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História The Prince of Busan - Thanks


Escrita por: DoctorCase

Capítulo 53 - Thanks


A casa no subúrbio de Busan ficava num conjunto de apartamentos de baixa renda; Paredes descascadas, o cheiro de lixo em dia quente e esgoto a céu aberto se misturando no ar, alguns foram atraídos até suas janelas pelo ronco do spider. Era uma noite extremamente fria, devastadora, as respirações se transformando em uma bolha de fumaça;

Chanyeol encarou Kris, todo encolhido em seu casaco de beisebol; -O número é 532.

Kris achava uma ideia de girico, estúpida, dois adolescentes brincando de investigadores. – Chanyeol, sério, como que a gente vai chegar no cara e... –eles subiram a escadaria até o andar de cima. -... oi meu namorado tá sequestrado e a gente suspeita que é você que sequestrou ele e...

Chanyeol pediu silêncio, apontou para o apartamento 532. Kris e ele se entreolharam. Apertaram a campainha engasgada e fraca. Esperaram. E esperaram. E esperaram. Pressionaram novamente, de novo e de novo. Kris bateu na mão de Chanyeol.

-Para!

-Eu sei que ele tá aqui. –apontou freneticamente Chanyeol.

Kris revirou os olhos, suspirando. –Cara, são três da manhã, meu spider deve ta depenado lá fora e eu to morrendo de frio.

Chanyeol mordeu o lábio, os números antes dourados da porta, descascados e pretos. – Acha que eu to pirando?

Kris assentiu com a cabeça. – Absolutamente.

Chanyeol respirou profundamente, remexendo nos cabelos com os dedos, talvez estivesse pirado, deixado que a vulnebarilidade intensa de não estar com Baekhyun o dominar. O ciúmes, esse era o problema.

-Vamos embora. –apontou com a cabeça a escadaria. Era estranho ter aquele aperto agoniado no peito por tanto tempo; Parecia que Baekhyun ligaria para ele a qualquer momento, que apareceria e correria para seus braços. Com a mão no bolso, ele apertou o aparelho contra sua palma Se tivesse pelo menos mais uma ligação do tal sequestrador, ele poderia perguntar o que ele queria, se fosse dinheiro talvez pudesse arrumar para ter Baekhyun de volta.

Desceu o primeiro degrau, mas não tirou os olhos dos números 532.

-Chanyeol! Vamo cair fora... –Kris avisou aos sussurros, o chamando com a mão. Ele sabia o que o amigo faria. – Chanyeol, não se atreva... Park Chan Yeol... a meu deus.;

Chanyeol recomeçou a apertar a campainha.

-Ele não ta ai, seu tapado! –gritou alguém do outro lado, no final do corredor.

Chanyeol enfiou as mãos nos bolsos. – E onde ele está?

-Provavelmente dando a bunda! Para de encher o meu saco e caia fora daqui!

A porta dele bateu com força. E Chanyeol não teve escolha.

-Pelo amor de deus, Chan não...- Chanyeol bateu o ombro contra a porta. – Chanyeol pelo amor de deus isso é invasão de propriedade...

-E quantas vezes invadimos uma propriedade, Kris, qual é. É só pra verificar.

Kris levou as mãos aos céus. Por que ele tinha que ser assim?

Baekhyun apertou as pálpebras, sentindo-se um maldito impotente naquela posição. Horan não estava mais ali, tinha saído há pouco tempo, mas forçar os pulsos nas algemas os fazia sangrar, então havia interrompido lutar contra o inevitável. Ficou inerte ali, um vegetal de olhos fechados e respiração acelerada. Park Chan Yeol estampava a sua mente, todo o maldito tempo, a eternidade que estava passando ali; Tudo o que poderia fazer, tudo o que deixaram de fazer por causa do ódio mutuo que sentiam desde criança. A taça de campeão erguida no final do ano. A melhora da mãe. A independência do pai. A faculdade, Um emprego; talvez, talvez uma vida a dois com Park Chan Yeol.

