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História The Rise of The True Lord - Capítulo 104


Escrita por: AllyLittleWolf13 e _TiuLucifer

Notas do Autor


Hey!!! Hoje temos uma informação importante sobre as origens da Nyx. Ainda não é tudo, mas já é alguma coisa. Preparem suas teorias.
Ps.: A imagem do grimório estará no server do discord.



GENTE! SE VOCÊS NÃO CONSEGUIREM ENTRAR NO SERVER DO DISCORD PELOS LINKS, ME MANDEM UMA SOLICITAÇÃO DE AMIZADE NO DISCORD (AllyLittleWolf#5060) E DAÍ EU CONSIGO TE COLOCAR NO SERVER!!!

Entrem no servidor do Discord pra terem conteúdos extra
https://discord.gg/VtcaguYpz6

Confiram o drive da playlist
https://1drv.ms/f/s!ApkShu34RJU8gnOlwSfnrc75xPT1?e=OuM9zs

Drive da fic
https://1drv.ms/f/s!ApkShu34RJU8gnKYy2whyGzRLj0a?e=7xUraS

Uma leitora maravilhosa fez uma playlist no Spotify, vão lá conferir o que essa rainha fez
https://open.spotify.com/playlist/1RyuTPxLpCNAP6THP0O0Pj?si=ejKNe8BPTseHopfd21uFug&utm_source=native-share-menu

Link da tradução em Inglês:
https://archiveofourown.org/works/40126944/chapters/100497924

Link da tradução em Espanhol:
https://www.wattpad.com/story/326106406-the-rise-of-the-true-lord

Capítulo 105 - Capítulo 104


Quando o dia nasceu, Nyx esgueirou-se pelos corpos abraçados de Hadrian e Draco sobre a cama. Ela sentia-se nervosa com o que estava prestes a acontecer, mas ela precisava fazer isso. Hadrian precisava e merecia isso.

Filhote. Acorde. — Ela cutucou a bochecha do moreno até que ele resmungou pelo incomodo e acordou com um bocejo.

Bom dia, Nyx. — Hadrian sorriu-lhe enquanto esfregava os olhos.

Eu tenho algo para te dizer. — O garoto sentou-se na cama, com cuidado para não acorda o loiro ao seu lado.

O que é? — Hadrian franziu o cenho ao perceber a seriedade na voz e olhos da serpente.

Eu sou descendente de Morgana.

Oi? “Morgana” como a “Morgana LeFay”? A mesma Morgana que eu sou descendente?

É. Essa Morgana. — Nyx balançou a cabeça e se acomodou no colo do garoto. — Ela deixou um grimório para um de seus descendentes, mas apenas os dignos poderiam tê-lo. Esse segredo foi passado por gerações. Morgana tinha uma serpente como familiar. Apenas nós, serpentes descendentes da Morgana sabemos da existência desse grimório.

Mas se você é descendente do familiar da Morgana, como você pode ser descendente da própria Morgana? — Hadrian perguntou confuso.

Quando um bruxo torna um animal seu familiar, o animal fica com a genética e a assinatura da magia do bruxo, para reconhecer seus descendentes.

É verdade. — Murmurou ao se lembrar desse fato. — E por que você não me reconheceu quando nos conhecemos?

Por causa dos selos que Dumbledore colocou em você. Eu só pude te reconhecer quando você foi “limpo”. Eu me afeiçoei a você quando nos conhecemos, e com a revelação de que você é descendente de Morgana isso só me deu a certeza de o puxão que senti para vagar da Ásia até a Inglaterra estava me guiando até você. Eu mesma posso não estar consciente da sua existência, mas a minha magia sabia e foi isso que me fez te encontrar. — O garoto sorriu com carinho. — Mas essa não é a questão. O Grimório de Morgana possui informações de feitiços, poções, rituais, criaturas e tudo o mais que ela foi documentando durante sua vida. Eu não te contei sobre ele antes, pois precisava que você e sua magia amadurecessem para conseguir manuseá-lo.

E agora eu sou digno de possuí-lo. Não é? — A serpente afirmou com a cabeça.

Ele está escondido nas masmorras do Castelo de Colchester.

Ele é um ponto turístico, não é? E está aberto para visitações.

O que o faz ser protegido por seguranças muggles. Por isso precisaríamos durante a noite para evitarmos exposição e eliminar o máximo de riscos e danos.

