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História The Royals - Eles irão destruir você! - Seja bem-vinda ao Palácio Royal


Escrita por: pink-diamond

Capítulo 4 - Seja bem-vinda ao Palácio Royal


Fanfic / Fanfiction The Royals - Eles irão destruir você! - Seja bem-vinda ao Palácio Royal

Estamos desembarcando. 

Estou com o nariz pressionado na janela e ainda assim não consigo ver qualquer coisa. Está muito escuro. As luzes da pista, ao menos, consigo visualizar. Uma vez que o avião aterrissa, Ji-yong não me dá tempo para examinar o espaço ao meu redor. 

Nós não pegamos o carro que está dentro do avião, no entanto. Esse deve ser seu carro para viajar, porque Durand nos introduz em outro sedã preto lustroso. As janelas são escuras, então não consigo ter idéia do cenário que está atrás de nós.

Ji-yong abaixa um pouco o vidro e consigo espreitar os olhos e observar o lado de fora. Estamos em uma ponte, mais a frente consigo enxergar inúmeros prédios e muitas, muitas luzes. É uma cidade que nasce diante de mim. 

Posso ter um palpite de onde estamos... Mas, mesmo assim, não importa. Tudo o que importa é a pilha de notas de cem na minha mochila. Dez mil. Eu ainda não posso compreendê-lo. Dez mil por mês, e um pouco mais depois que me formar.

Tem que haver um motivo. 

Ji-yong pode ter me garantido que não espera nada em troca, nenhum favor... especial que venha de mim, mas esta não é a primeira vez que sou assediada ou enganada. Há sempre um acerto de contas, e eventualmente, ele virá. 

Quando isso acontecer, pelo menos terei muito dinheiro para fugir e recomeçar minha vida. 

Até então, estou jogando seu jogo. Em uma trégua não proclamada com o Royal. 

Penso em seus filhos. Eita, eu não perguntei quantos ele tem, e se eles... Merda, quão ruim poderia ser? Não terei de pagar o Royal com sexo mas terei de pagar com minha sanidade mental? 

Crianças ricas e mimadas, meu Deus, eu já lidei com muito pior. Como por exemplo, o namorado gângster da minha mãe, seu apelido era Léo, ele tentou passar a mão em mim quando eu tinha doze anos, lhe dei um soco no rosto e quase quebrei a mão. Então ele me ensinou o caminho certo para formar um punho e ria das minhas tentativas, viramos amigos depois disso. 

As dicas de autodefesa definitivamente me ajudaram com o próximo namorado da minha mãe. 

Mamãe sabia como escolher os piores, mas não posso julga-la. Ela fez o que tinha que fazer para sobreviver e eu nunca duvidei do seu amor por mim. 

Após trinta minutos de condução, Durand para o carro na frente de um portão. Há uma divisória entre nós e o banco do motorista, mas consegui ouvir um aviso sonoro e em seguida, um zumbido mecânico. Durand volta a dirigir, mais lentamente agora, até que, finalmente, o carro para e as fechaduras das portas se abrem com um clic.

 - Estamos em casa. - Ji-yong diz calmamente. 

Quero corrigi-lo, dizer à ele que esta é a sua casa, não minha. Mas mantenho o pensamento para mim e continuo com a boca fechada.

Durand abre a porta para mim e estende a mão. Meus joelhos oscilam novamente quando saio. Quatro veículos estão estacionados do lado de fora de uma enorme garagem, dois SUV's da cor preta, um caminhão vermelho e uma Kawasaki 800. 

Eita, caralho. 

Ji-yong segue meu olhar e sorri com tristeza. 

 - Deveriam ser três Range Rover's, mas JK optou pelo caminhão. Eu suspeito que ele queira mais espaço para seus encontros.

Aí, Deus, será que nessa família ninguém tem escrúpulos? Ou todos eles costumam gritar sua vida sexual aos quatro cantos do mundo? 

