História The Park Chanyeol Case - "Essa noite é um erro"

"[S/n]- Está na hora de brincar de detetive, fique atento ao seu celular."

Antes que Jaebum pudesse responder, ela se misturou com a aglomeração.

[Youngjae]- Está tudo bem com a S/n?

[Jaebum]- Ah, sim. Ela só foi cumprimentar uma conhecida...

Enquanto isso, a detetive entrava no elevador, rumo ao terceiro andar do hotel. "Por favor, que nada dê errado".

Chegou a um grande corredor com quartos de ambos os lados, o carpete preto cobrindo o chão. "Ele disse que deixaria a porta aberta, não será difícil encontrar", pensou.

A terceira porta à direita estava entreaberta. Ela manteve uma pequena distância e observou pela fresta- a suíte estava iluminada, Baekhyun haveria de estar ali.

Foi quando enxergou uma mala aberta no chão, transbordando com roupas femininas. Um sapato nude de salto stiletto estava jogado ao pé da cama. Escutou uma mulher. Certamente seria alguma atriz, ou quem sabe uma cantora. A voz era conhecida, mas não podia ser distinguida, uma vez que era abafada pela porta do banheiro fechada.

[***]- Desço em dez minutos... sim, eu adorei. Obrigada pelo presente, querido. Claro, serei como uma sombra. Não vão descobrir nossa relação tão cedo...

S/n parou de espiar e preparou-se para continuar andando quando ouviu a porta do banheiro do quarto se abrir. Um cheiro marcante de perfume feminino ultrapassou os limites da suíte e penetrou em suas narinas. Assemelhava-se com uma das fragrâncias da Chanel, mas era provavelmente uma nova linha. A detetive sentiu seu nariz coçar, reprimiu um espirro. "Muito bom, errei a porta e ainda vou ficar com esse cheiro impregnado até no meu cérebro".

Manteve a calma e observou o corredor com atenção- a última porta à esquerda também estava entreaberta. Caminhou até lá.

Espiando mais uma vez, vislumbrou Byun Baekhyun sentado na cama, as mãos tampando-lhe a face. S/n bateu na porta e entrou com um pedido de licença. O homem rapidamente ergueu a cabeça.

[Baekhyun]- Obrigado por vir...

[S/n]- E então, o que quer falar comigo?

[Baekhyun]- Devo me desculpar pela urgência, mas... talvez você, estando investigando o caso, possa me ajudar... eu estou preocupado com o projeto perdido. Vocês não divulgaram à mídia, mas foi realmente um homicídio, não é? Por causa do nosso trabalho...

[S/n]- Não posso abrir detalhes para pessoas que não sejam da minha equipe. Mas você sabe que é suspeito, então tem sua resposta.

Ele assentiu com a cabeça e pensou por alguns segundos.

[Baekhyun]- Eu... você tem ideia de onde os papéis da pasta possam estar?

[S/n]- Nós temos trabalhado nisso, mas...- ela negou com um gesto, policiando-se para não falar de mais.

[Baekhyun]- Essa noite é um erro, detetive. Metade do nosso projeto foi roubado! Como podemos apresentar uma data exata se não sabemos nem se vamos encontrá-lo!?- ele quase sussurrava, mesmo que estivesse exaltado.

"Eu estava pensando a mesma coisa..." se lembrou.

[S/n]- Bem... eu não sei da programação dessa noite, nem como vocês apresentarão essa data. Mas... como você imagina que eu possa te ajudar?

[Baekhyun]- Eu não faço ideia...- ele suspirou- perdão por tomar seu tempo com isso.

[S/n]- Byun Baekhyun... qual sua maior preocupação?

[Baekhyun]- Saber que meu amigo foi morto por causa de trabalho... sabe... fazer desse projeto algo promissor é a nossa aposta... mas se der errado... de que tudo terá adiantado? E se for um fracasso? O resultado disso tudo terá sido... uma morte. Como alguém pode findar uma vida para conseguir um monte de papel?- sua indignação sequer parecia atuação. Estava sinceramente revoltado.

Ela refletia quando ele sussurrou.

[Baekhyun]- Ou eu sou uma criança chorona... ou Yixing e Junmyeon são insensíveis de mais...

[S/n]- O que disse?- fingiu não ter escutado.

[Baekhyun]- Nada... acho melhor voltarmos para o hall. A mídia já deve ter chegado e o prato principal deve estar sendo servido.

[S/n]- Vou na frente para não te causar problemas.- ele agradeceu.

[...]

[Jaebum]- Tudo certo?-perguntou no ouvido dela.

[S/n]- Sim.

Mas seus pensamentos estavam a mil. Ainda não tinha visto Chen, mas logo a espera acabaria e todos se reuniriam no palco. Contudo, a conversa com Baekhyun a incomodava, mesmo com sua futilidade. Sua intuição dizia para riscá-lo da lista de suspeitos, mas a racionalidade e a lógica eram sua forma de trabalho. Ademais, a detetive não tinha costume de seguir seus pensamentos intuitivos exceto na elaboração de hipóteses, não queria dar margem para erros agora. Lembrou-se do sussurro de Baekhyun sobre a insensibilidade de Lay e Junmyeon. "Ele não incluiu Chen... então talvez ele realmente ache estranho o comportamento dos dois e não esteja apenas se vitimizando..."

[Jaebum]- Woah! Esse caldo de ostras está ótimo, jagi, deveria ter pego quando o garçom serviu!

