Eu tentei procurar Audrey no meio daquela multidão de gente mas não achei. Estava ficando desesperada e Brooke estava paralisada. Chegaram a me chamar de assassina, apesar de verem meu corte na perna. Em poucos minutos, o anfiteatro ficou vazio (apenas restaram eu, Brooke e o corpo do Jake) e a escola foi fechada. Vários policiais começaram a passar pela porta. Maggie chegou no palco e começou a conversar com a Brooke, enquanto eu parecia estar invisível ali. Um policial loirinho e alto chegou.
- Quando é que eu vou sair daqui? - cheguei perto dele.
- Não vai ser tão rápido. - ele apontou pra minha mão e vi Audrey chegando com a Emma. - As mãos não mentem.
- Eu não fiz nada! Eu fui atacada! - moestrei o corte na minha perna, que ainda escorria um pouco de sangue.
- Vai ter que esperar.
- Inacreditável. - revirei os olhos e desviei dele para ir até a Audrey.
Senti que ele tentou segurar meu braço, provavelmente para me puxar, e eu insinuei avançar nele mas me virei para Audrey que me esperava de braços abertos. O melhor abraço do mundo. Meu coração parecia socar ela no meio do abraço, de tão disparado que estava. No abraço dela, sentia que estava tudo bem.
- Quem fez isso com você? - ela disse olhando para minha coxa. Parecia preocupada. A puxei para um canto.
- Ele está aqui. Minha mãe não estava na sala 21, só um celular com um vídeo e ele.
- Eu falei pra não ir! Você podia ter morrido Beatricce! - ela me abraçou forte de novo.
- Já foi. - bufei baixo, - Me chamaram de assassina. - engoli seco.
- Ei, relaxa. Você não é e isso que importa.
Sorri e nós voltamos pra perto das meninas. Um policial moreno chegou, o loirinho já não estava mais lá.
- Preciso da Emma e da Srta. Jensen.
- Por quê? - Audrey parecia não querer ir.
- Deixe-as ficar, por favor. - meu coração apertou quando Brooke disse isso.
- Somos amigas dela. Ela precisa de nós. - Emma também não parecia querer ir.
- Alguém precisa ficar. - Audrey sugeriu.
- Está bem. Emma, o xerife quer te interrogar primeiro. Vem comigo. Jensen, você fica. Vamos. Srta. Hayes, preciso que me acompanhe também.
- Por que? - ele me encarou. - Ah sim, as mãos.
Nós fomos andando pelos corredores e o policial foi deixando Emma mais tranquila. Oi, gente? Eu ainda estou sangrando aqui. Ele a deixou na biblioteca (onde estava um pessoal) e me deixou com a professora de psicologia perto do vestiário. Acho ela muito falsa, aposto que qualquer dia ela revela alguma coisa. Ela me deu uma saia junto de uns remédios e apontou pro vestiário. Ué, é muda por um acaso?
Tirei a minha calça e coloquei a saia, com muito cuidado. Decidir passar uma água no machucado, então entrei em um dos chuveiros e fechei a cortina. Passei a água bem rápida porque estava ardendo muito, mas continuei perto do chuveiro para fazer um curativo. Escutei Brooke e Audrey entrarem. Brooke tomou um banho bem rápido enquanto Audrey a esperava em total silêncio.
- Você está bem? - era Audrey e eu quase respondi, mas lembrei que isso era para Brooke.
- Não. Não, parece um pesadelo horrível. Não parece real. Trocamos mensagens há pouco tempo.
- Ele te mandou mensagens?
- Sim, ontem. Olha só.
- Isso é...
- Não paro de olhar para isso. - isso o que? - Ele me disse que eu o veria hoje, e depois aconteceu isso. É muito estranho.
- Talvez a mensagem não tenha sido do Jake.
- Como assim? Só pode ter sido ele.
- A não ser que tenha sido enviada depois. Talvez tenha sido enviada pelo...
- Assassino. Isso está mesmo se repetindo? - um silêncio amargo predominou por uns minutos. - Tem ideia de quem pode ser?
- Não e você?
- Não exatamente, durante o banho eu fiquei pensando... e se fosse a Beatricce? - meus olhos se arregalaram. - Quer dizer, ela não gostava nem um pouco do Jake. E você sabe como a conheceu. Não é normal encontrar alguém num quarto escuro com uma faca, sabe?
- Brooke, como você pode pensar em uma coisa dessas?
- Eu não sei. Foi só o que eu pensei. Com o assassino em jogo, ninguém é confiável.
Deu pra mim. Assim que Brooke terminou de falar, eu abri a cortina fazendo bastante barulho. Passei no meio delas e peguei minha calça (que estava no banco ao lado delas). Minha intenção era ser rápida mas minha perna com aquele corte não estava ajudando. E antes de eu dar o primeiro passo à fora...
- B, espera! - era a voz de Brooke.
Eu me virei bem devagar com o rosto abaixado. Respirei fundo e olhei para ela, uma lágrima escorreu. Uma lágrima de raiva e tristeza.
- Eu não gostava muito do Jake, mas eu nunca mataria ele. - mais lágrimas estavam caindo.
- B, eu...
- Eu não quero escutar nada. - a interrompi e saí andando.
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