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História The Red (SooShu) - Cheesecake, Desculpas e Lanche


Escrita por: gftbloom

Notas do Autor


o aniversário é meu mas quem ganha presente são vocês
para recompensar o último capítulo que não tivemos o que queria, trouxe um capítulo grande e literalmente repleto de mimos
espero que vocês gostem, tenham uma boa leitura 💞

Capítulo 8 - Cheesecake, Desculpas e Lanche


Era por volta das dez horas da manhã quando o trio de amigas se reuniram na casa da mais velha para que pudessem ajuda-la a organizar a casa da mesma antes que seus pais chegassem de viagem. O que deixava as duas amigas indignadas, a Cho poderia muito bem contratar alguém para fazer todo aquele trabalho mas ela sempre recorria as duas nesse quesito. No entanto, por mais que sempre reclamassem no final poderiam pedir a comida que quisessem com direito a sobremesa, que a dona da casa iria pagar. Não era ao todo, um trabalho ruim.

— Céus, qual a dificuldade de ir para um banheiro vomitar?! — reclamou Miyeon enquanto passava um pano úmido e repleto de sabão sobre uma mancha de vômito em seu carpete. — Se eu descobrir quem fez isso eu mato!

— Foi você. — Soyeon se pronunciou rindo enquanto colocava algumas latas de cervejas em um grande saco preto e Shuhua riu alto, já a mais velha ficou envergonhada com as palavras da loira.

— Eu não me lembro de ter vomitado. — rebateu, indignada.

— Pois eu lembro. Você literalmente encheu a cara depois que a Minnie quebrou aquele vaso estranho. — a voz da taiwanesa emanava um tom divertido o que deixou a amiga irritada ao lembrar-se do objeto.

Por incrível que pareça Miyeon parecia estar bem para alguém que virou vários e vários copos de bebidas que ela nem mesmo sabia qual eram, só ingeria para evitar que voasse no pescoço de Minnie. Felizmente não teve o desprazer de ver mais sua face depois da discussão, provavelmente ela havia ido embora, não se lembrava direito. Tanto que acordou sozinha em sua cama, para o seu desgosto. Recordava-se apenas de Shuhua bebendo consigo e depois sendo posta para dormir por uma Soyeon preocupada mas já acostumada com aquilo.

Quando despertara naquela manhã, incrivelmente às oito horas da manhã, tratou de beber um remédio para sua dor de cabeça e enjôo e logo em seguida ligou para as amigas, como sempre fazia após uma festa em sua casa. Limpariam tudo, comeriam algo escolhido por elas em meio a brigas e jogavam alguns jogos e conversas fora durante a tarde antes de Shuhua ter de sair e então ficava somente Soyeon e a dona da residência.

Shuhua não estava muito diferente; por mais que havia bebido mais do que deveria na noite anterior, para tentar esquecer os acontecimentos trágicos junto com Soojin, apenas bebeu um remédio que a loira lhe dera — já que acabara, de alguma forma, dormindo em sua casa —, e já estava disposta para o resto do dia. Mas sua cabeça ameaçava a começar a doer a qualquer momento e isso era tudo o que não precisava naquele momento. Já Soyeon estava perfeitamente bem, como sempre. Como não havia bebido demais, não estava sofrendo de ressaca, para a sua sorte. Todavia, como consequência, teve de cuidar de suas amigas.

— Não é estranho, é um vaso hindu muito importante! — apontou o pano sujo para a morena que fez uma careta. — E não me lembre sobre isso, não faço a mínima ideia de como falar para minha mãe que o vaso dela quebrou. — disse choramingando.

— Diz que foi o cachorro.

— Ela não tem cachorro, Shuhua! — Soyeon disse como se fosse óbvio e a dita cuja revirou os olhos.

— Agora vou ter que comprar um cachorro. — ditou raivosa, dando se por vencer pela a ideia da estrangeira e Soyeon a olhou desacreditada. — Tudo culpa daquela víbora tailandesa!

— Você não cuida nem de si mesma e quer adotar um cachorro? Isto está fora de cogitação. — a loira e a única menina sensata ali disse, fazendo a dona da residência revirar os olhos.

— Eu vou dar um jeito. — suspirou após terminar de limpar o seu próprio vômito e jogou o pano na água, para limpa-lo. — Mas, mudando de assunto, conseguiram o que queriam ontem?

Agora foram as duas meninas suspirarem ao mesmo tempo ao notarem sobre o que a Cho falava. Todavia, um suspiro apaixonada e abobalhado saiu por parte da loira enquanto o de Shuhua era triste e irritado.

— Eu teria conseguido se você não tivesse que fazer um escândalo ontem! — esbravejou apontando uma garrafa de vodka vazia em direção de Miyeon que arqueou as sobrancelhas confusa junto de Soyeon. — Estávamos quase nos beijando, quando você começou a dar um show na frente de todos. — explicou.