[S/n]- Você sabe que eu não como... ostras. Vou esperar um prato com carne ou vegetais...

Certo. Lembrou inevitavelmente a causa da morte do músico. Ela encarou Zhang Yixing e Do Kyungsoo na mesa. Seus ânimos não eram os melhores, mas sequer pareciam se lembrar de Park Chanyeol.

[Jaebum]- Você disfarça muito bem, mas eu te conheço. Não está tendo sucesso?

[S/n]- Eu estou frustrada... muito frustrada.- olhou para Jackson e Youngjae. Sentiu saudades de quando estavam unidos para salvar JB, mesmo em meio a aflição conseguiam sorrir. Aquele havia sido seu caso mais louco enquanto detetive particular. Quis chorar de repente, sem motivo.

[Jaebum]- Por que não esquece isso um pouco? Os jornalistas já chegaram. Se estava difícil descobrir algo com todos sendo sinceros, será pior agora, quando a farsa começa...- ela assentiu e começou a conversar com Jackson e Youngjae.

[...]

Discursos emocionantes ao palco. Quatro vozes tocantes e uma homenagem a Park Chanyeol. Um trecho de uma das músicas do projeto foi revelado- "When the lights on" trazia uma reflexão sobre dar a cara a tapa e mostrar seu verdadeiro eu. Se bem estudada, notava-se uma alusão à alegoria da caverna, de Platão, sobre a busca do conhecimento e da verdade. O que mais impressionava era como a letra não precisava ser analisada para sensibilizar os que ouviam. A melodia era viciante e a harmonia com os instrumentos era extremamente agradável.

[S/n]- A qualidade é... impressionante- comentou num sussurro, enquanto Chen, Baekhyun, Lay e Suho tocavam e cantavam no palco.

[Jackson]- Incrível...- deixou escapar, boquiaberto.

S/n reparou que Do Kyungsoo secava lágrimas sorrateiramente. A música parou e aplausos ecoaram pelo hotel.

[Chen]- Nós somos muito gratos por estarmos aqui hoje. E é em meio a tudo que temos passado, que revelamos finalmente o nome do nosso projeto.

[Suho]- Homemade Acustic não é um nome que combine muito com sofisticação. É diferente de todo o luxo que nós empregamos nessa noite. É simbólico. Fala sobre um projeto feito em casa. Em um estúdio da casa de seu idealizador, Park Chanyeol.

[Lay]- Nós colocamos nosso coração nesse álbum. A intenção não é apelar à memória de Chany, talvez tenhamos falado de mais... mas é impossível negar a nossa trajetória, não lembrar dos dias que nos reuníamos naquele estúdio... víamos o sol se pôr e nascer.

[Baekhyun]- Já fazem alguns dias que o sol nasce e se põe sem música. Sem Chanyeol dedilhando as cordas do violão. Nosso trabalho ganhou um outro significado. Por favor, lembrem-se sempre de nós como cinco- ele se curvou em uma reverência que durou mais que o comum, pois chorava e não queria erguer o rosto.- muito obrigado a todos.

Zhang Yixing cobriu a face com o antebraço e se retirou do palco aos prantos. A data de lançamento seria no último dia de dezembro.

[Chen]- Vamos permanecer felizes, ainda que seja difícil. Por favor, aproveitem o restante da noite com alegria!

[...]

[Jaebum]- Quando foi a última vez que nós dançamos?- ele pegou-a pela mão.

[S/n]- Eu nem me lembro- ela riu. Talvez fosse melhor esquecer a investigação por algumas horas, mesmo que em sua cabeça tivesse uma desconfiança que não ousava dizer. Pegou outra taça de champanhe.

Eles se aproximaram mais, o vestido da detetive encostando em Jaebum.

Uma música lenta tocava, S/n deitou suavemente a cabeça no ombro do marido, movimentando-se sutilmente enquanto ele envolvia sua cintura.

[S/n]- Há flashes em nossa direção...

[Jaebum]- Fique tranquila, todos sabem de nós.

[S/n]- Mas eu nunca apareci ao seu lado dessa forma... só quando nos viram juntos no mercado...

Ele ia falar alguma coisa quando alguém se aproximou.

[Jornalista]- Com licença, JB, podemos tirar uma foto oficial de vocês?

Eles se entreolharam.

[S/n]- Claro.- posaram rapidamente para a câmera, mesmo que com um certo incômodo.

[Jaebum]- Já é quase meia-noite e meia. Você tem que acordar cedo amanhã, não é?

[S/n]- Sim... podemos ir? Acho que nosso carro vai virar abóbora- eles riram e se despediram dos mais próximos.

[...]

[Jaebum]- Quantas taças você bebeu?- disse entrando no carro.

[S/n]- Eu não contei... mas acho que não estou muito sóbria...

[Jaebum]- Muito sóbria...-riu.

[S/n]- Você é incrivelmente bonito, sabia?

[Jaebum]- É?- perguntou em um tom provocativo.

Ela puxou-o para um beijo, afrouxando a gravata dele.

[S/n]- É. Vamos pular para o banco de trás?

JB riu enquanto suas mãos passeavam debaixo da saia do vestido dela.

[Jaebum]- Eu já deveria saber que você mais algumas taças de champanhe me deixam em zona de risco...

[S/n]- Você está correndo um risco enorme desde que vestiu esse terno, Im Jaebum. Mas não se faça de vítima! Foi o senhor que começou...