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História The Other Man - O Amante - Resistir ou não resistir ao inevitável? WILLA


Escrita por: natalycosta

Notas do Autor


Gente, demorei, eu sei... Me perdoam? Espero que sim!

Então... Esse capítulo não ficou tão grande quanto eu pretendia. Na verdade, ficou pequeno até demais :\. Mas eu prometo fazer o possível pra compensar com os próximos sendo maiores, pra não acumular tanto, já que ainda falta bastaaaaaante pra estória acabar.

Muito obrigada pelos favoritos, comentários, elogios, tudo. Vocês são leitoras mais do que maravilhosas e eu amo saber que estão gostando tanto <3

Capítulo 14 - Resistir ou não resistir ao inevitável? WILLA


– Foi ainda mais gostoso do que eu me lembrava – sussurrou Jared enquanto beijava desde a base de minha orelha e descia lentamente pela curvatura do meu pescoço. Seus beijos eram suaves, e ele entreabria a boca apenas o suficiente para que a sua língua seguisse um rastro quente e molhado pela minha pele, deixando-me toda arrepiada.

Subiu o olhar para o meu e focou aquelas íris azuis penetrantes em mim, analisando cada detalhe do meu rosto. Eu me sentia dopada, ainda sob o efeito do orgasmo intenso e arrebatador que tivera há poucos minutos atrás para falar ou sequer pensar em alguma coisa. O máximo que conseguia fazer era arfar e olhar para ele, lânguida e ao mesmo tempo fascinada, admirando a aparência de seu rosto que, ainda que escondido pela penumbra dentro do carro escuro e somente meio clareado pela lua, dava para ver um pouco de seus traços e só sabia pensar sobre o quão bonito eles eram. Diferente da última vez que o vira, sua barba agora estava recém-tirada e somente despontava para fora alguns dos pelos pequenos ao longo do queixo e todo o maxilar. E que maxilar...

Percebi que ele me encarava com a mesma intensidade, e, sentindo o meu rosto esquentar de vergonha, logo desviei meu olhar.

Jared pousou seus dedos em meu queixo e me fez erguer a cabeça novamente. Pude jurar ver uma insinuação de sorriso começar a aparecer em seus lábios. Um sorriso presunçoso, indicando ter me pego no flagra corando por sua causa.

– Eu infelizmente terei que ir agora. – Aproximou seu rosto do meu e me deu um beijo calmo. Claro que não resisti e acabei não hesitando em retribuir. Idiota, tonta, burra! – Sabe que vou querer vê-la mais vezes, não é? E nem adianta tentar fugir.

– Jared...

– Shhh... – pousou um dedo sobre meus lábios. – Acredito que já tenha sido claro o suficiente para que não me venha com nenhuma objeção sobre isso.

– Mas eu não...

– Não aceito “Não” como resposta, Willa – interrompeu-me outra vez. Ele deu um pequeno sorriso, que me fez franzir o cenho dessa vez sem entender o seu motivo para isso, então levantou minha calcinha que estava enrolada sobre minhas pernas e em seguida fez o mesmo com minha calça legging, vestindo-me.

Foi só então que minha consciência acordou sobre onde e em que estado eu ainda me encontrava, nua e sentada de modo totalmente exposto em seu colo.

– Ai, meu Deus! – Saí de cima dele de forma tão ligeira que bati com meu joelho no volante e gemi de dor ao aterrissar de bunda no outro banco. Fui tomada pelo total constrangimento e comecei a procurar minha blusa ao me dar conta que enquanto Jared ainda mantinha-se perfeitamente vestido, meus seios estavam totalmente à mostra. Como havia me deixado chegar a este ponto?!

– Você sabe que não precisa disso. – Murmurou ele entre um riso abafado, e apenas ignorei completamente, começando a me vestir.