— Espera, isso realmente aconteceu? — questionou a loira chocada com as palavras da amiga. Não imaginaria que Soojin iria tentar beija-la já que a ruiva parecia sempre estar com tamanho desgosto ao lado da taiwanesa.

— Você quase beijou ela? E ela não 'te deu um murro? Isso só pode ser mentira!

Ela quase me beijou! — corrigiu a frase da menina, deixando as duas mais surpresas. — E eu não sei o que aconteceu, ela se afastou e gritou comigo. Depois foi embora. — disse triste.

Sentia-se um pouco mal, pensava que a culpa era sua pelas as ações da menina, e que não deveria ter chego perto da mesma. Mas foi ela quem pediu para que dançasse com si, e ainda fora a mesma quem se aproximou para o início de um beijo, então porque sentia uma leve culpa quanto a isso?

A menor percebendo o estado da amiga, tratou de deixar o saco que segurava para poder abraçar a morena que sorriu com o ato.

— Não fique assim, Shu, ela deve ter seus motivos. Não se culpe por isso. — tentou consolar a amiga com um leve carinho em seus fios negros.

— Por favor, será que vocês poderiam parar com isso e terminar de arrumar a casa? — a castanhada falou com tamanho tédio, mas também estava sentindo dó da amiga e recebeu um olhar feio da Jeon pela sua falta de sensibilidade. — Qual é? Ela poderia ter ficado com, literalmente, qualquer pessoa na festa e está sofrendo por uma menina que nem ao menos liga para ela!

— Não sei o que fazer, às vezes acho que ela não gosta da minha companhia.

Resolveu ignorar as palavras da coreana mais velha, por mais que ela tivesse falado a verdade. Oportunidades não haviam faltado naquele noite, mas seu coração lhe dizia que não seria certo. Tinha seus sentimentos por Soojin, não poderia tentar evitá-los ficando com outras pessoas, não era o correto a se fazer.

— E ela não gosta.

— Miyeon cala a boca! — Soyeon voltou a brigar com a amiga que fechou a cara após as palavras ditas. — Shuhua, ela gosta, só não percebeu isso ainda. Por que você não tenta fazer algo especial para ela, sim?

Shuhua parou para pensar no que a loira dissera, ela tinha razão, precisava fazer algo que Soojin fosse gostar e então iria perceber que também nutria sentimentos por si.

— Você tem razão! — abraçou a amiga e beijou sua bochecha animadamente, causando-lhe uma careta. — Mas e você com a Yuqi?

E em questão de segundos um sorriso meigo moldou-se nós lábios da loira que agora olhava de forma abobalhada para as amigas que tentavam a toda custo não rir da feição da jogadora.

— Não fizemos muita coisas, apenas bebemos e fomos jogar baralho em um dos quartos, mas foi perfeito. — comentou ainda sorrindo.

— Beber e jogar baralho, quanta breguice. — Miyeon dissera em um tom debochado.

— Você fala isso porquê não tem ninguém. Quando encontrar a pessoa certa, estará igual a nós. — Shuhua alfinetou a mais velha que franziu o cenho, dando de ombros.

— Terminem logo de limpar, senão ninguém aqui irá comer hoje.

Soyeon estava nervosa naquele domingo quente; podia sentir suas mãos suarem mas não por conta do quente clima que se fazia presente na cidade — por mais que o ar condicionado em sua casa evitasse que ficasse com calor —, mas sim por conta que Yuqi estava a sua frente, com um belo sorriso moldado nos lábios e os cabelos que antes eram cacheados e ruivos agora estavam lisos e negros. Quando a chinesa chegou em sua casa não pôde conter a surpresa ao vê-la com um novo visual e ficar praticamente babando enquanto a observava. Estava mais linda ainda, se isso era possível, até porquê tudo na Song era lindo.

Claro que a chinesa havia percebido a reação da mais velha, tanto que não evitou as risadas baixas que saía por seus lábios toda vez que a olhava. Não podia negar que também estava levemente nervosa e com medo de que a menina não gostasse de seu novo visual, mas isso acabou quando a Jeon lhe bombardeou de elogios de uma forma atrapalhada, deixando-a com as bochechas ardentes e avermelhadas.

— Uau, você está linda! Digo, você já era linda antes, claro, você sempre foi linda, mas está mais ainda! Quero dizer... — coçou levemente a nuca envergonhada por estar se atropelando em suas próprias palavras. — Você ficou perfeita com o cabelo preto.

