História The Princess and The Dragon - IV - Free

Levy chorou por várias noites seguidas. Isso até seu pai decidir o seu castigo. Ela pensou que seria presa, ou que levaria chicotadas,  ou ainda teria o casamento adiantado... mas o seu castigo, provavelmente foi pior que isso.

Por três semanas, ela iria limpar os estábulos dos cavalos. E depois de terminar, iria lavar a louça Real.

Ela se manteve calma quando recebeu essa notícia, mas por dentro, lançava maldições terríveis em seu pai e Rogue.

Se ela fugiu do castigo? Não, ela o encarou. Começou a limpeza dos estábulos na parte da tarde. Não reclamou uma só vez. Ela até gostava de ficar perto dos cavalos, eles pareciam entendê-la. Sempre que ela pedia para saírem e irem para o pasto, eles faziam isso, e para voltar bastava um toque neles, que voltavam sem pestanejar. Jellal e Erza a observavam de longe, sem poder interferir. E o tal noivo se deleitava com a desgraça da princesa. Ela não ligava, fazia todo o serviço ao lado dos cavalos e de Lily. Depois, tomava um banho para tirar o cheiro das roupas e do corpo, jantava no quarto mesmo – já que também estava proibida de se sentar á mesa Real – e ao cair da noite, depois de todos jantarem, ela ia até a cozinha e lavava toda a louça sozinha. Claro que Droy dava um jeito de ajudá-la, e mesmo se fosse pego continuaria fazendo isso pela amiga, embora ela desse conta do serviço sozinha. Quando era de madrugada ela ia direto para a cama dormir. Acordava de tarde, almoçava e ia novamente para o castigo. Essa era a sua rotina, sem tempo para ler, ir á biblioteca ou visitar o Redfox em sua cela. Ela também não sabia se ele ainda queria vê-lo, mas essa dúvida acabou quando um dia Lily apareceu com uma mensagem dele.

“Você está bem? Não tive notícias suas, mas ainda assim... me preocupo, afinal, para uma princesa decidir fugir do Castelo, algo muito ruim deve ter acontecido." - Ass: Gajeel Redfox. 

Sorriu sem motivo algum ao saber o primeiro nome. Sentiu que talvez ele quisesse perguntar mais coisas, talvez só não fosse bom com as palavras. Ela pegou uma folha e escreveu a resposta.

“Estou péssima. Não pelo castigo, mas estou cansada desse drama todo e dessa rivalidade que está á mil no castelo. Meu pai me fez limpar os estábulos dos cavalos e depois lavar a louça do castelo inteiro. Estou exausta, não tenho nem forças para ler.”

Era simples, e com a última frase esperou que ele entendesse que ela não tivera tempo – e força – para ir visitá-lo. Mandou também um pouco de comida á ele, e esse foi o tipo de comunicação que os dois tinham ao longo das semanas.

Quando o castigo acabou, ela dormiu por quase um dia inteiro, de tão exausta que estava. No dia seguinte, ela entrou no salão Real. Todos deviam estar sabendo do seu castigo, a olhavam segurando o riso, mas ela ignorou e almoçou com toda a elegância e delicadeza que sempre teve, mas agora estava diferente. Antes, Levy era uma princesa alegre e gentil, com olhares doces e risos que preenchiam o salão todo. Agora, embora ainda fosse delicada e gentil, não havia mais felicidade, não deu um sorriso se quer, se manteve séria e impassível, embora ainda respondesse educadamente aos outros, ela não tinha mais... vida. Era algo tão drástico que até seu pai notou. Os olhos dela não demonstravam nada, nem mesmo ódio, o que o irritou. Depois de terminar a refeição, ela se retirou educadamente e voltou ao quarto. E isso se seguiu nas outras refeições e reuniões sociais em que ia. Até o castelo sentiu isso, pois era Levy que trazia alegria ao local, mas agora, só pairava uma tristeza e melancolia.

Uma semana depois, um convite chegou ao Rei. Ele mandou chamarem sua herdeira.

-Para que me chamou Senhor?

-Você recebeu um convite da sua amiga, a Princesa Lucy Heartfilia do Reino do Leste. Ela vai se casar e quer sua presença na festa de noivado daqui três dias. O gato mensageiro trouxe a notícia. – ao lado dele, um gato azul com uma mochila verde nas costas repousava.

Ele esperava que essa notícia alegrasse a garota. E realmente, ela ficou mega feliz quando soube disso. Por dentro. Por fora apenas assentiu com a cabeça, e disse:

-Vou me preparar para a viagem.

