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História The Protest - Running


Escrita por: cabellovip

Notas do Autor


Oie galerinha, sei q demorei MUITO a postar mas, eu estou aproveitando minhas ferias aqui em Fortaleza cidade do sol e não é sempre q podemos viajar do Rio de Janeiro até Fortaleza pra curtir ferias, então tava tentando aproveitar ao máximo! Prometo tentar postar com mais frequência. Bjsss

Capítulo 17 - Running


Pov Camila.

 

Ultima chamada para Florida, Miami. Embarque portão F - 27.

Puxei meu sobretudo rosa claro fechando-o novamente após observar que seu nó havia se aberto. Eu estava em uma fila aguardando para embarcar, a mala que decidi carregar como bagagem de mão no ombro direito começara a incomodar por conta do peso.

-Eu vou dormir horrores nesse voo. –Dinah disse olhando-me como se fosse uma confidencia. Sorri brevemente para ela que carregava todo seu equipamento de sono, que consistia em: um tapa-olho rosa, um abafador de ruídos rosa, um travesseiro para pescoço rosa, e um babador, também rosa.

Ah, ela literalmente baba quando dorme.

 É, tudo no mesmo modelo para combinar, eu disse que era uma espécie de kit. Ela carregava aquilo fielmente toda vez que andava de avião. Dinah literalmente poderia ser nomeada como a nova “Barbie Soninho

-Você acha que eu deveria contratar um segurança pessoal? –Perguntei olhando em volta, um pouco incomodada com o olhar de algumas pessoas ali.

-Vai com calma Angelina Jolie. Você não está famosa ou algo do tipo, só faz três dias Mila, as pessoas vão esquecer. –Dinah disse olhando-me reconfortante.

-Eu sei, mas meu nome foi parar em todos os noticiários dessa cidade, é estranho. –Confessei enquanto entregava a passagem para o rapaz da companhia área que mantinha um sorriso simpático, conferindo meu documento e desejando-me boa viagem.

-Mas não é como se fosse algo negativo, na verdade você está se saindo bem no conceito do publico, afinal, você deixou de defender um assassino. –Dinah falou novamente pegando seus documentos que havia entregado para conferencia do funcionário. Não que ela não houvesse falado isso mil vezes desde que desisti do julgamento há três dias, mas era bom ouvi-la dizer, era ela meu pilar de sanidade e foi ótimo traze-la comigo.

Após seguirmos e adentrarmos no avião, nos acomodamos entre os acentos dentro da grande aeronave. Sorri observando Dinah vestir-se do seu kit sono como um guerreiro veste a armadura.

 Minha cabeça estava a mil, havia acontecido tantas coisas nesses três dias após eu anunciar que não defenderia mais Bruce Clint, o homem que tudo indica praticamente assassinou a criança, Abigail Collins, os médicos fizeram de tudo para salva-la, mas infelizmente não conseguiram. Com a minha recusa ao caso, eu fui praticamente intimada a pedir a exoneração do meu cargo no Tribunal de Defensoria, e eu achei melhor assim, fazer inimigos em um local como aquele não tornaria as coisas fáceis. Espero fielmente que isso não afete a minha carreira, toda essa repercussão que gerou em torno desse caso, mas era um risco que eu tinha em mente que teria que correr. Repercussão com a mídia sempre tem seus pontos positivos e negativos.

A boa noticia é que, eu passei de advogada ruim para a corajosa, de qualquer forma, as pessoas sempre pensam o que querem, resolvi que não gastaria mais meu valioso tempo nisso tudo, ou eu enlouqueceria.

Sobre o emprego, é realmente uma pena, mas de todo modo, eu permaneço sendo professora na NYU e vou ter mais tempo para dedicar-me a transmitir conhecimento. Porém, nesse momento tirei férias de duas semanas, o tempo foi ótimo, eu iria ter que ir a Miami de qualquer forma por conta da carta que recebi mês passado convocando-me para assinar uns papeis do meu processo juntamente com o Dr. Abílio. O momento foi totalmente oportuno, eu precisava sair de New York até a poeira sobre esse caso polemico e tudo que me envolve abaixar.

Olhei pela janela do avião vendo as nuvens negras se formarem no céu, mesmo a aeronave ainda não ter decolado, era fácil a vista da imensidão cinza. Parecia meu interior e sua grande confusão.

Um homem sentou-se na mesma direção que eu e Dinah estávamos, porém na fileira oposta. Ele desviou seu olhar para mim e começou a me encarar, seu semblante era serio e aquilo me assustou momentaneamente, até que ele desviou o olhar e eu fiz o mesmo. Deveria ser só impressão.

