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História The Other Side Of The Arrow - Corajoso


Escrita por: QueenB1 e SofiaMartins

Notas do Autor


Pediria desculpas
Mas desculpas não posso pedir
Eis um capítulo novo
Para a alegria surgir hahahaha

Ps: Pq Felicity Smoak trata sua busca por justiça como um jogo? Eis a resposta nesse cap maravicherry ♡

Capítulo 36 - Corajoso


Fanfic / Fanfiction The Other Side Of The Arrow - Corajoso

"Se eu pudesse pegar uma estrela para você, eu juro que iria roubá-las esta noite. Para fazer com que todos os seus desejos se tornem realidade, e cada sonho para toda a sua vida. Mas não é assim que a história continua. O mundo está cheio de planos perfeitos. Se há uma promessa que eu quebrei, eu sei que um dia você vai entender.

Michael Bolton - Fathers & Daughters."

Felicity Smoak

Massachusetts

➸ Flashback

➸ 2007

Existe algo no mundo que te faz acreditar que pode ser invencível. Ser mais forte do que tudo; vencer o impossível. O momento em que me senti assim foi quando ouvi o choro. O som irrompeu o silêncio daquela sala, me dando a certeza de que eu não viveria mais por mim, mas, sim, por ele. 

O segundo em que aquela criança esteve nos meus braços, me foi dada a missão de proteger aquele pequeno ser de qualquer mal.

Era impressionante a certeza que veio com ele. Seu rosto era angelical, as bochechas rosadas, os ralos fios de cabelo, o nariz delicado. Tudo naquela criança me fez entender que o desejo de ser mãe, poderia estar trancado em algum lugar no fundo da minha alma.

Me peguei chorando diversas noites seguidas em que ele veio ao mundo, só observando seu rosto. A possibilidade de que Moira pudesse nos encontrar ainda era uma nuvem negra pairando sobre nossas vidas.

Apesar do tempo que se passou, o medo era atemporal.

Ter Yelena e Alena ao meu lado foi fundamental para o nascimento. Donna não imaginava o quanto me doía esconder a verdade, mas minha mãe precisava ser poupada.

A faculdade havia me ajudado a manter Donna longe de Massachusetts. Ela acreditava que meu tempo estava escasso na nova universidade. Minha vida tinha se resumido em aulas e choros durante a madrugada.

As noites mal dormidas não afetava o meu entusiasmo no MIT. As coisas estavam se encaminhando e minha vida parecia se encaixar novamente. Durante minha ausência, meu pequeno filho chorão, ficava com Yelena, que optou por trocar seus horários de trabalho como secretária e, também, como vigilante.

Yelena era uma peça importante para o meu desenrolar como mãe. Escolhemos o nome juntas em uma tarde. William.

Porque significava "protetor corajoso" ou "aquilo que se deseja proteger". Não haveria outro nome para mim, teria que ser aquele.

Desejando voltar o mais rápido possível para casa, deixei a sala da minha última aula do dia o mais depressa possível. Fiscalizando as horas, fiquei aliviada ao saber que eu teria um pouco mais de tempo. Hoje seria o dia em que enfrentaria Donna, não do modo que eu gostaria, mas do modo necessário.

Atravessei o campus, procurando por Alena. Logo a encontrei sentada em um dos bancos, mexendo em seu notebook.

— Boas notícias? – Perguntei, me sentando ao seu lado. Me olhando com animação, Alena bateu palmas.

— Eu encontrei o seu emprego perfeito. – Disse, abrindo um site no navegador.

Minha mais nova meta era conseguir um emprego. Não era justo que Donna ainda me mandasse dinheiro e, muito menos, ser sustentada por Yelena, sem oferecer algo em troca.

Eu precisava urgentemente de um emprego.

— É uma loja de tecnologia. Coisas como eletrônicos e tudo o mais do mundo cibernético. Eles estão precisando de uma vendedora, e adivinha? Seu perfil é ideal! Você só precisa se decidir no seu estilo, porque mescla com nerd gótica, e não se pode ser as duas coisas. – Alena apontou para os meus óculos de grau.

Em uma noite, desafiei Yelena de que conseguiria acertar o alvo com uma única flecha. Eu acreditava que se calculasse a distância, seria mais fácil do que qualquer outra coisa, mesmo sem nunca ter tocado em um arco antes. Para a minha decepção, minha tentativa foi falha. A flecha se prendeu totalmente fora do alvo, o que era impossível até mesmo para uma iniciante. Foi então que descobri que eu tinha um leve problema de visão, e os óculos passaram a ser parte do meu rosto.

— Você deveria ficar loira igual sua mãe. – Alena sugeriu.

Rindo, neguei com a cabeça.

— Em vez de parecer uma nerd gótica, vou parecer uma patricinha nerd. Não se pode ser as duas coisas. – Usei suas palavras contra ela.

