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História The pain brought us Together - O bater de um coração


Escrita por: Dodo_Hyuuga

Notas do Autor


Olhaaa elaaaa!!!❤❤❤

Minhas vidinhas que saudade que eu estava de todos vocês!❤

Espero que todos estejam maravilhosamente bem!😁

Bom, como notável, novamente eu demorei uma vida pra postar um capítulo. Sei que prometi que não demoraria tanto, porém como já disse algumas vezes estou escrevendo pelo o telefone da minha mãe. O que de certa forma prejudica o meu prazo já que ela trabalha quase o dia todo e eu tenho poucas horas com o telefone.

Maaaasss… Aqui está o capítulo!😄😊

Gente eu estou absolutamente cho-ca-da! Como assim 177 favoritos?!Eu não consigo acreditar!😱

Gostaria de agradecer a todos que fazem esse sonho possível. Sei que não sou a melhor autora do mundo,(nem a mais rápida) porém fico honrada por ser a autora pela qual as histórias vcs leem com tanto gosto!Arigato!😊

Também queria agradecer a todos os anjos que comentaram capítulo anterior! Gente A OPINIÃO DE VCS É MUITO IMPORTANTE MESMO! Cada letra,palavra,frase, simplesmente me inspiram a melhorar cada dia a mais e isso é uma coisa totalmente incondicional pra mim!❤

Por isso eu peço que continuem me apoiando!😊

Gente tenho uma notícia ótima! Ganharei meu telefone novo esse mês o que fará com que os capítulos saiam muito mais depressa! 😁😁😁

GENTE! outra coisa, quero agradecer infinitamente a “jacyracabello" por ter me deixado usar a NET da casa dele pra postar esse capítulo! Sério meu, sem ela isso não seria possível!😂#pobresemnet


Bom, e é só isso!

Ah propósito, O CAPÍTULO TÁ UMA BOMBA!🎆

Desculpe qualquer erro de Português.😪

Espero que todos tenham tido um bom volta as aulas!😉

Desejo que gostem e comentem!❤

Novos favoritos são bem vindos!

Boa leitura!😘

Amo vcs do fundo do meu Kokoro!❤😊

Bjs de cupcake!😘❤
Euzinha!🤓

Capítulo 10 - O bater de um coração


Fanfic / Fanfiction The pain brought us Together - O bater de um coração

Naquele momento Sasuke não sabia onde estava, ou o porquê de está ali. Mas o Uchiha permanecia seguindo em frente.

Uma escuridão devastadora o cercava, porém o mesmo não tinha medo. Ou melhor, não sentia nada. Ele só continuava andando rumo a lugar nenhum. Foi aí que o Uchiha se deu conta de uma coisa: Aquilo era um sonho. Um sonho bem esquisito.

Parou um pouco e olhou para os lados, em busca de algo que fizesse sentido naquele lugar. Não encontrou nada. Sentiu-se suspirar com aquilo. Queria acordar para enfim acabar com aquela maluquice.

Até que uma pequena luz chama a sua atenção. Sem nem ao menos pensar, Sasuke direciona-se para ela de uma forma quase que hipnótica. Ele tinha necessidade de segui-la.

Passos eram dados, totalmente ritmados em direção a claridade momentânea que se assemelhava ao tom azul. Sasuke queria parar, algo alertava-lhe que era perigoso o caminho que ele estava traçando.

Porém, ao finalmente chegar ao ponto em que a luz resplandecia, uma coisa o fez sair de seu transe. Algo que ele nunca imaginou que estaria junto a si naquele lugar. Ou melhor, alguém.

Ele viu Naruto.

Se aproximou de seu amigo em silêncio enquanto analisava-o. Ele parecia o mesmo daquela manhã, todavia, parecia diferente do que ele foi o restante de sua vida. Ele estava com um ar de melancolia sem igual. 

— Por favor… não me obrigue a fazer mais do que isso com ela… já chega…por favor… eu imploro.

O Uchiha arqueou uma sombrancelha ao ouvir as palavras ditas por Naruto. Com quem ele estava falando?

Aproximou-se mais ainda do homem, sendo tomado pela surpresa ao encontrar um espelho à frente do Uzumaki. Aquilo não deveria estar ali.

— Naruto! O que está acontecendo?! — Sasuke perguntou, balançando o ombro do amigo. O loiro sequer o olhou.

— Por favor… eu não quero mais a machucá-la…— Naruto continuava se lamentando perante ao seu reflexo.

Uma gargalhada sombria é ouvida fazendo todo o corpo de Sasuke arrepiar-se. Não foi Naruto que soltou aquele som medonho, então…quem havia sido?!

—Nós temos um trato, Uzumaki. Eu cumpri todo o meu dever, comece a cumprir o seu. — A voz autora da gargalhada pronunciou-se.

O Uchiha buscou uma nova face mas não viu nada. Apenas ele e Naruto estavam ali.

O Uzumaki caiu de joelhos no chão. Não em forma de súplica ou algo parecido. Ele caiu de fraqueza.

— Eu não quero mais... — Um soluço alto foi efetuado pelo Uzumaki. — Eu aceito o que for, mas eu imploro… já chega disso.

Novamente, a gargalhada pôde  ser escutada.

— Olhe pra você. Se ridicularizando perante mim, suplicando minha desistência… mas saiba de uma coisa: Quem escolheu tudo isso foi você. Olhe… — A roupa do Uzumaki começou a ser rasgada como mágica, até que ele ficasse com o peitoral nu. O Uchiha arregalou os olhos ao ver como o corpo de seu amigo estava acabado. A magreza era tão extrema que as costelas podiam ser vistas sem o mínimo esforço. Fora os roxos e hematomas que dominavam quase todo o local. Havia também uma marca estranha que não podia ser vista nitidamente por causa da claridade.

— Naruto… — Um murmúrio de pena foi dado por Sasuke.

— Você tem a marca. Você a quis. Agora o peso é seu. Você terá que fazer tudo que eu mandar. Ou melhor…tudo o que você quiser.

Naruto gritou, desesperado. Lágrimas desciam velozmente pela a pele levemente bronzeada e iam caindo rumo ao chão.

Sasuke aproximou-se do amigo, tocando-lhe o ombro e balançando-o freneticamente.

— Naruto, o que está acontecendo?! Me diz!

— Eu…eu… — Ele tentava falar mas nada saia. Seu medo evidente confundia Sasuke. O que diabos estava acontecendo?! — Socorro…

— Naruto, o que está acontecendo?! Me responde! Naruto!

O moreno fartou-se daquilo. Afastou Naruto com um empurrão, assim tomando seu lugar na frente do espelho. Ao fitá-lo o moreno se surpreendeu com o reflexo que encontrou.

Naruto?

Sua garganta secou instantaneamente.

— Mas… como… — Olhou para o lado e viu que Naruto ainda estava ali. — Quem é você?

O reflexo sorriu.

— Oras, teme! Sou eu! Não está vendo?!

— Eu vou perguntar de novo: Quem é você? 

— Eu sou Naruto Uzumaki — O reflexo insistiu — E esse é o meu jeito ninja. Como está a Hina? Soube que ela está morando com você agora.

O Uchiha travou o maxilar.

— Não é da sua conta.

— Espero que você esteja aproveitando da presença dela — A sombra prosseguiu, sem ligar para o que Sasuke disse. — Ela é linda, delicada, gentil… bondosa. Ela até consegue ficar perto de pessoas…como você.

— O que quer dizer?

— Ah, você sabe… — O reflexo permaneceu com um tom arrogante. — Pessoas frias, ignorantes, problemáticas… —  Ele faz uma pausa. — Assassinos.

O Uchiha não pensou duas vezes antes de socar o vidro.

— Como você ousa...

— Sasuke! — Um grito estridente soou sobre os ouvidos de Sasuke. 

Ela estava em perigo.

— Hinata! — Ele chamou em desespero. Largou aquele maldito espelho e foi em busca da Hyuuga. Voltou a ser engolido pela escuridão, mas ele não ligava. Precisava encontrá-la. — Hinata, eu estou aqui! 