-Camila, seu celular está tocando. –A voz de Dinah me tirou atenção cutucando-me no ombro, eu estava tão distraída que nem senti o aparelho vibrar.

Olhei no visor e vi o nome de Lauren, imediatamente recusei a ligação. Colocando o celular no “modo avião”.

-Não era ninguém importante. –Falei dando de ombros, observando as aeromoças iniciarem o procedimento de segurança da aeronave.

-Você sabe que não pode evita-la para sempre, não sabe? –A voz de Dinah soou repreendedora, como se fosse um alerta pessoal.

-Eu não consigo odiá-la como ela merece, então sim, eu vou evita-la até que eu possa fazer. –Respondi vagamente olhando-a de lado.

-Você não consegue odiá-la como ela merece, porque você está apaixonada por ela Camila. –Falou em tom baixo olhando-me avaliativa. Revirei os olhos como faço cada vez que Dinah começa com essa historia absurda.

-Não, eu não estou. Eu não me permito estar apaixonada por alguém que demonstra tamanho nojo e desrespeito por mim. –Falei cética lembrando-me do papel absurdamente arrogante interpretado por Lauren Jauregui. Após o acontecimento, ela havia tentado me procurar, havia me ligado, para falar algo que eu obviamente não sei do que se trata, já que a ignorei de todas as formas. Não autorizei sua entrada no meu prédio, nem atendi suas ligações. E seria assim definitivamente. Parte de mim está aliviada por ir para Miami e ficar o mais longe possível dela.

-Você quem sabe então, só depois não diga que eu não te avisei. –Falou olhando-me repreensiva, mas no mesmo instante mudou a expressão. -Ah, quando a aeromoça chegar, compra um cookie de chocolate pra mim. –Continuou, encostando-se no acento e colocando o objeto tampando sua visão. Respirei aliviada por não ter que dar continuidade no assunto. Quanto menos se fala dela, menos se pensa nela.

Os minutos se passaram arrastados, enquanto eu tentava fazer o papel de mulher madura, mas tudo que eu conseguia fazer era comer todos os cookies que a aeromoça havia me oferecido. Vez o outra, o homem esquisito olhava-me distraído e logo desviava o olhar, era estranho como se quisesse disfarçar algo.

Ouvi o piloto finalmente anunciar que o avião estava pronto para aterrisagem. Olhei para o sol radiante de Miami, absurdamente diferente do tempo a três horas atrás quando deixamos New York.

-Dinah, acorda, já vamos pousar. –Tentei reanimar minha amiga que mais parecia morta, sem sucesso.

-Já?! –Ela disse exasperada pulando do acento.

-Eu não aguentava mais tanto tedio. –Confessei bufando.

-Nossa, foi de longe a viagem mais rápida que eu fiz, parece que só dormi dez minutos. –Falou removendo e juntando seus pertences.

-Se passaram duas horas e meia, bela adormecida. –Soltei o cinto aliviada após o pouso tranquilo, seguido do comissário anunciando que as portas seriam abertas.

-Vamos logo Camila, quero comer a comida do seu pai. –Dinah disse impaciente ficando de pé. Eu observei o acento para garantir que não havia esquecido nada e após constatar, me pus a caminhar junto com Dinah e os outros passageiros do avião.

Na saída do avião, novamente vi o homem esquisito de antes, ele manteve o mesmo olhar avaliativo e depois sumiu da minha vista. Decidi por fim não me preocupar. Saímos do aeroporto para pegarmos um taxi, e logo estávamos em frente a minha antiga casa, eu estava transbordando de saudades de Sofi, e mais ainda de meu pai que eu não via há bastante tempo.

-Pai, corre a Kaki chegou! –Uma Sofia estonteante gritou logo após abrir a porta, meu pai saltou da cozinha para a sala cumprimentando Dinah, que ele já conhecia da vez que foi em New York me visitar, e abraçando-me apertado.

-Minha hija, que saudades, como você está? –Ele disse com ternura, ajudando eu e Dinah com as malas.

-Estou bem papa, feliz por estar aqui. –Falei sincera observando tudo em volta. Estava do jeitinho que eu havia deixado. A casa pequena e aconchegante que vivi minha infância e adolescência estava como em uma fotografia, intocável. Até o cheiro era o mesmo cheiro de limpeza de meu pai. Sorri sentindo-me abrigada e segura.

