História The perfect idiot - Sirius Black - First

~1 de setembro de 1974~

Emmeline Vance havia acordado naquela manhã, com uma sensação a qual já tinha sentido antes, por diversas vezes. A garota escondia aquele sentimento junto ao seu segredo, apenas sua mãe, o diretor Dumbledore e a tia Minnie(Minerva) sabiam sobre ele.

Emma sempre esteve alegre e ansiosa para embarcar no expresso, todos os anos se encontrava com Remus, Lily e seus outros amigos, o que fazia muito bem para a menina. Naquele ano, ela estava aflita e aérea,o que deixava sua mãe preocupada.

Ao atravessarem para a plataforma 9 3/4, Emma abraçou fortemente sua mãe e disse que a amava, e que iria sentir muita saudade. Antoniella Vance, mãe de Emmeline era chefe de um departamento de aurores, e por isso não poderia esperar ate o trem partir.

Emma viu sua mãe aparatando, e saiu a procura de seus amigos. Não demorou muito e ela avistou Remus, que conversava animadamente com James, Sirius e Peter.

Ao chegar perto deles Emma sorriu, tentando disfarçar suas preocupações.

Remus é o melhor amigo de Emma desde os oito anos de idade, James e Peter se tornaram amigos da garota no segundo ano, já Sirius e ela nunca se deram bem, desde a primeira vez que se viram.

—Oii Remmy. -abraçou o garoto e deu um beijo em sua bochecha.- Ei Pettie como vai? -ela abraçou e beijou Peter assim como fez com Remus, e os garotos sorriram em resposta.

Na estação todos os alunos estavam agitados, alguns se despedindo dos pais, outros cumprimentando os amigos. James estava a frente da garota e a encarava com uma sobrancelha erguida e seu rosto expressava indignação com a atitude de sua amiga.

—Hey Potter, está aqui também, que surpresa, nem tinha te visto.

—Muito engraçada você, os filmes trouxas que me apresentou estão perdendo essa ótima atriz, vem cá me dar um abraço também, estou com saudades de você tampinha. -James disse sorrindo como sempre, logo a puxando para um abraço.

—Oi Remmy, oi Pettie, ah Potter você aqui, quanta falsidade, você não se cansa não garota? -Sirius disse com uma ironia inegável em sua voz.

—Ora, Ora, a desonra da família Black ousa me imitar? Eu não sei como os meninos te aguentam, seriamente. -antes que qualquer um falasse algo, a menina completou. -Não tenho tempo para o teu deboche sem sentido, tchau meninos, nós vemos em Hogwarts.

Emma seguiu para dentro do trem, e rapidamente encontrou, em sua cabine preferida, sua melhor amiga, Lilian Evans acompanhada por Severus Snape.

—Oi pessoal, posso ficar aqui com vocês? -ela perguntou quase que retóricamente pois já estava sentada ao lado de Lily.

—Eu não sei por que você ainda pergunta. -Lily abraçou a amiga bem forte, fazia alguns dias desde a última vez em que as duas estiveram juntas.— Estávamos conversando sobre as férias, conte pra gente o que fez?

—Ah, eu fiquei em casa a maior parte do tempo, e como sabe, visitei você e o Remus.

—Emma se eu não te conhecesse diria que tem um relacionamento com o Remus. -Snape disse e ambos riram.

—Eu e Remus nós conhecemos a muito tempo, somos quase irmãos. Nós entendemos muito bem.

—Ei, se for assim também sou sua irmã, apesar de você viver escondendo as coisas de mim. -Lily disse um pouco dramática, mas ela realmente tinha razão.

—Calma Lilizinha,não vivo escondendo coisas, apenas não posso contar segredos que não são meus.

—É, você tem razão. E você Sev, o que fez durante as férias?

|algumas horas depois|

A chegada em Hogwarts sempre foi muito agitada, e cheia de rostinhos alegres e esperançosos, dessa vez nada foi diferente. Todos sentavam em suas respectivas mesas enquanto a professora Minerva, a famosa tia Minnie de Emma, trazia os primeiranistas para a seleção.

Após o processo de seleção e o discurso fabuloso do diretor Dumbledore, palavras da Emma, o jantar foi finalmente servido.

Sirius, James e Peter estavam sentados respectivamente de frente para Emma, Remus e Lily. Os garotos enchiam os pratos com as delícias que eram servidas e comiam rapidamente, feito porcos, novamente, palavras da Emma.

A menina dos cabelos castanhos, encarava Sirius já fazia algum tempo quando o mesmo a encarou de volta com raiva em seus olhos. Desde o incidente entre os dois no ano anterior, a péssima relação dos dois havia piorado drasticamente.

