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História The Prophecy ( A profecia ) - O esperado momento


Escrita por: ellebrocca

Capítulo 14 - O esperado momento


Fanfic / Fanfiction The Prophecy ( A profecia ) - O esperado momento

Era um dia de calor, e ao julgar pela temperatura já estava prestes a completar o meio dia. Tsunade se remexe na cama, sentindo a preguiça em seu corpo, porém, ela nunca se sentiu tão relaxada como estava naquele momento. Foi uma noite maravilhosa. Ao virar para o outro lado da cama, a loira sente o espaço vazio e de imediato abre os olhos, não encontrando Jiraiya em seu quarto. Ele havia sumido. Ele foi embora? Me deixou sozinha?! Ele me deixou outra vez? Tsunade começa a entrar em pânico e isso causa irritação em seu bebê que começa a se mexer aos poucos em seu ventre.

Foi então que a porta do seu quarto se abre e Jiraiya aparece com roupas simples segurando uma bandeja com o almoço da loira.

- Acordou? Que droga, queria te fazer uma surpresa! - Brinca o sannin um pouco indignado pelo o seu plano não ter dado certo.

A Senju aliviou-se, e o bebê parou de se remexer assim que Jiraiya disse a primeira palavra, como se a voz do sannin fosse um calmante para a criança.

- Achei que você tinha ido embora. - Ofega Tsunade pelo mini ataque de pânico que teve segundos atrás.

Jiraiya coloca a bandeja em cima da pequena cômoda ao lado da cama de Tsunade e se senta ao lado da loira segurando em sua mão.

- Eu disse que nunca mais iria te deixar sozinha, e eu jamais volto com a minha palavra.

Tsunade permaneceu em silêncio. Jiraiya suspirou e desceu o cobertor até o quadril da loira deixando sua enorme barriga exposta, e em seguida a massageia.

- Será que ele está dormindo? - Pergunta Jiraiya curioso.

- Tenta descobrir. - Tsunade da de ombros.

Jiraiya se aconchegou melhor na cama e pousou sua cabeça de leve na barriga da loira, ouvindo o que parecia ser batimentos cardíacos e também sentindo alguma coisa se mexer bem devagar.

- Isso é muito doido. - Jiraiya sorri abobado sentindo os movimentos da criança.

- É porque você não sentiu ele chutar, é um saco. Parece que puxou a você em não ficar parado em um único lugar. Sempre agitado. - Comenta Tsunade pegando seu prato e fazendo sua refeição.

Jiraiya usou o dedo indicador para cutucar o ventre da Senju, e a mesma ergueu uma sobrancelha confusa com o que o albino estava tentando fazer.

- Só para a sua informação... - Deduz Tsunade. - O bebê não é um peixe e a minha barriga não é um aquário pra você ficar cutucando que nem uma criança mimada.

Jiraiya da uma risada com o argumento que Tsunade usou para descrever aquela situação.

- Vai saber... Fiquei curioso pra senti-lo chutando.

Como se soubesse o desejo de Jiraiya, no mesmo instante a criança chuta fazendo o sannin dar um pulo e Tsunade quase derrubar o prato pela força do chute.

- Por kami! Ele é forte. - Jiraiya fica empolgado. Por outro lado, Tsunade estava com os olhos arregalados. - Hey, pequenino, que tal dar mais um chute de bom dia? - Pergunta o albino sussurrando perto do ventre.

E mais uma vez o bebê chuta, só que desta vez ele se remexe mais como se quisesse correr de tão alegre. Era a primeira vez que Jiraiya presenciava um momento como esse, e agora ele entendia porque Minato sempre ficava abobado perto de Kushina quando ela estava grávida.

- Tá bem, melhor pararmos por aqui se não essa criança vai começar a fazer uma capoeira dentro da minha barriga por causa de você. - Diz Tsunade terminando sua refeição e levantando-se da cama.

- Eu estava pensando de fazermos uma caminhada. E comprar algumas coisas. - Jiraiya comenta.