-Eu arrumei seu antigo quarto, pus uma cama de casal para você e Dinah, e fiz manutenções no seu banheiro, espero que seja o suficiente para os dias que vocês vão passar aqui. –Meu pai disse sorridente alternando o olhar entre mim e minha amiga.

-Claro Sr. Alejandro, não precisava se incomodar. –Dinah falou educada, fazendo a humilde, quem vê assim até pensa que não faz milhões de exigências para dormir em um travesseiro de penas de ganso. Se tem algo que a mulher presa, é o sono.

-Oh, por favor, só Alejandro, esse negocio de senhor acaba comigo. –Falou novamente educado. Enquanto Dinah assentiu com a cabeça. Subimos para guardar nossas coisas e tomarmos um banho depois iriamos descer para comer a comida de meu pai, que diga-se de passagem, era ótima.

 

Na mesa, Sofia não deixava de tagarelar sobre os programas que poderíamos fazer em Miami, os dias de praia e as milhões de coisas. Dinah a acompanhava na empolgação e meu pai e eu observávamos sorridentes.

-Você sabe de certo modo, eu tenho vários compromissos para resolver aqui em Miami. –Falei para a adolescente e vi sua expressão de “não corte meu barato”.

-Kaki sai do trabalho, mas o trabalho não sai dela. –Falou bufando e foi em direção a Dinah que estava sentada na poltrona mostrando algo sobre moda em seu celular, Dinah seria uma ótima irmã mais velha para Sofia, já que eu aparentemente só penso em trabalho.

-Como você está hija, como toda essa situação? Nos vimos os noticiários, parece que o advogado de defesa não conseguiu salva-lo. –Meu pai disse se sentando ao meu lado no sofá, entregando-me uma xicara do meu chocolate quente favorito.

-Estou bem papa. Sai do trabalho por pressão, os desembargadores queriam que eu pegasse o caso pelas maiores chances de vencer, mas de todo modo eu estou bem com a minha consciência. –Expliquei tomando um gole do meu maravilhoso chocolate. Ele fez sinal de positivo com a cabeça compreensivo, eu já havia antes conversado com ele no telefone sobre toda situação.

No fim da tarde, recebi uma ligação do Dr. Abílio, pedindo para que eu fosse em seu escritório, assinar alguns papeis e conversar. Saí de casa com Dinah e Sofia, mas deixei as duas no Outlet  Sawgrass Mills, um dos maiores locais de compras de todo os EUA. Algo me diz que Dinah, consumista toda vida, gastaria bastante. Deixei meu cartão de menor limite com Sofia, para fazer a mais nova feliz, e fui agradecida com milhões de beijos e declarações sobre como eu sou uma irmã incrível.

Segui no taxi até o escritório do Dr. Abílio que ficava um pouco mais distante. Chegando no local, fui recepcionada educadamente pela mulher que trabalhava com ele e já estava avisada que eu chegaria.

-Dra. Karla Cabello, como é bom vê-la novamente. –Ele disse, levantando de sua mesa e cumprimentando-me educado.

-Dr. Abílio, digo o mesmo. –Respondi simpática vendo-o indicar que eu sentasse em frente sua mesa.

30 minutos se passaram e conversamos sobre alguns casos, e ele coletou minhas assinaturas necessárias para andamento de algumas questões judiciais. Realmente, a quantidade de imigrantes que ele atende com questões de rejeição e maus tratos são absurdamente maiores do que anteriormente. De toda forma, fiquei satisfeita em saber que estamos avançando nesse quesito.

-Dra. Cabello é possível que a senhorita reconheça os dois médicos que atenderam sua mãe naquela época? –Ele perguntou-me atento, ajeitando os óculos de graus.

-Bom, pra ser sincera, eu honestamente acho que não. Já faz tantos anos, eu era só uma criança... –Falei curiosa, olhando em seus olhos.

-Não fique preocupada, não é nada demais, é só que estou com um caso e a cliente precisa reconhecer uma pessoa porem, faz muitos anos, é similar. –Ele respondeu-me tranquilizante. Fiz sinal de positivo com a cabeça, mesmo que isso tenha me decepcionado um pouco. Seria um sonho poder colocar os médicos que trataram de minha mãe na cadeira, mesmo que não fosse diretamente por causa dela. 

-O julgamento foi ontem, e Bruce Clint perdeu. Era de se esperar, ele não tinha chances sem você. –Novamente a voz dele me tirou a atenção, ele disse olhando-me inquieto.

-Oh, é, meu pai comentou que ele teve sentença. –Respondi incomodada por ter que falar a respeito desse assunto de novo.