Ao final do jantar os estudantes seguiram para suas casas acompanhados dos monitores pelos corredores da gigante e majestosa Hogwarts, que como podem imaginar, são palavras da Emma.

Ambos os meninos e Lily foram para os dormitórios assim que chegaram no salão comunal,Emma como de costume, ficou numa das poltronas perto da lareira lendo. Acabou pegando no sono e, ao acordar lembrou-se que ainda nao tinha ido conversar com Dumbledore, eram mais ou menos meia noite, quando a menina levantou-se e seguiu para fora do salão comunal.

A menina que, sempre andou por Hogwarts a noite, estava acostumada  a se locomover rápido e discretamente porque, mesmo que Dumbledore e Minerva saibam e permitam que a menina saia, os estudantes nao podem pensar que Emma tem privilégios.

A menina foi ate a sala do diretor que, ja estava a esperando. A conversa entre os dois foi bem longa, Emma adorava isso, Dumbledore sempre foi um ótimo amigo e mentor para ela.

—Agora, acredito que ja esteja na hora da mocinha ir para o dormitório, tem que descansar, não acha?

—Poxa professor, eu não queria ir, mas o senhor tem razão. Não posso estar cansada no primeiro dia de aula, esse ano vou me dedicar ainda mais aos estudos. -a menina que estava sentada a frente da mesa do diretor levantou-se e pois-se em direção a saída.

—Ora minha pequena, desse jeito será mais inteligente que a própria Rowena. -disse Dumbledore rindo calmamente, levantando de sua cadeira indo na direção de Emma.

—Um dia eu vou ser a bruxa mais poderosa de todas, o senhor vai ver, deixarei todos com orgulho de mim, e para isso, preciso me esforçar muito.

— Espero estar vivo para ver a senhorita sendo uma professora de Hogwarts, e até mesmo um dia se tornar a própria diretora. Você tem muito potencial minha pequena basta acreditar.

—Seria meu sonho professor! -ela disse abraçando-o. - Agora sim, boa noite...

Já era madrugada quando Emma estava voltando para o salão comunal da grifinoria, ela andava silenciosamente pelos corredores quando ouviu passos vindo em sua direção.

A menina com cuidado observou ao seu redor e, percebeu do que se tratava, eram os marotos na capa da invisibilidade, posto que, de onde vinham os passos não havia ninguém.

—Vocês sabem que não deveriam estar fora da cama nesse horário não é? -ela perguntou para onde ouviu o barulho, a menina estava com as mãos na cintura e um olhar questionador.

Logo três, dos quatro garotos, apareceram onde antes, não havia nada.

—Ainda quero saber como você sempre nós descobre! -disse James frustrado.

—Ela é sensitiva James, você nunca contou pra ele? -Remus disse sorrindo para Emma, que sorriu em resposta acenando um não com a cabeça.

—Você é bem engraçada não é, Vance? Dizer que não deveríamos estar fora da cama, neste horário, mas você mesma, também está. Não seja hipócrita, garfanhota. -o menino havia se direcionado para frente da garota que o olhava de baixo, por ser menor que ele.

—Ah, pare com isso Black, o único hipócrita aqui é você! E outra, a conversa ainda não chegou no chiqueiro, quando ela chegar eu te aviso.

—Da pra parar vocês dois? -James disse um pouco irritado.- Poxa, vocês são meus melhores amigos e vivem brigando, por motivo nenhum.

—Esse idiota sabe muito bem o motivo, e James meu amor, não vou perdoar ele por isso, nem tão cedo.

O motivo da briga entre Sirius e Emma havia acontecido no meio do ano letivo anterior, e por motivos não tão óbvios, apenas os dois sabiam sobre o que se tratava.

—Idiota? Eu não sou idiota, garfanhota!

—CHEGA SIRIUS! -dessa vez foi Remus que tomou a frente da situação, Emma ja estava visivelmente muito irritada com tudo e a qualquer momento explodiria.

Após uns segundos de silêncio profundo de ambas as partes, Emma decidiu quebra-lo.

—Onde está o Peter?

—Ele ficou no dormitório, dormindo pra variar- disse Sirius sem olhar pra ela.

—Pequena e você, oque faz aqui a esta hora perto da sala do Dumbledore? -Remus disse, intrigado.

—Eu...ann...eu...estava fazendo minha caminhada noturna.

—Vamos fingir que acreditamos. -dessa vez foi o Potter que falou.

—Ok, ok, não era isso, mais vocês também não disseram o que estão fazendo fora da Comunal depois do horário.

-Sim, minha cara inimiga, estavamos fazendo marotisses. - Black disse se gabando.

—Black, Black, Black, você não cansa de se meter onde não é chamado, não é mesmo?!

—Pombinhos apaixonados, temos que voltar pro salão se não quisermos pegar detenções ok?

