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História The similarity between us - I'm sorry


Escrita por: hellmintae

Notas do Autor


Oioiiii amores! <3
Me perdoem pela demora, e bora ler o capítulo?
Espero que gostem!
Boa leitura a todos!

Capítulo 15 - I'm sorry


Fanfic / Fanfiction The similarity between us - I'm sorry

(Pov. Anna Clara Hwang ON)

- Não, Yoongi, você não vai dormir agora. – Aquilo soou quase como uma ordem. – Já chega de fingir que não tem nada de errado acontecendo. Nós dois precisamos conversar.

Yoongi, que já se dirigia ao quarto, parou de andar subitamente, retesando os músculos de suas costas alva antes de suspirar lenta e ruidosamente.

Por um curto espaço de tempo eu realmente acreditei que ele daria o braço a torcer e viria até mim, disposto a ouvir tudo o que estava entalado em minha garganta sem dizer nada, e quem sabe até oferecer seu colo enquanto eu falava, como há tempos já não fazia. Entretanto, eu me enganara, como em todas as outras vezes que acreditara que com o passar do tempo meu noivo voltaria a ser o mesmo de antes.

Não pareciam haver palavras o suficiente para descreverem o tamanho do buraco de pura desolação que ameaçava se abrir em meu peito a cada segundo que o pequeno ponteiro do relógio na parede da sala avançava sem que Yoongi fizesse sequer menção de me olhar. O silêncio entre nós dois era quase ensurdecedor, e pela primeira vez eu de fato percebera o quão distante nós estávamos, mesmo estando a dois ou três passos um do outro. Não seria surpresa alguma se, literalmente, houvesse um abismo entre nós; que, de alguma forma, fora aberto pelo próprio Yoongi, e talvez até por mim mesma, que o vira se afastar cada vez mais sem tomar uma atitude.

- Eu estou cansado. Amanhã nós conversamos, Anna. – Respondeu seco, passando as mãos por seus cabelos negros antes de avançar para o nosso quarto, sem nem se dar ao trabalho de esperar por uma resposta minha.

Não. Amanhã não. Encorajei mentalmente a mim mesma a seguir em frente com aquilo.

Respirei fundo uma última vez antes de marchar pesadamente em direção ao quarto, onde Yoongi já se preparava para deitar.

- Eu disse que quero conversar agora. – Insisti, ligando o interruptor de luz. – Se não colocarmos os pingos nos ‘is’ agora, tenho certeza de que as coisas continuarão como estão, e isso, Yoongi, eu não vou admitir. Não mais.

O moreno bufou, virando-se relutantemente em minha direção. Seu semblante era cansado, eu reconhecia isso, porém, eu também estava cansada, ou melhor, exausta, ainda que não da mesma forma que ele.

- Tudo bem então. Vá em frente. – Cruzou os braços, me encarando taciturno. – Me diga o que há de tão errado. Qual é o grande problema, afinal?

Levei algum tempo para absorver bem aquelas palavras. Eu quase chegava a duvidar de minha audição, uma vez que não me parecia certo que ele me perguntasse qual era o problema. Era uma pergunta quase tão estúpida quanto aqueles episódios de Dora Aventureira, onde a garotinha insiste em perguntar onde estão as coisas que praticamente são esfregadas em sua cara, fazendo qualquer pessoa com um pingo de bom senso – e mais de oito anos, é claro – querer arrancar os cabelos ou atirar a televisão no chão.

Sim, essa era uma péssima comparação, mas com meu estado mental indo de mal a pior, isso era o máximo em que eu conseguia pensar.

- Sério mesmo, Yoongi? – Ergui as sobrancelhas, cética, segurando-me para não demonstrar o quanto aquilo havia me machucado. – Você realmente não sabe qual é o problema?

- Sim, Anna. Então, se possível, me responda logo para que eu possa dormir. – Pediu preguiçosamente, como se o simples fato de falar o cansasse.

- Viu só? Esse é o problema. – Apontei meu indicador em sua direção, suspirando. – É tão difícil assim trocar algumas palavras comigo? Eu fiz algo de errado?

O moreno franziu o cenho.

- Do que é que você está falando? Eu nunca disse que não queria conversar com você. Só estou cansado. Tive um dia cheio no estúdio e...

- Ah, claro, seu precioso estúdio. Acho que se levasse uma cama para lá, poderia usá-lo como casa. Não é? – Fiz voz de deboche, sem conseguir encara-lo. – Por acaso você pensa que eu também não canso trabalhando o dia inteiro? Acha que as coisas são mais fáceis para mim, ao ponto de poder usar a desculpa de que está cansado para simplesmente me ignorar? Sabe, eu também poderia ficar por horas e horas a mais na empresa resolvendo coisas que precisam ser feitas, mas eu sempre volto para casa, porque eu sou idiota o suficiente para acreditar que você virá mais cedo também.

