História The Promise (Levi Ackerman) - Parabéns, Levi.

Levi Ackerman

-Mikasa?! -finalmente falei e ela sorriu.

-Oi Levi. Quanto tempo. -Mikasa falou permanecendo com o sorriso no rosto.

-Vou deixar vocês a sós. -minha mãe falou se levantando do sofá. -Almoça conosco, Mikasa?

-Não. Ela não almoça conosco. Até porque, Mikasa já está de saída. Não é? -falei antes mesmo que ela respondesse a minha mãe.

-O Levi está certo. Não vou demorar muito. Mas agradeço o convite, senhora Kuchel. -Mikasa falou e minha mãe assentiu.

-Ok... Olivia, você me ajuda a arrumar a mesa lá do deck, pra gente almoçar? -minha mãe perguntou.

-Ah, claro Kuchel. -Olivia sorriu.

-E Levi, você se importa de almoçar conosco no deck?

-Claro que não, mãe. -falei.

-Certo... Então, até mais Mikasa.

-Até, senhora Kuchel. -Mikasa falou e em seguida minha mãe se retirou, acompanhada pela Olivia.

-O que faz aqui? -perguntei.

-Vim conversar.

-Sobre? -perguntei cruzando os braços e permanecendo no mesmo lugar, atrás do sofá.

-Nós. -Mikasa falou tão simples. Como se esse "nós" ainda tivesse um significado.

-Nós? -gargalhei. -Não sei em que planeta você passou nesses últimos anos ou se está fingindo retardo, mas não existe "nós".

-Qual é, Levi. Você sabe que o nosso término não ficou bem resolvido. E eu quero conversar sobre. -Mikasa se levantou e se aproximou um pouco, parando em frente ao sofá que minha mãe estava sentada a uns minutos atrás. Porém, mesmo eu estando atrás do mesmo, dei alguns passos pra trás.

-Eu não sei pra você, mas pra mim, o nosso término ficou mais que resolvido. Até porque, ele mostrou o que realmente você sentia por mim. Ou seja, nada de muito relevante.

-Isso não é verdade. -ela tentou uma defesa.

-Enfim, pouco me importa se isso é verdade ou não... Agora se me der licença, eu tenho um almoço com os meus pais e minha namorada. Se era só isso o que veio falar, já pode ir embora. -falei e ela me encarou.

-Amanhã, às oito da noite, naquela sorveteria que costumávamos ir. Quero conversar com você lá. Irei te esperar até às nove e meia.

-E por que você acha que eu vou?

-Por favor, Levi. Eu preciso conversar, ok?... Enfim, tenha uma boa tarde. -ela falou, depois foi na direção da porta e saiu.

"Mas que caralho." Pensei.

(...)

O almoço estava seguindo tranquilo. Porém, eu sentia que Olivia estava incomodada. E mesmo ela se esforçando pra parecer que estava tudo bem, eu sabia que não estava.

-Está tudo bem? -perguntei aproveitando o momento em que meus pais conversavam algo entre si.

-Está. -Olivia falou me dando um sorriso fraco.

-Quando terminar o almoço, eu quero conversar com você, ok? -falei tocando a mão dela de leve.

-Ok.

E assim, seguimos com o almoço. Ora conversando aleatoriedades, ora conversando algo que fizesse sentido.

(...)

Terminado o almoço, depois da sobremesa e de mais algumas conversas, eu e Olivia nos despedimos dos meus pais e fomos para o meu quarto. Ao chegarmos, Olivia se sentou na cama e eu fiz o mesmo, me sentando ao lado dela.

-Você quer conversar sobre aquela garota que estava aqui? -ela perguntou e eu fiquei um tanto sem saber o que dizer.

-É, eu quero... Lembra do dia do aniversário do meu pai, que a gente ficou no jardim falando sobre namoros?

-Sim. Que até você disse que ficava com uma menina e que depois parou de ficar porque não queria mais.

-Pois é. Essa garota que estava aqui, a Mikasa, ela veio depois dessa menina que eu não quis mais ficar. Ou seja, Mikasa era minha namorada. -falei e vi Olivia ficar um pouco surpresa.

-Nossa. E o que ela queria?

-Conversar... sobre eu e ela. -falei e Olivia abaixou um pouco a cabeça, encarando o chão. -Fala alguma coisa, Olivia.

-O que você quer que eu fale?

-Não sei. Me diz o que você acha disso, o que você está sentindo. Mas me diz qualquer coisa, por favor.

-Eu não sei o que dizer, Levi. Estou surpresa. Você é o primeiro cara que eu namoro e que depois aparece uma ex querendo conversar. -Olivia falou e suspirou. -E nesse tempo que vocês ficaram na sala, não conversaram?

-Não. Ela quer me encontrar amanhã. E provavelmente eu não irei.

-Por quê não? -Olivia quis saber.

-Porque ela foi uma filha da puta.

-Tá. Mas o que ela fez pra não merecer um segundo da sua atenção? -Olivia perguntou e eu suspirei. Pensando que eu teria que contar o meu passado com a Mikasa.

-Ok, eu vou te falar... Bem, eu conheci a Mikasa quando eu estava de férias do exército. Fazia um ano que eu estava servindo e quando minhas férias chegou, vim pra casa. Em uma festa que eu fui com o Farlan e a Isabel, conheci a Mikasa. Até porque, ela é amiga da Isabel. Enfim, nos conhecemos, depois marcamos de sair mais vezes e aconteceu. Após alguns ficas, começamos a namorar. As férias acabou e eu tive que voltar pra base. Mas, ainda sim, fizemos dar certo a distância. O problema foi quando eu descobri o linfoma. A Mikasa ficou muito abalada, mas ainda sim ficou comigo. Quando eu estava na segunda metade do meu primeiro tratamento, ela simplesmente terminou comigo. Disse que não suportava mais isso, e que essa minha condição estava consumido ela. Enfim, terminamos.