Podia até parecer algo um tanto bobo e estúpido eu me envergonhar pelo fato de meus seios estarem expostos, considerando que havíamos acabado de fazer sexo e ele já me vira nua antes de qualquer forma. Porém, mesmo após tudo o que permitira que Jared fizesse comigo até essa altura, de forma alguma eu iria me reduzir ao nível de qualquer outra vadia a qual ele já transou antes e que sem nenhuma dúvida se sentiria à vontade ao deixar seus peitos em plena vista para ele durante o tempo que quisesse – elas sim, mas eu não. Se ainda queria mostrar para Jared pelo menos o resquício de dignidade que ainda possuía, a mínima atitude civilizada que poderia ter era a de tratar de vestir minha blusa, por mais insignificante e bobo que isso pudesse ser para ele.

Foi exatamente o que fiz e nem me limitei a lhe dirigir o olhar após isso.

Quando iria abrir a porta do carro para escapar dali o quanto antes, senti sua mão envolver o meu braço e me forçar a virar em sua direção bruscamente, o que me surpreendeu.

– Não se atreva a sair assim e fingir que nada aconteceu. – Disse ele em voz baixa e tom cortante, dessa vez sem esboçar nenhum sorriso ou divertimento no olhar. Eu tinha plena consciência de que essa era a segunda vez contando com a última que tentei sair de supetão de seu carro sem ousar falar ou sequer olhar para ele, então sim, entendia perfeitamente o porquê de estar irritado com minha atitude. Mas, bom, o fato de eu compreender o seu lado também não queria dizer que deveria me achar errada por pelo menos ter tentado “fugir” da situação sem que ele me impedisse.

Levou uma mão até o meu rosto e passou o polegar sobre minha bochecha, fazendo-me no mesmo instante fechar os olhos e me odiar por gostar tanto da sensação de seu pequeno contato contra minha pele. Meu Deus, em que merda eu havia me metido?

Ele murmurou após um tempo:

– Claramente sentimos atração um pelo outro, então por que correr contra?

– Porque é errado. – Repliquei sem hesitar. Era a verdade.

– Eu não dou a mínima.

– Mas eu sim! – exclamei em um tom indignado. Como ele ousava dizer com tanta naturalidade que não dava a mínima? Até onde eu ainda sabia, meu namorado era seu amigo, pelo amor de Deus! O quão mais baixo isso podia chegar a ser? – E, se não se importa – prossegui –, agradeceria se me respeitasse por isso.

Eu ia sair, mas o aperto de sua mão em meu braço me fez recuar e voltar para o assento novamente.

– Isso não é um adeus, Willa. – Falou duramente e sério, o seu olhar carregado de tanta intensidade que me fez engolir em seco com o coração disparado. – Que fique bem claro.

Sem dizer uma palavra, direcionei meu olhar para sua mão, o que foi o bastante para fazê-lo se dar conta que ainda me segurava, e, assim que senti o aperto de seus dedos afrouxarem, saí do carro e segui a passos largos de volta para o prédio onde morava. Em momento algum ousei olhar para trás.

 

...

Sophia falava compulsivamente em minha frente e sua voz para mim só parecia cada vez mais distante enquanto estávamos sentadas em uma mesa de Starbucks. Eu só conseguia a fitar sem nenhuma expressão enquanto observava sua boca se mexer, dando somente breves pausas para tomar do seu milk shake, e então ela voltava a falar e gesticular novamente.

Sinceramente, não ouvia uma palavra do que dizia.

– Você está bem? – sua voz em um tom preocupado me fez em um ímpeto acordar do transe e, percebendo que ela me olhava estranho, prontamente afirmei com a cabeça em um aceno automático. – Tem certeza? Faz tempo que estou tagarelando e você parece estar com a cabeça fora da Terra enquanto isso. Sem falar que ainda nem tocou no seu cappuccino.     

Eu olhei para a grande caneca de vidro ainda cheia até a borda e até então intocável em cima da mesa. Soltei um suspiro pesado.

