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História The Phantom - 6.1 - O devorador de Sóis


Escrita por: SatanJoker

Notas do Autor


LEIAM AS NOTAS POR AMOR A ALL MIGHT:

Olá nenens, esse capítulo é um extra da fic e abordaremos nosso querido Mirio Togata.
MAS ESPERA AI, NÃO VAI EMBORA AINDA NÃO.
Apesar de ser do Mirio personagem esse que muitos aqui não conhecem por não ler o mangá eu já adianto que é um extra importante para o contexto da fic e que NÃO, vocês não vão precisar saber quem é o Mirio do mangá para poder ler esse precioso capítulo.

Eu meio que decidi fazer esse extra por dois motivos: 1° Eu queria fazer um capítulo sobre o Mirio já que na história original ele tem sido maravilhoso (não vou dar spoilers relaxxx) 2° CHEGAMOS A +100 FAVS.
CEUS EU AMO VOCÊS DEMAIS!!!

Jamais imaginaria que em 7 capítulos teríamos tantos favoritos ( Eu já falei que amo vocês? Amoooo)
Enfim obrigada por lerem as notas iniciais e aproveitem essa delícia Togamaki ou MiriTama (Togata Mirio x Tamaki Amajiki) 💜
Boa leitura.

Capítulo 7 - 6.1 - O devorador de Sóis


 

 

 

Mirio tinha corrido por toda a matriz, tentando excluir seus pensamentos do quanto ele tinha mentido mal. Certamente Sir iria dar um sermão quando não estivesse na presença de outra pessoa, o que o fez agradecer mentalmente por Midoriya ter estado ali no dia de ontem, estando agora atrasado para seu compromisso daquele dia.

Mas não estava mesmo mentindo, pelo menos não em tudo. Precisava ir até a padaria Tamaki, mas seus motivos iam além do que a cabeça retrógrada dos clérigos aprovariam, ainda mais se tratando do quão bem requisitado Mirio havia se tornado diante dos olhos da igreja, sendo visto como o próximo a herdar o conselho real e lutar lado a lado ao rei, assim como All Might — o antigo amigo de Sir — fizera. 

O próximo a ser o braço direito da família real. 

Era um peso bastante grande para se carregar, ainda mais se tratando de que Mirio não era mais um exemplo de seminarista íntegro que obedecia os comandos da igreja e de Deus da maneira correta. Não era merecedor dessa responsabilidade, e ficava aliviado de saber que alguém como Midoriya existia para substituí-lo, quem sabe? 

Não estava nos seus planos deixar de ser importante, pelo contrário. Tinha seus motivos para querer chegar ao posto mais alto que pudesse alcançar, porém tinha em mente que não era merecedor.

Por que não merecia?

Simplesmente porque havia se apaixonado. Isso já feriria o voto de celibato que tinha dado assim que se tornou importante, e como se não bastasse ainda tinha o grande viés, aquele por quem havia se apaixonado era um garoto, assim como ele. Atendia pelo nome de Tamaki Amajiki, e como se não bastasse esses fatores já serem considerados um problema, Tamaki era seu amigo de infância, seu melhor amigo.

Estava apaixonado por seu amigo. Esse definitivamente era o maior karma que alguém que tinha jurado votos poderia ter; uma real punição.

A verdade pelo qual tinha recusado ir junto com eles até o palácio nesse dia era que já havia sido reservado para passar um tempo à sós com seu amado. Mirio e Tamaki eram amigos desde infância, contudo, Tamaki sempre fora muito tímido, o que acabava acarretando em situações constrangedoras e deveras engraçadas, o que sempre chamou a atenção do loiro. Era possível que mesmo naquela época de criança ele já o amasse, mas por causa de como a situação progredia, Togata decidiu manter em silêncio esse sentimento, sempre insistindo ser apenas amizade. Mas agora, já sabia que não era.