Pela maneira como ele fala, presumo que "JK" seja seu filho. Ou não haveria motivo para ele falar com resignação. 

Sinto algo como desamparo no tom de voz de Ji-yong Royal. Eu só o conheço há algumas horas, mas de forma alguma consigo imaginar esse homem não sendo imponente. Minha guarda sobe. 

 - Você vai ter que pegar uma carona para a escola com os meninos nos primeiros dias. - acrescenta. - Até eu te dar um carro. - ah, tá, tudo bem.... Espera, o quê?!

 - Se você tiver uma licença, é claro. - seus olhos se estreitam. - Em seu próprio nome. E não uma que diz que você tem trinta e quatro anos. 

Aceno de má vontade. 

 - Ótimo. 

 - Você vai mesmo me dar um carro? 

 - Sim, vai ser mais fácil dessa maneira... Meus filhos, bem, eles são... - Ji-yong parece estar escolhendo bem suas palavras. - Eles não costumam aceitar estranhos com facilidade, e você precisará ir para a escola, então... - ele dá de ombros e repete. - Será mais fácil. 

Sequer tento lutar contra minhas suspeitas. Tem algo muito errado aqui, e se por acaso seus filhos estiverem armados com vasos de planta caríssimos, prontos para acertarem na minha cabeça quando eu passar pela porta? 

Algo não se encaixa. Deve haver um problema grande aqui que não consegui captar, Ji-yong está me dando sinais de que, bem, estou em apuros, talvez. 

Se eu tivesse lutado mais para sair do seu carro em Kirkwood... 

Meus pensamentos aquietam-se quando pego um vislumbre da mansão. Não, ledo engano, do Palácio Royal. 

Literalmente.

Isso não é real, a casa é apenas de dois andares, mas se estende tão longe que mal posso ver aonde termina. Há janelas em todos os lugares e sinto que, talvez, o arquiteto que projetou este lugar era alérgico a paredes ou tinha um profundo medo de vampiros.

 - Você... - minha voz engata. - Você vive aqui? 

 - Nós, Jennie. Você viverá aqui a partir de hoje. - ele corrige. - Esta é sua casa agora. 

Não, eu não pertenço à esse esplendor. Mas não posso expressar isso em voz alta, não vai levar a nada. Eu pertenço à miséria. 

É a única coisa que eu sei. É com isso que estou confortável, porque a miséria não mente pra você, não é embrulhada em um papel de presente bonito. É o que é. 

Nada permanece brilhante para sempre neste mundo.

O interior da mansão é tão extravagante quanto o exterior. Lajes brancos de azulejo com detalhes em cinza e ouro. Não, dourado não, ouro. O teto nunca termina, as belas pinturas enfeitam as paredes e estou tentada a gritar algo só para ver o quão profundo o eco consegue ser. 

Escadas de cada lado da entrada se encontram em uma varanda que tem vista para as portas. O lustre acima da minha cabeça deve conter uma centena de luzes de cristal, se ele caísse em minha cabeça encontrariam apenas pó de vidro. Parece que ele pertence a um hotel. Eu não ficaria surpresa se alguém me dissesse que ele foi tirado de um. 

Para onde eu olho, vejo riqueza. 

E apesar disso, Ji-yong me olha desconfiado, como se tivesse entrado na minha mente e notado o quão perto de entrar em pânico eu estou. 

Estou tentada a sair correndo para fugir rapidamente. Porra, eu não pertenço a esse lugar.

 - Eu sei que é diferente do que você está acostumada. - diz ele com a voz rouca. - Mas você vai se acostumar com isso também. Você vai gostar daqui, é uma promessa.

 - Não faça promessas, Sr. Royal, - meus ombros endurecem. - Não para mim, nunca.

 - Me chame de Ji-yong. - seu semblante fica triste. - E eu pretendo cumprir toda e qualquer promessa que eu fizer a você, Jennie. Da mesma maneira que mantive todas as promessas que fiz para o seu pai.  

