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História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Por que Será Tão Difícil Viver Longe de Confusão?


Escrita por: Eucaristia

Notas do Autor


Como vão ver, essa fic segue o passado da Teresa em partes.
E ao mesmo tempo vai agregando outros personagens e suas histórias, como Ártemis, Zöe, Melindra, Kaíros, os Eucaristia, entre outros.
Até personagens que não imaginamos ou vimos nas outras fics até agora terão algum espaço.

Como essa fic ainda não á terminada, mas em estado avançado de produção as postagens serão semanais de 4 capítulos até alcançar o mesmo ponto do outro site em que posto.

Capítulo 1 - Por que Será Tão Difícil Viver Longe de Confusão?


Teresa

 

Aproximadamente 280 anos atrás

 

Levantei cansada de verdade.

Fazia quase um ano que haviam me jogado na porta de Hefésto e ele apenas me olhava de atravessado na maior parte do tempo.

Mas não estava cansada por ele me colocar para trabalhar nem nada, pelo contrário, Hefésto não me mandava fazer nada e quando eu fazia normalmente algo dava muito errado e ele tinha que sair correndo me socorrer.

Estava cansada por que não sabia mais onde ou o que fazer com esse aperto no meu peito sempre que penso nele. Toda vez que o vejo trabalhando meu coração dispara e saio da oficina com medo que ele escute os estrondos que as batidas causam se sobrepondo ao das suas marteladas.

O pior de estar apaixonada por ele é que me sinto mal por isso. Ele é casado e mesmo que Afrodite não seja fiel, eles têm uma filha e eu ainda acho errado alguém se relacionar com uma pessoa casada.

O que me faz lembrar o meu avô Ares e Afrodite... O pessoal pra gostar de confusão.

Cabeça de Machado e Cabeça de Bigorna.

Comecei a rir diante dessa piada e fui na direção da porta enquanto conjurava uma roupa confortável. O que era irônico, pois apesar de tudo muitas deusas usavam calças, mesmo que as mortais ainda usem apenas saias e vestidos (mas era impossível vestir isso na oficina de Hefésto).

Assim que sai do quarto dei de cara com Hefésto que me encarou e grunhiu.

-Novamente essas roupas estranhas.

Ri o mais baixo que consegui, mas ele ouviu.

Tudo bem que ele tinha razão. Eram calças de algodão muito mais comuns entre escravos humanos e a camisa era igual, mas ainda eram confortáveis e próprias para não causar acidentes desnecessários naquele lugar.

Fui até a cozinha precária que Hefésto tinha em sua casa e comecei a arrumar o café, por que se eu não sei forjar acha que ele sabe cozinhar?

-Bom dia para o senhor também. Como foi o seu descanso Hefésto?

Ele resmungou palavras incompreensíveis mesmo para outro deus e depois me encarou.

-Bom, mas afinal quando você vai sumir da minha casa garota?

Comecei a rir daquilo.

-Talvez o dia em que eu morrer ou que não precisar olhar na cara de alguns deuses ou logo. Quem sabe quanto tempo meu exílio vai durar? Afinal admita, eu fui exilada aqui em sua companhia até segunda ordem.

Ouvi mais resmungos vindos dele. Os mais compreensíveis eram coisas como “Justo eu, o exilado... com tantos lugares... com tanta gente... só ideias idiotas... depois eu sou o tolo...”, e por ai foi o café inteiro.

Mas após alguns minutos eu nem registrava suas reclamações, só sua voz e isso me fazia lembrar de Afrodite dizendo que quando nos apaixonamos viramos tolos admiradores de nossos amados.

Por que ela tem que ter tanta razão nessas horas?

Mas eu não tenho essa resposta e acho que talvez nunca vá ter.

Dei um longo suspiro de irritação com aquela questão.

-O que foi que te aconteceu criança? Anda muito estranha nesses últimos dias mesmo para o meu gosto.

Corei diante das palavras de Hefésto. Será que ele sabia de algo ou imaginava?

-Nã... não é na-nada de mais, só... só umas idé... nada. -Respondi em pânico.

-Hum... então se apaixonou por alguém. Nenhuma novidade, todos os deuses passam por isso o tempo todo e nenhum tem essa sua reação.

Tá, eu pirei.

Ele até tá certo, mas eu me apaixonei por ele mesmo caramba. Além disso, deusa ou não eu ainda nem tinha dezessete anos. Ao menos pelos próximos três dias.

Dei um longo suspiro dessa vez pela minha falta de sorte.