Entrou cauteloso dentro da padaria da família Tamaki, sendo bem recepcionados pelos pais de Amajiki, que já o esperavam e o auxiliaram a entrar de maneira quieta e subir as escadas de forma leve, quase intangível o suficiente para não chamar a atenção, carregando uma caixa de madeira com alguns furos. Tinha certeza que o moreno iria adorar. 

Tudo isso porque a intenção de Togata era fazer uma surpresa para seu amigo; entrou de forma cautelosa na cozinha, deixando a caixa no chão da porta e abraçando Tamaki, que estava distraído e de costas para si.

— Feliz aniversário, Tamaki, — apertou o amigo pelo qual era apaixonado com força, enquanto o via murmurar algo. Provavelmente estava constrangido, como era de costume. 

— Mirio... Nã-nã-não faça coisas co-co-constrangedoras —, Tamaki colocou as duas mãos sobre o rosto, envergonhado, enquanto ainda era abraçado.

— Você sabe que não precisa ter vergonha de mim. Somos amigos, amigos de infância, — exasperou, o rodopiando e logo o soltando e virando-o de frente para si. Tamaki, com seus cabelos negros arrepiados e orelhas puxadas, continuava escondendo o rosto sob as mãos. — Deixe-me ver o rosto de quem já está com vinte anos. 

Retirou as mãos do moreno do rosto choroso e ruborizado, sorrindo logo em seguida.

— Hnn... Você não parece que envelheceu nada. O que tem usado na pele, para parecer que ainda tem vinte anos? 

Tamaki gargalhou na mesma hora, perdendo um pouco de sua timidez. Afinal, Mirio fazia isso consigo. 

— São os pães de ló que tenho feito, — entrou na brincadeira, sabendo que pão de ló era a comida doce favorita do amigo. Amajiki amava ficar cozinhando e inventando coisas novas, além de experimentar ingredientes e especiarias, ainda que treinasse para ser parte da guarda real, como era o sonho que compartilharam juntos na infância.

— Como assim tem feito pão de ló e não tem me chamado? Eu não posso acreditar nisso! — cruzou os braços, um pouco emburrado, acompanhado de um meio sorriso. — Já que você não tem me chamado para comer, então eu acho que não irei te entregar o presente que eu tinha planejado. 

Os olhos de Tamaki brilharam como diamantes diante da palavra presente.

— Eu citei para você que estava terminando de assar alguns agora? —, sorriu de leve, voltando à sua timidez ao imaginar que Mirio tinha trazido algo para ele. 

— Eu não sou interesseiro! — riu indo até a porta e pegando a pequena caixa de madeira com alguns furos, entregando para o moreno.

Tamaki pegou a caixa e a abriu com cuidado, enquanto apoiava ela em seu tronco. Assim que levantou a pequena tampa, se deparou com um filhote de gato cinza o fitando curioso.

— Como eu sabia que você gostava de gatos, eu achei que seria legal você ter o seu próprio. 

— Oh! Obrigado, Mirio! — ele sorriu de orelha à orelha enquanto amassava o pequeno gato entre seus dedos e rosto, mas não demorou para voltar a olhar um pouco sério para o loiro à sua frente. — Você acha que eu consigo ser capaz de cuidar de um filhote? Quer dizer, eu mal consigo cuidar de mim mesmo. Então, como seria capaz de cuidar de um filhote, que precisa de muito mais atenção do que um adulto? Tenho certeza que você cuidaria dele melhor do que eu.

Ali estava o traço mais trabalhoso da personalidade de Amajiki: ele não tinha autoestima. 

— Não seja bobo, você cuidará dele melhor do que qualquer pessoa. E tenho certeza que se sairá tão bem quanto a mãe gata desse filhote cuidaria —, passou os dedos pelo cabelo negro de Tamaki, sentindo a textura um tanto quanto macia para os fios grosso e arrepiados. — Mas se você continuar desmotivado, eu posso te ajudar a cuidar dele. Seremos seus pais. Eu serei um bom pai e você uma ótima mãe.

