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História The Reason (CNCO) - Capítulo 3.


Escrita por: klangdon

Notas do Autor


Olá! Como foi o natal de vocês?
Espero que tenha sido maravilhoso. Já me adianto desejando o ótimo ano novo também.
Irei postar todos os domingos essa fic, ok?
BOA LEITURA!

Capítulo 3 - Capítulo 3.


(Now play: CNCO – Tu Luz)

Entreabri meus lábios e aprofundamos o beijo. Eu não devia, mas queria mais. Nossas línguas se moveram sincronizadas como se fossem feitas para se encaixarem. As mãos dele desceram para minha cintura e me puxaram para ainda mais perto. Entrelacei meus braços no pescoço de Joel e me agarrei àquela ilusão de que tudo se ajeitaria entre nós. Uma doce ilusão que provavelmente seria destruída quando eu contasse para ele minha real condição.

POV JOEL

Aquele beijo confirmou tudo que eu já sabia. Eu estava completamente apaixonado por Wendy. O gosto doce dos lábios dela nos meus era simplesmente viciante. Quando nossos lábios se separaram nosso olhar se acorrentou. Não foram necessárias as palavras, os nossos sorrisos já diziam tudo. Sem que nós esperássemos uma chuva torrencial começou a cair. Wendy me puxou pela mão para dentro do prédio. Subimos dois lances de escada, e assim paramos em frente ao apartamento dela. Após procurar as chaves na bolsa a garota abriu a porta e nós entramos. Não era um apartamento grande, mas estava totalmente organizado.

– Sente-se. – Wendy apontou para o sofá e entrou em outro cômodo. Segundos depois ela me jogou uma toalha. – Pode se secar com ela. Eu vou tomar um banho rápido e já venho. – Me avisou.

Ela nem esperou que eu respondesse e se enfiou em outra porta. Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e não pude evitar imaginá-la nua. Ri com a minha falta de vergonha e balancei a cabeça como se quisesse afastar o pensamento impróprio. Comecei a me secar e olhei os livros expostos numa estante na sala. Só títulos bons, pelo menos os que eu conhecia. Linda e inteligente.

Me atrevi a entrar no quarto de Wendy e me distraí encarando a decoração do ambiente. Várias fotos, recortes de jornais e revistas estavam colados de forma calculada numa das paredes. Uma arte cuidadosa e bonita.

– Gostou? – A voz de Wendy surgiu atrás de mim. Me virei e ela sorria. Estava apenas de toalha e com os cabelos presos num coque desajeitado.

– Você que fez, certo?

– Sim. Cada detalhe. – Respondeu orgulhosa e se aproximou de mim.

– Ficou lindo. Combinou com você. – Elogiei sincero.

Os olhos de Wendy se prenderam por longos segundos em sua própria arte, enquanto eu deixei meus olhos passearem livres pelo corpo dela. Mais uma vez não fui capaz de me controlar e avancei nos lábios cheios da garota. Envolvi um dos meus braços na cintura dela e colei nossos corpos o máximo possível. Wendy partiu o beijo depois de um tempo e continuou de olhos fechados. Ousei beijar o pescoço da garota e então deixei ali algumas mordidas cheias de más intenções. Subi uma de minhas mãos e segurei a nuca dela. Nos beijamos outra vez por iniciativa de Wendy. De repente, ela se separou de mim me empurrando levemente. A olhei sem saber o que dizer ou fazer. Ela estava se arrependendo?

Me surpreendendo totalmente Wendy deixou que a toalha caísse aos seus pés e se revelou para mim. Parecia esculpida pelos deuses. Um corpo feito especialmente para me levar a perdição.

(...)

POV WENDY

A chuva continuava. O barulho que deveria me ajudar a dormir, não o fez. Eu não conseguia relaxar sabendo que o garoto que dormia tranquilo ao meu lado da cama ainda não sabia de um fato importante sobre mim. Um fato que faria toda a diferença. Joel me olhava agora de um jeito especial. Um jeito que eu nunca imaginei que alguém poderia me olhar. Me levantei inquieta e fui para perto da janela. Encarei a rua vazia, o céu negro, as gotas de chuva no vidro...

– O que foi? Não consegue dormir?

Os braços de Joel me envolveram por trás de forma acolhedora. Sem que eu percebesse ele havia acordado e levantado.

– Estou sem sono. – Respondi breve e dei um meio sorriso.

– Vamos pra cama. Eu te faço um carinho e você dorme.