- Nós já conversamos sobre isso. Combinamos que eu ficaria mais tempo no estúdio quando tenho trabalho para fazer. – Yoongi agora parecia, de súbito, mas atento à conversa.

- Conversamos? Tem certeza? Até onde eu sei, foi você quem simplesmente resolveu que ficaria no estúdio. No início você ao menos me ligava para avisar, agora, já nem faz questão. – Retruquei, sentindo meus olhos arderem. – Na verdade, pelo que vejo, nem mesmo da minha companhia você faz questão.

- É claro que faço questão da sua companhia, Anna...

- Não. Você não faz. – Encarei-o dessa vez, sentindo meus olhos arderem. Um nó se formou em minha garganta, tornando difícil a tarefa de continuar falando sem soluçar como uma criança pequena. – Você faz tudo sozinho, Yoongi. Não precisa de mim. Você vive como se eu não estivesse aqui, e tudo o que eu tenho feito ultimamente é esperar que você lembre da minha existência... só que, – Engoli em seco. – Você não lembra. Estou me tornando um fantasma. Eu não quero ser um fantasma.

Yoongi encarou os próprios pés. Ele baixara a guarda e deixara de lado a máscara carrancuda pela primeira vez em muito tempo. Agora ele me ouvia, e mesmo que eu soubesse como a nossa conversa acabaria, eu iria, definitivamente, até o fim.

Quando o moreno fez menção de abrir a boca para falar, calei-o com um movimento de mãos, pedindo que esperasse.

- E se você acha que eu estou errada, me responda, quando foi a última vez que jantamos juntos? Que sentamos para conversar sobre coisas idiotas? Ou que simplesmente saímos de carro na madrugada de um sábado para ver o sol nascer longe de todo esse amontoado de prédios que nos cercam? Se você me responder com sinceridade que lembra, eu retiro tudo o que disse, afinal, olha, eu não consigo lembrar... sendo bem sincera, não me recordo nem mesmo da última vez em que você verdadeiramente me beijou ou transou comigo. – Minha voz soou mais alta e trêmula do que eu esperava, entregando de bandeja toda a mágoa guardada por tempo demais.

Yoongi cerrou os lábios fitando o vazio por um período indeterminado de tempo; poderiam ter se passado minutos ou até mesmo horas, mas ambos continuávamos ali, sem resposta alguma para a minha pergunta, que para qualquer casal deveria ser simples de responder.

- Eu não lembro. – Admitiu por fim, voltando seu olhar para mim. – Nós dois sabíamos que seria complicado. Quer dizer... gerenciar um estúdio é trabalhoso, e isso tem arrancado todo o meu tempo, principalmente agora que gravadoras maiores têm me contratado para produzir músicas para seus grupos. Você, mais do que ninguém, sabe o quão perfeccionista eu sou. Quero que minhas músicas fiquem perfeitas, não posso falhar.

- E eu, Yoongi, onde eu fico em meio a tudo isso? – Indaguei com a voz falha, sentindo meu peito doer intensamente. – Sei que o que faz não e fácil, porém, nunca pedi que você aceitasse todos os trabalhos que oferecem a você.

- Você não entende... esses trabalhos render um bom dinheiro. – Yoongi resmungou, remexendo nos cordões de sua calça de moletom.

- Não, Yoongi! Quem não entende é você! Você vive em função do seu trabalho e eu estou farta disso. Estou cansada de ter de competir por sua atenção contra uma mesa de mixagem ou o que quer que você usa para produzir suas músicas! – Exclamei, avançando um passo em sua direção. – Eu preciso de um homem que fique ao meu lado, não de dinheiro, e só Deus sabe o quanto me dói admitir isso, mas cada vez mais sinto que você já não é mais esse homem...

Vi os olhos de Yoongi se arregalarem em questão de segundos, como se só agora ele finalmente tivesse compreendido o real motivo de eu ter começado aquela conversa. Como se só agora ele tivesse percebido que minhas palavras não eram apenas da boca para fora como em nossas antigas discussões, que sempre terminavam com nós dois na cama, fazendo juras de amor como dois bobos apaixonados.

- Não diga uma bobagem dessas. – Murmurou fitando-me quase assustado. – Sabe que não existe competição alguma.

- Você tem razão, não existe competição alguma, afinal, não importa o quanto eu me esforce para chamar sua atenção, pois seu trabalho sempre vence. – Retruquei com a voz entrecortada. Meu peito parecia prestes a se estilhaçar em milhares de pedacinhos. – Vejo isso agora, uma vez que você nem ao menos percebeu...