Agora ambas estavam presentes na cozinha da mais velha, decidindo o que deveriam fazer para a pequena competição que teriam no clube de gastronomia no outro dia. Soyeon não sabia exatamente o que fazer e Yuqi estava ali apenas para lhe ajudar já que havia se oferecido, mas suas intenções eram obviamente outras. Seu coração ainda batia fortemente desde a madrugada anterior quando dividiu um momento especial com a loira e desde então a mesma não saía de sua cabeça, não que isso já não fosse normal para si.

— Que tal um cheesecake? — sugeriu a loira com o dedo indicador de sua destra apoiado no queixo, deixando-a adorável segunda a morena.

— Acho uma ótima ideia. Você sabe fazer? — questionou enquanto se aproximava da dona da casa.

— Não. — disse sinceramente, arrancando uma risada da menina.

— Então irei te ensinar!

Ambas sorriram com a ideia da maior e logo a mesma tratou de começar a ditar sobre os ingredientes que seriam precisos e sem tardar, a Jeon os pegava, uma vez ou outra parando para pensar aonde que estava uma coisa ou outra. Era claro que odiava cozinhar, deixava isso claro para pessoas próximas a si, mas não tinha que admitir que cozinhar com Yuqi era totalmente diferente, era satisfatório e prazeroso. A menina lhe explicava com tamanha tranquilidade o que deveria fazer e como, fazendo sua pele se arrepiar por conta de sua grave voz que fazia seu corpo esquentar.

E era uma tarefa difícil esconder como seu corpo reagia involuntariamente quando a mais nova ficava perigosamente perto de si ou quando tocava-lhe gentilmente a mão para que pudesse lhe guiar quando cortava as frutas ou quando preparava a forma. Às vezes chegava a ser impossível, tanto que a chinesa dava leves risadas como se percebesse seu efeito na loira e continuava fazendo de propósito. Maldita.

— Soyeon! — Yuqi exclamou suspresa com os olhos arregalados quando viu que a dita cuja havia passado um pouco de farinha de confeiteiro em seu nariz e logo estava rindo em alto e bom som.

— Desculpe, Yuqi-ah, mas isso é por ter roubado ontem no baralho!

— Eu não roubei, você que é péssima em jogar baralho! — tentava soar o mais irritada possível, mas apenas uma criança fazendo birra, segunda a loira. Indignada, a maior deslizou seus dedos pelo açúcar e logo os passou pelo rosto da maior, deixando-a com uma expressão levemente brava e fazendo a morena rir alto.

— Eu não acredito que você fez isso.

E então iniciou-se uma guerra dentro da grande cozinha por conta daquilo. Soyeon tentava ao máximo de proteger do conteúdo branquiçado que era jogava em si e devolvia na mesma forma, preenchendo o cômodo com as risadas das adolescentes que se divirtam animadamente naquele momento.

— Yuqi-ah, pare!

Disse ainda rindo e em uma tentativa de não ter todo o seu cabelo repleto de açúcar refinado — por mais que já estivesse cheio —, segurou as mãos da menina em uma tentativa de para-la, que já estava com um pouco do conteúdo em mãos, mas parou assim que percebeu que estava perigosamente perto da loira e engoliu a seco discretamente. Soyeon aos poucos foi desfazendo o sorriso que continha em seus lábios enquanto seus olhos observavam de perto a bela face da chinesa.

O nariz levemente empinado e sujo de açúcar, junto com as bochechas rosadas e queixo. O cabelo preto tinha algumas partes em branco e riu fraco ao notar o estado que ele estava. Provavelmente a menina ficaria brava, até porquê havia acabado de pinta-los e hidrata-los, agora teria de lavar os fios novamente. Suas órbitas descerem até os lábios avermelhados e extremamente convidativos da morena e suspirou pesadamente. Tamanha era a sua vontade de prova-los, sentir o gosto do gloss 'tão atraente que lhe chamava a atenção e tirava suas noites de sono.

Yuqi não estava diferente da mais velha, tinha os olhos escuros preso em seus lábios e ansiava mais do que tudo poder tê-los sobre os seus. Soyeon aproximou mais ainda ambos os rostos lentamente e sorriu doce ao ver a outra fechar os olhos, esperando o contato que não tardou a vir. A loira colou ambos os lábios e suspirou longamente ao sentir o quão macios eles eram, junto com o adocicado gosto de cereja que eles tinham.

Sentia as 'tão famosas borboletas em seu estômago a medida que entre-abria seus lábios a procura de um contato mais profundo e intenso. Yuqi rapidamente cedeu a passagem de língua e ao sentir a da menor em contato da sua levemente, gemeu baixo. A medida que iam movimentando lentamente seus lábios, a maior sentia suas mãos serem livres lentamente pela Jeon. Levou-as até seu pescoço, segurando tal região com precisão enquanto a loira levava as suas até a cintura fina da morena, segurando com delicadeza.