-Não se preocupe com isso senhor, eu vou dar um jeito de lidar com esse problema nem que leve mil anos. -Desviei meu olhar do dele e comecei a tirar a mesa do café o que o deixou um pouco surpreso.

-Ora. Se já consegue ficar observando mortais da minha oficina e se apaixonando por eles já deve estar muito bem para voltar ao Olimpo, me deixando em paz no meu exilio. -Em sua voz sentia uma ponta de ironia que me fez explodir, em muitos sentidos.

Primeiro que quando dois deuses discutem e um deles explode isso é literal e não figurado, apesar de ainda não ter me acostumado com isso. Por isso quando a cozinha começou a pegar fogo e eu também Hefésto soube que tinha pisado no meu calo.

Segundo que eu automaticamente joguei uma faca de carne que estava sobre a pia na direção do peito dele e quase acertei. Só errei por que ele me viu pegando a dita cuja e deve ter imaginado o que eu faria com ela.

-Não me julgue por vocês deuses que ficam se esfregando em mortais como se nada mais importasse. Eu jurei a mim mesma não colocar um semideus nesse mundo maldito até que as “Coroas” principais se completem e se eu me apaixonar pode ter certeza, não será uma paixonite simples.

Hefésto pareceu ainda mais confuso, mas eu me acalmei o bastante para cessar o incêndio na cozinha e sair de lá, mas antes ainda falei para ele:

-Para seu governo, já que estou na sua casa ainda, não me apaixonei por mortal nenhum e nem observei canto algum fora desta ilha há muitos meses, então não me trate como se fosse um parafuso a mais na estante seu imbecil.

Depois dessa manhã “perfeita” Hefésto não olhou mais na minha cara ou resmungou nada o resto do dia, nem nas outras refeições.

 

==========X==========

 

Uma semana.

Sim, esse é o tempo desde a minha explosão no café da manhã e, apesar de Hefésto ter voltado a resmungar quando quer tentar manter um diálogo comigo, as coisas continuam tensas.

Ele nunca me pediria desculpas e eu, tão orgulhosa quanto o ferreiro, me recuso a ceder ainda que a culpa também seja minha e que me machuque de verdade ficar com esse clima entre nós.

Hoje pra piorar as coisas pareciam ainda piores que de costume.

Hefésto parecia furioso e resmungará poucas vezes no café, nem mesmo para fazer a sua pergunta de rotina de quando eu iria embora da oficina. Como meu humor não estava lá muito bom isso não foi lá um problema, até por que respondia aos resmungos dele com mais resmungos incompreensíveis.

Ele saiu da cozinha e suspirei cansada tirando a mesa do café.

Não fazia a menor ideia de quanto tempo era possível levar aquela situação adiante, mas estava tentando ter lembranças dele para quando me deixassem sair de sua tutela. Só que da forma como as coisas vão até eu me pergunto quanto tempo ainda teria que aguentar vendo o homem que amo e não posso tocar.

No fim estou parecendo cada vez mais com os outros deuses nesse ponto.

Deixei a louça para lavar na pia e fui à direção da saída daquela oficina, para a praia ou a floresta próxima tanto faria como fez, só precisava andar e respirar longe dele e tentar me manter consciente dos meus atos e decisões.

Nem reparei por quanto tempo ou a que distancia estava da oficina quando parei à beira de um precipício além-mar. Olhei ao redor e sentei vencida pelo cansaço desejando desabafar com alguém.

Para minha surpresa alguém parecia querer me ouvir ou, melhor dizendo, se intrometer na minha vida.

-A vista daqui sempre foi minha favorita, se Hefésto desse mais atenção ao que digo e acho importante em uma relação talvez eu passasse mais tempo na cama dele que na de outros homens.

Me virei assustada e dei de cara com Afrodite. Seus longos e brilhantes cabelos loiros, seus olhos que mudavam de cor, a pele alva que parecia brilhar a cada raio de sol, seu longo vestido de alças rosa claro com uma fita branca marcando a cintura e o decote em V sempre perfeito nela. Ainda que algumas deusas a chamem de vulgar, aos meus olhos ela é o tipo de pessoa com que tais roupas combinam e não dá para negar quando ela aparece de surpresa assim que realmente a beleza se origina dela.

-Se você diz talvez seja verdade, mas eu gosto da oficina. -Disse distraída.

-Eu sei, mas pessoas apaixonadas não ligam muito para onde estão, mas eu gosto de ser paparicada e você de ver quem ama feliz por isso tem opiniões diferentes sobre Hefésto. Mas me diga, como foi se apaixonar pelo meu marido mesmo?