Sem concluir minha fala ou esperar que Yoongi respondesse, estendi minha mão esquerda em sua direção, onde no lugar em que meu anel de noivado deveria estar não havia nada com exceção de uma marca de pele mais clara, causada pelo tempo de uso do mesmo.

- Quando foi que...? – A expressão em seu rosto era de surpresa, mas não agradável.

- Já faz um mês que eu não o uso, Yoongi, e o anel estava ali o tempo todo. – Apontei para o criado mudo no lado da cama que ele usava, onde se encontrava o anel. Um soluço irrompeu por minha garganta quando o moreno avançou na direção da aliança com o rosto aflito. Senti as lágrimas que eu me esforçara para não derramar, escorrerem por minhas bochechas. – Acho melhor você deixar ela ali.

Ele se deteve, virando-se em minha direção. Seus olhos brilhavam por conta das lágrimas que agora banhavam seu rosto também.

- Mas ele é seu. Você deve usá-lo...

- Não. Ele não é mais meu. – Engoli em seco e respirei fundo uma, duas, três vezes, juntando coragem para dizer as palavras mais cruéis que eu poderia imaginar dizer em toda a minha vida. – Está tudo acabado, Yoongi. A partir de agora, cada um segue com sua vida. Estou terminando com você.

(Pov. Anna Clara Hwang OFF)

~~~~

(Pov. Park Jimin ON)

Se a ressaca não era uma das dez piores coisas que eu já sentira nessa vida, certamente entraria ao menos entre as vinte.

Encarei a sala ao meu redor com os olhos entreabertos, evitando mirar a direção da grande janela na parede oposta à do sofá em que eu me encontrava, cujas vidraças abertas deixavam toda a claridade da manhã adentrar ao local, irritando meus olhos. E, contrariando todas as minhas expectativas sobre o que sentiria após toda a bebida que eu consumira, meu corpo não doía, embora parecesse que minha cabeça iria explodir a qualquer momento, toda vez que Emilly caminhava de um lado para o outro sobre o piso de tábuas corridas com seu salto alto, provocando um toc toc toc extremamente incômodo.

- Então quer dizer que eu apareci aqui do nada? – Indaguei, coçando minha cabeça, me esforçando para recordar de qualquer coisa. Mas infelizmente, tudo continuava um branco total.

- Sim. Ao menos foi o que Nix me contou quando cheguei. – Emilly deu de ombros, estendendo uma xícara do que parecia ser chá em minha direção. – Beba isso, vai ajudar com a ressaca.

Se eu pudesse escolher entre ficar livre daquela maldita dor de cabeça que não me deixava fechar os olhos, ou lembrar de todos os acontecimentos da noite anterior mesmo que isso significasse morrer de dor, eu certamente escolheria a segunda opção. Era simplesmente agonizante não saber o que eu dissera ou fizera, ainda mais quando a pessoa que estava comigo era Nixanna. Meu corpo inteiro parecia prestes a congelar só de pensar na possibilidade de eu ter contado a ela a verdade sobre meu relacionamento com Min Soo...

Emilly bufou impaciente arrancando-me de meus pensamentos e balançando a mão que segurava a xícara para chamar minha atenção, e assim que tomei o recipiente de si, tratei de sorver um longo gole da bebida, cujo gosto lembrava muito a xarope. Não era ruim, mas certamente não era algo que eu beberia se não precisasse.

- E onde está Nix? – Perguntei, tentando não parecer ansioso demais para vê-la.

- Dormindo. Eu acho. – Comentou, bebericando um gole de chá de sua própria xícara. – Já não basta Min Soo estar abusando ao máximo de Nixanna, aí você aparece também para privá-la das poucas horas de sono que ainda tem...

- Abusando? – Encarei-a confuso.

- Vai dizer que você não sabia? – Emilly parecia de súbito estar nervosa. Sua expressão era de alguém que deseja cometer um homicídio. – Sua namoradinha resolveu fazer Nixanna trabalhar por dez pessoas. Nix mal e mal tem comido direito, então se você ainda tem um pingo de consideração por ela, o que eu duvido muito, fale com aquela vad... com aquela mulher, e peça que pare com isso.

Então era por isso que Nixanna fora até a empresa em seu dia de folga?

- Eu juro que não sabia...

- Bem, agora já sabe. – Emilly retrucou irritadiça, levantando-se do sofá rapidamente. – Espero que faça algo quanto a isso. É o mínimo que você deve a Nixanna depois de tudo...

Senti uma pontada no peito, como se Emilly tivesse enfiado um daqueles saltos que usava em meu coração. Realmente, ela tinha razão, assim como eu também tinha absoluta certeza de que o comportamento de Min Soo era culpa minha.