Ele continuou correndo. Tentou ativar seu Sharingan mas não funcionava. Seu donjutsu não o respondia de forma alguma. Seus batimentos cardíacos eram tomados pela preocupação.

— Sasuke! Eu estou aqui!

Seguindo a voz ele finalmente a encontrou. Respirou fundo ao ver que ela estava bem ainda que estivesse acorrentada dos pés a cabeça.

— Sasuke, eu estou com medo. — A Hyuuga sussurrou para o moreno. 

—  Eu estou aqui. — Ele garantiu, começando a procurar algo para libertá-la daquelas correntes. Não demorou para que ele notasse que a chave da corrente estava no próprio pescoço de Hinata.

— O quê isso significa? — O Uchiha indagou incrédulo. Sabia que estava sonhando, mas não tinha paciência para metáforas naquele momento.

— Não é da sua conta!

— Naruto?! — Ele perguntou incrédulo, para o loiro que surgiu em seu frente. Há pouco, o Uzumaki desabava em lágrimas e agora estava ali… Com um olhar cínico.

O loiro sorriu diabolicamente.

— Não se meta aonde não é chamado, Uchiha. Se eu fosse você, aproveitaria o tempo que você tem com ela, porque ele acabará logo.

Sasuke olhou para Hinata, ainda estava acorrentada. O que ele queria dizer?!

— Quem é você?! — O Uchiha insistiu pela última vez. Aquele não poderia ser seu amigo Naruto.

— Tenha um bom dia, Uchiha Sasuke. — O Uzumaki rebateu, fugindo novamente da indagação do moreno. — Por enquanto, ela precisa de você. 

— O que você fará com ela?!

— As coisas nem sempre são o que parecem, teme. — Por um momento, parecia existir arrependimento nas orbes azuladas. — Cuide dela.

—  Naruto, eu…. — Sasuke pensava no que falaria, contudo as palavras não vinham a cabeça. Aquele transtorno bipolar do Uzumaki deixava-o totalmente confuso. O loiro deixou uma lágrima escapar de seus olhos.

Chegou a hora.

— Adeus, Sasuke.

                                        __-°-__

O Uchiha acordou sobressaltado. Respirava irregularmente e sentia um suor frio em todo seu corpo. Ele passou as mãos sobre os fios negros.

Maldito sonho!

Cada detalhe daquele sonho estava impregnado em sua cabeça. Também pudera, afinal, aquele sonho estava longe de ser normal.

"É só um sonho, Sasuke."

Porém tudo nele era tão… real. Naruto e sua mudança de status de sofredor para vilão, aquele reflexo maldito cujo a voz perversa ainda parecia soar sobre seus ouvidos e a face preocupante de Hinata; a face de medo e insegurança da Hyuuga era o que deixava-o mais atordoado.

Percebeu que seu quarto não estava o mesmo da noite anterior. Ele estava mais organizado, e Sasuke sentiu-se coberto por uma manta que ele não usava há anos. A manta que esteve contigo quando ele era apenas um garotinho feliz.

Inconscientemente, o Uchiha aproximou o velho tecido de seu nariz e inspirou seu cheiro. O aroma permanecia o mesmo depois de todos aqueles anos.

A janela de seu quarto que estava aberta dando luminosidade ao local deixava evidente a provedora de tais atos: Hinata. Ele sorriu, inconscientemente.

Levantou-se da cama e se alongou um pouco. Parecia que havia dormido durantes horas pois seu corpo estava até meio dormente. Embora o sonho conturbado, ele finalmente teve uma boa noite de sono. 

Olhou para o calendário localizado na parede em busca de se atualizar um pouco em sua própria vida. Desde que Hinata entrou em seu cotidiano, tudo havia virado uma extrema bagunça.

Ele suspirou, surpreso.

Como poderia ter esquecido desse dia com tanta facilidade?

Ele nunca soube lidar muito bem com o dia da morte do seu irmão. Ou melhor, o dia em que ele o matou. Todos os anos naquela mesma data, o Uchiha sempre frequentava a bares e enchia a cara até não conseguir mais ficar de pé; bebia ao ponto de esquecer o próprio nome e melhor ainda, de esquecer a sua dor.

Mesmo depois da luta contra Kabuto, o Uchiha ainda se culpava por tudo que havia acontecido ao seu irmão. Percebeu que a culpa não era de Konoha, do Hokage, da doença, do clã ou de quem fosse. A morte de seu irmão foi por sua causa.

Se ele não tivesse sido tão cego durante tanto tempo, as coisas seguiriam um caminho diferente.

Talvez Itachi ainda estaria em sua vida. Talvez ele fosse feliz.

Mas a vida não é feita de ‘talvez', não é?

Sasuke decidiu que aquele ano seria diferente. Ele não iria a bares, não beberia até perder a sanidade e não esqueceria sua dor. Ele a enfrentaria, de cabeça erguida. E botaria de uma vez por todas um ponto final naquela história.

Saiu do quarto e desceu as escadas, dirigindo-se para a cozinha.

— Ohayo, Sasuke! — A voz delicada de Hinata o saldou assim que ele entrou no cômodo. Ela estava com um vestido rosa claro até a altura dos joelhos e mangas longas. Por cima, um avental branco simples, onde o nome da Hyuuga estava escrito. As grandes madeixas azuladas estavam presas em um coque frouxo, o que a deixava ainda mais bela. O semblante doce da mulher provocou um mínimo sorriso em seus lábios.

— Ohayo.

— Como está? Está com fome? Você dormiu demais e ontem não comeu muito… Quer alguma coisa? 

— Antes de tudo quero saber que horas são. 

— Já se passa das onze da manhã.

O Uchiha se surpreendeu.

— Por que você não me acordou? 

A Hyuuga corou.

— Sabe, como eu não dormi essa noite percebi que você ficou meio agitado. Então, quando você se acalmou um pouco, já havia ficado de manhã e achei injusto acordá-lo. Vi que você estava com frio e achei uma mantinha dentro do seu guarda-roupa e te cobri…

— Espera, você abriu o meu guarda-roupa? —Ele questionou, fazendo a Hyuuga engolir em seco.

— E-eu estava começando a arrumar o segundo andar e quando percebi que você estava com frio, eu fui no lugar que me pareceu mais provável. Por favor, não interprete mal.

— Não gosto que mexam nas minhas coisas.

—Eu sinto muito. — Ela proferiu, antes de se virar para pegar uma chaleira que estava em cima do fogão. — Você aceita? Não sabia como você preferia o seu chá, então fiz como eu sempre faço o meu. 

O Uchiha serviu-se, dando uma golada no líquido quente.

— Está bom.

Hinata suspirou aliviada.

— Certo. Bom, eu não quero ser indiscreta mas você realmente sonhou comigo não foi?

Sasuke encarou-a incrédulo. Como ela sabia?

— Achei que o acordo fosse esse. 

— Com o que você sonhou?

— Por que você quer saber? — Sasuke questionou, nervoso. Definitivamente, não queria falar sobre seu sonho.

— Porque você gritou meu nome enquanto dormia. 

O Uchiha engoliu em seco. E agora, o que ele falaria? Ela tinha um ótimo ponto.

— Não é o que você pensa.

— Desculpa, Sasuke.

O Uchiha colocou a xícara em cima da mesa, assumindo uma feição confusa.

— Por que está se desculpando?

— Era para eu te ajudar a não ter pesadelos. E a única coisa que eu fiz foi apenas participar deles. Não deu certo, não é? 

O Uchiha digeriu as palavras lentamente. Então era isso? Ela estava preocupada com ele? 

Encará-la lembrou-o de seu sonho. Das correntes que prendiam a mulher, de seu olhar de tristeza, das palavras de Naruto direcionadas a ela. Foi tudo tão real.

— Eu sonhei com você, mas não foi um pesadelo.

— Ma-mas e o grito?

— Eu sonhei que você estava se jogando de uma árvore de novo por causa de mais um motivo idiota. Satisfeita? 