-Sinto muito pelo seu emprego Dra. Cabello. –Falou com o olhar reconfortante, ele obviamente sabe como esse meio pode ser sujo e que eu honestamente não sairia se a situação fosse normal.

-Tudo bem, eu estou ok com isso. –Falei e percebi seus olhos sob mim. –Pergunte logo o que quer perguntar. –O pressionei, não aguentava enrolações.

-Você acha que, ele teria chance se você tivesse aceitado o caso? –Me olhou atentamente como se me avaliasse.

-Bom, eu evidentemente não pensei a respeito disso, mas de qualquer forma ele era assassino e eu não me arrependo do que fiz. –Falei de uma vez, eu realmente não havia refletido a respeito, e não me arrependo.

Dr. Abílio assentiu compreensivo e desviou sua atenção novamente para os papeis em suas mãos. Após terminar algumas impressões ele entregou-me minhas vias de papeis alegando que por hoje era só aquilo. Eu garanti que antes de retornar para New York, passaria de novo em seu escritório para totalizarmos as pendencias.

 

Já havia caído à noite, então eu retornei direto para casa e quando adentrei, vi que Dinah e Sofia ainda não haviam chego. Jantei tranquilamente com meu pai deduzindo que elas com certeza comeriam besteiras no outlet.

Tomada banho, estava cuidando de passar meu hidratante noturno, vi quando Dinah e Sofi chegaram animadas com um total de doze sacolas, o que fez meu queixo cair, mas não de surpresa e sim de como elas passaram com aquilo tudo na porta. Era como uma eterna noite de pijama, ficamos até tarde acordadas, Embora odiasse fazer compras, tive que prometer a uma Sofia ameaçadora que amanhã iriamos as três juntas, porque ela e Dinah fizeram um pacto de renovar meu guarda-roupa.

Dinah literalmente não presta.

 

Acordei com a perna de Dinah sufocando-me com seu peso equivalente a uma perna de cavalo totalmente debruçada na minha barriga, e Sofi abraçada em meu pescoço. Estávamos literalmente atravessadas na cama. Se me perguntarem como fomos parar naquilo, eu não saberia responder. Parecemos àqueles adolescentes bêbados de fraternidade que adormecem um em cima do outro.

Após conseguir acordar as duas e ouvir milhões de reclamações de Dinah sobre o quanto sua coluna esta dolorida, descemos juntas para o café da manhã;

                                                                   

-Você que estava com essa ferradura em cima de mim, eu estava quase morrendo de asfixia, e é você quem reclama? –Falei incrédula enquanto descia as escadas ao lado de Dinah, que mantinha sua expressão de rabugenta.

-Camila pare de se vitimizar, você estava literalmente em cima de mim quando eu acordei de madrugada. –Ela disse revirando os olhos, enquanto eu soltava uma gargalhada.

-Vocês não deveriam ter dormido as três assim na cama, a cama é grande, mas três é demais. –Meu pai disse intrometendo-se na nossa conversa enquanto terminava de ajeitar a mesa de café. Estava absurdamente variada, tinha um pouco de tudo. Papa era um santo.

Sofia se esforçava para conter uma gargalhada de Dinah, a jovem estava sentada na mesa enquanto comia uma salada de frutas, já devidamente uniformizada.

-Bom dia meninas! –Ela nos cumprimentou, enquanto Dinah pediu licença para sentar-se, e eu a beijei no topo da cabeça, ouvindo a campainha tocar.

-Deixa que eu vou papa,  eu estou em pé. –Avisei saindo em passos largos indo em direção à porta. Distraída, ainda ouvindo Sofia e Dinah brincarem, abri a porta de uma só vez sem nem ao menos olhar pelo visor. Meu sorriso de bom humor, que ainda brincava nos meus lábios direcionado a minha irmã e minha amiga, morreu no mesmo instante que eu vi a figura branca, com os olhos escondidos por trás de um ray-ban preto, porem inconfundível, que estava parada na minha frente.

Apertei os olhos sentindo todo suco gástrico do meu estomago queimar tudo dentro de mim, como se eu tivesse sido posta de cabeça para baixo e o acido realmente tivesse esse potencial. Minha garganta travou e eu não conseguia emergir nenhuma palavra. E até segundos antes da figura projetada a minha frente abrir a boca, eu realmente ainda acreditaria que era uma miragem;

-Que foi, pensou que fosse fugir de mim pra sempre? –A ironia, o sorriso sedutor no canto da boca, o perfume forte e marcante.

Era a Lauren de sempre, ali e agora.


Notas Finais


Opssss.... xx

@cabellovip


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