—Pombinhos apaixonados? Que história é essa James Potter?- Sirius se pronunciou.

—Eu também quero saber, não tem nada a ver isso aí. -ela disse com um pouco de raiva.

—Só vocês não enxergam, mas se amam -Remus disse fazendo Emma ficar corada, Sirius mantinha a cara fechada, como diria Emma uma típica cara de cu.

—Tá,tá,tá, chega, vamos voltar logo. - ela disse impaciente.

Emma e Sirius seguiram o caminho sem dizer nem uma palavra, James e Remus estavam conversando (sussurrando) na frente deles. Caminharam por um pequeno tempo e chegaram a frente do retrato da mulher gorda.

—Posso saber onde os pestinhas estavam? -ela disse com sua voz irritante.

—Pastéis de banana. -Emma disse o mais rápido que pôde, ela queria subir para o dormitório o quanto antes.

A porta foi aberta, e a garota entrou. Em seguida deu um boa noite baixinho pra eles e subiu, entrou com o máximo de cuidado no dormitório.

Emma olhou pelo quarto, observou que as outras meninas estavam dormindo já havia algum tempo. Andou lentamente, para não acorda-las, e tirou sua roupa de dormir de dentro do malão e se trocou.

~2 de setembro de 1974~

Nos primeiros sinais de claridade que surgiram no céu, Emma ja havia se levantado. Antes que todas as suas colegas de quarto brigassem pelo tempo no banheiro, a menina sempre acordava mais cedo para que não se aborrecesse com as demais meninas.

Lily também acordava cedo, mas não tanto quanto Emma, a menina dos cabelos castanhos saia do banheiro enquanto a ruiva estava acordando.

—Hey gatinha, bom dia.

—Bom dia Emma, ja disse que não gosto que me chame de gatinha. Garfanhota.

—Lily, sabe como eu odeio este "apelido" que o Sirius insiste em falar para mim, eu simplesmente odeio.

—E eu odeio ser chamada de gatinha. Nunca mais te chamo de garfanhota se não me chamar mais de gatinha.

—Temos um acordo então! -as duas apertaram as mãos e deram risada.

—Ei, podemos fazer disso, um código, sempre que estivermos em perigo, nós nos chamaremos assim!

—Como assim ruiva? -Emma sentou ao lado da amiga para entender melhor.

—Se eu sentir que estou em perigo ou com algum problema, te chamarei de garfanhota, e você se estiver em perigo ou com um problema, me chame de gatinha. Pode ser?

—Adorei essa ideia, um dia isso pode fazer algum sentido, mas agora precisa se arrumar se quisermos sair do quarto antes que elas acordem.

As duas terminaram de se arrumar e ja desceram para a Comunal.

—Bom dia Lírio do dia, bom dia minha cara amiga Emma. -James cumprimentou as meninas e queria dar um beijo na mão de cada uma, gesto que so conseguiu fazer em Emma, ja que Lily se afastou.

—Bom dia James, bom dia meninos, cairam da cama hoje?

James que estava em pé a alguns segundos, sentou num dos sofás, ao lado de Sirius que estava com a pior cara de cu possível, Emma se sentou entre Peter e Remus.

Como de costume, Emma deu um beijo na bochecha dos dois amigos que estavam ao seu lado.

—Bom dia pequena, vejo que está mais radiante hoje, do que estava ontem.

—Ah, você reparou. -disse Emma sorrindo.- ontem eu estava meio preocupada com algumas coisas, mas ja estou melhor e muito feliz.

—Um bom dia para a Emma radiante e feliz. -disse Peter rindo mais ainda.

Lily que estava sentada na poltrona se pronunciou pela primeira vez desde que chegou na sala.

—A conversa está maravilhosa, mas Emma, temos que ir tomar café logo, lembre-se que vamos passar na biblioteca antes da primeira aula.

—Ah é, tem razão Lily. -Emma se levantou e acenou um tchau com as mãos para os meninos.

—Esperem, eu vou com vocês. -Remus disse ja correndo ao encontro delas.

~10 de setembro de 1974~

As aulas de feitiço são com a sonserina, o que da uma ótima chance para Lily e Emma conversarem com Severo. Tal ato, sempre irritou Sirius de uma forma que nem ele, entendia.

Emma cochixava com Lily e Severo ria baixinho quando o professor saiu da sala por alguns minutos para falar com a professora Minerva.

—Ei Seboso, você rindo baixinho é hilário, hahahaha. -Sirius tinha acabado de levantar de sua cadeira e estava olhando diretamente para os três amigos que estavam sentados do outro lado da sala.

—Cale sua boca Black!

Disse Emma que também havia se levantado, odeia que falem mal de seus amigos, então estava ficando brava. Os poderes de Emma são instáveis, assim como seu humor.