Algo dentro de mim aquece. 

 - Você... hã... - as palavras saem sem jeito. - Você realmente gostava de Ji Chang, hein?! 

 - Ele era meu melhor amigo. - ele responde simplesmente. - Eu confiava nele a minha vida. 

A única pessoa em quem já confiei se foi. Morta e enterrada. Pensar na minha mãe faz minha garganta fechar, sinto tanta saudade dela que meu corpo inteiro dói.

 - Hm... - tento soar casual, como se não estivesse à beira de lágrimas. - Então você tem um mordomo ou algo assim? Uma governanta, talvez? Quem toma conta deste lugar? 

 - Eu tenho uma equipe, Jennie, não se preocupe, você não será obrigada a esfregar o chão para ganhar seu sustento. - o sorriso que havia nascido em seu rosto, morre. - Mas temos algumas regras, espero que não se importe. 

 - Não, não me importo. - respondo com suavidade. - Onde está minha carta? 

  - Veja, está tarde e você teve muita emoção para um dia. Por que não deixamos essa conversa para amanhã? - Ji-yong deve ter sentido o quão perto estou de quebrar, porque seu tom amolece. - Agora eu só quero que você tenha uma boa noite de sono, já que tenho a sensação de que faz muito tempo que você não tem isso. 

 Ele tem razão. Eu respiro e expiro lentamente. 

 - Onde está o meu quarto? 

 - Vou levá-la. - ele para quando passos soam acima de nós, vislumbro um lampejo de aprovação em seus olhos azuis. - Aqui estão eles. Namjoon está na faculdade, mas eu pedi aos outros que descessem para conhecerem você. Eles nem sempre ouvem. 

E hoje não foi diferente, aparentemente, porque quaisquer que sejam as ordens que ele emitiu para os Royals Juniors, estão sendo ignoradas. 

Meu rosto deve estar me entregando, estou fodidamente surpresa com as quatro figuras de cabelo escuro que aparecem no parapeito da varanda. 

Meu queixo cai aberto por uma fração de segundos, fecho a boca rapidamente, preparando-me para um possível ataque. Os olhos não enganam, eles não me querem aqui, mas não vou deixar que eles percebam que estou abalada. 

Os meninos Royal não são o que eu esperava. Eles não se parecem com os idiotas ricos mimados que eu idealizei, usando roupas de mauricinho.

Eles se parecem com terríveis bandidos que podem me quebrar com um galho.

Cada um é tão grande quanto o pai, dou à eles facilmente um metro e oitenta, ou talvez sejam meus um metro e sessenta que não estejam me favorecendo.

Todos tem diferentes graus de músculos, o da direita, vestindo preto da cabeça aos pés, é tão grande que parece uma geladeira Electrolux duas portas. 

Os dois garotos ao seu lado esquerdo são mais magros, e o do lado direito tem ombros largos, seu cabelo está grande, cobrindo um pouco os olhos escuros, consigo um vislumbre de suas sobrancelhas grossas. Os lábios estão apertados, mas consigo reparar no formato peculiar. 

Eles devem ser atletas, ninguém é assim sem trabalhar duro. 

Estou nervosa, ninguém diz uma única palavra por dois minutos que parecem durar uma eternidade. Alguém quebra o silêncio desconfortável, não Ji-yong ou qualquer um de seus filhos.

Ouço um farfalhar de roupas, uma figura nova surge diante dos meus olhos, de estatura pequena, segurando a barra de um vestido de tecido branco e leve, como uma verdadeira princesa, uma garota desce as escadas correndo. A tensão parece evaporar quando ela pula no colo de Ji-yong. 

 - Papai! 

Minha nossa, esse homem tem uma fábrica de filhos? Ele produz um a cada dois meses? 