O beijo que antes era lento e calmo, tornou-se apressado e urgente em questão de segundos. Os dígitos da Song faziam uma leve carícia no pescoço da Jeon, vez ou outra arranhando a região, ocasionando leves arfares da dita cuja que já podia sentir seu corpo ficar quente. Aos poucos foi guiando o corpo da menina até o balcão e encostando as costas alheias ali de uma forma um pouco mais agressiva, ocasionando um gemido sôfrego da chinesa. A Jeon podia sentir seu interior pulsar somente em escutar a Song gemer daquela forma.

Separou os lábios por conta do ar que faltava em seus pulsos e olhou a outra com a respiração descompassada. Ambos os lábios estavam mais vermelhos e inchados. Suspirou pesado e levou os mesmos até o pele alva de seu pescoço, deixando selares e leves mordidas ali, junto de alguns chupões que provavelmente ficariam marcas. Yuqi sentia seu corpo esquentar drasticamente com aqueles atos, juntamente com uma sensação de que suas pernas estavam moles. Não sabia se iria conseguir se manter de pé por muito tempo enquanto tinha a loira maltratando seu pescoço de uma forma totalmente prazerosa e deixava gemidos baixos saíssem por entre seus lábios.

Para facilitar, Soyeon ergueu a menina, pondo-a sentada sobre o balcão ainda com sua boca sobre o pescoço da mesma. Deixou uma última mordida ali, demasiadamente forte, para que pudesse descer com as carícias até sua clavícula. Levou as mãos ágeis até às coxas expostas da chinesa por conta do short jeans que usava, começando a alisar tal região.

— S-Soyeon... — praticamente gemeu o nome da Jeon que arfou baixo ao sentir seu ponto pulsar ao ouvir aquilo. — O massa do c-cheesecake...

A menina afastou os lábios da clavícula alheio para que pudesse observar a morena que naquele estava totalmente entregue as seus toques. Não sabia exatamente de onde havia tirado toda aquela coragem, mas certamente não iria parar 'tão cedo.

Ignorando as palavras alheias, voltou a beijar a menina, dessa vez mais de uma forma mais intensa, sendo retribuída da mesma intensidade. Seus dígitos agora subiam lentamente até a barra do moletom que usava, pondo-os entre a peça e tocando o abdômen alheio, que se contraiu ao sentir o toque gélido de seus dedos.

Yuqi sentia-se extasiada, tanto pelos lábios delicados contra o seu quanto pelos toques em seu corpo. Tinha conscientimento de que se continuassem não teria forças para parar a mais velha, e certamente não queria parar. Queria sentir mais do que toques leves em seu corpo, mais do que beijos somente em seus lábios, queria poder provar de tudo o que a Jeon poderia lhe proporcionar.

Isso até o apito do forno se fizesse presente no cômodo, tirando-nas de seus toques para que pudessem olhar em direção do eletrodoméstico. Soyeon grunhiu com raiva por ter sido interrompida e Yuqi começou a ajeitar seus cabelos e e roupas rapidamente. Contra gosto se separaram e a mais velha tirou a massa da sobremesa já pronta do forno e colocou na mesa. Lançou um olhar para a menina a sua frente e sorriu meigamente, tendo seu sorriso retribuído, só que de uma forma tímida.

— Continuamos de onde paramos? — questionou, meio incerta de suas palavras, coçando sua nuca.

Yuqi riu baixo e se aproximou da loira, rodeando-lhe os braços em seus ombros.

— Não passaremos disso.

E então voltou a beijar a menina, mas de uma forma doce e meiga, sem a intensidade de antes. E então a tarde das meninas se passou daquela forma; repleto de carícias, beijos, brigas por conta da sobremesa e olhares repletos de sentimentos.

E só então Soyeon percebeu que sim, amava cozinhar, desde que fosse com Song Yuqi.

Era começo da noite, seus pais haviam chegado da viajem há algumas horas, no meio da tarde, e fizeram questão de lhe chamarem para comerem juntos. Não eram uma família desunida, muito pelo contrário, sempre que podiam os patriarcas levavam sua única filha para passeios para aproveitarem de um momento juntos e conversarem. Tinham seus afazeres, claro, viajavam com certa frequência por conta de assuntos do trabalho mas todas as vezes que voltavam ficavam o tempo que podiam com sua filha. Miyeon não tinha o que reclamar, não sofria de pais ausentes ou falta de amor, muito menos de dinheiro, já que sua família era dona de praticamente tudo naquela cidade que não era muito grande, mas era repleta de comércio e residências.