—Seu amigo não tem boca garfanhota?

Black sorria cinicamente, enquanto encarava Emma nos olhos, ele sabia muito bem como deixá-la com raiva.

—Ele tem sim, mas não se rebaixa ao seu nível, idiota!

Lily e Severo estavam de pé atrás da amiga, tentando acalma-la de alguma forma, o que fizeram em vão.

—Você se doi por tudo garfanhota, se mete na onde não é chamada, sempre, você não cansa? HEIN? NÃO CANSA DE SER INCONVENIENTE?

—VAI GRITAR COM A SUA MÃE SIRIUS, COMIGO NÃO!

Os dois adolescentes estavam cara a cara, James, Remus e Peter haviam tentado fazer com que o menino parasse de brigar com Emma, mas ele estava num estado de transe. Brigas como aquela, ja haviam acontecido várias vezes, desde o incidente no ano passado.

—EU NÃO POSSO GRITAR, MAS VOCÊ PODE? HIPÓCRITA!

—BLACK VOCÊ É UM IDIOTA!

Emma estava com a mão dentro da capa, ela estava procurando sua varinha, assim como Sirius também procurava a sua, um duelo estava prestes a acontecer.

Lágrimas escorriam sobre o rosto da menina, ela estava com raiva e por isso estava chorando.

—Own, a bebezinha do Dumbledore vai chorar, cute, cute, chamem a mamãe desse bebê.

—Vai a merda seu estúpido! -num gesto rápido e preciso Emma retirou a varinha das vestes e proferiu o feitiço- ESTUPEFAÇA!

Sirius foi arremessado para longe e bateu as costas no chão, fazendo o mesmo, ficar desacordado. Emma havia dito o feitiço com tanta raiva, concentração, e poder que também caiu desacorda após o fazer.

—OOOOHHHHHH! -a sala inteira esta surpresa com o ato da menina, os alunos foram fazendo rodas em volta dos dois jovens desacordados.

Minerva e Flitwick adentraram na sala logo após o ocorrido, mandaram os alunos se afastarem e a professora levou os dois para a enfermaria, junto de Lily, James, Remus e Peter.

|algumas horas depois|

Madame Pomfrey cuidou dos machucados internos de Sirius, e deu calmantes para Emma que, devido ao apagão que teve, acordaria muito agitada.

Tanto a menina, quanto o menino, ficariam na enfermaria até o dia seguinte, para ver se melhorariam. A vice-diretora apurou o que havia acontecido e decidiu que daria as devidas punições quando eles acordassem. Os meninos e Lily voltaram para as aulas assim que a professora os obrigou.

Já era bem tarde quando Emma acordou, olhou ao seu redor, a enfermaria estava vazia, a não ser pela cama ao lado da sua, mas ela não conseguiu ver quem estava ali. Tentou lembrar o que havia acontecido, sentiu uma dor aguda em seu estômago quando tentou se sentar na cama.

—Ai, merda! -ela disse sussurrando.

—Sorte a sua poder se sentar... -disse Sirius, fazendo a menina olhar assustada pra ele.

—Você merecia bem mais do que eu fiz, então, você é quem teve sorte. -ela disse meio brava, ainda olhando para o menino.

—me desculpe. -ele disse quase como um suspiro, era mania do Black falar as coisas verdadeiras bem baixo, para que ninguém as escutasse.

—Devia dizer mais alto, assim talvez eu até acreditasse em você.

A menina se acomodou, com dificuldade, na cama e olhou, por vários minutos seguidos, os detalhes do teto.

Depois de muita relutância, Emma olhou para Sirius e o viu fitando o teto, o garoto não movia nenhuma parte de seu corpo, apenas leves movimentos de sua respiração eram perceptíveis.

—Pare de me olhar.

A menina se assustou com o comentário, não sabia que ele havia percebido seus olhares.

—Eu te devo um pedido de desculpas. Não era a minha intenção te deixar nesse estado. -Ela sentou-se na cama com as pernas viradas para fora, na direção da cama do menino.

—Foi eu quem te irritou. Não devia ter te deixado com raiva. Me desculpe.

—Bom, não faz isso nunca mais, ok? Da próxima vez não sei se vou ter o autocontrole que tive hoje.

—Você melhorou desde, você sabe o que.

—Realmente, eu não tive nenhum episódio como aquele, desde então. Você deveria parar de me irritar, talvez assim eu pare de surtar.

—Isso seria tecnicamente impossível garfanhota. Pode me ajudar a sentar?

Emma se levantou e foi até a cama de Sírius, o ajudou a sentar, e se sentou na cama do mesmo.

—Sem toda a sua pinta de durão, sua prepotência, seu exibicionismo, você até parece um garoto legal.

—Sem toda a sua chatice, você parece uma garota legal.