Você sabe a distância de Hogwarts até Colchester? Demoraríamos muito para chegar lá.

Por isso que vamos usar thestrals. Eles são rápidos quando voam e sabem exatamente para onde o cavaleiro precisa ir.

Eu nuca terei um ano escolar normal, não é? — Perguntou sorrindo.

Não. — Nyx sibilou em um padrão que indicava que estava rindo. — Agora acorde Draco e vão se arrumar. Iremos na sexta à noite.

 

Os dois dias seguintes transcorreram sem grandes incidentes, a não ser que se levasse em conta o sexto caldeirão derretido por Ron na aula de Poções. Severus deu-lhe uma detenção, da qual Ron voltou com um colapso nervoso, pois teve que destripar uma barrica de iguanas. Os alunos do quarto ano da Slytherin estavam tão ansiosos para ter a primeira aula com Moody. Os alunos chegaram antes do sinal tocar, se apressando para pegarem os lugares perto da mesa do professor e já tirando os livros das mochilas. Em instantes os passos sincopados do homem puderam ser ouvidos do corredor.

— Podem guardar isso. — Rosnou ele, apoiando-se na escrivaninha para se sentar. — Esses livros. Não vão precisar deles.

Todos obedeceram enquanto o homem apanhava a folha de chamada e começou a chamar os nomes. Seu olho normal percorrendo a lista e o olho mágico girando, fixando-se em cada aluno quando ele respondia.

— Certo, então. — Concluiu ele, quando a última pessoa confirmara presença. — Tenho uma carta do professor Lupin sobre esta turma. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram boggarts, Red Caps, Hinkypunks, Grindylows, Kappas, e Werewolves, correto? — Houve um murmúrio geral de concordância.

— Mas estão atrasados, muito atrasados, em maldições. — Disse Moody. — Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para lhes ensinar a lidar com as forças das...

Crabbe o interrompeu, inconscientemente, ao perguntar se ele não iria ficar. Moody deu um sorriso meio estranho devido a sua cara marcada, e respondeu que ficaria apenas um ano, pois estava fazendo um favor especial para Dumbledore. Logo depois ele iniciou um discurso sobre maldições, estas que tinham vários graus de força e forma. Moody disse que, segundo o Ministério da Magia, ele deveria ensinar as contramaldições e parar por aí. Ele não deve mostrar aos alunos abaixo do sexto ano como eram as maldições ilegais. O homem disse que o Ministério os via como crianças que não saberiam lidar com as maldições, porém ele dissera que Dumbledore concordara em deixá-los aprender sobre.

— E eu digo que quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor. Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lançá-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes. A senhorita deve guardar isso, senhorita Bulstrode, enquanto eu estiver falando. — Bulstrode levou um susto e corou. Estivera mostrando a Tracey o horóscopo por baixo da mesa. Aparentemente o olho mágico de Moody podia ver através das coisas. — Então... Algum de vocês sabe que maldições são mais severamente punidas pelas leis da magia? — Vários braços se ergueram hesitantes, inclusive os de Crabbe e Goyle, que nunca se manifestavam. Moody apontou para Blaise, embora seu olho mágico continuasse mirando Bulstrode.

— A Maldição Imperius, senhor. — Blaise respondeu como um jovem nobre.

— Ah, sim. — Disse Moody satisfeito. — Certa vez, deu ao Ministério muito trabalho, essa Maldição Imperius.

Moody se apoiou pesadamente nos pés desiguais, abriu a gaveta da escrivaninha e tirou um frasco de vidro. Três enormes aranhas pretas corriam dentro dele. Moody meteu a mão dentro do frasco, apanhou uma aranha e segurou-a na palma da mão, de modo que todos pudessem vê-la. Apontou, então, a varinha para o inseto e murmurou: “Imperio!”.

A aranha saltou da mão de Moody para um fino fio de seda e começou a se balançar para a frente e para trás como se estivesse em um trapézio. Esticou as pernas rígidas e deu uma cambalhota, partindo o fio e aterrissando sobre a mesa, onde começou a plantar bananeiras em círculos. Moody agitou a varinha, e a aranha se ergueu em duas patas traseiras e saiu dançando um inconfundível sapateado. Todos riram, todos exceto Moody, Hadrian e seus amigos. Eles sabiam o “problema” daquela maldição. Hadrian achou bárbaro, a coitada da aranha estava sofrendo por estar sendo controlada por alguém, suas pernas deveriam estar torcidas por fazerem coisas que não foram feitas para fazer.