-E depois disso vocês nunca mais tentaram voltar?

-Não... E o que mais me chocou, foi ver que todos os "eu te amo" dela e "eu sempre vou estar ao seu lado" não passavam de uma grande mentira. No momento do término, eu não pensei nisso. Só me dei conta que era mentira, depois que eu comecei a refletir.

-E como você ficou com tudo isso?

-Fiquei muito triste. Depois da tristeza, veio a raiva e depois a conformação... Eu gostava muito da Mikasa, mas não ao ponto de amá-la. E sem falar que eu nunca demonstrei muita coisa, mas ainda sim eu gostava dela. Mikasa era boa pra mim e eu me sentia bem ao lado dela. Mas eu nunca me senti feliz com ela... -falei e Olivia encarou o chão novamente. -Ei... -falei e toquei o queixo dela, fazendo-a olhar pra mim. -Eu não vou deixar esse fantasma estragar o que a gente tem. -peguei a mão dela e beijei. -E eu quero que saiba mais uma vez... Você é a única que amei e amo. E eu nunca me senti tão feliz ao lado de alguém como eu me sinto estando ao seu. Eu sinto coisas com você das quais eu nunca senti com nenhuma garota. E quando eu digo "nenhuma garota" isso inclui a Mikasa. Ok? -falei e Olivia assentiu.

Então me aproximei mais dela e a abracei. Ficamos um tempo alí e depois Olivia se afastou e falou...

-Sei que você ficou mal com isso tudo. Mas ainda sim deveria ouvi-la.

-Eu vou pensar a respeito. Mas agora, vamos aproveitar a nossa tarde, hm?

-Ok.

Então, nos ajeitamos na cama e eu liguei a tv que fica pendurada de frente pra minha cama. Acessei o aplicativo da Netflix e começamos a escolher um filme.

Ao cair da noite...

Mesmo eu tendo assistido dois filmes com a Olivia, a minha cabeça ainda estava ligada no 220 com a aparição da Mikasa. Não que eu sinta algo por ela, mas foi pela audácia de aparecer aqui depois de quase três anos.

Olivia falava super empolgada sobre o filme que a gente tinha acabado de assistir. Porém, eu não estava prestando muita atenção. E como ela é bem observadora, claro que percebeu logo.

-Não sei porque, mas sinto que estou falando com uma porta. -Olivia falou e sentou na cama, ficando de frente pra mim. -É a Mikasa, ainda? -ela perguntou e eu me levantei da cama, indo em direção a janela. -Levi, eu tô falando com você.

-É Olivia. É a Mikasa sim. -falei alterando um pouco a voz. -Na verdade, não é só ela. Tem muito mais coisas rondando a minha cabeça. -falei enquanto observava o lado de fora, pela janela.

-Tipo o quê?

-Tipo você. -falei e finalmente olhei pra ela.

-Eu? O que tem eu? -Olivia perguntou sem entender.

-Quem me garante que você não está comigo só por pena? -falei. Mas depois de ver a cara da Olivia, percebi a merda que eu havia falado.

-Que merda de pergunta é essa, Levi? -ela perguntou saindo da cama e vindo em minha direção. Olivia se encostou na outra ponta da janela, cruzou os braços e ficou me encarando. Esperando que eu dissesse algo.

-Eu não sei.

-Como que não sabe? Se você soltou isso, é porque tem alguma coisa. -Olivia falou e ainda continuou me encarando. -Você tem medo que eu faça o mesmo que a Mikasa?

-Talvez. 

-Puta que pariu, Levi. -Olivia falou e se afastou da janela, indo em direção a cama. -Acha mesmo que eu ficaria com você só por pena? Que pensamento ridículo. Pena é a última coisa que talvez eu sentisse por você. E outra, é muito triste da parte de uma pessoa ficar com a outra só por pena. Até porque, se for pra alguém se sujeitar a isso, é melhor nem fazer... Eu não tenho pena de você, Levi. Escolhi ficar com você porque eu te amo. E se fosse pra eu te dar um pé na bunda como a Mikasa fez, porque raios eu teria me envolvido com você, sabendo que o que me espera mais a frente não é nada legal? -Olivia falou com os olhos cheios de lágrimas. -Eu vou ficar sem você, Levi. E mesmo tendo consciência disso, estou aqui. Não é por pena, é porque eu realmente te amo. -ela falou e foi em direção a porta.

-Olivia, espera. -falei e ela parou, se virando pra mim. Me afastei da janela e fui até ela. -Me desculpa, eu só...

-Você só precisa reorganizar seus pensamentos. -Olivia falou me interrompendo. -E pra isso, você precisa ficar sozinho. E se puder, vá conversar com a Mikasa amanhã... Boa noite. -ela finalizou e saiu do meu quarto.

-MAS QUE DROGA! -gritei e dei um chute no pufe que estava perto da cama.

Incrível a capacidade do ser humano de não conseguir ficar com as merdas só pra si. Tem que externá-las e magoar justo a pessoa que mais tem demonstrado sentimentos verdadeiros.

-Parabéns, Levi Ackerman. Você é um grande cuzão. -falei e me sentei na cama.

Querendo ou não, infelizmente vou ter que ir conversar com a Mikasa amanhã. Talvez isso seja bom. Porque só assim, eu enterro de vez esse fantasma. Ou melhor, coloco em um caixão, enterro e jogo concreto por cima, pra não ter o perigo de voltar.