Levantou o polegar animado e contente, até perceber o quão estranho aquilo deveria ter soado quando o rosto de Tamaki ganhou um tom violeta de tanta vergonha. Havia inquirido sua paixão no meio da frase, ao assumir que seriam "pais" do filhote.

— Er… Eu não quis dizer pais como se tivéssemos feito algo para tê-lo. Quer dizer, eu... só... Só seremos responsáveis dele, ok?

Sua tentativa de consertar a situação só a tornou ainda pior, ao menos para a personalidade tímida de Tamaki, que colocou o gato novamente na caixa e encostou seu rosto na parede, se escondendo. 

A verdade por trás dessa reação se dava a que o moreno também tinha sentimentos ocultos sobre o loiro. Frases como essa somente pesavam ainda mais em seu coração, já que não poderia alimentá-los nunca. Tentando amenizar o sangue que tinha estagnado na face, voltou sua atenção ao pão de ló que estava assando, tendo certeza de que se o deixasse algum tempo mais o queimaria. 

O silêncio reinou entre eles por algum segundos, já que, mesmo sem a intenção, eles haviam revelado um pouco o que seus corações gritavam. 

— Precisamos escolher um nome para ele, — disse Tamaki na sua melhor forma de quebrar o silêncio e mostrar que eram apenas amigos para sua própria mente.

— Ah, eu não consigo pensar em nada ainda. Você tem alguma ideia?

— Não, ainda não.

— Certo, então não vamos desistir. — Mirio se mostrou animado novamente, balançando as mãos freneticamente. — Você se inscreveu para a guarda real? — mudou de assunto curioso, já que Tamaki estava lhe devendo uma resposta, enquanto teriam tempo para pensar no nome do gatinho.

— Eu... eu me inscrevi, mas não tenho certeza se irei passar no teste. Realmente acho que não irei passar, e só de pensar nisso... de eu falhar, me faz querer ficar em casa e em baixo da mesa — parecia cômico se ele realmente não se enfiasse em baixo da mesa ou de outros móveis para se esconder quando ficava nervoso; um hábito único.

— O quê? Com uma individualidade tão legal quanto a sua, eu realmente não posso aceitar que me fale que falharia. Eu imagino que sozinho você daria uma surra em vários. Eu jamais conseguiria algo assim — Togata novamente estava animado, somente com a ideia de rever Tamaki em ação. 

— Quando você tenta me animar assim, sempre se coloca para baixo, ainda que você seja o próximo à ser o braço direito do rei. Eu jamais imaginaria que quando me disse que seria um herói para o reino, mesmo sendo um clérigo, que se tornaria tão importante. Você é como o sol, Mirio, e por isso é um pouco frustante quando fala assim de mim.

— Eu só almejei algo assim porque não queria ficar para trás. Depois que te vi treinando, eu só queria estar à sua altura, para estar ao seu lado. E se eu sou o sol, tenho certeza que você é muito mais que um sol.

— Não fale coisas tolas. O que pode ser tão grande quanto o sol? — A cultura resignada com a religião somada à simplicidade da época em questão não os deixava acreditar em um mundo maior do que a terra em que pisavam, a lua com suas estrelas e o sol que dava vida.

— Um devorador de sol? — baseou-se nos manuscritos sobre criaturas mágicas que ainda haviam na biblioteca. Ensinavam os valores da religião e das criaturas que habitavam as florestas e se alimentavam de estrelas que caíam do céu.

— Isso não existe — riu colocando a mão sobre a mesa. — Se bem que... esse poderia ser um bom nome — Tamaki pegou o gato e olhou bem o rosto peludo e cinza, notando uma mancha branca no peito do animal. — Você vai se chamar Suneater.

— É um ótimo nome — Togata se aproximou ainda animado, beliscando um pão de ló ainda quente e queimando a ponta dos dedos, com a outra mão esfregando a ponta desses mesmos dedos no felino que era colocado na caixa novamente. — Ele é tão bonito. Fiz bem em escolhê-lo pensando em você. Vocês dois são lindos.