Mas o que realmente crescia dentro dele (como se fosse possível) era o ódio por Sr. Byun. Estava naquela situação por causa dele e ele era o único que poderia tirá-lo, e por que ainda estava ali, afinal? Um homem poderoso e milionário poderia dar o que Horan pedia em apenas alguns minutos. Por que, Byun Baek Hyun, ainda estava amarrado e amordaçado?

Por que havia uma maldita câmera em um tripé apontado para ele?

-O QUE EU DISSE?

Os olhos de Kris varriam cada foto, seguindo a linha vermelha indicando cada imagem no mural. – Isso é perturbador. .

-Ele não pensou apenas no Baek, olha. –Chanyeol disse, apanhando os exemplares de jornais com os homens mais ricos do mundo na capa. – Baekhyun provavelmente era mais frágil, ele não conseguiria sequestrar o Sr. Byun ou o ministro das relações internacionais da Coreia.

Kris suspirou, colocando as mãos na cintura. – Isso é...

-Perturbador. Você já disse. –Chanyeol falou, abrindo uma caixa de papelão para fuçar o que tinha dentro. – Fotos de Aruba, Bahamas, Tailândia... Provavelmente ele quer uma boa recompensa pra cair fora daqui. – disse ele ao jogar todas as fotos e cartões postais de ilhas paradisíacas de volta na caixa. Agachado, ele voltou a encarar Kris. – Eu disse que era ele.

Kris negou com a cabeça, com um sorrisinho torto nos lábios. –Você é inacreditável, sério. –tirou o celular do bolso para discar para Jin.

Chanyeol encarou a foto de Baekhyun. Provavelmente ele tinha treze ou quartorze anos, pequenino e magricela, mas os músculos começando tornear os braços, fruto do handebol. Os olhos sorridentes para a câmera, o braço passado pela cintura do mais alto, o loiro chamado Niall Horan.

Mordeu o lábio. Que diabo de cara era aquele que prometia céus e os mares em uma carta e anos depois o sequestrava por dinheiro?

-...Jin, é o Horan. Eu sei eu sei, o Chanyeol é maluco, mas esse cara é mais. Eu vou tirar umas fotos daqui, tenta rastrear esse cara, porque com certeza é ele e... –Kris virou o rosto para Chanyeol, os olhos se abrindo ainda mais. – Tá na TV? O sequestro do Baek ta na TV?

Chanyeol se levantou, arrancou o telefone da orelha de Kris. – Do que você tá falando?

-Chanyeol, o Sr. Byun finalmente apareceu. Tá em todos os canais possíveis da Coreia.

-Maldito.

-Disse que não vai entregar o dinheiro.

Chanyeol apertou o celular contra a palma. – Maldição...

-Escuta, preciso de alguns segundos pra localizar o celular do Horan, mas se ele está preparando isso há tempos acho que não seria tão estúpido de manter o celular ligado, ele deve usar um descartavel.

Chanyeol segurou o celular com força contra a orelha. – Certo. O que faremos então? Ficamos sentados até que ele decida se quer ou não ser localizado? Hum? Porque o pai dele não vai fazer nada...

-Talvez ele faça, a policia...

-A policia é uma merda, JIN! É uma BOSTA.

Jin suspirou do outro lado. Kris segurou o ombro dele, o fazendo virar para encará-lo. – Vamos encontrar ele...

Chanyeol colocou o celular na palma de Kris, com o maxilar tenso, saiu daquele apartamento com cheiro de mofo e cerveja barata, deixou a brisa gelada esvoaçar seus cabelos, esfriar seu rosto. Céus, como estava puto.

Decidiu discar para o pai, o único que poderia realmente fazer alguma coisa numa situação como aqueles.

-Oi papai... Não, ainda não encontraram, você... vo-você pode fazer um favor pra mim?

-Você não tá ligando pro seu pai, tá? –Kris o questionou no fundo, mas Chanyeol não o respondeu.