Encontrava-se agora em seu quarto com um dos lados do fone em seu ouvido enquanto fazia um dever de geometria sentada em sua cama. Estava imersa em seus pensamentos para que pudesse resolver o quanto antes aquele dever, tanto que quase não escutara uma certa movimentação em sua janela. Ao levar o olhar para a mesma, levou um susto ao ver Minnie dando leves batidas ali. Perguntava-se mentalmente o que ela estaria fazendo em sua casa — mais precisamente em seu quarto —, e como ela conseguiu subir até o cômodo? A casa era enorme, precisaria de uma escada para isso.

Grunhiu de raiva com a ideia e retirou rapidamente o fone de ouvido que tocava uma das suas músicas preferidas junto com o que caderno repousado em seu colo, deixando-os ao seu lado sobre a cama. Levantou-se contra gosto da mesma e foi em direção da janela, abrindo-a minimamente.

— O que você está fazendo aqui? — ditou com tamanha raiva e desgosto presente em sua voz.

— Será que você poderia me deixar entrar, por favor?

Diferente da voz da coreana, a tailandesa tinha um tom calmo. Miyeon suspirou frustada e abriu por completo a janela, dando espaço para que a maior entrasse. Após ter o feito, Minnie deslizou os dedos por sua calça e camiseta, deixando-a mais apresentável e retirando as pequenas ondas de amassados que ali continha. Assim que terminou, achando que já estava bom o suficiente, subiu o olhar para a coreana e sorriu envergonhada.

— Oi. — disse um tanto tímida.

— Vai me dizer o que veio fazer aqui ou não? — voltou a perguntar, agora com os braços cruzados.

A maior suspirou fraco e permitiu-se a sentar sobre a cama da mais velha que olhava tudo aquilo abismada. Certo que, já ficara algumas vezes com ela em sua cama, mas isso não lhe dava o direito de sentar na mesma sem a sua permissão.

— Eu vim te pedir desculpas. Por ontem. Pode não parecer, mas não foi minha intenção quebrar o seu vaso. Eu sinto muito. — disse com sinceridade.

O que deixou a dona do quarto surpresa. Nunca havia escutado um pedido de desculpas por parte da tailandesa por mais que ela fizesse da sua vida um inferno. Aquilo era novo para si, tanto que deixou evidente a sua expressão para a menina que riu baixo com aquilo, tirando-a do transe.

— Espera, o que? Isso é sério? — questionou ainda um pouco atordoada.

— Sim, Miyeon. — suspirou mais uma vez e sorriu. — Desculpa, foi sem querer.

— Não teria quebrado se não estivesse com aquela garota! — bravejou, apontando para a tailandesa que franziu o cenho.

Ela estava com ciúmes de mim?, pensou a menina, recordando-se da madrugada anterior. Estava indo pegar algo para beber já que a sua bebida havia acabado, quando acabou esbarrando com uma menina no meio do caminho. Ela era linda, mas infelizmente não se recordava de seu nome, só de seus belos traços. Acabou se interessando imediatamente pela menina e em um ato de puro descuido, acabou por esbarrar o braço no objeto que era a causa de mais uma briga de ambas e logo depois uma Miyeon furiosa chegou gritando consigo.

— Você está com ciúmes?

— O que?!

Exclamou indignada. Claro que não estava com ciúmes, principalmente daquela menina que só de olhar lhe dava vontade de mata-la. Isso era impossível, pensava. Ela só estava observando a tailandesa de longe, no intuito de chama-la para o seu quarto quando aquela garota começou a dar encima descaradamente dela. Não era ciúmes, longe disso, era raiva. Raiva de Minnie por deixar-se levar facilmente por uma desconhecida e por ter quebrado o seu vaso.

— Não precisa mentir, ambas sabemos a verdade. — pronunciou com o típico sorriso convencido pairando em seus lábios, o que deixou a coreana com mais raiva ainda.

— Eu nunca teria ciúmes de alguém como você, Minnie! — chegou mais perto da mesma e apontou o dedo para tal, que deu de ombros ainda sorrindo.

— Então porquê parece que você está? — arqueou as sobrancelhas e se levantou, ficando frente a frente da menina que engoliu a seco e tentava achar uma resposta para aquela pergunta.

— Só estou com raiva. — disse por fim, suspirando.

A maior não se dando por vencida, levou as mãos ágeis até a bela cintura da menor, puxando-a lentamente até si, colando ambos os corpos. Miyeon inconsciente de seus atos, acabou por soltar um baixo arfar ao sentir seu corpo junto com o da mais nova.

— Minnie, pare...

A dita cuja deu de ombros novamente, aproximando seus lábios com o da coreana lentamente, parando a poucos centímetros de distância.

— Você tem certeza?

Subiu uma das mãos até a sua nuca, segurando seus cabelos firmemente, ocasionando-lhe um baixo arfar. Naquele momento, a dona da casa podia sentir suas pernas perderem a força só com aquele ato. Podia dizer o que for da Yontararak, mas nunca poderia negar que ela tem uma pegada que deixaria qualquer um de pernas bambas. Levou suas mãos até o peitoral alheio, pousando-as ali.