A Hyuuga arregalou os olhos, chocada.

— Isso foi um sonho bom ou um pesadelo, Sasuke?

— Foi um sonho bom, Hyuuga. Eu estava lá para te salvar — A resposta do Uchiha saiu involuntariamente, contudo, ele sabia que era verdade. Como havia sido dito em seu sonho, ele cuidaria dela. — Obrigado, Hinata. Você ganhou.

A Hyuuga sentia como se estivesse sofrendo uma parada cardíaca. Seu coração batia de uma maneira irregular junto de sua respiração. O que estava acontecendo consigo?

E então ela sorriu.

— Eu fico feliz por ter te ajudado.

— Não estou com muita fome. Vou treinar e volto mais tarde. 

— Certo.

O Uchiha levantou-se da mesa, indo em direção aos fundos da casa, onde a Hyuuga já havia identificado como seu local de treinamento. Após a partida do Uchiha, ela se permitiu suspirar aliviada. Quando ela pensou que sua vida chegaria a esse ponto?

Seu coração ainda batia freneticamente. Sasuke conseguia lhe causar um impacto emocional tão grande em tão pouco tempo. A intensidade dele era forte demais.

Ela precisava tirá -lo da cabeça imediatamente.

Em busca de tal ato, a Hyuuga decidiu terminar de arrumar o segundo andar da casa, tarefa que começou naquela manhã. Todavia, a imagem de Sasuke a perseguiu, como um fantasma vingativo. Ela sabia que ele não tinha sido sincero em suas respostas. Afinal, quando escutou os gritos de Sasuke, havia outro nome além do dela.

Ele gritou o nome de Naruto.

A mulher pousou a mão sobre o peito, respirando fundo para que seus batimentos diminuíssem o ritmo. O que seria tão ruim a ponto de fazer Sasuke mentir para ela? 

Como os apetrechos de limpeza​ já estavam lá, ela saiu de sua confusão mental e pensou no que limparia. Sasuke era organizado, mas a quantidade de poeira que tinha pela casa causaria graves crises alérgicas na Hyuuga; por isso, ela decidiu limpar seu mais novo lar.

 Passou pelo grande corredor e analisou suas opções: Já tinha limpado o escritório, o seu quarto, o de Sasuke — enquanto ele dormia — e o outro quarto de hóspedes. Em resumo, já havia limpando todos os cômodos.

Ela caminhou até o final do corredor, deslizando as mãos pela tinta azul das paredes. Porém, não demorou para que notasse algo que não deveria estar ali: Uma maçaneta.

Seus olhos alegavam que não havia nada naquela parede, mas o seu tato provava que sim. O que estava acontecendo?

Hinata fez um movimento na intenção de abrir seja lá o que estivesse atrás da maçaneta, entretanto não obteve resposta. Estava trancada.

Aquilo só podia ser uma espécie de jutsu. Um jutsu causado pelo Rinnegan de Sasuke.

Ela sabia que não deveria investir naquilo. O mais sensato a se fazer era simplesmente deixar como estava, dar meia volta e fazer algo que não testasse a paciência de Sasuke. Contudo, a curiosidade pairava sobre si de uma forma inquietante.

— Byakugan! — ativou o seu donjutsu para avaliar melhor o que havia encontrado. Não demorou muito para constatar que aquele pequeno cômodo se tratava de um quarto. — Liberar! — A forma de uma porta de madeira antiga começou a surgir. Hinata deu um passo para trás, enquanto o local tomava forma. Uma parte de si estava surpreendida pela facilidade que conseguiu abrir aquele local, porém já tinha uma teoria sobre isso.

Sasuke possuía poder suficiente para fazer uma ilusão perfeita até mesmo para um Hyuuga. O que quer que estivesse naquele quarto, Sasuke queria esconder apenas de si mesmo.

A Hyuuga tentou abrir novamente a maçaneta, sem êxito. Então, drenou um pouco de seu chakra sobre o metal fazendo a porta abrir rapidamente. Elasorriu vitoriosa; conhecia um truque ou dois.

O rangido feito pela porta era sem dúvida sinistro. A Hyuuga em passos lentos adentrou no cômodo. Aquele local com certeza havia sido castigado pelo tempo. Era um quarto em tom bege e as paredes tinham alguns buracos e kunais presas. Uma janela podia ser vista, porém, uma grande tábua de madeira estava sobre ela. A cama e as outras mobílias estavam absolutamente reviradas. Aquele quarto estava uma bagunça absoluta.

A mulher passou o dedo sobre uma velha cômoda empoeirada que estava ao seu lado; aquele lugar não era frequentado a muito tempo. Não entendeu o porquê de Sasuke querer esconder aquilo. Era apenas mais um cômodo daquela casa enorme.

Disposta a ir embora, ela caminha de volta até a velha porta de madeira. O insistente cheiro de poeira que o local transmitia, não era mais forte do que a áurea mórbida que ele exalava.

Foi aí que ela percebeu. Talhado sobre a madeira, estava escrito o nome do dono daquele quarto.

Ela estava no quarto de Itachi Uchiha.

O coração de Hinata pulou dentro do peito. Invasão de privacidade? Isso era pouco para o que ela havia feito. Se Sasuke a pegasse ali, seria o fim.

Em seu momento de desespero, a Hyuuga acidentalmente bateu o braço em uma pilha de fohas de papel, que espalham-se por todo o chão do cômodo.

— Droga, droga, droga! — Ela agachou-se no chão rapidamente e começou a catar os papéis. A adrenalina fazia suas mãos tremerem, dificultando aquele simples tarefa. Terminou de organizar a pilha e ccoloco-a sobre a cômoda outra vez. Talvez Sasuke não percebesse.

A mulher notou que tinha esquecido uma folha no chão e apanhou-a. Observou-a por alguns segundos, franzindo o cenho, confusa.  Aquilo era um desenho?

Pelos traços do desenho, ele foi feito por uma criança. Haviam três bonequinhos no papel, que possuíam nomes de identificação em cima de suas cabeças.

O primeiro era o mais alto do papel. Tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo baixo e marcas de linha embaixo de seus olhos. Se surpreendeu ao ver que aquela figura fofinha era o famoso Itachi Uchiha.

O segundo bonequinho era mais baixo. A Hyuuga nem precisou ler o nome dele, pois reconheceria os cabelos rebeldes de Sasuke em qualquer lugar. Por fim, encarou o último desenho. Ele não tinha exatamente um corpo. Era um círculo achatado com um círculo menor dentro. Dois pequenos olhinhos e algo que lembrava um chupeta no lugar aonde deveria ser a boca.

Um bebê.

— Hiro… — A Hyuuga leu o nome em voz alta. Nunca tinha ouvido nada sobre ele. Para ela — e para grande maioria — sempre foram apenas Sasuke e Itachi, como os "irmãos Uchiha". E agora aparecia um terceiro? —  Quem é você, garotinho?

Contudo, a perolada não teve muito tempo para pensar sobre o bebê. O empurrão que levou, derrubando-a sobre a velha cama obteve toda a sua atenção. Suas costas doíam pelo o impacto e ela não conteve o gemido de dor.

Sasuke.

Ele a descobriu, mas o olhar de desgosto que ele a lançava era muito pior.

Sasuke não era surdo. Ao contrário, sua audição era muito favorecida então foi fácil saber o que ela estava fazendo. Ele preferiu não acreditar que a Hyuuga havia o desobedecido.

Mas ali estava ela.

— Achei que tivesse sido claro com você, Hyuuga. Achei que estava certo em confiar em você…— Ele aproximou-se dela com um olhar macabro. Estava com o peito desnudo e suado pelo o fato que estava fazendo exercícios anteriormente. Seu olho Sharingan estava ativado e o seu Rinnegan à mostra. Se ele queria intimidar Hinata, ele conseguiu. — O que você está fazendo aqui?

A Hyuuga engoliu em seco.

— Eu… eu… — O pavor não permitia sequer que ela formulasse uma frase. Então ela fez o óbvio. — Me desculpe, Sasuke. Eu não sabia que esse cômodo...