Mais uma vez, Mirio havia deixado transpassar seus sentimentos em suas frases. Aquilo estava beirando uma loucura. 

Contudo, dessa vez Tamaki não fugiu e nem se escondeu em baixo da mesa como faria normalmente. Apenas o olhou, um pouco chocado.

— Hã... Eu... Er...

— Você realmente acha isso? … Acha que sou bonito? — os olhos escuros de Tamaki estavam duros como pedra, observando cada reação do loiro mais alto, enquanto as orelhas pontudas se mexiam levemente. 

— Eu... Sim! — assumiu por fim, sabendo que não poderia mais esconder. — Eu acho você lindo, de todas as formas.

Era claro que a atitude a ser tomada sempre foi esperada de Togata, já que este era sempre animado e otimista, sempre enérgico e pró ativo. Contudo, o tímido Amajiki quem, por um impulso repentino tomou a dianteira, beijando Mirio como tanto desejava. 

Era como se sua mente estivesse em branco demais para que sua falta de confiança e timidez aparecessem.

O loiro, por não esperar ser beijado por aquele que tanto queria, perdeu o foco, se rendendo ao beijo tomado com tanto alento. Por estar com a mesa em sua lateral tentou se apoiar, em busca de apoio para si mesmo, ainda chocado. Acabou, no entanto, ativando sua individualidade e passando a mão reto da mesa, não conseguindo de fato se apoiar e caindo, levando junto consigo o moreno.

O beijo foi cessado por causa da queda, fazendo com que Tamaki ficasse por cima de Mirio, agora apoiado com os braços no chão o encarando. 

Ele tinha feito aquilo.

Ele realmente tinha beijado seu melhor amigo.

— E-eu... Eu... La-la-lamento por isso — o moreno se despertou nervosamente, querendo se enfiar no mais fundo poço de vergonha. Não podia acreditar que realmente tinha feito aquilo. Tentou se levantar e fugir, afinal ele tinha estragado a amizade entre eles, tinha certeza. 

Porém Mirio o segurou pelo pulso, e logo num movimento rápido inverteu as posições. Ele estava rindo alegremente.

Era verdade que tentou evitar esse sentimento a todo custo, que tinha perseverado em suas ambições para continuar sendo o amigo que Tamaki precisava, mas lá estava ele. Togata Mirio tendo a chance que jamais imaginou ter, a chance de ser feliz com a pessoa que amava, sendo correspondido como tal. 

Num passo rápido, retomou os lábios do seu amado com voracidade. Queria sanar os desejos de experimentar aquela boca que tinha aguardado por tanto tempo. Apenas queria aproveitar sem pensar em nada.

Tamaki passou seus braços pela nuca do loiro, o puxando mais contra si. Os lábios de Mirio tinham um poder único de extinguir seus medos, anseios, e qualquer nervosismo intrínseco. E como reação, Togata afundou seu joelho entre as pernas de Amajiki, o pressionando contra o chão e contra seu corpo.

Continuaram mais alguns minutos naquele mesmo beijo, e só pararam porque o fôlego havia faltado. 

Eles se amavam e nada poderia mudar isso. Nada poderia mudar que não conseguiriam esconder isso de si mesmos, e talvez não conseguiriam esconder isso das pessoas ao seu redor no futuro.

Em meio à sorrisos e mais alguns beijos pela face do moreno, Togata só conseguiu pensar que talvez seria melhor se ele deixasse suas responsabilidades para alguém inteligente e focado como Midoriya. Isso antes de se levantarem e notar ambos que Suneater estava comendo os pães de ló recém tirados do forno. Aquele gato era realmente um devorador.


Notas Finais


Agora sim voltamos a programação normal e o próximo capítulo teremos a nossa conversinha com o príncipe kkk
💜


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