História The Past Is Back - Capítulo 11: Vida

- Vocês podem vir na festa do Kieran hoje, certo? - Emma quebrou o silêncio da mesa. - Certo?

- Eu não sei, não estou muito no clima. - fiquei fixada no caderno em branco.

- Por favor, você precisa descontrair um pouco. 

- Tudo bem, eu vejo.

- A lista de convidados está pronta, e já enviei os convites. - Brooke parecia animada.

- Aqui é uma sala de estudos, moças. - o professor nos interrompeu. Apenas assentimos. 

Na hora do almoço, fiquei caminhando sem rumo só pra passar o tempo. Provavelmente descobri lugares da escola que nunca tinha visto antes. Noah me barrou com um sorriso no rosto. 

- Sim? - eu queria passar dele mas ele não deixava. - O que foi, Noah?!

- Entra no Necrotério. Agora.

- Pra quê? - revirei os olhos.

- Só entra!

- Tá bom... - bufei enquanto pegava o celular. Entrei no Necrotério e entrei na matéria recente. Não li muito, fui pulando de parte em parte até que "porém o corpo não condizia com a cabeça". - O quê?

- Isso é sobre a tal morte da Audrey. Não entende? Audrey pode estar viva!

- Noah, eu realmente quero acreditar, mas aceitar a morte dela é melhor. Não quero me iludir de novo. - bloqueei a tela do celular e saí.

Encontrei com Brooke que ia me levar para casa. O clima no carro estava tenso. O pai da Brooke parecia irritado e preocupado ao mesmo tempo. Cheguei em casa e para piorar meu dia, meu irmão estava deitado no sofá da sala. Pelo menos estava dormindo. Tranquei a porta do meu quarto e me joguei na cama. Finalmente consegui dormir despois desses 2 ou 3 dias, tanto faz. 

Uma multidão formava uma cerca à minha volta e do outro lado alguém de capuz. Talvez o assassino? Não. Audrey. Corri para abraçá-la já com lágrimas nos olhos mas ela me parou com as duas mãos e me olhou fixamente. Ela parecia irritada e eu me afastei. 

- Eu estava com tanta saudade! Pensei que tinha morrido e tinha...

- É tudo sua culpa. - ela me interrompeu falando baixo.

- O que?

- É TUDO SUA CULPA! 

O mundo começou a girar e as pessoas não paravam de olhar para mim. Pareciam indignados. Até que eu acordei, respirando forte.  Por sorte era apenas um pesadelo. Não consegui olhar diretamente para a frente da minha cama, ainda estava assustada. Então olhei para o lado esquerdo, o da janela. Havia uma sombra. Era Audrey de novo. Eu torci para ser um sonho e insinuei gritar, mas ela tapou a minha boca.

- Eu posso explicar! - ela disse enquanto eu espirava quase sem ar, até que ela tirou a mão. Eu queria chorar. - Ei, ei, ei! Não chore! Eu estou aqui! Eu estou viva!

- Noah estava certo. - eu a puxei para o meu lado e a abracei forte. - Não faça isso comigo de novo!

- Eu não fiz nada.

- Onde estava durante esses dias? Por que não me ligou de volta? Por que não me respondeu?

- Armadilhas. O número desconhecido me fez ir até Atlanta, e quando eu cheguei lá não tinha nada. Mas fiquei presa lá e não foi fácil sair. Eu te liguei, te respondi mas era como eu estivesse fora de todos os sinais existentes. Falando com o nada. Me desculpa.

- É lógico que te desculpo. - olhei nos olhos dela. - Pensei que tinha te perdido.

- Eu também.

Espero que ninguém saiba como é a sensação do abraço de urso dela. Esqueci de todos os meus problemas por um momento. Me perdi completamente em seus olhos e selei aquele momento com um beijo intenso.

 - Eu te amo. Te amo muito e vou te proteger desse idiota, tá bom? - foi a primeira vez que a escutei falar isso.

- Você não sabe o quanto estou feliz em ouvir isso. - sorri e quase dei um outro beijo até que algum celular começou a tocar.

- Droga. - pensei alto e rimos, - Noah! - mostrei a tela do celular. 

"Oi Noah!"

"Eu pensei em passar na delegacia para falar sobre a morte da Audrey, gostaria de ir?"

"Esse é um convite muito estranho mas acho que não vai ser preciso" - Audrey sorriu para mim.

"Como assim?"

"Audrey está viva. Está bem e aqui comigo."

"O que?"

"Apenas relaxa! A gente se vê na festa do Kieran."

"Ok, mas..." - desliguei antes dele terminar. Desculpa Noah mas você fala muito. 

- Festa do Kieran? - Audrey estava perdida.

- Foi de última hora. E você vai!

- Ok, mãe. - parei por um segundo. - Não, eu não quis dizer...

- Tudo bem. - levantei para destrancar a porta já que me sentia segura agora. Voltei para cama e entrelacei minhas pernas na cintura de Audrey, sentando em seu colo. Nos beijamos até que consegui vencê-la e ela deitou, com meu corpo por cima.