- Não sei se é uma boa ideia. - Murmura Tsunade com receio dos olhares que as pessoas irão fazer em seu corpo.

- Você precisa pegar um sol, e fazer exercícios vai ser bom para o bebê. Não pode se trancar aqui para sempre...

- Meu problema não é falta de exercício e sim das pessoas que estão lá fora. - Diz Tsunade ficando um pouco nervosa. - Detesto ser o centro das atenções.

- Vamos caminhar nas ruas menos movimentadas, e agora está na hora do almoço e a maioria está em casa. Por favor, eu prometo não sair do seu lado.

Tsunade fica pensativa, pensando em várias possibilidades de algo dar errado, ou talvez dar certo. Ela nunca iria saber se não tentasse, então acaba por decidir sair.

- Tudo bem. Vamos caminhar, mas somente para fazer essas compras e voltar o mais rápida para casa. - Aceita Tsunade into até seu guarda-roupa escolher algo confortável para usar.

Jiraiya ficar empolgado por dentro e tenta se manter em posição por fora, mas ele não conseguia esconder o sorriso. Assim que Tsunade escolheu um vestido longo para usar ela percebeu que Jiraiya ainda não havia saído do quarto.

- Pode me esperar na sala? - Pergunta a loira.

- Não há nada aí que eu já não tenha visto. - Malícia Jiraiya.

- Não somos um casal para ter essa intimidade. Você está aqui como um favor para mim e para me ajudar até que essa criança nasça. Isso não é motivo para você me ver nua.

Mesmo que tenha ficado indignado pela simples frase de “não somos um casal” o sannin entende o lado de Tsunade e se retira do quarto para dar privacidade a ela. Levou só alguns minutos para Tsunade se trocar, e o vestido azul combinou perfeitamente com ela. Assim que chegou na sala Jiraiya já a esperava, e o albino não conseguiu disfarçar o quanto ele estava a admirando.

- Eu sei, eu to gorda. - Tsunade revira os olhos achando que Jiraiya a estava julgando.

- Você ainda continua linda para mim. - Elogia o eremita suavemente.

Já fazia um bom tempo desde a última vez que Tsunade corou com um elogio. Ambos pegaram uma rua mais ou menos deserta e aproveitaram os raios de sol e a brisa fresca daquela manhã que se tornava o início da tarde. Tsunade e Jiraiya entraram em uma loja com diversos tipos de roupas e acessórios, e logo de cara a Senju já ficou atraída pela prateleira de tecidos de roupa e crochê.

- Por que vai comprar tecido? - Pergunta Jiraiya observando Tsunade mexer nos tecidos de cedas e lã.

- Quero escolher um para fazer um cachecol.

- Não sabia que você costurava.

- Quando estou entediada eu costuro. É o único jeito de me distrair, por outro lado, não é algo que faço todo dia. - Diz Tsunade escolhendo um tecido da cor vermelha. - E também, o mês de outubro começa a esfriar por conta do inverno. Então prefiro me preparar para isso.

- É bonito. - Fala Jiraiya sentindo o tecido vermelho em seus dedos.

Ambos continuaram a fazer suas compras e depois foram dar mais uma caminhada. Quando chegaram a um certo ponto, o lugar já começou a ganhar um movimento de pessoas, e alguns olhares se voltaram para Tsunade, que por sinal acabou se sentindo incomodada. Jiraiya percebeu isso e se aproximou mais do corpo da Senju para que ela pudesse se sentir segura. Até que uma mulher de cabelos azuis com uma criança se aproximam dos sannins.

- Tsuna! - A mulher chama.

- Titia! - Grita a menina de oito anos de idade correndo até as pernas da loira. - Uau... O seu neném tá muito grande! - Diz a pequena com os olhos arregalados para a barriga de Tsunade.

O peito de Tsunade estava ofegante, e ela forçava um sorriso. E seus olhos demonstravam tristeza e frustração por aquele momento. Parecia que entre todas as outras pessoas de Konoha, aquela mulher de cabelos azuis era a pessoa que Tsunade menos queria se encontrar.