Mesmo que indiretamente, tudo o que eu fazia era ferir Nixanna. Parecia que quanto mais eu tentava concertar as coisas, mas complicado o caminho diante de mim se tornava, e os obstáculos eram cada vez maiores, quase incontornáveis. Em alguma outra vida eu certamente fizera algo horrível para merecer tudo isso.

- Você sabe sobre mim e Nixanna. – Aquilo não foi uma pergunta. – Sobre o nosso passado juntos.

A garota de virou em minha direção, fitando-me por uma fração de segundo antes de abrir um sorriso quase simpático.

- Eu só não te chutei para fora daqui em consideração a minha amiga. – Explicou, soltando o coque que até então prendera seu cabelo. – Afinal, de alguma forma, ela ainda gosta muito de você, tanto que ficou ao seu lado quase a noite inteira para se certificar que você não passaria mal...

Ajeitei minha postura no sofá, tentando ignorar o fato de que aquelas palavras haviam mexido comigo mais do que eu acreditava ser possível e me peguei torcendo para que ao menos pudesse me lembrar de um mísero segundo em que ela estivera ao meu lado; qualquer coisa a qual eu pudesse me agarrar para me certificar de que aquilo realmente acontecera.

- Você também gosta dela, não é?

- Achei que isso já estivesse bem claro. – Mordi meu lábio inferior, sem conseguir encarar Emilly nos olhos.

- Olha, Jimin, eu não sei o que você pretende fazer quanto a isso, mas quero que saiba de uma coisa. – Emilly assumiu um tom de voz sério, cruzando os braços diante do peito. – Se você machucar Nixanna, eu machuco você.

Soltei uma risada nasalada, voltando meus olhos para a garota outra vez. Seu olhar poderia realmente assustar alguém que não soubesse que na verdade, apesar do temperamento forte, Emilly não passava de uma garota frágil e doce.

- Fico feliz que ela tenha amigas como você, mas acho que eu ficaria até agradecido se você me machucasse. Às vezes, sinto que mereço isso. – Ri baixinho ao notar a expressão divertida no rosto de Emilly.

- Então nós podemos resolver isso agora mesmo e...

Para ser bem sincero, não sei dizer se Emilly continuou falando ou se calou-se ao perceber que eu já não prestava mais atenção em si, mas aquilo já não importava mais. Quando meus olhos focalizaram uma Nixanna de bochechas coradas aproximando-se da sala sorrateiramente, vestindo um pijama largo e coçando seus olhos inchados de sono, o mundo inteiro pareceu se calar, apenas para que eu pudesse observá-la sem interrupções.

Chegava a ser quase surreal como ela conseguia ser linda, mesmo quando ainda nem sequer penteara os cabelos ou lavara o rosto.

- Bom dia. – Cumprimentou-nos preguiçosamente, olhando para a amiga e depois para mim, onde seus olhos permaneceram fixos por um longo tempo. Se ela pretendia dizer mais alguma coisa, desistiu.

Um sorriso fraco de abriu em seus lábios rosados e quase pude visualizar um gráfico de meus batimentos cardíacos aumentando significativamente.

- Então, eu estava mesmo dizendo ao Jimin que você sai para trabalhar mais cedo que eu, e ele se ofereceu para te dar uma carona até a empresa. – Emilly falou naturalmente, como se estivesse comentando sobre o clima. – Não é mesmo, Jimin?

- Hã, é, claro. – Assenti rapidamente, sem entender o porquê de Emilly estar fazendo aquilo. – É até melhor ter alguém comigo, sabe... caso eu passe mal enquanto dirijo...

- Ótimo. – Nix deu de ombros. – Vou trocar de roupa.

Observei incrédulo enquanto Nixanna avançava para o corredor outra vez, quase se arrastando devido ao seu visível cansaço. Seus cabelos loiros caiam como uma cascata sobre seus ombros.

- Eu não ouvi direito ou ela realmente aceitou minha carona sem antes reclamar? – Minha voz soava surpresa até mesmo para mim.

- É que ela acabou de acordar, nem se deu conta do que está acontecendo aqui. Se eu tivesse sugerido que ela pulasse de uma ponte ou vestisse um tutu e fosse dançar balé na sacada, ela o faria. – Emilly riu alto. – Adoraria ser uma mosquinha para ver a cara que ela vai fazer quando perceber que vai ir para o trabalho com você.

- E eu pensando que você quisesse me impedir de machuca-la... – Falei mais para mim mesmo do que para a própria.

- E é exatamente isso o que eu estou fazendo. – Emilly sorriu solidaria. – Caso você não tenha percebido, mesmo que ela não admita, o que realmente a machuca é ficar longe de você, Jimin.

(Pov. Park Jimin OFF)