— Eu te dei cinco, apenas cinco condições, Hinata! Cinco condições para você ficar aqui e você desobedece a mais importante? — Ele acusou furioso. Ela podia ter xeretado em outros dias, que ele não se importaria tanto, mas hoje? Justo no aniversário da morte de seu irmão? Aquilo era inadmissível.

A Hyuuga abaixou a cabeça. Estava tão envergonhada.

— Olhe para mim.

— Eu não quero. 

O moreno pôs-se a frente dela, segurando o queixo feminino. Ao olhá-lo nos olhos, lágrimas caíram das belas orbes peroladas.

Sasuke respirou fundo, acalmando-se e assim desativado seu Sharingan.

— O que você descobriu?

— Esse é o quarto do Itachi.

— Por que você me desobedeceu?

— Eu não imaginei que esse cômodo pertencia ao seu irmão. Sasuke, eu sinto muito. Sei que está nervoso por causa dos seus sonhos comigo e o Naruto... — Ela arregalou os olhos. — Não, ignore a última parte, por favor!

— Você sabe... — Ele engoliu em seco. — Está dizendo que a culpa por você ter passado por cima de uma das poucas ordens que eu dei te dei é minha?

— Claro que não, Sasuke! Eu não quis dizer isso, eu...

— A culpa de tudo isso é sua, Hinata. Você que está virando minha vida de cabeça para baixo. Você que está tornando tudo confuso, tocando em feridas proibidas. O problema é você, Hinata. Não eu.

— Sasuke...

— Minha vida era bem melhor antes de você estar nela. — Sasuke disse, por fim. Estava magoado demais consigo mesmo e com sua vida para pensar no que estava falando. 

A Hyuuga suprimiu sua vontade de chorar. Então, era isso. O fim de sua amizade com Sasuke.

— Quem é Hiro? — A morena indagou com a voz trêmula. Sasuke saiu do quarto,sendo seguido pela mulher. Novamente, trancou a porta e escondeu-a sob um justu de ilusão.

— Quer realmente saber?

O Uchiha desceu para o primeiro andar, pegando uma blusa azul com o emblema do clã e suas sandálias ninja. A Hyuuga ainda o observava, atentamente.

— Quero. — Ao menos, aquela curiosidade ela tinha que sanar.

O moreno aproximou-se da porta, suspirando antes de abri-la.

— Ele é meu irmão.

Ele saiu, deixando Hinata sozinha com suas indagações. Lembrou-se da promessa que fez a si mesmo naquela manhã; pensou que aquele ano seria diferente, que ele superaria a dor da morte de Itachi de cabeça erguida e que protegeria Hinata.

Apenas mais palavras ao vento.

Uma brisa tênue soprava sobre a face da Mitsashi. Embora seu corpo estivesse dolorido pela noite mal dormida, ela continuava seguindo em frente, rumo a sua nova vida. Andava em um vasto campo, pelas quais haviam diversas flores coloridas estavam em seu caminho.

Não havia tido notícias de Rock Lee aquela noite. Sentia falta dele. Saudades de Hinata, de Ino, de Temari, do antigo Naruto, Kiba, Akamaru, Chouji… Neji. Queria ter apenas um deles ao seu lado agora para fazê-la parar de se sentir tão sozinha.

Respirou fundo sentiu o aroma floral. Se tivesse tempo, ela ficaria ali até o dia seguinte. Ou até o final de sua vida.

Sorriu por um instante contagiada pela aquela paisagem. Tudo tão belo e tão simples. Era assim que ela imaginava que seria sua vida.

Decidiu sentar-se um pouco. Ela foi obrigada a ir para aquela nova vila, mas ninguém disse nada sobre quando ela precisava chegar. Pegou a mochila que estava em suas costas, tirando de lá um pote de bolinhos de arroz. Ela não comia nada há horas.

E pelo visto, não comeria nada agora também.

— Droga — Murmurou guardando os bolinhos dentro das bolsa outra vez. A preocupação que estava sentindo sobre tudo não possibilitava que ela comesse. Onde estava Rock Lee?

Uma presença de chakra familiar apareceu atrás de si. Ela suspirou aliviada. Finalmente.

— TENTEN-CHAN, ME ESPERA! — O Lee exclamou, correndo em sua direção. 

Não demorou muito para que o Lee estivesse ao seu lado. E aquela proximidade entre os dois acabou deixando Tenten desconfortável. Ela ainda estava com raiva de tudo o que ele havia feito.

— Até que enfim te achei, Ten-chan! — O moreno disse, enquanto recuperava o fôlego. — Você é muito rápida sabia? Ah, sim! Eu e o Kiba-kun levamos as coisas da Hina para casa do Uchiha. Ela ficará bem. — Ele assegurou, levantando um polegar e dando uma piscadela.

— Não fale coisas pelas quais você não sabe, Rock Lee. E não a chame mais de “Hina". Você perdeu esse direito quando tirou o teto dela.

O Lee respirou fundo. Por que ela precisava ser tão dura?

— Olha, Tenten, eu sei que eu errei. E errei muito. Porém, ficar zangada comigo para sempre não é a solução. Precisamos seguir em frente. Juntos.

— Não, obrigada. Estou muito bem sozinha. —Tenten rebateu. O que era mentira pois a pouco, o que ela mais queria era um companhia. — Não é tão simples assim, Lee. O que você fez é difícil demais para ser perdoado tão rapidamente. Toda a confiança que eu já tive por você foi por água abaixo.

— Eu já disse, Tenten! Eu só queria o melhor para nós dois! 

A Mitsashi soltou um riso nasalado. Ele queria mesmo pagar de certinho depois de tudo o que havia feito? Não mesmo.

— Eu também já disse que se você tivesse dado a mínima importância para minha opinião não estaríamos aqui agora! — Ela sentiu um nó se formar em sua garganta. — Não estaríamos assim agora. Rock Lee, olhe pra nós dois. Sinto muito, mas não dará mais certo.

— O que quer dizer, Tenten? 

A morena suspirou. Só Kami sabia o quão difícil era para ela estar fazendo aquilo. Seu coração estava partido em centenas de pedaços e ela só queria alguém pudesse os colar. Ela torcia que para que Rock Lee fizesse isso. Porque ela sabia que no fundo, ainda o amava. 

— Eu estou oficialmente terminando meu relacionamento com você. Simplesmente não dá mais.

— Você não pode fazer isso, Tenten! Você tem que perdoar! Tem que me dar mais uma chance! Tem que deixar eu te provar que eu posso ser melhor!

As orbes castanhas o encararam e nelas, um sofrimento arrebatador era transmitido.

— Você não é digno de outra chance, Lee. Pelo menos não agora. — A Mitsashi afastou-se um pouco do ex-companheiro, ajeitando sua mochila nas costas. Não queria mais ficar ali. 

— Você perdoaria ele. —  A seriedade com ele falou com certeza deixou Tenten aflita.

— O que você quer dizer?

— Quero dizer que o problema não foi o que eu fiz, e sim, que foi eu que fiz! Você só estava precisando de um motivo pra me chutar e olha… eu dei um de bandeja pra você!  — O moreno cuspiu as palavras sobre Tenten. Ele sabia que se fosse Neji, ela perdoaria facilmente. Ela só estava com ele até agora por pena.

Tenten o acertou com um tapa no rosto.

— Chega de falar o nome de Neji em prol dessas suas palhaçadas sem sentido! Ele não está mais aqui pra se defender! E você está certo, agora realmente eu tenho um bom motivo pra te chutar!

— Mas…

— Eu só quero acabar logo com tudo isso. Por favor, vamos de uma vez, Rock Lee. 

O Lee assentiu com a cabeça. Aquele realmente era o fim dos dois.

— Hai, Mitsashi. — Ele começou a andar deixando-a para trás. Não teria mais coragem de olhá-la nos olhos de novo.

A morena suspirou e direcionou seu olhar aos céus. Neji deveria estar tão decepcionado vendo os dois brigando daquela forma. Porém, era esse o curso que sua vida estava tomando.