– Não tive uma boa noite de sono. Só isso. – Não era totalmente mentira. Depois que me “despedi” de Jared eu só conseguia rolar e rolar na cama, minha mente sem descansar um segundo sequer remoendo tudo o que acontecera desde o momento que recebi sua ligação até tudo o que ocorrera depois. Quando por fim consegui me render ao sono, a fraca iluminação do sol já começava a atravessar a cortina do quarto e pouco depois, o som irritantemente estridente do despertador que programara para apitar todas as manhãs na hora de vir ao trabalho começou a soar e me acordou. Ou seja, não dormi absolutamente nada e agora provavelmente estava com lindas bolsas de olheiras abaixo dos olhos, que também ardiam pelo cansaço e com certeza estavam vermelhos.

Que maravilha, pensei, bufando pelo que acredito ter sido a quinquagésima vez nesse dia.

– E já vi que pelo visto seu humor também não está dos melhores – observou Sophia, recebendo apenas o meu olhar em troca como se dissesse: “Sério? E você percebeu somente agora?”. Ela riu da situação, o que só me fez fechar ainda mais a cara. – Tudo bem, não vamos mais falar sobre o seu estado de espírito então.

– Obrigada. – Por fim levei a caneca aos lábios tomando o primeiro gole do cappuccino que, para minha felicidade, ainda estava quentinho e bastante coberto por calda de chocolate.

– Já pensou sobre o que fazer com relação ao que conversamos ontem? – indagou ela, fazendo-me erguer o olhar enquanto ainda ingeria devagar o líquido morno e achocolatado, já sentindo formar um bigode de espuma acima do meu lábio superior. – Você sabe: quanto ao Peter e você contar o que aconteceu para ele...

Eu me engasguei com o líquido antes que Sophia concluísse a frase. Merda!

Percebi quando ela engoliu uma risada, provavelmente temendo me deixar irritada com o ato. Fez bem.

– Desculpe. – Abriu um sorrisinho sem graça, enquanto eu tentava limpar, em vão, minha blusa de malha com o guardanapo.

Eu preferi não lhe responder.  Sabia que ela se referia ao conselho que me dera sobre pensar se devia ou não contar para Peter que o traí com Jared, que, aliás, era a última pessoa que eu gostaria de falar ou pensar no momento, mesmo que a parte de pensar fosse uma missão impossível.

– Bom... – comecei, já torcendo com todas as forças para que mudasse logo de assunto, já que previa o rumo que isso iria tomar e não estava nem um pouco a fim de tratar sobre isso nesse momento. De preferência, nem em nenhuma outra hora. – Eu não sei se isso é uma boa ideia agora, Sophia.

Deus, me ajude!, pensei tentando disfarçar o meu desespero, imediatamente desviando meu olhar do dela, que me fitava desconfiada. Sophia tinha esse estranho poder de sempre me desvendar antes que eu revelasse o que quer que lhe escondesse, e isso sempre resultava a me deixar sem saída, não tendo outra escolha senão lhe contar a verdade ou então simplesmente esperar até que ela deduzisse tudo sozinha. O que era uma droga, porque muitas das vezes eu não queria que ela soubesse. Como agora, por exemplo.

– Ele te procurou de novo, não foi? – Não disse que deduziria? Deixei escapar um suspiro derrotado e abaixei a cabeça, passando a fitar o nó de meus dedos e mordendo o lábio inferior. – Você sabe que pode me contar.

– Não é necessário responder o que já está óbvio, não é? – olhei para ela, até que uma certa curiosidade me fez franzir o cenho. – Mas, c-como você...?

Dessa vez foi ela quem abaixou levemente a cabeça, ficando corada. Estranhei de imediato. Sophia nunca ficava corada.

– Tudo bem, eu confesso! – por fim exclamou após um suspiro derrotado. – Ouvi você saindo do apartamento durante a madrugada. E, bom... isso foi o bastante para que já deduzisse tudo.

– Sophia! – meu tom era de repreensão, embora tivesse plena consciência de que ela não tinha culpa de nada.