Corei diante daquelas palavras.

-Desculpe, não era minha intenção. Mas ele é... Perfeito.

Afrodite riu daquilo, mas não era para tirar sarro nem nada. Ela apenas estava sendo aquela amiga que ri da sua cara quando vê que você ficou boba de amor e te entende.

-Então o que você vê quando olha pra ele?

-Os olhos, um preto e o outro azul. A pele bronzeada. Os cabelos negros. A barba bem feita escondida pela magia. Eu consigo ver através daquela aparência descuidada que ele mostra para os outros com magia e nem os outros deuses percebem.

-Me conta mais detalhes, agora eu fiquei curiosa de verdade.

Sorri diante daquilo, poucos sabiam que por baixo da magia Hefésto era um deus realmente lindo.

-O cabelo é negro como a noite e longo, por isso Hefésto prende em uma trança. A barba é negra e está sempre bem feita, mesmo com seus sopros de fogo. Os braços cheios de cicatrizes das forjas. Ele realmente é coxo, mas, não sei, não acho que isso seja um defeito e sim uma qualidade dele. Não ser perfeito como os outros deuses fisicamente faz dele mais bonito aos meus olhos, mais humano e parecido comigo, além de não ligar muito para como eu e os outros nos vestimos ou parecemos.

-Isso é interessante, mas isso é algo que eu poderia dizer sem estar no seu lugar. -Afrodite me provocou.

-Sério? -Olhei para ela irônica que deu de ombros, por isso continuei. -Também adoro a forma como ele fica resmungando ou me olha de atravessado para ver se estou bem ou aprontando algo. Adoro o ver trabalhando nas forjas e a forma como se irrita quando faço algo errado ou tiro sarro da sua cara. Gosto do mau-humor dele sempre que tem que lidar com pedidos dos deuses ou com o simples fato de Hefésto em algum momento dar um aceno de cabeça na minha direção ainda que esteja emburrado, aliás, eu amo sua cara de emburrado me encarando quase sempre.

Afrodite deu aquela risada alegre de quem parecia maravilhada com o que ouvia e grudou em meu braço.

-Por que não diz para Hefésto que o ama se está se sentindo tão sufocada por esse sentimento?

-Ele é casado com você, não poderia simplesmente ir e falar isso assim esperando algo dele.

-Por que não? -Ela me olhou curiosa e achei aquilo estranho.

-Não parece certo. Vocês não só são casados como tem Harmonia...

-Minha filha com Hefésto nada tem a ver com isso e ela bem sabe que eu e o pai não somos um casal de verdade, mas você e ele podem ser. Desde que você fique ao lado dele e que ele nunca seja um completo babaca com você nem a eternidade irá separa-los. -Afrodite me olhava intensamente e sabia que aquilo era sério.

Olhei para o horizonte perdida.

Lágrimas começaram a rolar de meus olhos pela minha face e meu peito pesou uma tonelada de medo e dor antes de conseguir pronunciar:

-Mesmo assim, ele parece odiar a minha presença aqui. Se eu digo que o amo ai sim ele me chuta daqui e nunca mais olha na minha cara, ou pior, não me fala nada e ignora minha presença pelo resto da eternidade. Hefésto me odeia só por estar aqui perturbando sua paz...

Porém para minha surpresa não pude terminar.

Uma voz alta como uma explosão e forte como aço me interrompeu:

-Eu não te odeio!

Me virei e vi Hefésto parado a dez metros de onde eu estava, uma distância que qualquer deus poderia ouvir minha conversa com Afrodite normalmente, por que era uma conversa clara, sem resmungos ou desvios.

Deuses!

Há quanto tempo ele estava lá? O quanto ele ouviu? Só me faltava aquilo ser um plano de Afrodite para nos juntar.

Olhei para a deusa do amor e um sorriso maroto dançava em seus lábios. Sim, ela tinha armado para ele ouvir a nossa conversa.

Nesse momento eu estou entre a cruz e a espada como dizem os humanos. Não sei se mato Afrodite (até onde é possível matar um imortal) ou se abraço ela e agradeço. Mas sei que ela não vai me dar chance de escolher.

-Bom, eu vou indo. Se entendam crianças e se possível não me desapontem, por que vocês ficam lindos juntos. Sério.

E com isso a deusa purpurina rosa deu no pé em uma brisa perfumada de laranjeiras (ou foi o cheiro que eu senti) me deixando cara a cara com um Hefésto confuso e uma eu desesperada.

Há! E dizem que ser um deus é fácil.

