente, entretanto, o som de uma trompa começa a soar sem parar. Era o sinal de que a cidade estava sendo atacada. Sem escolha, o exército marcha junto em direção a três garotas.
Lexa olha para suas companheiras e se surpreende por vê-las prontas para o combate. Não por estarem preparadas, mas sim por estarem em posse dos poderes dos deuses.
Echo trajava a armadura do deus da guerra. Inteira em dourado e vermelho. Seus olhos brilhavam intensamente em um tom avermelhado. Sua aura estava vermelho vivo. A comandante tinha certeza de que a garota crescera alguns centímetros. Em uma de suas mãos uma enorme lança dourada. Na outra um grande escudo. Já Anya trajava uma espécie de manto branco reluzente como seus olhos. Segurava um leque de penas de pavão e uma lança.
Sorriu para si mesma e se virou para o exército. Não precisava se esforçar, sabia que a força de Zeus tomava cada parte dos seus músculos. Deixou que a energia tomasse conta do seu corpo fazendo a reluzente armadura do deus cobrir seu corpo. Seus olhos irradiavam energia e quando olhou para o céu e fez outro raio romper as nuvens, arrancou dele o grande raio mestre de Zeus.
O trio com Bellamy, Raven e Monty não teve tantos problemas em conseguir acessar os poderes dos deuses e suas armaduras e armas. Monty que já havia feito tal ato conseguiu com mais facilidade. Raven precisou ser atacada por um cão infernal para conseguir que a armadura da deusa aparecesse.
Já Bellamy se transformou em uma pantera duas vezes maior que as anteriores. O animal inteiro possuía uma aura roxa e expelia um aroma adocicado que deixava todos a sua volta lentos e confusos.
O mesmo não podia se dizer do trio de Costia. Apenas a ex ninfa conseguiu acessar com facilidade o poder de Poseidon. Assim como Orion, conseguiu controlar o dragão d’água que devorava todos os inimigos ao seu comando. Com o tridente em sua mão direita ela era implacável. Não havia inimigo que conseguia chegar perto dela.
Harper utilizava dos poderes do seu pai, mas apenas o que foi herdado. Não conseguia se conectar com o deus ladrão. Apesar de ter sido uma das únicas que conseguiu algum sucesso nos treinamentos, na hora da pratica as coisas não estavam saindo de acordo.
Eric com suas asas novas, sobrevoava atacando todos com sua espada. Mas nada dos poderes de Demeter, ele nem ao menos estava se esforçando. A única vez que tentou, conseguiu fazer uma folha brotar e apagou pelo resto da tarde. Não sabia se seria a melhor hora para tentar de novo.
Eles eram habilidosos, com poderes, com armas, no entanto o número de inimigos era muito maior. Mesmo Costia sendo implacável não conseguia abrir caminho para dentro da cidade e ainda salvar seus amigos. Harper passou a um fio de levar uma apunhalada nas costas. Eric a puxou segundos antes. Eles rolaram para o lado caindo próximos a Costia que conjurou uma onda derrubando os inimigos.
No alto da torre, Jack andava de um lado para o outro. Estava suando frio, seu coração batia como um louco. Olhou para a porta e por um segundo pensou em sair correndo. Mas duas fúrias estavam fechando a passagem.
Engoliu em seco e pigarreou. Iria pedir alguma coisa, apenas como pretexto, mas a presença da deusa deixou tudo um breu o impedindo de se mexer.
“Chegou a hora”, a voz da deusa soou em sua cabeça.
Ele não queria, mas fez um acordo. Quando tivesse controle de Polis deixaria a deusa da noite utilizar do seu corpo quando bem entendesse. No primeiro momento não pensou que isso fosse ser um problema. Não até recebê-la pela primeira vez. A ação quase o matou. Era muito fraco para suportar uma deusa primordial. E diferente dos olimpianos ele não tinha controle sobre seu corpo. Era Nix que controlava tudo.
Ele suspirou e deu um leve aceno concordando. A deusa não esperou duas vezes, para tomar seu corpo. Para ela também não era nada confortável, ele era limitado e ela sentia sua vida se esvaindo aos poucos. Contudo, ali conseguiria tocar em quem quisesse. Não haveria humano que não pudesse encostar.
— Para onde, minha senhora? — Uma das fúrias pergunta.
Ela olha para o terraço e vê raios vindo da fronteira de Hermes. Sorri ao ver que ali estava uma grande oportunidade.
— Vamos ver o quão altruísta Clarke Griffin vai ser quando precisar trocar a vida de todos pela da sua namoradinha — diz antes de ir em direção a Lexa.
***
Clarke estava desesperada. Havia tentado acordar Hemera de todos os jeitos, mas nada funcionava. Chorou, gritou, esperneou. Mas ainda não havia conseguido nada.
Bufou e se aproximou da cama mais uma vez. Não queria utilizar os poderes do seu pai, não quando isso poderia matá-la antes do tempo. Esperou Octávia aparecer.
— Por que demorou tanto?
— Algumas coisas deram errado, e você, sucesso?
— Como assim errado? Lexa ...
— Ela está bem, todos estão. E Hemera?
— Escuta, eu vou precisar usar os poderes do meu pai, se por alguma razão eu não conseguir ... eu, bem, morrer antes. Você precisa levar Hemera até a Nix e trocá-la pela paz.
— Hum, por que não fazer isso agora?
— Porque Nix não vai aceitar e ainda vai matar todos nós. Você só fara isso em último caso, certo?
Octávia não estava nenhum pouco de acordo, mas acaba aceitando. Clarke não perde tempo, deixa os poderes do seu pai tomar conta do seu corpo e se aproxima da deusa.
Coloca as mãos sobre seu tórax, a procura do motivo de estar doente e as imagens em sua mente a deixam paralisada. Aos poucos vai vendo desde o começo da humanidade, tudo acontecendo tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo. Viu os desmatamentos, viu as poluições nos rios, focos e mais focos de incêndio. Fumaças dos automóveis, das indústrias. Viu como tudo ia afetando aos poucos Hemera. Cada dia que passava ela ia adoecendo, até chegar o dia que Hipnos a colocara em sono profundo para impedir que se degradasse mais.
— Clarke! — Octávia a chacoalha de forma desesperada. Sentiu pela primeira vez a vida dela sumir e voltar.
A loira sacode a cabeça voltando ao normal.
— Tanatos tem razão, não há cura.
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