– Mas não se preocupe! – ela se apressou em acrescentar: – Eu não a segui pra ver até onde iria, por mais que a curiosidade me corroesse para que fizesse isso.

– Que bom que não fez... – admiti baixinho e com alívio, mas é claro, ela ouviu.

Sua sobrancelha ergueu-se em um arco e começou a abrir um sorrisinho.

– Então é verdade? Você foi se encontrar com ele?

O rubor forte que tomou conta do meu rosto nesse momento, deixando-me tão vermelha quanto um tomate, tenho certeza, sem dúvida dispensou respostas.

– Ai meu Deus, Willa! – sua reação espantosa ao mesmo tempo em que até com entusiasmo era tudo o que eu não esperava. – Vocês transaram, de novo?!

– Shiiiiiiiiiiu! Não precisa berrar isso pra lanchonete inteira!

Sophia levou as mãos aos lábios, contendo-se para não explodir em risadas como se o que acabara de descobrir fosse divertido demais para ser verdade.

– Desculpe, desculpe. – Ela assumiu uma posição ereta na cadeira e passou a me fitar seriamente (ou pelo menos tentando), enquanto já parecia mais recomposta. – Então... o que vai fazer quanto a isso?

– Fazer? – franzi a testa sem entender. – E o que a faz pensar que eu devo fazer alguma coisa?

– Bom... alguma atitude você precisa tomar. O que não pode fazer é continuar transando com este homem como se não estivesse em um compromisso sério com outro. Sendo que você está, e há três anos, a propósito.

– Você fala como se eu não tivesse consciência disso...

– Mas é claro que tem. E é por isso que, como uma amiga que sabe que tem o dever de dar conselhos certos e adequados, estou lhe dizendo isto. – Suspirou pesadamente. – Só tem duas opções, Willa: Ou você continua com o Peter sem precisar que ele saiba de algo, claro que, com a condição de não traí-lo outra vez, ou você é franca com ele e conta toda a verdade. Mas aí vai ter que estar preparada para o que vier em seguida.

E era exatamente isso o que eu temia. Como Peter iria reagir se eu lhe contasse? Havia três anos que estávamos juntos, e durante todo esse tempo eu poderia afirmar, com toda a sinceridade, que me importei com o que tínhamos e não fui capaz de trair sua confiança uma única vez. Ele já me dissera diversas vezes que me amava, e eu via sempre tanta sinceridade vinda de suas palavras, que, embora o que eu sentia por ele não fosse recíproco, sabia que a culpa iria me destruir ao ver o quão magoado ele ficaria quando soubesse de tudo.

Deixei escapar um suspiro de forma cabisbaixa. Não sabia se conseguiria...

– Mas, se quer saber. – Continuou Sophia, atraindo minha total atenção a suas palavras. – Se você foi capaz de recair pela segunda vez ao que quer que sinta por este homem, não acho difícil que aconteça novamente. Precisa tomar cuidado com ele, Willa. – Ela engoliu em seco antes de prosseguir, sua expressão agora era séria e logo me fez estranhar sua mudança súbita. – Olha, eu... não deveria lhe contar isso, mas...

– Contar o quê? – insisti em saber imediatamente.

– Merda! – ela praguejou baixinho, e isso foi o suficiente para me fazer perceber que o que quer que estivesse prestes a me dizer antes, agora estava hesitando para que não fizesse.

– Sophia... contar o quê? – perguntei novamente, dessa vez em um tom desconfiado e já ficando impaciente. E ela ainda hesitava. – Sophia, quer abrir a boca logo de uma vez?!

Foi então que soltou abruptamente:

– Peter planeja pedi-la em casamento quando voltar da França!

Minha mão que segurava a caneca com o cappuccino abaixou-se de uma só vez provocando um baque forte na mesa de vidro.

– O quê?!


Notas Finais


Pois é. Capítulo fraquinho, por enquanto kk.

Beijos e até o próximo <3


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