— Acharam engraçado, é? — Rosnou Moody, o olho azul focando em um Hadrian sério. — Vocês gostariam se eu fizesse isso com vocês? — As risadas pararam quase instantaneamente. — Controle total. — Disse o professor em voz baixa, quando a aranha se enrolou e começou a rodar sem parar. — Eu poderia fazê-la saltar pela janela, se afogar, se enfiar pela garganta de vocês... Há alguns anos, havia muitos bruxos e bruxas controlados pela Maldição Imperius. — Disse Moody, e Hadrian entendeu que ele estava se referindo ao tempo em que Voldemort fora todo-poderoso. — Foi uma trabalheira para o Ministério separar quem estava sendo forçado a agir de quem estava agindo por vontade própria. A Maldição Imperius pode ser neutralizada, e vou lhes mostrar como, mas é preciso força de caráter real e nem todos a possuem. Por isso é melhor evitar ser amaldiçoado com ela se puderem. VIGILÂNCIA CONSTANTE! — Vociferou ele, e todos os alunos se assustaram. Moody apanhou a aranha acrobata e atirou-a de volta ao frasco. — Mais alguém conhece mais alguma? Outra maldição ilegal? — As mãos voltaram a se erguer.

— Qual? — Perguntou Moody, seu olho mágico dando um giro completo para se fixar em Daphne.

— Tem uma, a Maldição Cruciatus. — Disse a garota, numa voz fraca, mas clara. Tornando a voltar sua atenção à classe, Moody meteu a mão no frasco mais uma vez, apanhou outra aranha e colocou-a no tampo da escrivaninha, onde permaneceu imóvel, aparentemente demasiado assustada para se mexer.

— A Maldição Cruciatus. — Começou Moody. — Preciso de uma maior para lhes dar uma ideia — Disse ele, apontando a varinha para a aranha. — Engorgio! — A aranha inchou. Estava agora maior do que uma tarântula. O professor tornou a erguer a varinha, apontou-a para a aranha e murmurou: — Crucio!

Na mesma hora, as pernas da aranha se dobraram sob o corpo, ela virou de barriga para cima e começou a se contorcer horrivelmente, balançando de um lado para outro. Não emitia som algum, mas Hadrian teve certeza de que, se tivesse voz, estaria berrando. Moody não afastou a varinha e a aranha começou a estremecer e a se debater violentamente... O homem ergueu a varinha. As pernas da aranha se descontraíram, mas ela continuou a se contorcer.

Reducio. — Murmurou Moody, a aranha voltou ao tamanho normal e ele a repôs no frasco. — Dor. — Explicou Moody em voz baixa. — Não se precisa de porretes nem de facas para torturar alguém quando se é capaz de lançar a Maldição Cruciatus... Ela também já foi muito popular. Certo... Mais alguém conhece alguma outra? — Hadrian olhou para os lados. Pela expressão no rosto dos colegas, ele achou que estavam todos pensando no que aconteceria com a última aranha. A mão de Pansy tremia levemente quando ela a ergueu no ar.

— Sim! — Disse Moody olhando-a.

Avada Kedavra. — Sussurrou a garota. Vários colegas a olharam constrangidos.

— Ah. — Exclamou Moody, outro sorrisinho torcendo sua boca enviesada. — Ah, a última e a pior. Avada Kedavra... A Maldição da Morte.

Ele enfiou a mão no frasco e, quase como se soubesse o que a esperava, a terceira aranha correu freneticamente pelo fundo do objeto, tentando fugir aos dedos de Moody, mas ele a apanhou e a colocou sobre a escrivaninha. O inseto começou a correr, desvairado, pela superfície de madeira, Moody ergueu a varinha e Hadrian sentiu um suor gélido escorrer pela sua espinha.

Avada Kedavra! — Berrou Moody.

Houve um relâmpago de ofuscante luz verde e um rumorejo, como se algo vasto e invisível voasse pelo ar, instantaneamente a aranha virou de dorso, sem uma única marca, mas inconfundivelmente morta. Várias alunas abafaram gritinhos e garotos desviaram o olhar. Hadrian permaneceu parado, encarando a aranha com olhos desfocados, as lembranças das memórias difusas que viu no ano passado voltando para a superfície de sua mente. Sua mãe implorando por misericórdia e então o mesmo flash de luz verde. Moody empurrou a aranha morta para fora da mesa.