Queria ver onde agora.

Encarei Hefésto perdida e tentando desesperadamente arrumar uma saída para aquela situação.

Ai se eu pego Afrodite. Especialmente se isso terminar mal.

Pisquei e respirei fundo, mas esse foi o tempo para Hefésto chegar o mais perto que era possível de mim.

Eu podia sentir o calor que emanava do corpo dele vindo do fogo das forjas e vulcões, o cheiro de graxa misturado com o de coco e alecrim, mas principalmente o meu juízo ir embora diante da intensidade do seu olhar.

-Desde quando me vê através da minha magia?

Meu corpo estava tremendo sem parar e mal conseguia pensar.

-Un-uns o-oi-oito ou n-nov-nove m-meses.

Ele respirou fundo e o ar quente que soltou de seus pulmões fez meu corpo se arrepiar de uma forma que automaticamente encolhi os ombros.

-Isso foi cerca de dois ou três meses depois de chegar aqui. Quando se apaixonou por mim já havia me visto sem o disfarce?

-N-nã-não. D-doi-dois dia-s d-dep-pois de entend-der o que e-eu est-estava sentindo, aca-acabei quebrando o feitiço diante d-dos meus o-olhos.

Hefésto me olhou desconfiado, mas não conseguia encara-lo ou parar de gaguejar.

-Desde quando está se sentindo assim? E há quanto tempo vem reprimindo isso?

Tentei encara-lo, mas o mínimo segundo que nossos olhares se cruzaram me fez recuar um passo e encara o chão como se este fosse muito interessante.

Felizmente minha habilidade de fala parecia ter voltado ao normal, ainda que agora fosse um sussurro:

-Um mês antes de entender o que estava sentindo, mais ou menos. Fiquei irritada, não conseguia dormir direito por que só pensava no senhor e quando estávamos na oficina eu fingia não estar com o senhor só para poder não encara-lo, mas estava sempre o observando.

Parei a resposta ali e tomei folego para a outra pergunta:

-Desde então estou evitando pensar no senhor, mas moramos na mesma casa. Todo dia você cuida de mim e eu não consigo ficar longe da oficina, do senhor. Quando vou dormir só ouço sua voz, vejo seu rosto e sinto o seu cheiro até adormecer e acordo do mesmo jeito depois de passar a noite sonhando que estou vendo-o trabalhar. Então estou reprimindo este sentimento desde que entendi o que era.

Então ouvi um longo suspiro vindo dele.

Não pensei duas vezes e movi meu pé para girar meu corpo e sair de lá voando o mais rápido possível, porém não consegui.

Mãos fortes e quentes envolveram minha cintura e me viraram. Eu estava encarando Hefésto que havia se curvado o bastante para me encarar nos olhos (na verdade ele estava quase ajoelhado para me encarar nos olhos), seu rosto a centímetros do meu.

Aquilo não iria acabar bem, mesmo que terminasse bem. Disso eu tinha certeza.

Reparei então que a magia de ocultação de Hefésto se fora e agora apenas seu lindo rosto aparecia, ainda que os braços e um pouco do rosto estivessem sujos a máscara de sempre havia sumido e seu rosto perfeitamente anguloso e enlouquecedor estava ainda mais lindo.

-Não fuja de mim. Se você se for... O que eu vou fazer? Quem eu vou amar?

Meu ar faltou e meu coração falhou então as palavras fluíram da minha mente sem juízo ou sanidade direto para minha boca.

-Não vou fugir. Vou ficar com você para sempre, por que eu te amo.

Hefésto sorriu e encostou sua testa na minha rindo de si mesmo e eu fazia o mesmo sobre minhas atitudes e reações.

Depois de uns dois minutos eu ainda ria, quando Hefésto selou meus lábios com os seus e aproveitou minha surpresa para invadir minha boca com sua língua. Ele começou a explorar cada canto da minha boca e atiçava minha língua com a sua de uma forma que me fazia ficar tonta.

Interrompi o beijo por menos de um minuto para respirar e para minha surpresa Hefésto parecia ainda mais determinado a me deixar tonta com seus beijos e agora com a forma como me abraçava.

Suas mãos em volta de minha cintura haviam achado a bainha da blusa e deslizavam pelas minhas costas contra minha pele, felizmente só ali ou eu já teria perdido a última gota de razão que me restará.

Porém essa razão não durou nada, pois Hefésto chupou meu lábio inferior e com uma habilidade digna de Afrodite guiou minha língua até sua boca acariciando-a com a própria e me fazendo explorar sua boca de uma forma no mínimo excitante.

