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História The Only Exception - O começo


Escrita por: familystarkz

Capítulo 1 - O começo


Fanfic / Fanfiction The Only Exception - O começo

Newport amanheceu ensolarada como sempre. Era o fim do verão, início do outono, o clima estava agradável e Virgínia conseguia ouvir as ondas se quebrando a poucos metros de distância. Ela permaneceu alguns minutos deitada na cama ainda com os olhos fechados tentando criar coragem para se levantar. Quando finalmente se sentiu pronta caminhou em direção a uma das cortinas do quarto, abrindo-a.

Ela foi recebida pela bela paisagem do oceano azul intenso. Abriu um pouco a janela e sorriu ao sentir a brisa marítima em seu rosto. Mas então, como ocorria todos os dias, as memórias que ela tanto lutava para esquecer voltaram à sua mente. Tudo ficou em silêncio absoluto, o calor do dia foi substituído por um frio repentino, embora o sol ainda estivesse bem forte.

Ela deu alguns passo para trás, cambaleando, sentia seu coração batendo mais forte e um nó se formando em sua garganta. Ela estava tendo dificuldades para respirar, conseguia sentir o ataque de pânico se aproximando. Correu para o banheiro e abriu a tampa da privada a tempo de vomitar. Ficou por longos minutos sentada no chão, antes de se levantar e novamente fingir que aquilo nunca aconteceu.

— Bom dia. -Cumprimentou a senhora que trabalhava na casa assim que viu Virgínia adentrar a cozinha.

— Bom dia, Susan. -Respondeu enquanto enchia uma xícara de café e se sentava à mesa. — A Meg ainda está dormindo?

— Está sim, quer que eu vá acordá-la? -Perguntou colocando algumas frutas cortadas sobre a mesa.

— Não, tudo bem. Ela teve alguns pesadelos durante a noite então não dormiu muito, precisa descansar.

— Ela não me parece a única que não dormiu muito bem. -Disse Susan analisando a mulher à sua frente.

— Susan, não. -Ela logo imaginou o que viria a seguir.

— Mas eu não disse nada. -Respondeu enquanto se apoiava contra a pia por alguns instantes, em silêncio. — Eu só me preocupo com você e aquela garotinha lá em cima precisa da mãe, ela precisa que você esteja bem.

— Eu estou bem. -Disse encarando o fundo da xícara que segurava. Era mais como se estivesse tentando convencer a si mesma.

— Você diz a Meg que tudo bem mentir para os mais velhos? Porque é exatamente o que você está fazendo agora.

Ela olhou para a senhora à sua frente sem saber que dizer. Ela odiava que Susan a conhece tão bem, toda vez que ela olhava no fundo daqueles olhos pretos era como se sua alma estivesse sendo lida.

— Eu vou olhar a Meg. -Disse se levantando. Ela realmente não queria ter aquela conversa.

— A Amanda ligou. -Disse um pouco mais alto para que pudesse ser ouvida. Sabia que que insistir no assunto no adiantaria. Exercer pressão nunca funcionava com ela.

Virgínia subiu as escadas lentamente, abriu a porta do quarto do filha, encostou-se no batente e ficou observando-a dormir tranquilamente. Estava para adentrar o espaço quando seu celular tocou. Ela olhou o visor e rapidamente atendeu, para que Meghan não acordasse.

"Hey." -Disse de forma baixa.

"Olá. Tudo bem? Porque você está sussurrando?"

"Estava no quarto da Meg, ela está dormindo." -Disse fechando a porta do quarto e caminhando na direção oposta.

"Ela sempre acorda cedo, o que aconteceu dessa vez?"

"Apenas alguns pesadelos." -Suspirou.

"O pai?" -Perguntou e pôde ouvir a respiração irmã mudar.

"Não... Alguma coisa envolvendo monstros no armário."

"E você? Conseguiu dormir?"

"Até você? Não basta a Susan?"

"Eu só estou perguntando porque me preocupo. Eu sei que você diz que está bem e tudo mais, mas eu sou sua irmã e..."

"Amanda, não começa." -Disse interrompendo-a. Ela não tinha se dado conta, mas segurava o celular com muita mais força do que era necessário.

"Desculpa, só me promete que vai ao psicólogo e vai me procurar quando não estiver bem, ok?"

"Combinado." -Respondeu por um segundo e logo se deu conta de como mentir com frequência fazia com as mentiras saíssem da sua boca sem que você se desse conta.

"Sabe, eu andei pensando e percebi que esse é o último final de semana antes do início das aulas escolares. É um momento importante na vida da Meg." -Amanda deu uma pequena pausa, ela não queria falar sobre como o pai da pequena não estaria ali para presenciar aquele momento. Sabia que era um assunto delicado. "Poderíamos fazer algo esse final de semana, talvez ir ao Fun Zone".