Sorri com o cuidado de Joel. A mão quente dele me puxou para a cama e eu me deixei levar. Deitei minha cabeça no peito do garoto. Ele iniciou um suave e gostoso carinho nos meus cabelos. Ora deslizando os dedos pelos fios, ora afagando-os. Respirei fundo já com os olhos fechados e tentei relaxar aproveitando o momento e sentindo o cheio bom dele. Eu teria que acabar com aquilo. Eu mesma teria que destruir aquela ilusão, mas isso poderia esperar até o amanhecer.

(Now play: Backstreet Boys – Incomplete)

(...)

Levantei e olhei o relógio. Eu teria 15 minutos para me arrumar e sair de casa, porém eu escolhi não sair. Me sentei na bancada da cozinha ainda de pijama e encarei o nada. Joel ainda dormia tranquilo em minha cama e eu esperaria pacientemente que ele acordasse sozinho. Tentei formular em minha mente o melhor jeito de acabar com aquilo. Eu não poderia sustentar aquela situação por nem mais um segundo. A noite passada tinha sido como um sonho bom, e eu tinha que despertar para a dura realidade. Eu não queria magoar Joel, então terminar logo me pareceu a melhor solução.

Joel não demorou a se levantar como eu havia previsto. O ouvi se espreguiçando no quarto e logo ele apareceu na cozinha com um grande sorriso.

– Você tem que trabalhar, certo? Vai chegar atrasada desse jeito, Wendy. – Ele disse enquanto vinha até mim. – Aliás, se depender de mim você vai chegar atrasada sim. – Piscou com malicia.

Carinhoso Joel segurou meu rosto e se aproximou para me beijar. Virei rapidamente e os lábios dele se encostaram em minha bochecha. O rosto do garoto imediatamente mudou de expressão. Ele não era idiota para não perceber minha frieza. A máscara que eu havia colocado o chocou.

– Precisamos conversar. – Falei evitando o contato visual.

A cadeira ao meu lado foi ocupada por ele e então um pequeno silêncio. Eu ainda não tinha encontrado o melhor jeito de acabar com aquilo, porém teria que falar.

– Por Deus Wendy! – Exclamou impaciente. – Se você não falar logo eu vou ter um ataque. – Joel tentou manter o bom humor.

O encarei séria e ele ficou tenso. O leve sorriso insistente finalmente sumiu de seu rosto.

– Isso foi um erro Joel. – Comecei categórica. – Não devíamos ter ficado ontem a noite. Não devíamos ter nos envolvido. É melhor você se afastar de mim. Eu não sou a garota certa pra você. A culpa é toda minha por deixar isso ir longe demais. Desculpe. – Despejei as palavras rapidamente.

– Eu acho que sou adulto o bastante para decidir quem é ou não a garota certa para mim. – Ele apertou os olhos me julgando. – E eu estou aqui com você. Eu quero ficar com você Wendy. – A voz de Joel soou mais convicta do que a minha.

– Não. Você não me conhece. E nem vai querer conhecer. Isso nunca daria certo. Acredite em mim. É melhor você ir embora. Esqueça o que aconteceu entre a gente. Se você não quiser mais ir ao hospital por minha causa eu irei entender. Só estou tentando evitar que o pior aconteça. – Mantive minha decisão mesmo que isto estivesse acabando comigo. Doía muito afastá-lo, mas eu tinha que ser firme.

Joel manteve os olhos fixos em mim por pesados segundos. Ele parecia não acreditar no que tinha acabado de sair dos meus lábios, mas ele precisava acreditar. E eu também precisava.

– Wendy...

– Sério Joel. – O interrompi. – Vai ser melhor assim. É tão difícil acreditar que uma garota não caia aos seus pés como as outras? Você tem que entender. Ou preciso desenhar? – Perguntei com desdenho e um ar sarcástico. Um orgulho ferido talvez funcionasse. – Achei que você fosse melhor que isso...

E finalmente o atingi.  O rosto vazio deu lugar a um rosto raivoso. Sem dizer mais nenhuma palavra Joel se levantou apressado e voltou para meu quarto. Rapidamente ele já estava saindo vestido. Ele nem me olhou por uma última vez antes de bater a porta com força extrema. Não consegui me segurar e me rendi as lágrimas. Chorei mais do que havia feito nos últimos tempos. Eu quis gritar com raiva de mim e do mundo, mas não tive forças. Deitei minha cabeça sobre a bancada fria e deixei aquela dor arder e me consumir. Eu tinha que acreditar aquele sofrimento era o melhor para Joel para mim.

(Now play: Backstreet Boys – Inconsolable)

(...)