Pousou a mão sobre o peito.

— Me ajude a suportar tudo isso, Neji.

                           __- -__

Dois indivíduos movimentavam-se com facilidade entre o deserto de Suna. Quem os visse de longe, acharia que eles eram apenas meros ninjas que iriam para vila para alguma missão simples.

Contudo, eles tinham um propósito.

— Estamos chegando? — A voz de Sai soou sobre os ouvidos da Yamanaka. Ino respirou fundo; já era a milésima vez que o moreno perguntava isso! Estava sem paciência e aquele calor incessante não ajudava.

— Vem cá, você nunca cabulou uma missão antes? — A Yamanaka perguntou risonha. Tirou um cantil de dentro da bolsa que estava em suas costas, abrindo-o e​ bebendo o líquido logo em seguida. — Você tem que parar de ser medroso.

— Li em um livro que pessoas se dão mal fazendo artimanhas como essa. Não quero ser uma dessas pessoas, Ino.  E a senhorita pode me dizer o motivo de estarmos indo para Suna ilegalmente?

Ela precisava ver Temari. Precisava saber como a amiga estava, precisavam decidir o que ambas fariam a partir dali. Elas precisavam tomar de uma vez por todas o controle da situação.

Naruto não sairia impune depois de tudo o que havia feito com suas amigas. 

Ela tirou a franja de seus olhos, a prendendo atrás da orelha

— Vamos ver uma amiga, Sai-kun. Confie em mim, não irão nos pegar.

— Eu confio em você. Só não quero que você se prejudique por isso. Essa bagunça toda… você não devia fazer parte dela.

— Primeiro: Querido, nós estamos no meio de um deserto! Sem grude, okay?! E segundo: Eu comecei a fazer parte dessa bagunça quando minhas amigas começaram a ser prejudicadas. E não vou sair dela até ver todas elas felizes de novo. Faço o que for pra isso acontecer. 

— Isso que você disse foi lindo. 

— Foi, não é? Tô pensando em entrar para o mundo da literatura! — As orbes azul piscina brilharam em determinação. — Vamos em frente!

— Eu não tenho escolha mesmo.

— Que bom que você sabe.

Ambos então seguiram o caminho. Embora Ino dissesse que não, ela estava preocupada que alguém descobrisse o que estavam fazendo. Era errado e ela sabia disso. Mas precisava seguir em frente e está disposta a aceitar as consequências.

Algumas horas depois, eles já caminhavam pelas ruas de Suna. O sol havia diminuído um pouco o que deixou a Yamanaka mais confortável. 

— É ali. — A loira apontou para uma grande construção de areia. — O prédio do Kazekage. Vamos!  

O moreno suspirou. Sabia que a namorada estava fazendo aquilo por uma causa nobre, porém o receio de vê-la prejudicada impediu-o de seguir com a mesma empolgação.

— Ino, eu acho melhor você não fazer isso. Sinto que alguma coisa ruim irá acontecer.

— Apenas tente me impedir. 

A Yamanaka já havia ido a vila da areia muitas vezes para visitar sua amiga Temari, por isso já sabia todo o caminho de cor. Subiu até o último andar onde a secretária de Gaara, Matsuri, lhe encarou sorrindo.

— Ino-chan! Sai-kun! Que bom ver vocês aqui! - Saldou a morena. — O que desejam?

A loira retribuiu o sorriso.

— Também estou contente em te ver, Mat-chan! Eu gostaria de falar com a Temari e como sei que ela fica trancada o dia todo nesse escritório...

— Creio que não seja um bom momento, Ino. Ela e o Gaara-sama estão tendo uma discussão no momento. Sabe, coisas de família. — A morena explicou. Mas a Yamanaka já havia passado por ela e estava frente a porta.

— Não fale besteiras, Matsuri! Eu já sou da família! Vem, Sai! — O moreno obedeceu a ordem sem pestanejar.

Ao entrar na sala, Ino percebeu o silêncio que se formou com sua chegada. Temari permanecia com uma expressão severa, o que significava que ela estava zangada. Enquanto Gaara estava quieto e impassível.

— Ino? O que faz aqui? — Temari perguntou surpresa. Não esperava ver sua amiga justo naquele momento.

— É bom te ver também, Temari! — Respondeu irônica. — E Gaara, que recepção mais calorosa! Não precisava de tudo isso pra mim!

O ruivo respirou fundo. Não queria mais problemas naquele dia.

— Olá, Ino. Como estão as coisas? — Perguntou sem interesse. A loira então direcionou-se até uma poltrona na frente da mesa de Gaara, cruzando as pernas debochadamente. Sai continuou parado no canto da sala. O branquelo sabia que o único papel que ele cumpriria naquela bagunça toda seria o de platéia.

— Que bom que perguntou-me, caro Gaara! —Ela fitou a Sabaku mais velha. — Estão simplesmente desmoronando!

— Viu só, Gaara?! Você tem que fazer algo! Eu preciso adiantar a minha transferência imediatamente!

— Temari, nós já discutimos isso…

— A Temari tem razão, Gaara! Precisamos de alguém de confiança em Konoha. Alguém para vigiar o Naruto e a Sakura, alguém para cuidar da Hinata!

A expressão de indiferença na face do ruivo havia sido substituída por um ar de preocupação ao ouvir a Yamanaka.

— Hinata? Ela está bem? 

— Se morar debaixo do mesmo teto que Sasuke Uchiha é sua definição de bem, que assim seja.

— C-como? Ino, me diga agora que isso é uma brincadeira de mal gosto.

— Não, Gaara. O Shikamaru me confirmou essa história. — A resposta veio de Temari, o que serviu apenas para fazer o interior do ruivo se infurecer.

— Como vocês deixaram uma dois assim acontecer?!  Vocês não tem juízo?!

— Não é nossa culpa, Gaara! O Naruto simplesmente conseguiu encurralar todas nós! A Tenten não é mais uma ninja de Konoha, e eu teoricamente também não. E a Temari não pode mais nem passar pelo o portão da vila ou será barrada! Gaara, ou era isso ou ela ficava na rua!

— Eu juro que se o Uchiha encostar um dedo na Hinata eu acabo com a raça dele. 

— Gaara, entenda, você tem que tentar mais. Eu sou a única pessoa que a Hinata poderá ter como amiga agora. Não confio no Uchiha. Não quero deixar ela sozinha com ele. Por favor, Gaara, eu lhe peço que tente mais. — Temari insistiu, chorosa. — Você tem que me deixar ir.

— O seu lugar é aqui comigo, em Suna. Não vou perder você. Tem que haved outra forma da Hinata poder ficar a salvo conosco. Nem que eu tenha que a tirar de Konoha a força!

— Como assim, Gaara?! — A Yamanaka cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha. — Você se recusa a ajudar a Temari por está além de suas “capacidades de Kazekage", mas diz que vai a tirar uma ninja a força de sua própria vila?!

— A Hinata é importante. Nem que eu precise passar por cima do Naruto, eu vou ajudá-la.

— Isso é ridículo, Gaara! Você sabe que brigar com o Naruto daria fim a aliança das aldeias! Pare de ser tão infantil.

— Ele não está sendo infantil. — Sai que estava em silêncio até então, se pronunciou. — Ele está agindo cegamente devido ao seu sentimento. 

Gaara congelou naquele instante.

— Sentimento? — Temari perguntou confusa. — Do que você está falando?

— Temari, querida, me poupe, se poupe, nos poupe! Está óbvio para quem quiser ver que o Gaa-kun está completamente apaixonado pela Hinata!

— O-o quê? 

— É mentira! — Gaara negou revoltado. Ele não podia amar Hinata. Ele sabia e tentava ao máximo vê-la só como uma amiga. Negava a si mesmo o que sentia, e não gostou nada de ter sido exposto daquela forma. — Retire o que disse agora, Yamanaka.