— Não.

A mais nova sorriu com a resposta que lhe fora dada e antes que pudesse iniciar um beijo com a coreana, o som de batidas na porta fora audível. Assustada, Miyeon acabou empurrando com força a tailandesa, que rolou sobre a cama e caiu do outro lado, mordendo com força o lábio, impedindo que um gemido de dor saísse de seus lábios ao sentir a pontada em sua cabeça.

Rapidamente, a Cho se sentou sobre a cama novamente, pegando seu caderno e fingindo estudar quando a porta fora aberta, revelando a imagem de sua mãe que somente pôs metade de seu corpo para dentro do cômodo.

— Filha? Você está bem? Escutei barulho de vozes. — comentou preocupada, levando o olhar para a filha.

— Está sim, mãe, era somente uma vídeo aula que eu estava assistindo. — respondeu com a voz calma e emanando confiança, deixando a mulher mais velha tranquila.

— Tudo bem, então. Não fique até mais tarde acordada. Boa noite.

Antes de sair do quarto da filha, rolou as órbitas castanhas pelo local e logo saiu. Miyeon suspirou aliviada e rapidamente foi em direção da porta, trancando a mesma, garantindo-se de que ninguém mais iria entrar em seu quarto.

— Minnie? — chamou pela menina, um pouco preocupada, afinal, tinha a jogado com tudo no chão.

No mesmo estante, a menina se levantou com dificuldade do chão, deixando visível o pequeno arranhão em sua testa que sangrava um pouco. A mais velha arregalou os olhos e foi em direção da morena.

— Céus, o que aconteceu com você?!

— Você me empurrou com tudo no chão, esperava o que? — bravejou baixinho. não poderia gritar senão os pais da menina iriam aparecer novamente no local e o que menos precisava era de outro machucado.

— A culpa não foi minha! — murmurou raivosa no mesmo tom da outra. — Droga, se senta, eu vou pegar um curativo.

Um pouco hesitante fez o que lhe fora mandando, se sentado sobre a confortável cama da Cho enquanto a mesma pegava um lenço umidecido e um band-aid. Após pegar o que precisava, sentou-se ao lado da maior, fazendo-a virar-se para si, para que pudesse então começar o pequeno sangramento com cuidado, estranhando até mesmo a tailandesa que não estava acostumada com aquilo.

Por mais que nunca fosse admitir aquilo em voz alta, se sentia culpada pelo machucado alheio, até porquê fora si quem a empurrou. Enquanto limpava o machucado, percebeu que os fios de Minnie não estavam mais completamente negros, agora eles continham algumas mexas em castanho mel, e ela estava linda, mais ainda. Involuntariamente deixou que um suspiro saísse de seus lábios e a maior percebeu, não evitando de sorrir.

— Gostou?

— Como assim? — indagou confusa, causando uma risada por parte da menina machucada.

— Do meu cabelo. Você gostou? — explicou-se.

A Cho soltou um "ah" como se tivesse entendido a pergunta e deu de ombros, terminando de limpar o local ferido.

— Não ficou ruim.

A Yontararak apenas riu, sabendo que ela não iria deixar seu orgulho de lado para dizer que ela estava bonita com o seu novo visual, então apenas considerou que aquelas palavras significam como um "sim, você está linda".

— Pronto. — pronunciou após colocar um band-aid do Frozen em sua testa e sorriu travessa.

Confusa com o sorriso alheio, pegou seu celular para olhar seu reflexo e revirou os olhos ao ver o curativo.

— É sério isso? — indagou com tédio.

— O que foi? Está até bonitinho!

— Estou parecendo uma criança, Miyeon.

— Desculpa, mas está adorável! — disse rindo e jogou a pequena quantidade de lixo que fizera no cesto ao lado de sua escrivaninha.

— Eu desculpo se você sair comigo.

A Cho virou-se com uma expressão completamente surpresa e chocada em seu rosto para a tailandesa que apenas sorriu. Ela achava mesmo que sairia consigo? Isso estava totalmente fora de cogitação.

— O que você disse?

— Eu disse que só te desculpo se você aceitar sair comigo. — repetiu pacientemente suas palavras, como se fosse óbvio.

— E o que te leva a pensar que eu quero sair com você? — voltou a cruzar os braços, diante a tailandesa que apenas se levantou e voltaram a posição anterior; ambas cara a cara, com tamanha tensão entre si.

— Você me deve. Você me machucou.

— Você quebrou algo importante da minha família. — rebateu.

— E isso já foi desculpado quando você me jogou da cama. Agora eu quem preciso te perdoar. — chegou mais perto, se é que isso era possível, da coreana, agarrando sua cintura. — O que me diz?