"Ás vezes eu acho que você escolhe nossos programas pensando em você, não na Meg" -Pepper deu uma pequena risada que ela sabia que soou sem humor.

"Vamos, Pep. Vai ser divertido. Você sabe que precisa disso." -Disse Amanda e ela nem precisava ver a irmã para saber que ela estava mordendo os lábio inferior. Conseguia sentir toda a tensão de Pepper.

Antes que pudesse responder uma voz fina e sonolenta chamou sua atenção.

— Mommy...

"Eu te ligo depois." -Falou para a irmã.

"Tudo bem. Manda um beijo para a Meg." -Disse ou ouvir a voz da sobrinha.

Pepper rapidamente guardou o celular no bolso da calça e se aproximou da filha.

— Hey sweet. -Disse se abaixando para pegar a garota no colo. — Dormiu bem? -Perguntou beijando-lhe a bochecha e acariciando os fios de cabelo que estavam totalmente bagunçados.

— Sim... Eu estou com fome.

— Que bom, porque a Susan fez muita coisa gostosa pra você.

— Pizza e cupcake?

— Não. -Pepper riu.

— Então não é gostoso. -Disse fazendo biquinho.

— Nem as panquecas?

— Tem chocolate?

— Frutas vermelhas.

— Eca. -Disse fazendo uma careta, o que Pepper achou a coisa mais fofa do mundo, já que a filha amava amora e morango.

— Porquê você não vai até a cozinha? Talvez consiga fazer a Susan acrescentar algumas gotas de chocolate. -Disse colocando a menina no chão.

— Eba! -Disse animada enquanto corria para longe da mãe.

— Meghan Potts, cuidado com as escadas. -Disse um pouco mais alto para que pudesse ser ouvida.

Ela pôde perceber que a filha passou a caminhar, mas tinha certeza de que era só a pequena chegar ao último degrau que logo voltaria a correria. 

Pepper pegou novamente o celular e enviou uma menagem para a irmã.

"Acho que o Fun Zone é uma ótima opção. xP"

"Perfeito!!!!!!!! Nos encontramos às 18h frente ao píer? xM"

"Combinado. xP"

Pepper novamente guardou o telefone e desceu as escadas. Encontrou a filha sentada no balcão da cozinha com um prato de panquecas de fruta vermelhas ao seu lado e um pequeno pote de calda de chocolate na mão. Ela ria enquanto Susan terminava de preparar o suco e Pepper se sentiu agradecida por ter aquele pequeno ser humano como sua filha.

Enquanto isso, próximo ao Crystal Cove, Tony Stark estava em um dos prédios da Pelican Hill encarando os vários papéis sobre sua mesa. Ele não dormia há vários dias, já tinha perdido a contas de quantas xícaras de café havia bebido. Seus olhos mal se mantinham abertos.

— Eu sinto muito senhor Stark, mas não consegui fazê-la esperar. Eu disse que não poderia entrar. -Maya, sua assistente, dizia enquanto entrava em sua sala sendo seguida por uma mulher alta, de cabelos claros e olhos amendoados.

Tony já estava para demitir mais uma secretária quando desviou o olhar dos papéis para a porta. Ele deu um sorriso e se levantou.

— Você pode ir agora Maya, obrigada.

A garota assentiu e fechou a porta assim que deixou a sala.

— Então ninguém aqui me conhece? Eu mudo de cidade e você aproveita para me apagar da memória?

— Me desculpa mãe. -Disse se aproximando para abraçá-la. — Mas você que escolheu se mudar para Boston. 

— 5 anos e eu quase não consigo passar pela sua secretária. 

Tony riu. — Desculpa por isso. -Disse voltando a se sentar em sua cadeira e gesticulou para que Maria se sentasse em uma das que ficava de frente para ele. — Então, o que você está fazendo aqui?

— Você deveria ter ido me pegar no aeroporto 1h atrás. 

— Droga. -Irritado passou a mão pelo rosto. Ele havia esquecido.

— Você esqueceu.

— Eu não esqueci. -Mentiu. — Apenas me distraí com o horário.

— Sua cara não nega, Anthony. Parece que não dorme a dias. Não são nem 10h da manhã e tudo o que eu vejo em seu rosto é cansaço. Você por acaso tem dormido nessa empresa? -Perguntou enquanto pegava um dos papéis que o filho analisava anteriormente.

— Não. -Novamente mentiu. — Eu estou bem. -Disse começando a organizar sua mesa. Ás 10h teria uma reunião com uma advogada e novamente estava se esquecendo. O cansaço já estava o dominando.

— Isso é um processo? -Perguntou Maria encarando a folha que tinha em mãos.

— Não é nada de mais.