— Ou o quê? Estou cansada das pessoas me mandarem retirar as coisas que eu falo apenas por serem verdades! Aceite, Gaara, você está apaixonado pela Hina! E não há nada que você possa fazer. Mas se você quer que ela fique bem, você precisa deixar esse seu orgulho e egoísmo de lado de uma vez por todas. Você precisa deixar a Temari sair de Suna!

— Eu quero que você saia daqui agora. Eu sou o Kazekage desse lugar e você está me tratando como um qualquer. Sendo assim, será banida de Suna.

— Gaara, não exagere! Ino só estava querendo ajudar.

— Naruto não ficará nada contente em saber que anda cabulando o tempo das missões, Ino… 

— Vamos embora, Ino. — Sai pediu, segurando a mão da loira. 

O ruivo voltou a sentar-se em seu lugar.

— Temari, os acompanhe até a saída.

— Eu sei o caminho. — Ino traçou o rumo até porta e a abriu. — Só para constar, eu acho que quando você ama ou pelo menos gosta de alguém, deve sempre querer o melhor para ela independente do que custe. Ouça o seu coração, Gaara. Não essa sua cabeça idiota. Se você sente o que demonstra sentir pela Hinata, você saberá o que fazer. A Hinata merecia mais de você, Gaara. Todos nós mereciamos mais de você. Adeus, meu amigo. Ouça o seu coração

A Yamanaka saiu da sala com a cabeça erguida. Havia feito o melhor que podia independente de todas as consequências que se sobrepunham em seu caminho. Ela tentou, e para si, aquilo valeu muito a pena.

Ao ver que Ino e Sai haviam deixado a sala, o ruivo jogou sua cabeça para trás e respira fundo. “Amar Hinata" era algo que conseguia o deixar fora do sério.

— Essa conversa ainda não acabou, Gaara. — Temari anunciou, antes de sair da sala atrás de Ino.

O Sabaku sorriu amargo. E pelo visto, aquela conversa nunca acabaria.

Ao sair do prédio, Ino se surpreende ao ver que Temari havia ido atrás dela Se aproximou da amiga sorrindo minimamente.

— Olha, Tema, eu sinto muito pelo o que houve lá dentro. Você sabe que quando eu começo a falar, não paro mais.

— Não ligue para isso. Quem sabe agora, depois de tudo o que você disse, Gaara deixa de ser tão cabeça dura.

As duas gargalharam pelo o comentário. A kunoichi levou a palma de sua mão até o ventre da amiga.

— Como ele está?

— Crescendo. Fui até ao médico hoje de manhã e ele ainda é bem pequenininho. Demorará muito até que a barriga apareça. É por causa dele que eu não fujo dessa vila miserável. Tenho medo de prejudicá-lo.

— Temari, eu não quero me meter na sua vida, mas eu acho que você deve contar para alguém. Você tem que contar pelo menos para o Shikamaru, ele é o pai

— Eu sei. Porém eu não posso fazer isso agora, não enquanto eu estou aqui. Tanto o Kankuro quanto o Gaara matariam o Shikamaru. Não quero que meu filho cresça sem o pai. — Temari respondeu um pouco abatida. — E eu contei pra você. E você conta como alguém.

— Nesse aspecto, eu lhe garanto que não sou ninguém importante. 

— E então, Ino, fiquei sabendo que você aprontou algo com a Sakura? O que foi desse vez?

A Yamanaka sorriu perversa.

— Como eu sei que ela sempre teve inveja dos meus belos fios loiros, eu dei a ela um gostinho de ser uma diva platinada como eu!

— O que você fez? 

— É que acidentalmente eu posso ter trocado o shampoo dela por tinta de cabelo. Sinto pena da rosa, ou melhor, loira!

— Você não tem jeito mesmo, porca!

— Eu sei. Bom, está na hora de eu ir. 

— Mas já? — A Sabaku'no resmungou. Estava tão sozinha naquela vila, seria ótimo ter a amiga por mais tempo.

— É, minha cara, eu tenho uma missão para cumprir. E como o seu irmão gentilmente falou: “Eu estou banida de Suna.

— Você sabe que ele não falou sério — A loira dos olhos verde musgo afirmou. — Ele apenas ficou nervoso por você ter dito o que ele sentia pela Hina. Acho que ele ainda não consegue aceitar que se apaixonou pela ex-namorada de seu melhor amigo. Nem eu acredito que isso aconteceu.

— Ele tem que contar para ela. Sério, vocês dois são péssimos com essa mania de ficar guardando as coisas!

A Sabaku'no abraça sua amiga.

— Eu sei. Sentirei sua falta. Todos nós sentiremos.

— Não me faz chorar, sua desgraçada! Quer saber? Fui! — Ela colocou a mão sobre a barriga lisa de Temari. — Tchau, mini Shika. A tia Ino já ama você. — A loira olhou para Temari. — Tchau, problemática. Amo você também.

— Te amamos também. Até aquele idiota lá dentro.

Ino sorriu.

— É óbvio que ele me ama.

Já estava entardecendo e o clima havia ficado muito mais arejado, o que fez a loira agradecer mentalmente enquanto afastava-se de Temari. Procurou seu namorado e encontrou-o encostado sobre um poste. As orbes negras do ninja de pele branca a encaravam sério, o que o tornava lindo. 

— Você por acaso está tentando me seduzir? 

— Achei que já tivesse feito isso — O moreno respondeu. — O que você fez lá foi muito arriscado. Fiquei preocupado que aquele cara de tomate fizesse algo contra você.

— Não se preocupe, Sai. Eu sabia o que eu estava fazendo. 

— Está certo. Acho melhor nós irmos.

— Espere! - Ino interrompeu. — Tem algo que eu ainda preciso fazer.

— O que… — Sai questionou quando foi interrompido pelos lábios de Ino sobre os seus. A Yamanaka o beijava apaixonadamente e o moreno, é claro, correspondia a altura.

Depois de um tempo a loira se afastou.

— Obrigada por ter vindo e participado de toda essa loucura comigo. Não seria a mesma coisa se você não estivesse do meu lado.

— Eu te sigo aonde for, mesmo que eu tenha problemas com um Kage por conta disso. Você é a minha luz, a luz que me salva da amargura da minha vida.

— Eu amo você também — Ela respondeu sorrindo. — Vamos, meu lindo, sexy e completamente romântico namorado? — Perguntou-lhe estendendo a mão.

O moreno retribuiu o gesto.

— Vamos, minha luz.

                                    •

O som do tique-taque do relógio era, sem dúvida, angustiante. Ele anunciava o quanto o tempo estava demorando a passar.

A Hyuuga suspirou derrotada, deitando-se sobre o sofá da sala. Já haviam passado horas desde que Sasuke atravessou por aquela porta. Ele já deveria ter voltado.

Talvez, ela nem deveria estar mais ali. O Uchiha deixou claro naquela manhã que ela se tornou um problema na vida dele. 

Sasuke, mesmo com todo aquele jeito ríspido, bruto e até ignorante, trazia segurança para Hinata, que aprendeu a ficar confortável perto dele. Contudo, saber que ele estava incomodado com a presença dela foi um baque e tanto.

Direcionou os olhos perolados ao velho relógio pendurado na parede da sala. Já eram 23:00h, e nem sinal do verdadeiro dono da casa.

Finalmente, batidas são efetuadas na porta de entrada da casa, o que fez a  Hyuuga franzir o cenho, confusa. Seria uma visita? Algum conhecido de Sasuke?

Com esse pensamento, ele traçou rumo até a porta e ao abri-la, surpreendeu-se ao ver de quem se tratava.

— Shino-kun? — Indagou confusa. E ficou mais confusa ainda ao ver que o Aburame carregava Sasuke no colo. — Sasuke! O que aconteceu?!

Hinata abriu espaço para o Aburame entrar na casa e apontou para o sofá, para ele colocasse o corpo do Uchiha. Olhou preocupada para Sasuke, que não acordou com a movimentação.

— Olá, Hinata. Como está? — Shino prinunciou-se enfim. A mulher ficou tão atordoada pelo o estado de Sasuke que nem deu muita atenção para a presença do amigo.