- Oi, Shion. - Tsunade tenta parecer empolgada de ver sua ex cunhada. - Há quanto tempo.

- Eu que devo dizer isso. Você sumiu. - Comenta Shion. Ela parecia familiar para Jiraiya, e o albino tentava adivinhar de onde conhecia ela. - Não te vejo muito desde a morte do meu irmão.

- Eu sinto muito, ainda estou superando aos poucos, você sabe como Dan foi para mim. - Completa Tsunade.

Agora tudo fez sentido para Jiraiya. Shion era a irmã mais nova de Dan, e a menina com certeza era a sobrinha dele, Shizune. Mesmo ter ficado aliviado em descobrir quem era a mulher, o sannin ficou um pouco intrigado no assunto de Dan ser mencionado pelas duas mulheres.

- Sei como se sente. - Diz Shion com um olhar triste.- Shizune também sente falta dele.

- A mamãe disse que o titio foi descansar no céu, mas eu acho ele muito jovem para brincar com os anjinhos. - Diz Shizune na maior inocência.

Isso fez Tsunade lacrimejar, e um sentimento de culpar tomar seu coração, já que ela falhou em salvar Dan.

- O que importa é que você está bem. - Shion tenta mudar de assunto ao perceber que Tsunade estava prestes a chorar. - E que uma parte dele vive dentro de você. - Shion toca a barriga de Tsunade. - Sempre foi o sonho de Dan ser pai, mas mesmo ele não poder ver seu filho crescer, tenho certeza que ele estará guiando vocês dois junto as estrelas.

Jiraiya ergue uma sobrancelha ao ouvir o comentário de Shion. “Sempre foi o sonho de Dan ser pai? Não poder ver seu filho nascer? Essa mulher acha que a criança é filha de Dan? Foi Tsunade que disse isso?” Jiraiya se fazia várias perguntas em sua cabeça, e ele teve que apertar os punhos para não perder a paciência. Tsunade começou a suar frio, pois ela sentiu a tensão de Jiraiya.

- Eu também acho o mesmo. - Tsunade sorri amarelada. - Eu queria poder conversar mais, só que Jiraiya e eu estamos no meio de um compromisso e estamos atrasados.

- Ah, claro, mas vamos marcar uma hora para jantar. - Shion convida animada.

- Claro, eu lhe escrevo. Até logo. - Tsunade puxa a manga da blusa de Jiraiya de um jeito disfarçado para Shion não perceber.

- Tchau, titia! - Shizune se despede balançando seus bracinhos.

Tsunade retribui e em seguida continua sua caminhada com Jiraiya, no entanto, ela estava mais calada do que antes.

- Deixa eu ver se eu entendi. - Jiraiya inicia o assunto e Tsunade suspira já sabendo o que ele iria comentar. - Você disse para todo mundo de Konoha, que a criança que você está esperando é de Dan? Essa foi a sua desculpa para esconder a verdade?

- Dan era o meu único namorado. - Explica Tsunade. - Ninguém pode saber sobre a gente e o real motivo de termos feito isso até que seja seguro confiar nas pessoas. E afinal, todos acreditaram que eu realmente estou grávida do Dan porque todos testemunharam do nosso relacionamento.

- Ah, claro. Essa sua ideia de guardar o nosso segredo foi genial, mas o que você vai falar para os cidadãos de Konoha se a criança nascer albina e com a minha cara?

Tsunade arregala os olhos, já que ela não havia pensado nessa possibilidade.

- Merda. - Foi a única coisa que a Senju conseguiu falar.

- Eu não sou um especialista em biologia, mas se eu não me engano as chances dessa criança nascer com a minha genética se for menino é grande...

- Para de falar sobre isso, já to ficando nervosa! Eu vou pensar em algo...

- E vai falar o que? Que deu uma mudança radical na genética e que faltou melanina no bebê?

- Não me faça te bater com a mamadeira que compramos. - Ameaça Tsunade.

- Eu bem que queria mamar, mas não era esse tipo de mamadeira que eu queria. - Diz Jiraiya encarando os seios de Tsunade que estavam maiores por causa do leite materno.