No instante em que meu ar começou a faltar e comecei a interromper nosso beijo resolvi tentar algo que ouvi no acampamento uma vez e mordi o lábio inferior de Hefésto levemente, mas seu corpo estremeceu e ele gemeu baixinho.

O que me fez corar, mas também me fez perceber que ambos estávamos com o corpo em chamas.

Me assustei e Hefésto percebeu, mas ao contrário de mim ele achou aquilo divertido. Então se inclinou e sussurrou ao pé do meu ouvido:

-Nunca namorou ninguém não é pequena?

Meus joelhos falharam e só não cai por que Hefésto me segurou tirando meus pés do chão, me fez ficar cara a cara com ele apertando meu corpo contra o seu.

Assenti negativamente a sua pergunta ainda perdida.

-Isso é o que acontece quando dois deuses com poderes de fogo ficam excitados. Zeus solta faíscas pelo que ouvi. Eu fico em chamas e você, pode entrar em uma combustão igual a minha ou com uma chama negra pelo que vejo.

Senti minhas bochechas esquentarem e antes que pudesse dizer qualquer coisa outro beijo começou, minha mente apagou de tudo que não fosse Hefésto, o que incluía minha razão, sanidade e juízo.

O beijo de Hefésto me tirou o folego e antes que eu pudesse me recuperar seus lábios desceram pelo meu pescoço espalhando beijos e chupões passando pela minha clavícula e ombros.

Não notei quando ele simplesmente nos levou do penhasco na praia até seu quarto no vulcão (o que foi estranho, por que passo mal em aparatações), nem quando tinha arrancado sua camisa ou mesmo que minha camiseta já estava apenas nas mãos de Hefésto.

Aquilo era tão idiota e infantil da minha parte que acabei rindo, ao ver isso Hefésto pareceu confuso e selei seus lábios com os meus em um beijo simples, mas cheio do meu amor. Ele pareceu entender e me abraçou com força antes de sussurrar:

-Nunca vou te deixar partir. Te amo acima de qualquer outra pessoa ou deusa.

Colei meu rosto junto ao seu e apertei meu abraço em volta do seu pescoço:

-Eu também.

Hefésto me deitou em sua cama e minha mente registrou uma informação muito importante naquele momento: eu não sairia dali tão cedo.

Nunca estive tão certa. Ou tão errada.

 

==========X==========

 

Acordei sentindo falta de algo.

Alguém para ser mais exata.

Me virei no meio da cama gigante e encarei todo o espaço livre para meu uso.

Hefésto não estava lá.

Levantei me enrolando no lençol e resolvi ir até a oficina, pois o que quer que tenha acontecido era lá que ele devia estar.

Assim que abri a porta me deparei com um deus perdido sentado e mexendo em peças pequenas como se tentando desvendar algum tipo de quebra cabeças.

-Sua cama é exageradamente grande para alguém como eu ficar sozinha. -Disse encostada na porta.

Ele me encarou um pouco surpreso e depois estendeu a mão para que fosse até onde estava, foi o que fiz. Quando estava ao alcance de seu abraço ele enlaçou minha cintura delicadamente beijando a curva do meu pescoço, o que me fez estremecer e sorrir.

-Desculpe. Recebi uma mensagem de Zeus, quase que ele nos vê juntos. Já imaginou explicar pro meu pai o que está acontecendo?

Uma sombra densa pareceu cobrir a oficina, mas sabia que era eu que fazia isso.

-Não. Tudo que não preciso agora é dos deuses se metendo na minha vida novamente. -Disse já com medo do que podia acontecer se os deuses se metessem no meu relacionamento com ele.

Hefésto riu e me soltou para se esticar um pouco.

-Depois que ele me chamou mentalmente pedi um momento para receber a mensagem na oficina, felizmente meu pai não questionou nada e aceitou. Preciso encantar meu quarto para ficar fora das mensagens dos deuses.

Me inclinei e beijei-o.

-Certo. Mas agora, vamos para nossa cama. -Comecei a dar pequenos passos na direção da porta segurando a mão de Hefésto que me seguiu sem reclamar até seu quarto.

Assim que deitamos na cama ele me abraçou e eu enterrei meu rosto do meu peito, procurando sentir o calor que emanava dele mesmo sem querer.

-Você é incrivelmente mimada. -Hefésto sussurrou já sonolento.

-Apaixonada... Apaixonada por você... Esse é o termo certo. -Respondi antes de dormir novamente.

-

-

-

Continua...



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