— Olá, Shino. Está tudo… — Ela refletiu um pouco. — Indo.

Assustou-se ao receber um abraço repentino do amigo.

— Eu soube do Naruto, Hinata. Sinto não ter estado aqui com você — O Aburame declarou. Ele não estava em Konoha presente pois estava tendo uma pequena viagem romântica com sua noiva, Hana Inuzuka, a irmã de Kiba. E ao voltar a Konoha, ficou chocado ao descobrir de tudo o que aconteceu desde sua partida. — Eu sinto muito mesmo.

A Hyuuga retribuiu o abraço com carinho. Seu velho amigo era uma das poucas pessoas que, com palavras tão limitadas, conseguia fazê-la sentir-se bem.

— Não tem problema, Shino. Eu estou bem agora. O que houve com o Sasuke? 

O Aburame ajeita a armação de seus óculos.

— Eu estava indo até o mercado para comprar coisas para a Hana-chan. Ela fica estressada quando não tem o que ela quer na geladeira. Inevitavelmente, acabei passando em frente ao bar, vulgo bordel do Mohine.

Hinata abriu a boca chocada. O que Sasuke estava fazendo naquele lugar?

— Vi o Uchiha lá e estranhei pelo fato dele não estar em uma missão, ou pelo menos em casa com você. Ao aproximar-me para checar se estava tudo bem, encontrei-o nessa situação.

— Situação? O que quer dize… — A Hyuuga indagou, porém logo reparou que Sasuke já estava despertando lentamente. 

— Quem é você? — O Uchiha ameaçou zangado, levantando-se e sacando Kusanaji. Porém, nem o semblante irado e o olhar ríspido, conseguiam disfarçar a voz embargada, que deixavam claro o estado do mesmo. — Vá embora imediatamente!

— E-ele está bêbado?! — Hinata constatou, espantada. — Shino-kun, como isso foi acontecer?! 

— Não faço ideia. Ele apagou no exato momento em que eu tirei ele daquele lugar e ficou em silêncio absoluto até aqui. 

— Típico dele.

Sasuke aproximou a katana do pescoço de Shino. Sua orbe escarlate brilhava na feição ríspida.

— Já te mandei sair.

O Aburame engoliu em seco.

— Você acha que pode ficar com ele sozinha? 

A Hyuuga mordeu o lábio inferior pensativa. Seu amigo já havia feito muito em levar o Uchiha para casa. Ficar a sós com Sasuke naquele estado poderia até ser desconfortável; contudo ela sabia que não seria perigoso. 

— Está tudo bem, Shino, eu consigo lidar com o Sasuke. Mande um abraço a Hana e peça desculpas por eu ter feito você se atrasar. 

— Não se preocupe com isso. Aposto que ela vai adorar saber da fofoca do Uchiha bêbado.

Hinata sorriu contagiada pela relação que Shino tinha com Hana. Embora terem personalidades distintas, eles eram um casal perfeito. Pensou que isso aconteceria com ela e Naruto também; não deu certo.

Cansada — e com medo de que Sasuke cumprisse suas ameaças — ela acompanhou o amigo até a porta.

— Até a próxima. — Ela se despediu, observando o Aburame se afastar. Quando voltou para dentro, o Uchiha a esperava de braços cruzados.

— Eu não quero nenhum outro homem aqui dentro sem ser eu, ouviu? Pode ser perigoso, você não vê a maldade das pessoas.

— O Shino é um amigo.

— E o Naruto era seu namorado. Fica esperta, Hyuuga!

A Hyuuga corou pelo o comentário. Sasuke conseguiu desarmá-la em uma resposta só.

— Bom, você tem um ponto. — Ela tentou lembrar-se do que fazia com Naruto quando o mesmo estava naquele estado. Um banho gelado e uma boa sopa de tomate certamente fariam Sasuke voltar ao seu estado frio e impassível. — Você me espera um momentinho? 

O Uchiha aproximou-se cambaleante, mas olhando seriamente para as orbes de Hinata

— Você tem alguma dúvida?

Um arrepio correu pelo o corpo da Hyuuga. Maldita ambiguidade de palavras!

— Não vou demorar. 

Ela foi em direção a cozinha com a respiração totalmente irregular. As bochechas estavam quentes pelo o forte rubor que adquiriram. Sasuke estava fazendo bobagens, e essas bobagens estavam fazendo ela pensar em mais bobagens; coisas que ela não queria fazer.

Repirando fundo, decidiu separar os ingredientes e começar a fazer a sopa. Volta e meia, olhava para ver se o moreno estava bem. Ele havia deitado e parecia pensativo. Hinata constatou que o efeito da bebida devia estar passando.

Menos de trinta minutos depois, estava tudo pronto. O caldo vermelho borbulhava dentro da panela de ferro e esbanjava um cheiro maravilhoso. A Hyuuga desligou a boca do fogão e fez uma pausa. Era hora da segunda e mais terrível parte: O banho.

As mãos de Hinata tremiam de nervosismo.

— S-sasuke, você precisa de um banho gelado para passar um pouco o efeito da bebida que você tomou. — argumentou, segurando-se para não gaguejar a frase inteira.

Sasuke franziu o cenho por um minuto, porém logo depois estende a mão para a Hyuuga. E ela, confusa, estava prestes a perguntar o que aquilo significava quando ele se pronunciou:

— Eu... preciso de ajuda. — A cara de espanto dela foi sua resposta. — Eu estou tonto. 

Hinata sabia que sua pele transcendia os tons de vermelho conhecidos pela humanidade. 

— Você quer que eu te dê banho? — perguntou receiosa. Seu coração estava disparado.

— Eu preciso que me leve até o banheiro do meu quarto. O resto, eu sou conta.

Hinata engoliu em seco, mas acatou a orientação do Uchiha. Lentamente, guiou-o até o cômodo e encheu a banheira para que ele entrasse. Arregalou os olhos ao notar que o homem já estava se dispindo.

— Sasuke, não faça isso na minha frente! — A Hyuuga protestou, envergonhada. Não estava psicologicamente pronta para ver Sasuke como veio ao mundo.

O Uchiha ignorou o grito da Hyuuga, abaixando as calças e tirando também as suas sandálias. Apenas a cueca preta box cobria seu corpo.

— Ah, Kami-sama, por quê?! — Hinata o indagou chorosa. Que situação embaraçosa! 

— Estou tonto. — O Uchiha repetiu, tateando a banheira antes de se sentar.

— Sasuke?

— Eu bebi demais. 

Ela pensou sobre o que passava pela cabeça de moreno naquele momento. Será que ele lembrava de tudo o que aconteceu de manhã? Ele parecia tão abatido para alguém que exalava ódio quando saiu.

— Eu vou te ajudar. — A Hyuuga alegou, adquirindo confiança para cuidar de Sasuke. Ela abaixou-se, ficando na altura da banheira. Ele a olhava sem cessar.

— Você é linda.

Ela sorriu.

— E você está bêbado. Acho que prefiro sua versão rabugenta.

— Então você é a única.

O banho se sucedeu sem mais reviravoltas. Depois, separou uma muda de roupa simples para Sasuke e uma toalha limpa, pondo-a sobre a maçaneta da porta do banheiro.

— Sasuke?

— Uchiha. Com dois "H". — O homem respondeu, ainda com os pensamentos vagos.

— Vou descer para pegar algo para comermos. Já separei sua roupa e a toalha está na porta. Você ficará bem?

— Você está cuidando de mim, não está? 

O coração da Hyuuga bateu mais forte pelo comentário e usando todas as suas forças, desceu até a cozinha. Lá, serviu os pratos e arrumou a mesa. Sasuke desceu as escadas minutos depois, já vestido.

— Minha cabeça dói.

Hinata suspirou, preocupada. O que deram para ele?!

— Vamos você tem que comer, Sasuke. Não comeu nada o dia todo. 

O homem assentiu, sentando-se em seu lugar de costume. Contudo, ao começar a levar as colheradas do líquido quente à boca, os tremores da mão masculina denunciaram para a Hyuuga que ele precisava de ajuda. Outra vez.