— Nada bonito. — Disse calmamente. — Nada agradável. E não existe contramaldição. Não há como bloqueá-la. Somente uma pessoa no mundo já sobreviveu a ela e está sentada bem aqui na minha frente.

Os (dois) olhos de Moody fitaram os dele, Hadrian sentiu que toda a turma também estava olhando para ele. Sem ser intimidado, ele sustentou o olhar ilegível de seu professor com uma face inexpressiva. Ele não era mais o garotinho fraco de antigamente. Já sentiu e viu muita coisa em sua tenra vida. E sabia que não adiantava lamentar pelos mortos, sabia que precisava seguir em frente. Ele iria aproveitar todos os dias ao lado de sua família incrível. Moody desviou um olho, mas Hadrian sabia que o mágico continuava focado em si, e continuou o discurso:

Avada Kedavra é uma maldição que exige magia poderosa para lançá-la, vocês podem apanhar as varinhas agora, apontá-las para mim, dizer as palavras e duvido que consigam sequer que o meu nariz sangre. Mas isto não importa, não estou aqui para ensiná-los a lançá-la. Ora, se não há uma contramaldição, por que estou lhes mostrando essa maldição? Porque vocês precisam conhecê-la. Vocês têm que reconhecer o pior. Vocês não querem se colocar em uma situação em que precisem enfrentá-la. VIGILÂNCIA PERMANENTE! — Berrou ele e a turma inteira tornou a se sobressaltar. — Agora... Essas três maldições, Avada Kedavra, Imperius e Cruciatus, são conhecidas como as Maldições Imperdoáveis. O uso de qualquer uma delas em um semelhante humano é suficiente para ganharem uma pena de prisão perpétua em Azkaban. É isso que vão ter que enfrentar. É isso que preciso lhes ensinar a combater. Vocês precisam estar preparados. Vocês precisam de armas. Mas, acima de tudo, precisam praticar uma vigilância constante, permanente. Apanhem suas penas... Copiem o que vou ditar...

Eles passaram o resto da aula tomando notas sobre cada uma das Maldições Imperdoáveis. Ninguém falou até a sineta tocar, mas quando Moody os dispensou e eles saíram da sala, explodiram em um falatório irrefreável. A maioria dos alunos discutia as maldições em tom de assombro: “Você viu ela se contorcendo?”, “E quando ele matou a aranha... Assim!”.

Hadrian não se esforçou para disfarçar seu desagrado com o comportamento dos alunos. Muito ingênuos para o mundo, querendo ficarem cegos para a verdade. A aula não fora um espetáculo, aquelas aranhas não são diferentes de inúmeras outras vítimas daquelas três maldições. A perspectiva de que não conseguiam ver a gravidade das coisas o enervava. A sociedade bruxa está rumando para a própria extinção se continuarem com o mesmo pensamento de se manterem cegos para as verdades. O Ministério corrupto alienando as massas, as escolas com os planos de ensino fracos que nada contribuíam para treinar bruxos excepcionais. Sua lista de coisas para corrigir só crescia a cada dia.

Mais tarde naquele dia, quando trocavam de aulas, Hadrian e os amigos encontraram Neville. Ele estava em pé, sozinho no meio de um corredor, de olhos fixos na parede de pedra oposta, com uma expressão horrorizada e pasma.

— Nev? — Chamou Hadrian de mansinho. O Gryffindor virou a cabeça.

— Ah, oi. — Disse ele, a voz mais aguda do que habitualmente. — Aula interessante a de Moody, não foi? Que será que tem para o jantar, estou... Estou morto de fome, vocês não?

— Neville, você está bem? — Perguntou Draco preocupado.

— Ah, claro, estou ótimo. — Balbuciou o garoto, na mesma voz anormalmente aguda. — Jantar muito interessante... Quero dizer, aula... Que será que tem para se comer?

— Você também não gostou da aula, não é? — Hadrian, com cuidado, segurou as mãos trêmulas e suadas do garoto. Ele sabia sobre os Longbottom, estavam enlouquecidos de tanto tempo sob a Maldição Cruciatus. — Está tudo bem, Nev. — Puxou-o para um abraço apertado, sentindo seu doce amor quebrando e finalmente começando a chorar. — Eu também não gostei da aula. — O menor encolheu-se sobre o abraço de Hadrian e agarrou-se a sua camisa com força. — Vai ficar tudo bem, Nev. Eu estou aqui com você, DesertRose. — Dizia palavras doces, que lentamente acalmaram o Gryffindor abatido.