Em nossa volta para casa, passamos pessoalmente na loja de eletrônicos. Conversamos por um curto tempo, e o responsável marcou uma entrevista. Se tudo estivesse ao meu favor, logo eu teria um emprego.

Assim que ultrapassei a porta de entrada, procurei Yelena pela casa. Ela surgiu de uma das portas com William nos braços. Levando seu dedo indicador ao lábios, pedindo silêncio, ela me entregou o bebê sonolento.

— Donna ligou. – Me avisou em um tom baixo. — Ela já está em Massachusetts, o táxi logo estará aqui.

Alena tocou em meu ombro, e sorriu terna, sem dizer uma palavra. Acenei com a cabeça, beijando a testa de William. Eu teria que obter coragem para fazer o que estava planejando. Era a nossa única saída.

A verdade nem sempre pode ser dita. Às vezes, a mentira se torna uma verdade necessária.

Aqueles pensamentos me distrairam por um curto segundo, até que a campainha ecoou dentro da sala.

— Está na hora, Felicity. – Devolvi William para Yelena, que seguiu para as escadas. Alena foi ao seu encalço, e olhou para trás antes de sumir.

Me aproximando da porta, deixei minha mão pairar sobre a maçaneta. A campainha se tornou insistente e, por impulso, derrubei a barreira que me separava de Donna.

Ela pulou em mim, me puxando para um abraço apertado. Retribuí seu afeto. Fazia um tempo desde a última vez em que nos vimos.

— Fel, você está linda de óculos. – Ela disse ao se afastar para me avaliar.

— Senti sua falta, mãe.

Afastando algumas mechas de cabelo do meu rosto, Donna soluçou. Droga. Ela ia chorar.

— Eu também senti a sua, Fel.

Abri minha boca para responder, porém, um choro se espalhou pelo ambiente primeiro. Donna olhou além do meu ombro, para as escadas. Sua testa levemente franzida denunciava sua confusão.

— Isso é um choro? – Perguntou, dando passos para seguir o som.

A segurei, forçando-a a ficar no mesmo lugar. Percebendo minha expressão, Donna me encarou como se eu tivesse cometido um crime grave.

— O que está acontecendo aqui, Felicity? Por que estou com a impressão de que está escondendo algo de mim?

Levei Donna até o sofá, por precaução, se ela desmaiasse, pelo menos estaria segura. Me sentando na mesa de centro em sua frente, segurei suas mãos.

— Eu preciso que confie em mim, mãe. – Seu rosto começou a se tornar vermelho.

— Felicity... – Seu tom era de repreensão, sem nem mesmo saber o que eu diria.

Fechando os olhos, soltei: — Eu adotei uma criança.

Não recebendo respostas, os abri novamente. Sua risada escapou de forma inesperada. Donna estava rindo descontroladamente.

— Você não leva jeito para fazer piadas, Fel.

Pressionando minhas mãos juntas, continuei firme. Esperando seu leve surto cessar.

— Por que não está rindo? Você está me olhando daquele jeito sério e decidido...

— Mãe, me escuta, por favor. Eu não mentiria sobre um assunto importante.

Donna estava estática agora. Suas pálpebras não se mexiam. Seus lábios estavam trêmulos.

— Eu deixo você sozinha em outra cidade e você decide adotar uma criança? Felicity... me diga que está brincando – Quebrou o silêncio ao se levantar abruptamente.

— Mãe... – Tentei continuar, mas Donna ergueu o indicador e começou a balançar freneticamente.

— Não, não, não, não. – Disparou, enquanto andava de um lado para o outro. — Você não pode... – Pausou para respirar. — Você não pode brincar desse jeito comigo.

— Mãe, tem uma criança lá em cima. Aquele bebê é meu. – Contei um terço da verdade. — Ele foi deixado no campus. Eu o encontrei. Eu sou a mãe dele agora. Alguém lá fora, por algum motivo o abandonou, eu não vou fazer a mesma coisa. – Me calei, sentindo minha voz embargar. — Eu não posso explicar nada. Por isso, eu preciso do seu apoio agora, mas mesmo que não possa me dar, eu vou cuidar dele do mesmo jeito. Não importa mais nada para mim, a não ser o bem-estar dele.

Ficamos em silêncio. Eu sentia o peso da minha mentira me empurrando para baixo. Donna me olhava como se eu fosse inconsequente e estivesse em surto.

— Você é uma criança! Como vai cuidar de outra criança? – Foi a primeira vez que vi Donna em seu total descontrole.

— Não é como se eu tivesse adotado ele ontem. Ele se chama William, já faz um tempo, mãe. Não era a universidade que consumia meu tempo, era ele. – Engoli com dificuldade. — Nada do que disser agora vai me fazer voltar atrás. Quando ele olhou nos meus olhos, eu entendi o meu propósito. O motivo de estar em Massachusetts.

Donna se aproximou, me erguendo pelos ombros. Ela me sacudiu, fazendo minhas lágrimas pesadas voarem para longe do meu rosto. Caímos juntas ao chão. Inesperadamente, ela me abraçou. Foi o contato mais difícil que tivemos.