— Deixa comigo.

Ela levou a primeira colher do caldo até a boca do portador do Sharingan, observando o semblante irado dele. Com certeza, ele estava furioso com sua própria incapacidade.

Não demorou muito para ele acabar com a sopa. Agora, ele só precisava dormir para dar fim aquela noite desastrosa.

— Vem, Sasuke. Vamos subir.

O moreno nada respondeu, mas obedeceu prontamente. Já no quarto, ele deitou, colocando o braço na frente dos olhos. A claridade era terrível.

— Você poderia...

— Eu poderia? — Ela repetiu, cobrindo-o com a mesma manta daquela manhã.

Ficar comigo.

Hinata arregalou os olhos, assustada.

— Sasuke, eu.. 

— Só por essa noite 

Sem muita relutância, ela aceitou o pedido, sentando-se ao lado do homem. Aquilo não seria de todo mal, já que com ela por perto, poderia ampará-lo em seu ressaca.

— O Hiro é meu irmão. — Sasuke proferiu, retomando ao assunto que pararam pela manhã. — Ele morreu há muitos anos atrás.

— Eu sinto muito.

— Não sinta, ele nem chegou a nascer. Minha mãe ficou grávida do terceiro filho quando eu tinha três anos. O clã Uchiha entrou em festa e eu estava feliz pois seria o irmão mais velho de alguém. O desenho que você achou foi feito no dia em que eu descobri da gravidez.

— O que aconteceu?

— Minha mãe teve dois filhos e seu útero ficou fraco com o tempo. Ela não aguentou e o Hiro morreu no segundo mês de gestação. O desenho que você encontrou foi a única coisa que sobrou dele nesse clã.

— Oh, Sasuke… — A Hyuuga lamentou. — Eu não queria fazer te lembrar disso. Me perdoe.

— Está tudo bem, isso já não me afeta mais.

— Então por que foi ao bar do Mohine? 

— Hoje é o aniversário da morte do Itachi.

Naquele momento, Hinata entendeu tudo. O motivo de Sasuke estar tão triste, o porquê de ter chegado naquele estado. Tudo passou a fazer sentido. 

— Eu...

— Não se desculpe. É só uma data, eu já devia ter superado.

— Se você vê apenas como uma data, o problema começa por aí. O luto precisa ser vivido, Sasuke.

— Não sei como fazer isso.

— Se me der a chance, eu te ensino.

— Mesmo depois de eu ter gritado com você de manhã?

— Antes disso, você salvou minha vida. Você tem um saldo positivo bem alto.

Ambos ficaram em silêncio. O Uchiha suspirou, sentindo o sono chegar. Estava tão cansado.

— Isso é estranho. 

— O que é estranho, Sasuke?

— O meu coração está batendo.

— Ele sempre está batendo. 

— Te garanto que ele bate diferente quando estou com você.

Hinata acordou com o brilho do sol em seu rosto. Ao notar que tudo o que havia passado na noite anterior com Sasuke foi real, respirou fundo. Precisava manter a cabeça no lugar.

Levantou-se e rumou ao primeiro andar. Estranhou o Uchiha não estar ao seu lado na cama e foi checar se estava tudo bem.

Para sua surpresa, ele havia cozinhado.

— Bom dia. 

— Bom dia, Sasuke. — Ela respondeu sorrindo, maravilhada pela mesa farta. — Você fez tudo isso?

O Uchiha assentiu.

— É um agradecimento por ter me ajudado ontem a noite. 

— Você se lembra de ontem?

— Algumas partes, nada muito importante. Eu me equivoquei ao dizer que minha vida era melhor. Na verdade, a situação é totalmente oposta.

— Realmente, está tudo bem. Eu te perdôo.

— Você não vai embora? 

— Para onde eu iria? Qual parte do sem-teto você não entendeu? Não vou a lugar algum.

O Uchiha sorriu. Estava feliz por saber daquilo.

Quebrando o momento carinhoso entre os dois, batidas fortes são efetuadas na porta. Sasuke franziu o cenho confuso. Não costumava receber visitas.

— Me espere aqui.

Ao abrir a porta, encontrou um ninja mascarado.

— Uchiha Sasuke?

—  Sou eu.

— O Hokage deseja ver você e a senhorita Hinata Hyuuga em seu escritório em dez minutos. — Avisou, antes de sumir em uma nuvem de fumaça.

Voltou para a cozinha, deparando-se com Hinata já com outra roupa.

— Você é rápida. —O moreno constatou.

— Já estou pronta. Vamos! — Falou com uma pose determinada.

— Tem certeza?

A pose de confiança dela esvaiu-se.

— Não. Eu não quero ver o Naruto.

Eu estar lá com você. — Sasuke alegou, com convicção. E para ela, apenas aquele incentivo já bastava.

Ao entrar no escritório do loiro o corpo da Hyuuga havia paralisado. Sabia que já deveria ter parado com essa insegurança em relação a Naruto, mas não conseguia evitar; era algo automático.

O loiro estava de trás de sua mesa, onde trocava sua camisa branca por uma laranja. O Uchiha olhou para o corpo do Uzumaki e uma sensação estranha o dominou. O corpo de Naruto estava normal, não como em seu sonho. Mas ao invés de estar aliviado, algo dizia que aquilo estava errado.

Ao terminar de colocar a blusa, o Uzumaki olhou para os dois e sorri.

— Hey, Hina, Teme, como vão?

— O que quer, Naruto? Não temos tempo para seus joguinhos. — Sasuke falou firme. Não deixaria que as palhaçadas de Naruto afetassem Hinata, nem a sua própria paciência.

O Uzumaki fez uma pose de ofendido.

— Ora, Sasuke-kun, assim você me ofende! — O tom de cinismo nas palavras eram claras. — Mas certo, vamos direto ao ponto. Como vocês sabem Konoha é conhecida pela sua vasta habilidade médica. Sendo assim, em buscas de melhorias, nossos ninjas, encontraram uma planta capaz de curar as mais graves doenças em um estalar de dedos.

O Uchiha arqueou uma sobrancelha.

— E o que nós dois temos haver com isso, Naruto? 

— Deixe eu terminar, Sasuke. Essa planta está localizada em uma área perigosa, cheia de assassinos profissionais e bárbaros que tentam ao máximo tirar o proveito para motivos vis. Todos os que foram enviados até lá foram assassinados sem dó. — Ele fez uma pausa e depois abriu um sorriso maquiavélico. — E vocês vão até lá. Juntos, é claro.


Notas Finais


~ Vocabulário 😇

- Tenshi¹- Anjo.
- Ja ne ²- Até logo, Tchau.

~•°•~


Hey minhas vidinhas e então, gostaram?

Eu espero que sim porque, POHA MEU 12.000 PALAVRAS NÃO É POUCA COISA NÃO!😂

Mas já que foi para vcs valeu a pena!❤

Obrigado por ler até aqui😊

Bom, primeiramente gostaria de falar sobre o capítulo. Já no começo tivemos a "briga" do Sasuke com a Hinata e a descoberta de um novo personagem para trama: O Hiro.E também vemos ali que o Sasuke está realmente sentido algo a mais pela Hinata!

Logo depois tivemos o término oficial da Tenten e do Lee, o que afirmo que me doeu muito em escrever. E de repente no pov's da Ino tivemos um BOMBA: O Gaara está apaixonado pela Hina e outra a Temari está grávida do Shikamaru! O que vocês acham dessa situação?

Já o final teve um parte tanto engraçada, como melancólica, como romântica no final do capítulo. E cabe a você saber se gostou ou não 😉

Então é só isso meus amores!😊

Espero que perdoem a minha demora e que continuem lendo essa fic problemática!

Talvez eu demore mais do que o normal para postar pq esperarei ficar mais estabilizada com meu telefone novo para começar a escrever.

E bom… Amo todos vcs! Muito, muito mesmo!❤{ Entendedores entenderão 😉}

Bjs de kit Kat!😘
Dodo Hyuuga ❤


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