A loira fez um olhar de morte para Jiraiya e o sannin arrepiou-se de medo. Ele desculpou-se de imediato e achou melhor parar de tentar irritar a loira, caso ao contrario quem sofreria de contrações seria ele. Assim que terminaram de fazer as compras para a cozinha e acessórios para o bebê, os sannins voltaram para a casa de Tsunade. Quando chegou de sua caminhada a Senju percebeu que não foi tão ruim sair, e que desta vez não teve muitos olhares sobre ela. Talvez seja por eles terem andando por ruas mais desertas, ou a companhia de Jiraiya a deixou confortável consigo mesma.

Durante a tarde, Jiraiya resolveu visitar Minato e Kushina acompanhado de Tsunade, por causa do trauma que a loira tinha em ficar sozinha caso ocorresse as dores novamente. Desde que Jiraiya chegou de sua viagem e tem dormido em sua casa ela nunca mais havia sentido as fortes contrações do bebê, e isso tem sido um alívio. Ao chegarem na casa do Yondaime já foram recebidos pelo próprio antes mesmo de baterem na porta.

- Eu sabia que viria! - Fala Minato recebendo os sannins com um enorme sorriso no rosto.

- Deixa eu adivinhar... Kushina? - Deduz o albino.

- Sempre. - Afirma Minato. - Entrem, tem alguém louco para conhecer vocês.

Quando Jiraiya entra com Tsunade ao seu lado e Minato no outro Kushina surge com o seu filho nos braços. Tudo na volta de Jiraiya parece ocorrer em câmera lenta assim que viu Menma pela primeira vez. Ele estava emocionado, e não conseguia emitir nenhuma fala.

- Menma, diga um oi para o seu padrinho. - Kushina murmura suavemente no ouvido de Menma.

O pequeno menino de olhos azuis e cabelos loiros bocejou de sono e virou sua cabeça lentamente para Jiraiya.

- Ele... É tão pequeno. - Diz Jiraiya emocionado arrancando uma risadinha de Minato e Kushina. Até Tsunade não sabia o que dizer. - É a sua cara Minato.

- Mas de força puxou a Kushina, ele quase quebrou me polegar ontem. - Comenta Minato.

- Pode pega-lo se quiser. - Kushina oferece Menma para Jiraiya.

Com todo o cuidado do mundo, o albino pega Menma em seu colo, dando leves balançadas. Menma olha Jiraiya com curiosidade, observando o rosto de seu padrinho até seu cabelo branco espetado. Menma estica um dos bracinhos e começa a tocar o queixo de Jiraiya, subindo seus dedinhos para os lábios dele, arrancando um enorme sorriso do sannin.

- Prazer em te conhecer também, Menma. - Sussurra Jiraiya aproximando mais seu rosto do pequeno bebê em seus braços.

Tsunade se aproxima mais da criança, sentindo algo estranho em seu peito. É uma sensação familiar de quando era segurou Nawaki pela primeira vez em seu colo.

- Quer segura-lo? - Pergunta Jiraiya.

- Não... Eu não levo jeito pra isso. - Tsunade inventa a desculpa para não pegar Menma. Ela queria evitar o máximo possível desse tipo de afeto, se não as coisas não seriam de acordo com o seu plano de liberdade. - Ele é lindo, Kushina. Parabéns. - Elogia Tsunade.

- Arigatou. - Agradece a ruiva. - E como vocês estão?

- Estamos bem. - Responde Jiraiya entregando Menma de volta para Kushina. - Com exceção da Tsunade estar me levando a falência por causa dos doces.

- É normal. - Kushina ri da cara que Tsunade fez na hora. - A gravidez nos deixa com desejos incontroláveis.

- Nem me fala. - Murmura Minato com uma gota de suar ao lembrar das noites de insônia por conta de Kushina acordar de madrugada desejando um doce diferente a cada noite.

- Mas agora está perto da criança nascer, não é? Já sabem o nome? - Pergunta Kushina empolgada.