Havia um peso entre nós.

— Não me faça perguntas, por favor. Só aceite que eu me comprometi e vou cuidar daquela criança. Mesmo que eu não tenha o seu apoio...

Um choro emitiu mais perto, e nos desvencilhamos para olhar na direção de Yelena que trazia William nos braços.

Donna ficou imóvel novamente, vendo Yelena se aproximar com a criança que era seu neto verdadeiro, mesmo que ela não soubesse.

— Sua filha não é uma inconsequente, Donna. Ela é a pessoa mais corajosa que eu já conheci. – Yelena olhou para mim e sorriu.

Eu nunca pediria para Yelena mentir por mim, mas estava satisfeita em ter o seu apoio em qualquer decisão.

— William não é um problema, Donna. Ele é um bebê adorável, e tem sorte de ter Felicity como mãe. Eu sei que tudo parece absurdo inicialmente, mas confie na sua filha. – Oferecendo uma mão livre para Donna, Yelena a ergueu do chão.

Continuei onde estava, abraçando meus joelhos, sentindo que enfrentei minha primeira batalha. A única diferença é que eu não me sentia vitoriosa.

Eu não sabia o que o futuro reservava, mas sabia que algum dia ele iria me cobrar pelas minhas escolhas.

Donna não iria passar a noite em Massachusetts. Ela logo iria embora. Acreditei que estava protegendo a única pessoa no mundo que se importava comigo. Por mais que seus olhos tenham brilhado ao ver William, meu segredo tinha afetado a confiança que ela tinha em mim.

Observei de longe, enquanto Yelena colocava William no colo de minha mãe. Foi a cena mais emocionante que presenciei depois do nascimento do meu filho.

Uma mão apertou meu ombro. Me virando, sorri para Alena que me oferecia um copo de água.

— Ouvimos a conversa. – Confessou. — Sabemos que deve ter sido difícil esconder a verdade. Estamos aqui e vamos te apoiar em qualquer decisão. Donna deve precisar de tempo, assim como você precisou para aceitar que seria mãe. Ela também precisa aceitar que é avó.

— Não gosto de saber que você é mais madura do que eu. – Bati meu ombro ao seu.

— Obrigada. Por tudo.

— Não tem o que agradecer. Sabe que pode contar comigo para qualquer coisa.

Olhamos a cena em nossa frente, Donna se entregando ao pequeno Willam. Seu leve sorriso ao acariciar a cabeça do meu filho, me mostrou que posso seguir em frente e que tudo vai dar certo.

— Eu não sei se um dia Donna saberá a verdade sobre ele. – Falei, ainda olhando a cena que encheu meu coração de medo e alegria.

— Não precisa pensar nisso agora. Você passou da primeira fase, mas tem muitas pela frente. Só o tempo vai dizer se uma das fases será essa revelação.

— Minha vida não é um jogo, Alena.

— O que posso fazer? Tecnologia e jogos estão infiltrados no meu DNA. – Rimos da sua loucura, e Donna olhou em nossa direção.

Aproveitei a oportunidade para chegar mais perto.

— Ele é um bom garoto... – Sua voz era baixa e tranquila.

— Sim, ele é.

— Se essa é a sua decisão, mesmo que eu não concorde e nem ache certo pela sua idade, eu não posso fazer nada além de te apoiar. Você é minha filha, e eu amo você, Fel. – Donna estendeu sua mão e me puxou para sentar ao seu lado.

William se mexeu em seus braços, e abriu os olhinhos.

Aquele brilho salvou a minha vida.

— Obrigada. Sei que vai demorar um pouco para se acostumar com a ideia de ter um neto, mas ele vai ganhar o seu coração.

Ela sorriu e apertou minha mão. Olhei para as duas heroínas que entraram na minha vida, agradecendo em silêncio.

Foi então que percebi que posso enfrentar o mundo com o apoio dessas três mulheres incríveis.

Donna foi embora pouco tempo depois. Ficou mais calada do que o habitual, mas entendi que era sua maneira de digerir tudo que havia acontecido hoje.

Com Will nos braços, passo os dedos por seus traços. Seus olhos me fitavam com um amor genuíno. Ele tinha os olhos do pai.

Iria lembrar de Oliver de uma maneira ou de outra. Willam era a prova viva da sua existência.

Às vezes penso como seria diferente se Oliver estivesse aqui. Durante esse pensamento sem fundamento, Will deu uma leve tremidinha nos lábios, como se estivesse quase sorrindo.

Aquele passaria a ser o meu sorriso favorito no mundo.

Independente das dificuldades, de qualquer humilhação, de qualquer tristeza, Oliver Queen tinha que ter cruzado o meu caminho.

Só assim para que eu conhecesse o homem da minha vida.

Aquele que eu protegeria para sempre.
 


Notas Finais




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