— Obrigado. — Depois de alguns minutos chorando nos braços de seu namorado, Neville finalmente se afastou um pouco para olhar nos olhos verdes.

— Não precisa me agradecer, amor. — Beijou-lhe os lábios com doçura. E então eles ouviram às costas um som seco e metálico estranho e, ao se virarem, viram Moody vindo em sua direção. O grupo ficou em silêncio, observando-o apreensivos, mas quando ele falou, foi com um rosnado bem mais baixo e gentil do que tinham ouvido até então.

— Está tudo bem, filho. — Disse ele a Neville. — Por que não vem até a minha sala? Vamos... Podemos tomar uma xícara de chá... — Neville ficou ainda mais assustado diante da perspectiva de tomar chá com Moody. Ele não se mexeu nem falou. Moody virou o olho mágico para Hadrian. — Você está bem, não está, Potter?

— Estou. — Disse Hadrian, quase em tom de desafio. O olho azul de Moody estremeceu de leve na órbita ao examinar Hadrian. Então falou:

— Vocês têm que saber. Parece cruel, talvez, mas vocês têm que saber. Não adianta fingir... Bom... Venha, Longbottom, tenho uns livros que podem lhe interessar. — Neville olhou suplicante para Hadrian. O moreno sorriu-lhe encorajador e beijou-lhe a testa com carinho.

— Desculpe, professor. — Encarou o homem. — Acho que Neville precisa de um tempo. Talvez outro dia. — Neville sorriu docemente para o namorado.

— Claro. Outro dia eu lhe mostro os livros de herbologia que possuo. — O homem os analisou por um momento antes de se retirar.

— Vamos comer alguma coisa. — Com um braço sobre os ombros do Gryffindor, Hadrian guiou o grupo até o Salão Principal.

— Bom. — Theodore se pronunciou depois de uma caminhada cheia de conversas aleatórias. — Temos mais uma arma contra a Cabra Velha.

— De fato. — Hadrian sorriu malicioso. A informação de que Moody não é quem diz ser ainda arquivada em sua mente. Ele esperaria para ver o que eles planejavam. Não poderia atacar sem saber com o que estaria lidando. E vendo como Moody conduzia sua aula e com os tópicos, pode ser que não seja tão simples assim.

 

O dia de sexta-feira ocorreu normalmente. Hadrian agiu como sempre, avisou seus namorados e amigos do que iria fazer e aonde iria, além de pedir-lhes cobertura caso se atrasasse. E então, quando a noite caiu e todos já estavam dormindo em suas camas, Hadrian apanhou sua Capa da Invisibilidade e o Marauder’s Map.

— Tome cuidado. — Draco beijou-lhe brevemente os lábios.

— Eu irei. — Hadrian sorriu para o namorado antes de cobrir-se com a Capa. Nyx já estava envolta do seu pescoço.

Cuidadosamente Hadrian saiu da Sala Comunal e vagou pelos corredores escuros de Hogwarts. Ele ainda era menor de idade, então não poderia usar magia, mas mesmo assim ele levou sua varinha. Constantemente o garoto olhava para o mapa, procurando possíveis caminhos com fantasmas, professores ou alunos fora das camas procurando um local para se agarrar. Seus passos não produziam som algum, anos de prática em ser furtivo haviam surtido efeito. Em instantes ele estava descendo até a Forbidden Forest. Uma coisa que ele não esperava era que um olho o estivesse seguindo, mesmo sob a Capa. Moody estava vendo pela janela de seu escritório quando viu Hadrian encoberto por uma Capa da Invisibilidade. Ele perguntou-se muitas coisas enquanto via o garoto desaparecer na floresta densa.

Pronto. — Hadrian retirou o capuz, “fechou” o mapa e guardou-o nas vestes enquanto sentia Nyx deslizar para o chão.

Siga-me. — Nyx aumentou um pouco o seu tamanho e começou a guiar o garoto.

Eles adentraram ainda mais na escuridão da Forbidden Forest, apenas os passos de Hadrian e o rastejar do corpo da serpente eram ouvidos no esmagador silêncio do local. O garoto tinha que se esforçar para ver a serpente no meio a escuridão, guiando-se principalmente pelo som. Ele perdeu a noção de tempo até que eles chegaram numa parte onde as árvores eram mais espaçadas e o céu era visível. Uma manada de thestrals caminhava tranquilamente e interagiam. Hadrian sorriu ao ver filhotes correndo e brincando, mesmo com sua aparência mórbida, era belo de se ver.