Jiraiya e Tsunade se entreolham, e ambos ficam um pouco desconfortáveis com a pergunta.

- Vamos esperar para o nascimento primeiro. - Responde Jiraiya. - Depois vamos ver como as coisas vão andando.

- Falando em nascimento, sabem que no momento em que a criança nascer a Kyuubi terá que ser selada imediatamente, não é? - Lembra Minato. - As correntes de Kushina não estão mais resistentes como antes. E provavelmente o parto terá que ser feito próximo ao esconderijo da Kyuubi.

- Estou ciente. - Confirma Jiraiya. - Eu percebi naquela noite do parto como as correntes enfraqueceram.

- Você estava aqui em Konoha na hora do nascimento do Menma? - Pergunta Tsunade perplexa.

- Sim. - Afirma Jiraiya.

- Eu sabia que tinha sentido um chakra familiar da minha janela. - Murmura Tsunade.

- Você sabia que eu estava ali?

- Claro, baka! Você sempre viveu me espionando!

- O humor de vocês é tão engraçado. - Kushina ri do jeito que Jiraiya e Tsunade parecem duas crianças quando estão discutindo assuntos tão bobos.

Jiraiya e Tsunade coram e decidem não discutir mais.

- Bem, sinto muito, por essa pequena discussão. - Diz Jiraiya. - E acho que nós já vamos indo. Andamos muito hoje cedo, e acho que a Tsunade deve estar cansada.

- Entendemos. - Diz Kushina. - E as contrações?

- Aliviando. - Responde Tsunade. - Tenho tido poucas ultimamente

- Que bom. Estou feliz que Jiraiya-sama esteja te ajudando.

- É... Eu também. - Suspira Tsunade corando no mesmo instante assim que percebeu o olhar do albino a observando após sua confissão. - Be-bem... Nós estamos indo. - Gagueja a loira tentando sair daquela situação embaraçosa. - Desejo felicidades para vocês e para o Menma.

- Arigatou. - Agradece Kushina e Minato.

Jiraiya se aproxima de Menma e da um beijinho em sua pequena mão, e em seguida se despede do casal Uzumaki. O relógio marcava dez horas da noite quando os sannins chegam a casa de Tsunade, e assim que entram no local o clima fica tenso entre ambos.

- Aquilo que você disse sobre estar feliz comigo por perto, era verdade mesmo? - Pergunta Jiraiya.

- Sim. - Sussurra Tsunade com as bochechas rosadas. - Isso é uma verdade que eu não posso negar. Eu vou indo para a cama.

Jiraiya fica observando Tsunade andar até seu quarto, e por um momento sentiu-se como se eles fossem um casal de verdade. Mas o fato é que esse permanecia sendo o sonho mais desejado do albino, e era por isso que ele fingia em alguns momentos de que realmente ambos são um casal esperando pelo tão amado filho. Esse era o motivo de Jiraiya tratar Tsunade com tanto cuidado e carinho como se fosse sua esposa, e em alguns momentos ele se arrependia de ter deitado com várias mulheres enquanto a Senju sofria sozinha.

As semanas tem passado rápido, e o nono mês enfim chegou. Era só uma questão de tempo para Tsunade dar a luz, e isso poderia acontecer a qualquer momento. Por causa disso Jiraiya não desgrudava da loira, algo que ela se acostumou por um tempo. Os conselheiros Koharu e Homura tornaram-se velhos irritantes por conta da saúde de Tsunade, mas na verdade eles só se importavam com a criança. Isso deixava a Senju irritada, e só de olhar a cara dos conselheiros já deixava Tsunade enjoada. Kushina tem estado bem presente também, e sempre visitava os sannins para dar conselhos paternos para Tsunade e algumas dicas de como se preparar para o parto enquanto Jiraiya brincava com Menma.

Jiraiya havia cumprido o trato de não fumar enquanto Tsunade ainda estava grávida, ou o que ele conseguiu cumprir com exceção dos meses anteriores em que ambos ficaram brigados. Mas o albino conseguiu desapegar do fumo. O mês de outubro chegou com um rigoroso inverno, e a neve estava prevista para cair em duas semanas. Com os preparativos para o frio, Tsunade estava acolhida em seu sofá tricotando um cachecol da cor vermelha com o tecido que comprou. Jiraiya estava ao seu lado, escrevendo em vários pergaminhos algo que parecia uma história.