— Como não é nada de mais? Porquê uma empresa de bolsas para jovens com a finalidade de desenvolvimento de pesquisas estaria sendo processada?

— As Indústrias Stark não está sendo processada mãe. -Disse pegando o papel da mão dela e juntando com os vários outros em uma pasta preta.  — Nós estamos processando.

— Quem? E o mais importante, porque?

— É uma longa história, mas de forma resumida, uma das nossas biólogas descobriu que a empresa que estávamos querendo comprar está poluindo a água de um dos lagos próximo a sede com alguns produtos químicos . Tiveram algumas vítimas e eles fizeram um acordo, mas a Lola não achava justo.

— Então vocês decidiram processar?

— Como eu disse antes, é uma longa história. -Disse se levantando e vestindo o paletó. — Mãe, eu vou deixar você com a Hope, ela está louca para ver a avó. A Ally precisou ir ao hospital, algum problema com uma paciente dela, mas não deve demorar. Eu preciso ir em uma reunião, mas prometo encontrar vocês para o almoço.

 Fine. -Maria pegou sua bolsa e o acompanhou para fora da sala.

Ao passarem pelo hall do andar, Tony apresentou sua mãe para Maya. A garota havia ficado sem jeito pela forma que haviam se conhecido, mas Maria logo a tranquilizou lembrando que ela estava apenas seguindo uma ordem do patrão e claro, a mulher sabia como o filho ficava quando uma de suas ordens eram desobedecidas.

Alguns minutos depois ele deixou a mãe em frente a uma das casas que ficava no centro da cidade. Ele não poderia descer ou acabaria perdendo o horário. Após dirigir por mais alguns quilômetros, estacionou frente ao prédio em que ficava a firma de advocacia.

Ele entrou no elevador e apertou o botão do décimo andar. Assim que saiu se deparou com a parede de madeira e as letras prata formando as palavras Pearson Specter Litt.

Tony começou a caminhar em direção a uma das salas quando no meio do caminho encontrou quem procurava.

— Harvey. -Disse ele assim que viu o homem saindo da copa segurado uma xícara de café. Ele tinha cerca 1,80 de altura, cabelos e olhos castanho claro. Como sempre, usava um terno de marca feito sobre medida.

— Tony. -Disse cumprimentando-o com a mão livre. — Você está atrasado. 10 minutos atrasado.

— O trânsito estava terrível. Juro que tentei chegar a tempo. 

Harvey apenas assentiu. Naquela manhã ele próprio havia encontrado dificuldades para chegar à empresa com rapidez. 

— Eu vou chamar o Mike e pedir para ele te encontrar na sala de reunião.

— Mike? -Tony arqueou a sobrancelha um pouco confuso. 

— Certo, pelo visto a Jéssica esqueceu de te contar. A advogada quem iria pegar seu caso, está de licença. Mas eu te garanto, o Mike é tão bom quanto ela e eu vou estar o auxiliando também. Não tem com o que se preocupar, nós vamos ganhar antes mesmo de chegar ao tribunal.

— Estou contando com isso.

Harvey se despediu e saiu a procura de Mike. Tony já havia ido na empresa algumas vezes antes, por isso sabia onde ficava a sala de reunião. Ao caminhar até o local passou pela sala de Donna e pode perceber que ela conversa com alguém.

A mulher estava de costas e Tony não conseguia ver nada além da calça jeans, saltos azul, assim como a blusa e o cabelo loiro morango caindo por suas costas. Donna deveria ter dito algo engraçado, pois a mulher soltou uma risada e apesar do som tímido Tony poderia jurar que o som mais encantador que havia escutado em toda sua vida.

Ele ficou parado por alguns instantes e ao perceber o que fazia e os pensamentos que tinha em mente logo tratou de se livrar deles. Andou um pouco mais rápido até a sala de reuniões e se sentou em uma das cadeiras esperando pelo novo advogado.

Não demorou para que Mike chegasse.

— Você é Anthony Stark. -Afirmou assim que encontrou na sala de paredes de vidro enquanto fechava a porta. — Prazer, eu sou Mike Ross. -Disse o garoto.

Mas Tony não conseguiu prestar muita atenção, pois a mulher que ele havia visto minutos atrás caminhou em direção aos elevadores. Tony não conseguiu ver muito dela, várias outras pessoas caminhavam pelo local retirando sua visão. Ele só conseguiu desviar o olhar do elevador quando as portas se fecharam e ele a perdeu completamente de vista.

— Err... Tony. Prazer. -Ele gargarejou enquanto estendia a mão para o advogado em comprimento. 

— Vamos começar?

— Claro. -Respondeu, mas sua mente estava longe dali. Ele só conseguia pensar na risada dela, mesmo sem saber quem era ela.



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