Hadrian respirou fundo e avançou. Ele sabia o que fazer, pois já conhecera thestrals antes. Eles viriam até você, se vissem que o bruxo não teria más intenções. Vários thestrals focaram seus olhos leitosos e sem pupilas no garoto. Os filhotes que corriam acabaram por não o ver e parraram derrapando na sua frente. Hadrian sorriu para eles e abaixou-se.

— Olá. — Sua voz era carinhosa e calma. Um dos filhotes, o mais corajoso, avançou e começou a inspecionar o humano. Cheirava-o com curiosidade, Hadrian riu ao senti-lo na sua nuca. Com um movimento de sua mão, ele convocou uma maçã de uma macieira ali perto. O thestral que o cheirava pareceu animar-se. — É para você. Pode pegar. — Hadrian estendeu a mão, cautelosamente a criatura pegou a fruta e comeu-a. Os outros filhotes aproximaram-se com animação, também querendo comida, o que fez Hadrian sorrir ainda mais.

— Oh. Olá. — Uma voz feminina chamou logo a diante.

Era uma garota, da Ravenclaw. Seus longos cabelos loiros bem claros e ondulados que chegavam até a sua cintura brilhavam sobre a luz do luar, seus olhos azuis acinzentados eram sonhadores e levemente saltados, como se sempre estivesse surpresa, suas sobrancelhas eram muito claras, quase inexistentes, ela tinha uma aura de "nítida estupidez", sua varinha estava atrás da sua orelha esquerda, suas roupas eram... Diversamente complexas. Eram estampas e cores que se misturavam, que a princípio não combinariam, mas nela até que ficavam bonitas. Ela usava um colar de rolhas de Cerveja Amanteigada, e tinha os pés descalços sobre o chão da floresta. Hadrian achou-a incrivelmente bela com o seu olhar distante e sonhador, ele simpatizou imediatamente com a estranha garota.

— Oi. — Hadrian se aproximou da garota. — Não esperava encontrar alguém aqui depois do horário de recolher. — Sorriu divertido ao ver os olhos dela cintilarem.

— Eu nunca vi ninguém aqui antes. — Ela se virou para o thestral ao qual estava fazendo carinho antes de perceber Hadrian. O garoto achou-a peculiar com a sua falta de interesse em si.

— Eu sou Hadrian Potter. E você é...?

— Luna. Luna Lovegood. A maioria das pessoas me chama de Loony Lovegood. — Ela nem se deu ao trabalho de virar-se, estava muito concentrada na criatura à sua frente, mas Hadrian não achou ofensivo nem nada. A garota tinha uma voz vaga e distante, era óbvio que ela tinha muitos pensamentos e vivia em seu próprio mundo.

— Myrtle me contou sobre você. — Hadrian sorriu ao vê-la se virar para ele. — Estava ansioso para te conhecer.

— Então você é o Hadrian que ela tanto fala. — Luna comentou com um sorriso animado.

— Posso perguntar por que você está descalça na floresta?

— Oh. — Ela olhou para os pés e remexeu-os sobre as folhas e a grama. — Meus colegas de casa vivem pegando meus calçados e os escondendo. Mas eles sempre aparecem em lugares estranhos. — Admitiu como se não se importasse com isso.

— Você não está com frio? — Hadrian perguntou preocupado.

— Um pouco, sim. — Ela admitiu, olhando-o com curiosidade.

— Aqui. — Hadrian pegou sua varinha e transfigurou duas pedras em tênis confortáveis para a garota, tênis esses com uma aparência tão criativa quanto as roupas da garota. — Eles irão se ajustar ao seu pé. — Ela sorriu agradecida, os olhos brilhando ao perceber o design que combinava perfeitamente com seu estilo único.

— Obrigada. — Pegou os sapatos e calçou-os.

— Amigos? — Hadrian estendeu sua mão.

— Amigos. — Ela aceitou o aperto, com um olhar sonhador ela voltou a acariciar o thestral. — Eles são muito carinhosos e adoram nos ajudar. — Ela pegou a mão de Hadrian e a colocou no focinho da criatura. — Você os conquistou ao alimentar aquele filhote, então eles confiam em você por isso. Eles prezam pelo bem-estar dos filhotes, e se você consegue a confiança de um thestral, eles serão leais e muito úteis se você precisar. — Comentou com um sorriso ao acariciar a criatura. — Agora monte nele. Ele vai saber para onde você precisa ir. — Ela o guiou para o lado esquerdo do animal. Hadrian admirou-se ao perceber que a garota sabia seus objetivos sem que ele tivesse falado nada.