Mais de uma semana se passou. Nada de visitas de Joel ou qualquer um dos meninos. As garotas viviam se perguntando o que poderia ter acontecido e eu não contei nada. Eu já me sentia culpada. Não precisava que elas apontassem o dedo para mim também. Eu já estava mal o suficiente. Porém, numa sexta-feira, para minha total surpresa Joel estava parado no estacionamento assim que saí do trabalho. Congelei no lugar assim que o vi. Eu não podia acreditar que ele estava ali. Meu coração se acelerou e se encheu de uma falsa esperança que logo desapareceu. Talvez ele tivesse vindo apenas para me xingar e dizer o que ele não conseguiu antes de sair do meu apartamento. Minha vontade foi de correr e abraça-lo, porém, eu não podia de forma alguma. Eu havia terminado com ele e assim as coisas deveriam ficar.

Continuei andando e resolvi fingir que ele não estava ali.

– Ei Wendy! – Joel me segurou pelo braço depois que eu passei por ele. – Não me evite. Eu sei que você me viu. – Ele ficou em minha frente. Não parecia estar com raiva.

– Eu tenho que ir embora. – Falei tentando evitar aquela conversa.

– Não. Eu tenho que te dizer algumas coisas. – O garoto respirou fundo e me encarou bem no fundo dos olhos. – Eu achei que poderia ficar longe de você, mas não consigo. Sinto falta das nossas conversas. Eu fiquei com raiva no inicio, mas eu te entendo. Você ainda está com medo Wendy. – As mãos quentes de Joel seguraram meu rosto com suavidade. Eu sentia falta do toque dele. – Nós podemos ir com calma. Podemos nos conhecer melhor. Eu não posso ficar longe de você. E, além disso, eu sinto falta de visitar as garotas.

– Você poderia ter visitado elas. – Preferi ignorar o discurso perfeito dele e comentar apenas o final.

– Eu não iria conseguir olhar para você e não falar com você. – Respirei fundo recuando ao impulso de abraça-lo e pedir desculpas.

– Me deixe em paz Joel! – Pedi sem autoridade alguma.

– Não Wendy. Eu já disse que não posso. Eu sei que você quer ficar comigo. Não minta pra mim assim. – Ele praticamente suplicou ainda segurando meu rosto. Uma lágrima atrevida rolou pela minha bochecha. Ele tinha razão, mas não poderia saber disso.

– Eu não posso. – Falei baixo. – Eu já disse que sou eu. A culpa é toda minha Joel. Isso nunca daria certo por minha causa. Você não consegue entender, mas é melhor você se afastar de mim. Você não pode simplesmente seguir em frente?! Existem várias garotas por aí que adorariam ficar com você. Não, eu tenho certeza que algumas garotas dariam tudo para ficar com você. O que você está fazendo aqui? Vá embora! – Gritei a última frase e senti meu coração se apertando no peito.

– Eu não vou! – Ele respondeu firme. – O que tem de tão errado assim com você?! O que te impede?! Diz para mim Wendy! Eu acho que tenho direito de saber. Ou talvez isso seja uma grande baboseira para você me dispensar. – Joel soltou um riso irônico e tirou as mãos de mim. – Eu achei que você gostasse de mim, mas agora começo a duvidar. Talvez você só seja covarde para se afastar dizendo que simplesmente não está mais interessada em mim.

– Eu não sou covarde e nem estou inventando baboseiras! – Me defendi. – Eu estou fazendo o melhor para você. Estou pensando em você Joel! Ficar perto de mim não é o melhor para você. Aceite isso e siga em frente. – Respondi brava.

– Me diga o motivo. Me diga Wendy. Eu já disse que tenho direito de saber. – Exigiu exaltado.

– Eu não tenho que te dar satisfações Joel. Só confie em mim e vá embora.

Tentei sair de perto dele, mas Joel segurou meu braço novamente.

– Você não sai daqui enquanto não me falar. Se você não tem um motivo, seja criativa e invente um. – Ironizou. – Vamos Wendy! Estou esperando sua desculpa brilhante. – Joel me desafiou. Comecei a chorar e ele não se abalou nem um pouco com isso. – Chorar não vai te safar dessa. Quer saber, vá embora você, sua mentirosa. Eu não preciso disso. – Ele terminou de me ofender e virou as costas. Foi demais para mim.

– Eu tenho câncer! Esse é o maldito motivo. Eu tenho câncer! – Confessei gritando e Joel parou de andar. Assustado ele se virou para mim. – Eu vou morrer dentro de alguns meses e não quero que você gaste seu precioso tempo comigo Joel. É isso. Satisfeito? – Completei nervosa.

Ele não me respondeu. Ficou atônito processando a informação.

Saí correndo do estacionamento e fui em direção ao ponto de ônibus do outro lado da rua. Por sorte o ônibus tinha acabado de parar e eu entrei. Tive tempo de ver Joel chegar correndo à calçada. Nos olhamos e então o ônibus dobrou a esquina.


Notas Finais




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