Reparo melhor na menina, os cabelos são cheios e volumosos, descem como ondas por suas costas, a pele é bronzeada, os olhos são verdes como esmeraldas e os lábios pequenos são vermelhos e umidos. Com certeza garotas mais velhas se matariam para ter um pouco da graça e beleza dessa menina. 

 - Eu disse à vocês que ela deveria dormir as nove. - Ji-yong diz aos seus filhos, o garoto de preto revira os olhos. 

 - Seria mais fácil se pudéssemos trancar ela no quarto. - ele responde. 

 - Cale a boca, JungChato. - ela lhe dá a língua, em seguida, se vira para Ji-yong.- Papai, perdão, mas eu queria conhecer a garota nova. 

 - Jennie, conheça minha filha mais nova, Judith Royal. 

Os olhos brilhantes se voltam para mim e me perco em sua beleza singular, ela sorri e estende a mão.

 - É um enorme prazer, senhorita. - ela soa como alguém da realeza. Sinto as bochechas esquentaram. 

 - O prazer é meu, Judith. 

Alguém pirragueia, olhamos para o garoto que Judith chamou de "JungChato", ele ergue os ombros e aponta para o garoto ao seu lado. 

 - Meninos. - Ji-yong finalmente diz. - Venham conhecer nossa convidada, - ele balança a cabeça em negação, se corrigindo. - Venham conhecer o novo membro da nossa família. 

Silêncio.

É assustador. 

Um deles dá um pequeno sorriso, apenas um erguer discreto no canto de sua boca. Zombando de seu pai, enquanto descansa os braços no corrimão, ele não diz uma única palavra. 

 - Taehyung... - o tom ameaçador do Ji-yong reverbera nas paredes da mansão. - Jungkook, Soobin, Hueningkai. Desçam aqui. Agora.

Eles não se movem. 

 - Meninos, vocês vêm? - Judith entoa, todos eles olham para ela, a menina parece ser feita de porcelana, ela exala delicadeza e, mesmo assim, consegue ter mais autoridade em seus irmãos do que o pai. 

Um a um, eles descem as escadas para me cumprimentar. Todos são insolentes, percebo. Os mais novos me olham com raiva e exercem força demais no aperto, minha mão já está dolorida quando chega a vez de Taehyung. Atrás de mim, Judith gargalha de algo que o garoto que descobri se chamar Jungkook diz, apesar de ter tido algo sobre tranca-la minutos atrás, a cumplicidade que ambos compartilham é nítida. 

Taehyung me encara tão descaradamente que sinto as bochechas esquentarem. Meus batimentos cardíacos estão frenéticos, em outras circunstâncias, quem sabe, o motivo do meu nervosismo poderia ser associado a sua beleza excessiva, porque Taehyung é lindo. Todos eles são. 

Mas estou assustada, ele não aparenta estar com raiva, ou curioso, apenas... me estuda. De cima abaixo, e os olhos impenetráveis me fazem sentir nua. Uma de suas sobrancelhas se arqueia, como se captasse minha mensagem muda "Pare de me encarar, inferno." Suas iris brilham, e ele mastiga algo, meu medo, talvez. 

 - Seja bem-vinda ao inferno, Jennie Kim. 

Ele dá ênfase em meu sobrenome. Se vira e segue para o segundo andar novamente, seus irmãos vão atrás dele. Nota mental, os mais novos são as cadelinhas e Taehyung é o patrão. 

Ji-yong suspira. Ao meu lado, sua mão enorme cobre a mão minúscula de Judith, ela sorri para ele e o deseja boa noite. Imagino que a Royal mais nova seguirá pelo mesmo caminho que seus irmãos, entretanto, ela vem até mim e agarra meu pulso. 

 - Vamos, Jen. Posso chamar você assim, né?! Papai, posso levá-la até o quarto. - ela sugere, não necessariamente esperando por uma resposta, pois está me arrastando para as escadas e tudo o que faço é murmurar um boa noite para Ji-yong. 




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