— Preciso pedir para não comentar que me viu aqui? — Ele perguntou enquanto montava no lombo do thestral, Nyx mais uma vez acomodada em seus ombros.

— Se eu disser, acabarei me entregando também.

— Muito esperta. — Hadrian sorriu divertido. — Venha se sentar comigo e meus amigos amanhã, iremos adorar tê-la conosco. — Luna abriu o sorriso mais belo que podia.

— Eu adoraria. — Afastou-se um pouco enquanto o garoto acomodava-se no lombo do thestral. — E tome cuidado com os Nargles.

— Nargles? — Hadrian franziu o cenho.

— Depois te conto. Você precisa ir a um lugar. — Acenou com a mão.

— Foi um prazer te conhecer Luna. — Ela apenas sorriu em concordância enquanto o thestral abria as asas e começou a galopar. Em instantes a criatura estava voando livremente sobre os terrenos de Hogwarts. Hadrian apertou as panturrilhas na barriga do animal, suas mãos firmemente agarradas na crina e suas costas eretas. Lucius e Narcissa haviam o ensinado equitação quando era menor, então ele sabia como se manter equilibrado.

Eu odeio voar! — Nyx sibilou com raiva, se apertando envolta do pescoço de seu filhote.

— Você sabe para onde devemos ir, não é? — Hadrian ignorou a serpente e acariciou o pescoço do thestral. — Nos leve o mais rápido que puder, por favor.

Sua resposta fora tipo um relincho, porém mais espectral. O garoto sorriu ao apreciar a vista dos campos abaixo de si. Hogwarts ficava distante rapidamente, a lua parecia brilhar e saudar sua jornada, o vento frio era libertador conforme o thestral manobrava contra as correntes de ar. Hadrian ama voar, seja numa vassoura ou em uma criatura mágica, ele ama a sensação de liberdade e paz.

O que faremos quando chegarmos em Colchester?

Eu irei distrair os seguranças que guardam a entrada dos fundos. Eu abro a porta com meus poderes e nós entramos.

Falando assim até parece fácil.

E vai ser. Nós iremos descer até as masmorras, existe uma abertura camuflada por uma parede onde apenas uma serpente descendente do familiar de Morgana pode entrar para abrir a passagem. Lá estará o Grimório de Morgana.

Mas por que ela o esconderia no Castelo de Colchester?

Isso eu já não sei. Nunca me foi dito o motivo. Provavelmente ela tem alguma história com aquele castelo, mas nunca contou o que seria. — Eles passaram a viagem inteira conversando sobre estratégias e possíveis problemas. O thestral realmente era rápido, pois passaram-se poucas horas quando a viagem levaria um dia ou mais. A criatura pousou, encoberto pelo conjunto de árvores perto ao castelo.

— Obrigado. — Hadrian agradeceu ao desmontar do lombo do thestral e acariciar o seu focinho. — Nos espere aqui, por favor. — A criatura inclinou a cabeça para baixo, em concordância.

Vamos. — Nyx deslizou para o chão enquanto Hadrian encobria-se com a Capa.

Ele a seguiu sem dificuldade pelos postes de luz que o ajudavam a ter visão do corpo esguio do familiar. Eles viram vários guardas patrulhando o castelo. Dois em cada porta (uma principal e uma nos fundos) e dois fazendo uma ronda pelo perímetro do Castle Park. Os da patrulha seria apenas esperar que se afastassem. Nyx o guiou pelas sombras até que estivessem na entrada dos fundos. Hadrian pegou uma pedrinha e atirou-a perto dos guardas.

— Quem está aí?! — Eles assumiram uma postura de ataque e colocaram as mãos nas armas. Hadrian jogou uma pedrinha para um arbusto distante, como se tivesse alguém ali.

— Lá! — O outro guarda indicou e correu até o local. Nyx se aproximou do que ficou e o fez adormecer ao sibilar algo em parselmagic.

Você tem que me ensinar parselmagic um dia. — Hadrian sussurrou ao ver o homem desmoronando no chão, adormecido.