Novamente a Cho sentiu suas pernas cederem ao sentir as mãos de Minnie em sua cintura. Odiava o efeito que ela tinha sobre o seu corpo, era horrível. Levou as órbitas até às escuras da nova castanhada e suspirou pesadamente. Provavelmente, não seria algo ruim ter um encontro com ela, certo? Mas já estava de bom tamanho e agrado que elas tinham entre os horários da escola, seus carros e raramente em suas casas. Por que disso agora?

— Eu não posso. — suspirou pesadamente a medida que as mãos da tailandesa subiam lentamente a curta camisola que cobria o seu corpo aos poucos.

— Por quê? — questionou.

Parou com os movimentos de suas mãos assim que pudera ter a visão do busto definido da mais velha e mordendo levemente o lábio inferior ao perceber que a mesma usava somente uma calcinha, deixando então o corpo desprovido de outra peça, deixando os seios médios a mostra. A garota sentiu seu ponto sensível pulsar somente com aquela visão e como resultado, um gemido baixo e sôfrego saiu de seus lábios.

Miyeon evitou ao máximo não sorrir com a cena diante de si que inflava drasticamente seu ego. Ela sempre ficaria daquela forma, desde que Minnie sempre ficasse admirada por seu corpo e deixava isso visivelmente sem se importar com as possíveis provações que isso renderia. Seu corpo era perfeito, pecaminoso, delicioso, era impossível não ficar admirada sempre que tinha a visão do mesmo diante a si.

— Porque eu te odeio.

— Por que você me odeia?

O silêncio fez-se no cômodo pela primeira desde que a morena chegara ali. Miyeon não sabia exatamente como responder aquela pergunta. Por que ela odiava Minnie? Nunca foram uma com a cara da outra, isso era fato, mas o qual era a real razão de seu odeio pela mesma? Seria por causa das provocações? Seu jeito irritante animado de ser? Ou o jeito que ela parecia se importar consigo quando ficava doente e faltava na escola e isso a irritava, porquê ela a odiava, então não tinha necessidade de fazer aquilo.

Fora tirada de seus desvaneios ao sentir a curta peça que usava sair por completo de seu corpo, deixando-a exposta para a maior que percebendo o momento de confusão da dona do quarto, tratou de fazer algo mais satisfatória para ambas. Voltou a puxá-la pega cintura de uma forma mais agressiva, colando ambos os corpos.

— Aceita minha proposta?

A Cho sentiu seu corpo estremecer ao sentir o hálito quente bater contra seu pescoço, lhe causando arrepios, e logo em seguida beijos e mordidas começaram a ser distribuídos por Minnie ali, já sentindo seu corpo todo esquentar somente com aqueles toques, tanto que não evitou os gemidos baixos e manhosos que saíam livremente por entre seus lábios.

Se odiava Minnie, porque sempre acabava cedendo aos seus toques?

Levou suas mãos até a nuca da Yontararak, deslizando suas unhas por tal região, causando leves arrepios na menina.

— Não faça eu me arrepender de ter aceitado sair com você.

E então a beijou, pegando a outra de surpresa. Não pensava que ela iria aceitar, em sua cabeça teria levado um esporro, um tapa, outro empurrão, nunca um sim e um beijo. Mas claro, não tardou em retribuir o beijo na mesma intensidade que lhe fora dado, extremamente feliz que poderia levar Cho Miyeon em um encontro de verdade.

A água quente caía sobre seu corpo, tratando de relaxar todos os seus músculos e deixá-la mais relaxada, pelo menos essa era a intenção, no entanto estava sendo difícil. Desde que saíra correndo da festa de Miyeon na madrugada anterior, não conseguia tirar Shuhua de sua cabeça, por mais que já tivesse feito de tudo para parar de pensar na taiwanesa. Infelizmente todas as suas tentativas tinham sido em vão. Ajudou sua mãe no almoço, brincou com sua irmã e até mesmo deixou a menina maquia-la; estudou e terminou algumas atividades feitas pela metade, mas nada parecia funcionar e quase aceitou ir ao salão de beleza no dia anterior com Minnie e Yuqi, mas elas a fariam fazer algo em seu cabelo então preferiu negar o convite. Todavia, nada tirava Yeh Shuhua de seus pensamentos.

Sentia-a mal pelo o que fez, não deveria ter gritado com a menina e muito menos ter saído daquela forma da casa dos Cho. Mas o que certamente nunca deveria ter feito e quase beija-la. Porém, por mais que ela tentasse ao máximo negar para si mesma, queria aquele contato, queria sentir os lábios delicados da Yeh contra os seus, queria poder tocar a droga daquele corpo perfeito que parecia ter sido esculpidos pelos deuses e demônios. Não poderia evitar aquilo. Muito menos o formigamento que ainda se fazia presente em seus lábios só de lembrar que tocou os da morena levemente.