-Certo. Preciso saber qual é o próximo passo. O que eu devo fazer? Certo... Hum, eu invadi o apartamento do Horan. –um sorriso leve apareceu em seu rosto. Sim, sabia que era um legitimo Park por burlar a lei. – sim, é ele, eu tenho certeza. Seguir meus instintos? Mas, papai... –Chanyeol olhou para o spider estacionado do outro lado da rua. A noite estava fria e escura. O odor horrível pinicava suas narinas. - ... ainda não temos a localização do celular dele.. É, o kris disse. Temos o do Baek. Atrás do celular dele? Ainda não fomos. Jin disse que está numa área cheio de mato, pode ser que esteja no caminho da onde ele está? Certo, obrigado, papai. Sim, vou tomar cuidado. Te amo.

Kris cobriu a boca com a mão. – Você não pediu ajuda pro seu pai.

Chanyeol deu de ombros, guardando de volta o celular no bolso. – É pelo Baek.

-Sua mãe vai ficar..

-E daí? Meu pai foi o que esteve comigo agora. Sabe quantas mensagens eu deixei na caixa postal da minha mãe desde que Baek sumiu? Vinte e três. Pergunte pra mim se ela me ligou de volta. Pergunta!

Kris encheu os pulmões com aquele ar fedito. – Ela ligou de volta?

Chanyeol negou com a cabeça. – Ela deve estar com o Sr. Byun.

Os olhos castanhos viraram de volta para o spider. – Eu os odeio por isso. Odeio eles por nos deixar sozinhos nessa.

Quatro da manhã. Seguiam pela avenida principal com o spider, o vento gelado cortante contra o para-brisa. O teto retrátil tinha sido colocado sobre suas cabeças. Chanyeol pendia a mão para fora da janela, tentando pensar em outra possibilidade de esconderijo a não ser uma área bem afastada da cidade. Por exemplo, para o caminho que estavam tomando, matagal para todos os lados. Jin havia confirmado que não tinha sinal do celular de Horan. Ele tinha deixado um bilhete na segunda avenida com a doze dizendo que restava doze horas para manter Baekhyun com todos os membros do corpo. Ele queria duzentos milhões de wons. E Sr. Byun poderia lhe arrumar, mas queria que a polícia cuidasse do caso. 

-O Xiumin é uma gracinha, né? –disse Kris, de repente, segurando o volante com uma mão.

Chanyeol negou com a cabeça, sorridente. – Você é um safado.

-Eu? Qual é! Você caiu nas graças de Byun Baek Hyun, a formiguinha marrenta. –riu dele.

-Cai sim. –Chanyeol olhou para as coxas, de repente, se lembrando de ter dado a mão para Baekhyun por debaixo da mesa. – E você na do Xiumin.

-Baekhyun também é uma graça.

-Ei!

Kris mostrou a outra palma, em sinal de rendição. – Ele é todo seu.

Chanyeol mordeu o lábio, olhando para o visor aceso do celular, o mapa apontando que estavam perto. Kris, de repente, se manteve ereto no banco de couro. –Ei cara, aquilo é uma casinha.

Chanyeol olhou para o celular com uma careta. – Jin disse que ficava no meio do mato.

Um clique o acordou. – Kris, para o carro! Para o carro!

Freou bruscamente. Ambos quase se projetaram para fora senão fossem pelos cintos. Chanyeol desceu do veiculo e começou a correr pela mata.

-Ai puta merda... CHANYEOL, CHANYEOL! –acionou o alarme do spider enquanto corria atrás do amigo maluco.

A porta foi escancarada e quando a pessoa entrou, Baekhyun gritou contra a mordaça. Era um sonho ou uma maldita alucinação. Park Chan Yeol. Ele lhe dizia para ficar calmo enquanto desamarrava as cordas de seus pés machucados, falava que o amava ao tentar arrancar as algemas. Mas era apenas um sonho. Uma utopia. Porque Park Chan Yeol nunca o encontraria.



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