História The Opposites Attract Themselves - Capítulo Quarenta e Um

P.O.V Leticia

— Isso não devia ter acontecido. — Falei, ao nos separarmos. Ele ficou em silêncio, talvez decepcionado. — Eu só não quero ser iludida, Shawn. — Falei, de cabeça baixa. — Shawn, eu… Eu não quero que faça isso por pena. — Voltei minha atenção a ele. — Eu não esqueci quando você falou aquilo para mim...

— Não, eu não fui sincero. Eu menti, você não é nada daquilo. E, eu te amo. Acredita, não é ilusão. — Falou dando um sorriso bobo, que me fez sorrir também. — Eu só estava com ciúme, e muita raiva dele.

— Shawn. — Ele me olhou curioso. — Era aquilo que queria me falar aquele dia? Tipo, se não estivesse visto aquele idiota me beijando, iria falar aquelas coisas mesmo assim?

Essa pergunta rondava sempre minha cabeça, se não fosse aquilo, ele diria a mesma coisa? É, que, ele disse estar com ciúme, mas se ele falasse aquilo sem ter visto, ele não poderia alegar ser ciúme, até porque, ele não teria visto nada que lhe causasse ciúme.

— Não. Não. Eu… Eu ia te perguntar se estava bem ou com raiva de mim… Eu havia percebido você distante, mesmo que não pareça.

— Não pareceu mesmo, via você constante rodeado de garotas, mas a que sempre via era a morena. — Meu ciúme falou, não queria ter falado isso assim, iria ficar na cara o ciúme e acho que ele percebeu, pois deu uma risada baixa.

— Sim, é verdade, a Hilary. Ela é uma pessoa boa, gosto dela.

O jeito que ele falava dela não era muito diferente do que falava das outras, mas, ali tinha uma diferença, devia estar começando a gostar bem mais dela, tipo uma paixão, digamos assim. Também, com um corpo daqueles, qualquer garoto se apaixonaria e ela deve ser bem melhor que eu. Qualquer uma pode.

— Sei. — Falei pensativa. — Sei lá, não conheci, mas me pareceu um pouco... Oferecida.

Ele deu mais uma risada.

— Talvez. É o jeito dela. — Deu de ombros.

— Entendi. — Falei desinteressada.

Ele me olhou divertido, talvez achando que eu estava com ciúme, talvez eu estivesse. Não é fácil você ouvir quem ama falando de uma garota — muito bonita, — e ainda falando que gosta dela, que é gente boa, isso causa uma dor, ainda mais quando aquela pessoa não te pertence, é pior a dor. Burra! Burra! Foi eu mesma que comecei esse assunto, agora estou com ciúme. E ciúme logo do Shawn? O garoto de todas. Ótimo coração eu tenho, hein!

Shawn olhava para o nada, e eu tendo esses pensamentos inúteis. O médico entro na sala, chamando nossa atenção para ele, que correspondeu com um sorriso envergonhado, dando à mostra suas covinhas. Eu acho tão fofo pessoas com covinhas.

Eu ainda não havia reparado no médico, ele é jovem, aparenta uns 20 e poucos anos. Ele é bem bonito, até demais. Nem acredito que estou pensando nisso! Tudo bem, eu gosto do Shawn, claro, mas não estou cega. E, aliás, Shawn diz que me ama, mas teve a coragem de de pegar sei lá quantas outras muitas garotas, o pior de tudo, é que foi bem na minha cara.

— Bom. — O médico fitou a prancheta a sua mão.

Minha mãe entrou na sala, olhando o médico, curiosa e preocupada, do mesmo modo que Shawn o fitava. Eu era a única que não estava muito preocupada com que o médico viesse a dizer. O pior já havia passado, por sorte ou azar, eu ainda estava viva e me sentindo bem, se ele viesse a dizer algo que fosse prejudicial à minha saúde, eu não iria ficar preocupada, pois meu propósito era acabar com a minha vida e caso eu só tenha prejudicado à saúde, irei morrer do mesmo jeito, só que, de algo que não seja por uma lâmina.

— A paciente já pode ir para casa, agora não corre mais nenhum risco, apesar da perda de sangue. Sua mãe já pegou a receita, fazendo todo recomendado, se recuperará rápido. — Ele falou olhando para minha mãe.— Agora eu queria falar com você. — Apontou para minha mãe, que assentiu. — E vocês, estão liberados.

Minha mãe saiu seguindo o médico. Eu levantei com ajuda de Shawn, porque meu braço estava um pouco dolorido, havia sido recente demais.