Ao sair, o gato mensageiro a seguiu, e só apenas no quarto foi que começou a pular animadamente. Tanto que fez Erza e Jellal entrarem no seu quarto.

-Minha amiga vai se casar! Não é demais? Tenho que me preparar para partir logo!

-Para onde?

-Reino do Leste.

-Espera, Lucy vai se casar?

-A conhece Erza?

-Claro que sim! Estudamos na mesma escola quando crianças.

-Ela virou uma princesa, e você uma cavaleira. – Jellal disse rindo recebendo um olhar mortal dela.

-Foi lá que eu conheci um antigo cavaleiro que me instruiu para me tornar o que sou hoje. Nem acredito que ela vai casar! – disse animada.

-Então vamos nos arrumar, vai ser muito bom ir!

Enquanto arrumava suas malas junto com Jet, Lily apareceu e fez amizade com o outro gato – descobriu que seu nome era Happy – e quando trouxe a mensagem de Gajeel acabou tendo uma ideia.

~#~

“Vou para o Reino do Leste para o casamento de uma amiga minha. Os guardas estarão ocupados demais com a minha saída, por isso Phanterlily te ajudará a fugir. Dessa vez, você será livre. Após saírem do Reino, ele virá ao meu encontro. Você estará livre para ir para onde quiser. Gostaria de me despedir melhor, mas realmente estarei muito ocupada para tal. Foi bom conhecer você e espero que tenha sorte para onde quer que vá.” - Ass: Levy McGarden.

Levy era boa com palavras, mas sentiu que aquele texto era incompleto. Queria dizer muito mas coisa, porém refreou-se. Entregou ao gato a mensagem, e duas horas depois entrou na carruagem que era puxada por Jellal e Erza. Se despediu de Jet e Droy, e com uma reverencia rápida ao Rei, foi embora. Happy colocou a cabeça para fora da janela enquanto passavam pelas ruas, e a princesa acenou para o povo. Ela viajaria durante um dia inteiro para chegar ao Castelo de sua amiga. Era acompanhada por quatro guardas, tirando os seus, e ela se contentou em ficar na carruagem com Happy e lendo um livro – um pequeno presente que Mira havia lhe dado para a viagem.

Enquanto isso, Lily viajava pelos túneis escuros até a cela de Gajeel. Entrou e entregou á ele o bilhete de Levy.

-Como é que você vai conseguir me ajudar?

Num segundo, o gato se transformou em pantera e cortou todas as correntes que o prendia. Ele se calou, então pegou o gato e juntos, usando sua visão noturna, andaram pelos túneis á procurada da saída. Quando acharam, não havia nenhum guarda os esperando e encontraram passagem livre para fora dos muros.

-Finalmente! – ele respondeu respirando ar puro. Lily saltou do seu ombro para o chão. – Para onde você vai agora? – ele se lembrou da mensagem da princesa. – Ah certo. Já eu...

Não tinha nada em mente. Nada mesmo.

Venha comigo.

Ele olhou ao redor para onde vinha a voz até parar no gato á sua frente.

-Você falou?

Falar é apenas um meio de comunicação entre as espécies. Neste momento, é preciso ser utilizado. Estou pedindo que venha comigo.

-Para quê? - indagou. 

Salvar Levy. Ela foi acompanhada de seis guardas, dois são amigos. Podia acabar com os outros quatro e fugir com ela.

-E porque eu faria isso?

Acha justo o que o pai dela está fazendo? Pode não gostar dela, mas ela tentou te salvar. E mesmo depois de descobrir quem você é não se afastou. Leve isso em consideração. Ela planejava fugir para o Reino do Oeste, um Reino distante onde ninguém a reconheceria. Ainda possui essa ideia em sua mente e vai precisar da sua proteção para chegar lá.

-Não quero ser babá de princesinhas. – ele resmungou, e suspirou. – Mas talvez seja melhor ajudá-la. E esse tal Reino do Norte é governado por quem?

Se não me engano por um ministro. A Família Real foi morta, deixando uma garota de cinco anos como herdeira. Essa garota está para completar 18, e só está esperando seu casamento para assumir o trono. Seu nome é Juvia Lockser.

Ele franziu o cenho. Esse nome parecia familiar.

-Certo, vamos logo, para não perder o rastro deles.

E os dois se foram, caminhando pela estrada indo atrás de Levy para que pudessem definitivamente, fugir.