Um dia. — A serpente foi até a porta, ordenou-a que se abrisse, e assim ela fez. Os dois passaram rapidamente pela porta e a fechavam novamente. Dentro do castelo, ele se parecia mais com um museu misturado com shopping do que um castelo histórico. Três guardas patrulhavam o seu interior. Nyx subiu nos ombros de Hadrian, ambos invisíveis pela Capa. — Siga para a direita e desça as escadas. — A serpente foi guiando o garoto até as masmorras.

O local não era permitido o acesso dos turistas, mas Nyx conseguiu abrir a porta com um comando. Hadrian desceu pela estreita e escura escadaria de pedra. Com um sibilo em parselmagic, Nyx fez as tochas se acenderam com o fogo vivo. O garoto viu-se nas masmorras, que não tinham nada além de caixas de madeira e poeira. A cobra voltou ao chão e circulou pela pequena câmara onde se encontravam.

Achei. — Anunciou ao parar em frente à uma parede lisa. — Me espere aqui. — Como na passagem da Plataforma 9¾, ela desapareceu, afundando-se na parede sólida. Hadrian esperou por breves segundos até que uma porta maciça surgisse na sua frente e se abriu, mostrando uma Nyx muito satisfeita com o seu serviço. — Venha. Ele está logo ali. — Comentou enquanto adentrava a pequena sala.

Não havia nada nas paredes de pedra, não havia nada sobre o chão de pedra, não havia nada na salinha. Tudo o que havia era um pedestal onde um livro grosso repousava. Uma luz o iluminava do teto, logo acima do livro. Sua capa de couro preto era belamente entalhada com as mais diversas runas e desenhos. As extremidades da ponta inferior e superior eram protegidas por detalhes em ouro. No centro havia um olho com a íris roxa que brilhava como a galáxia, o seu redor era decorado com pedaços delicados do mesmo material das bordas. Dentro de um retângulo menor do que as bordas da capa, havia dois losangos, e dentro deles tinham runas desenhadas em roxo. Sua lombar era arredondada e com mais detalhes em ouro. O grimório parecia o chamar, como se desejasse que o garoto o apanhasse e o usasse.

Você só precisa pingar uma gota do seu sangue na pedra do olho e ele o aceitará. — Nyx subiu no pedestal e elevou o corpo para poder ver Hadrian se aproximar com um olhar encantado.

Ele é lindo. — Admitiu ao ficar cara a cara com o grimório. O garoto percebeu a agulha ao lado do livro, pegou-a e furou seu dedo, deixando uma gota pingar no local indicado. O líquido foi absorvido e o “olho” emitiu uma luz púrpura que se espalhou por todo o grimório.

Ele o aceitou, filhote. Pode abri-lo. — Nyx comentou feliz. Hadrian, nervosamente, tocou a capa, estremecendo quando a magia do grimório se uniu a sua. Ele alisou a capa antes de abrir o livro. Suas páginas amareladas estavam preenchidas por desenhos, fórmulas e anotações. Tudo o que Morgana documentou durante sua vida. Hadrian viu-se admirado pela quantidade de coisas que havia ali.

Está quase amanhecendo, filhote. Precisamos ir. — Nyx comentou preocupada com o dia.

Claro. Desculpe. — Fechou o grimório e guardou-o nas vestes. — Vamos.

O caminho de volta fora mais tranquilo, pois os guardas estavam ocupados tentando descobrir o motivo de um deles estar desacordado. O thestral os levou pelo ar de volta para Hogwarts. Hadrian viu-se muito ansioso para ler todo o grimório e aprender tudo o que pudesse. Eles chegaram na escola quando o sol estava nascendo. Hadrian agradeceu ao thestral antes de correr para o castelo. Tomando cuidado para não ser pego. Ele sorriu animadamente ao ver um Draco adormecido de maneira desconfortável em um sofá perto da lareira na Sala Comunal.

— Oi, Moonlight. — Sussurrou cansado ao sentar-se ao lado do loiro, que acordou num pulo enquanto Hadrian despia a Capa.

— Graças a Morgana! — Draco o abraçou com foça. — Me conte tudo!

— Depois que eu dormir. — Hadrian bocejou e puxou o namorado para o dormitório. Depois ele contaria tudo o que precisasse aos amigos e namorados. No momento ele só queria dormir. Aproveitar que era sábado e poderia dormir o quanto quisesse, ou até que seu estômago se rebelasse pela falta de alimento.



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