Mas não podia. Não podia ter algo com Yeh Shuhua, a menina que a tirava do sério com piadas e cantadas horríveis que a fazia repensar se deveria continuar a lhe ajudar em História. Por mais que uma parte de si dissesse que sim, aquilo provavelmente poderia dar certo, a outra parte achava aquilo um absurdo. A taiwanesa era certamente uma garota mimada pela mãe, tinha tudo o queria, era o famoso esteriótipo de líder de torcida americana; mesquinha, patricinha, enjoada. Era isso o que pensava.

Suspirou frustada com seus próprios pensamentos e deslizou o chuveiro, terminando o seu banho. Secou-se lentamente com sua toalha e se enrolou na mesma para que pudesse sair do banheiro e ir em direção a seu closet. Pegou um short moletom junto com uma camiseta grande que costumava dormir, como estava frio pegou o casaco preto de zíper da taiwanesa que havia ficado consigo, para que pudesse dormir confortavelmente, principalmente pelo fato de que o perfume alheio estava impregnado ali, fazendo-a respirar fundo para sentir o doce aroma. Claro que poderia ter escolhida qualquer outra peça de moletom para se aquecer, todavia aquele em especial parecia-lhe mais confortável para passar a noite e não porquê era de Shuhua. E mesmo se fosse aquilo, nunca iria admitir. O dia havia sido terrivelmente quente, mas em compensação a noite estava gélida. Após se vestir e prender os fios vermelhos em um rabo de cavalo desajeitado, apenas para que eles não acordassem bagunçados no outro dia, sentou-se sobre a sua cama.

Não havia comido nada desde a tarde, precisava ir jantar, no entanto a preguiça de descer até o outro andar apenas para pegar algo para comer parecia trabalhoso demais. E como se fosse um sinal do destino, a porta fora aberta por sua mãe — que antes deu duas leves batidas —, com um pacote em mãos.

— Filha? — chamou por sua primogênita que a olhou curiosa por conta do objeto em mãos. — Trouxeram isso para você.

Soojin franziu o cenho confusa imaginando quem poderia ter lhe enviado aquilo. Levantou-se da cama apenas para poder o pacote em mãos e sorriu para sua mãe.

— Obrigada, mãe. Mas quem deixou isso? — indagou a mulher que apenas sorriu doce para a filha.

— Eu não sei. — mentiu. — Apenas deixaram na porta. — rolou as órbitas pelo quarto perfeitamente organizado da mais nova e deu de ombros. — Coma e não vá dormir tarde, certo? Boa noite.

E então saiu do quarto, deixando a menina sozinha que só então fora perceber que era a embalagem de um restaurante com a estampa de uma senhora na embalagem. O nome do estabelecimento estava gravado logo encima, Grandma's Dinner. Voltou a se sentar sobre sua cama e levou os dígitos até um pequeno bilhete que estava grudado com grampo na parte de trás da embalagem e rapidamente o pegou, sentindo imediatamente o doce aroma de uma pessoa conhecida por si.

Tratou logo de desgrudar o pequeno papel e abri-lo rapidamente, lendo o que estava escrito.

"Soojin-ah! Me desculpe por ontem, espero que esteja bem. E como pedido de desculpas, te enviei a minha comida preferida: hambúrguer, batata frita e milkshake. Espero que goste, e aliás, você está linda, como sempre.

                          — Yeh Shuhua."

A ruiva não pôde evitar o sorriso que moldou-se em seus lábios e tampouco se importou com uma leve risada que saiu entre tais ao ler as palavras da mais nova. Não era culpa da Yeh, sabia disso e não poderia culpa-la, mas só de receber um pedido de desculpas que nem ao menos era necessário junto de um delicioso lanche, fez-a sorrir. E nem mesmo se importou com a última frase escrita no bilhete, e nem ao menos se surpreenderia se a garota tivesse a observado antes de escrever aquilo, mas obviamente fechou as cortinas do seu quarto e deu uma leve olhada na rua para garantir que a garota não estava ali. E se estivesse, não daria-lhe o prazer de ver a si mesma animada com o presente que lhe fora dado.

A jogadora muito menos se importou com o clima frio e tomou todo o milkshake de morango em questão de minutos junto com o restante do lanche, enquanto seu coração sentia-se mais confortável e quente com aquilo. Talvez, só talvez, Shuhua não fosse uma menina 'tão insuportável assim.


Notas Finais


o que acharam????
espero que tenham gostado, eu adorooo esse capítulo
trouxe os refrescos de yuyeon e 2mi, quem amou?
por favor, comentem sobre o que estão achando, isso me motiva muito a continuar e eu amo poder interagir com vocês
até a próxima atualização ❤️❤️


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