- Achei que tinha desistido de ser escritor. - Comenta Tsunade após observar Jiraiya escrevendo vários rabiscos por longas horas.

- Eu nunca desisti, só fui bolando uma história devagar na minha mente. - Corrigiu Jiraiya amassando mais um pergaminho e tentando o arremessar dentro de uma lata de lixo, o que no caso ele falhou pela quinta vez. - Por que é tão difícil terminar uma história?!

- Você precisa ter um pouco de paciência e ter mais experiência com a vida. - Diz Tsunade atenta ao seu tricô. - Quando for pra acontecer a sua história virá na sua mente.

- Não sei qual é mais difícil, se é terminar uma história ou dar nome aos personagens. Até agora não sei qual nome uso para o protagonista.

- Pensa em alguém especial, que te marcou na vida a não ser eu com os meus socos na sua cara. - Ironiza Tsunade arrancando um sorriso em Jiraiya.

- Eu até pensei em um nome... Nagato.

O soar das palavras de Jiraiya ao pronunciar o nome de seu ex pupilo morto fez a loira parar de tricotar no mesmo instante. Até mesmo ela conseguiu sentir a tensão que a aura de Jiraiya lhe causou.

- Pensei que já tinha superado a morte daquelas crianças. - Comenta Tsunade.

- Eu os salvei da guerra, dei um teto, comida, os criei como meus filhos... E tudo isso para o ódio das pessoas os tirarem de mim. Não posso superar uma coisas dessas até que eu encerra com essa violência de uma vez. - Diz Jiraiya indignado.

- O que aconteceu com aquelas crianças de Ame não foi culpa sua. Você fez o que pôde, e não tinha como prever o que o destino pretendia. - Murmura Tsunade massageando os ombros de Jiraiya para acalma-lo. - A única coisa que podemos fazer por elas, é lutar até o fim para conseguirmos a paz, e quem poderá fazer isso é você e a criança da profecia que está para nascer...

- Acha que eu serei um bom pai? - Pergunta o albino com um olhar distante. - Eu nem consegui proteger a Konan, o Yahiko ou o Nagato. Como irei proteger essa criança? Eu serei capaz?

- Eu não sei. - Responde Tsunade tentando ser o mais sincera possível. - O único jeito de acreditar que pode dar certo, é nunca desistir do seu jeito ninja que tanto tem orgulho.

- E... Você pode me ajudar a fazer dar certo? - Pergunta Jiraiya com um pingo de esperança de que Tsunade mude de ideia.

- Já conversamos sobre isso. - Responde decidida. - Você se responsabiliza pela profecia que lhe foi dada, e eu sigo com a minha vida e a minha liberdade.

- Eu posso te dar liberdade...

- Jiraiya, por favor, não insiste! Não posso confiar em alguém que leva uma mulher diferente para a sua cama todas as noites...

- O que deu em você?!

- Vai se fazer de vítima agora? Acha que eu não sei que naqueles meses que esteve fora você com certeza transou com várias vagabundas enquanto eu estive aqui sofrendo!

- Você me mandou ir embora...!

- Mas eu queria que você ficasse! Era tão difícil perceber isso?!... AHH! - Tsunade geme de dor por causa da forte contração que ocorreu no meio de sua discussão com Jiraiya.

Seus sentimentos estavam tão embaralhados e seu sangue tão fervente que isso acabou causando um certo desconforto no bebê. Na mesma hora Jiraiya coloca suas mãos na barriga de Tsunade e começa a massagear.

- Tá tudo bem... A mamãe só se estressou um pouquinho. - Sussurra Jiraiya tranquilizando a criança.

- Eu te odeio... - Choraminga Tsunade.

- Sinto muito, não queria te irritar. - Jiraiya se desculpa.

- Seus defeitos me irritam, e ao mesmo tempo me atraem.

Jiraiya penetra Tsunade profundamente com o seu olhar, e isso causa um arrepio em seu corpo.

- Por que tá me olhando desse jeito? - Pergunta Tsunade corada.

- Gosto de olhar em seus olhos, principalmente quando diz coisas sobre mim. - Sussurra Jiraiya aproximando aos poucos seu rosto perto de Tsunade. - E gosto de ver seu rosto corado, você fica tão vulnerável e frágil. É bom saber que nem sempre você consegue manter a postura de durona.

- Se quiser que eu volte a minha postura de durona eu posso te socar aqui e agora. - Ameaça Tsunade mas sem mesmo possuir um tom de voz grave. Sua voz quase falha assim que a respiração de Jiraiya bate com a sua.

- Não precisa partir para a violência, apenas aceite, e se entregue ao que está sentindo.

Jiraiya acaricia a bochecha esquerda de Tsunade, e seus dedos deslizam até os lábios da loira, descendo até o queixo onde o segura suavemente e o puxa de frente fazendo com que os lábios de ambos se encontrassem. Era um beijo suave e doce, diferente dos beijos desesperados e intensos que os sannins já compartilharam um com o outro. Ambos queriam aproveitar aquele momento, e sentir cada sensação de suas bocas e línguas, compensando o tempo que passaram sem ter contato um do outro desde que Jiraiya voltou e começou a residir na casa de Tsunade.

A Senju encerrou o contato para respirar, pois algo estava a deixando com faltar de ar, e não foi o beijo. Seu rosto começou a suar e suas contrações estavam voltando, no entanto, elas começaram a causar dores mais embaixo do ventre. A dor começou a piorar, e Tsunade agarrou os ombros de Jiraiya assim que sentiu a criança se movendo dentro de si.

- Tsunade! O que está acontecendo com você? - Jiraiya começa a se desesperar.

Uma poça de água encharca o sofá saindo da intimidade de Tsunade, ela já soube que o momento chegou.

- O bebê... Vai nascer! - Ofega a loira sentindo as contrações voltando a tona.

- O momento chegou. - Diz Jiraiya também ofegante. - Precisamos te levar para o esconderijo da Kyuubi e chamar uma equipe médica.

- AHH! - Tsunade geme e dor querendo quebrar a ponta do sofá. - Por Kami, isso dói demais!

Jiraiya enlaça seu braço na cintura de Tsunade e a segura firme para que ela consiga andar. Com a outra mão livre o albino morde o polegar e mancha sua mão com a gota de sangue, fazendo o jutsu de invocação. Fukasaku surge na sala dando-se de cara com Tsunade prestes a entrar em trabalho de parto.

- Jiraiya-chan! Por que me invocou? - Pergunta o mestre do sannin.

- Tsunade vai entrar em trabalho de parto agora, e eu preciso que você informe o Minato e o Sarutobi-sensei para que chamem uma equipe médica e os levem para o esconderijo da Kyuubi. - Resumi Jiraiya ficando nervoso com Tsunade gemendo em seus braços.

- Farei isso imediatamente! - Diz Fukasaku fazendo um selo com suas patas e desaparecendo em uma pequena nuvem de fumaça.

Assim que o reptil se teletransportou para a casa dos Uzumakis Jiraiya levou Tsunade para a caverna onde a Kyuubi estava acorrentada. A noite estava densa e fria, e os aldeões mal sabia do que estava prestes acontecer. No alto de uma colina, uma figura encapuzada observava Konoha, esperando o momento certo de atacar.

- Konohagakure... Não mudou nada. - Murmura Obito olhando a vila onde nasceu. - Já esperei tempo demais... Está na hora de levar a Kyuubi comigo. Se der tempo, talvez eu faça uma visita para o Minato-sensei.

Obito desperta seu sharingan no olho direito e usa da técnica de dimensões para entrar em Konoha sem ser visto. Naquele momento, o clima na vila mudou, e por algum motivo, Minato sentia de que algo estava errado.

 

 

 

 



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