~~~~

(Pov. Nixanna Sophie Collins ON)

Meu coração parecia estar batendo tão forte e rápido que uma parte consideravelmente grande de mim se perguntava se Jimin não era capaz de ouvi-lo do banco do motorista, mesmo com a música alta tocando no carro para tentar de alguma forma sufocar o silêncio cada vez mais incômodo entre nós dois. Eu me sentia a pessoa mais estúpida do mundo por simplesmente não ser capaz de me controlar ao lado de Jimin; era quase como se meu coração e cérebro resolvessem entregar de bandeja os meus sentimentos, sem me deixar a opção de esconder o quanto ele ainda mexia comigo, mesmo quando eu acabara de descobrir que ele estava prestes a se casar com outra mulher.

Me permiti virar o rosto minimamente na direção do loiro ao meu lado e logo me arrependi, ao perceber que ele tivera a mesma ideia que eu. Suas bochechas assumiram um tom leve de rosa quando notou meu olhar sobre si, ao passo que as minhas já deveriam estar pegando fogo.

As coisas entre mim e Jimin não poderiam estar mais estranhas; em um momento tudo parecia estar indo maravilhosamente bem, no outro eu não queria mais ouvi-lo, então, ele aparecera bêbado em minha casa, e agora, por fim, estávamos indo ao trabalho lado a lado, provavelmente constrangidos demais por nossas atitudes para conversamos civilizadamente.

Certo, Nix, tome alguma iniciativa. Resmunguei mentalmente, enquanto mordiscava a unha de meu polegar.

O garoto ao meu lado, respirou fundo, apertando o volante com força.

- Me desculpe. – Dissemos em uníssono, como se a fala fosse ensaiada.

Encarei Jimin totalmente surpresa, sem conseguir evitar uma risada, que logo foi completada com a dele. A situação chegava a ser cômica.

- Quem fala primeiro? – Indaguei em meio a risada.

- Eu. – Jimin sorriu de canto.

- Então, vá em frente.

O loiro anuiu.

- Me desculpe por ontem. Não sei exatamente o que disse ou fiz, porém, se eu te machuquei, quero que me perdoe. – A voz de Jimin soava sincera, como sempre. – Prometo que vou fazer o possível para me manter afastado enquanto você não quiser falar comigo... mas, quero que saiba que não vou me casar. Não agora, nem cedo.

O ar pareceu se esvair de meus pulmões, e tive de repetir para mim mesma no mínimo dez vezes que eu realmente ouvira Jimin dizer que não iria se casar, e agora, ele estava sóbrio. Não haviam mais motivos para que eu duvidasse dele.

- Mas então por que ela disse aquilo? – Perguntei, sem me importar de estar parecendo intrometida ou interessada demais em sua vida pessoal.

- Min Soo tem uma ideia fixa de que devemos nos casar o quanto antes, entretanto, isso não significa que eu vá aceitar uma coisa dessas. Tenho outra coisa em mente. – Jimin cerrou os lábios ao terminar de falar, fitando-me por um curto espaço de tempo. – Agora é sua vez.

- Minha vez? Ah, certo. – Balancei a cabeça, tentando afastar a alegria repentina que se apossara de mim. Eu não deveria estar feliz pela infelicidade de outra pessoa, certo? – Hm, eu queria me desculpar por ter fugido daquele jeito. Se eu ao menos tivesse esperado você falar, nada disso teria acontecido.

- Realmente... – Jimin arqueou as sobrancelhas, fazendo um beicinho fofo ao ponderar sobre o assunto.

Permanecemos em silêncio outra vez, como se cada um estivesse ocupado demais com seus próprios pensamentos. Lá fora, a paisagem mudava constantemente, embora algo me dissesse que esse não era o caminho para a empresa... bem, talvez Jimin conhecesse uma forma mais rápida de chegar lá. Um atalho.

Ah. Tanto faz.

- Jimin, é tarde demais para pedir que fale o que você queria dizer aquele dia, antes de eu sair correndo como uma idiota? – Franzi o cenho ao notar o quão confusa aquela pergunta soara, mas a julgar pelo sorriso que se abrira no rosto do garoto, ele a compreendera perfeitamente.

- Não. Para falar a verdade, acho que esse é o momento ideal.

O garoto se calou.

- E então...? – Incentivei-o a continuar.

- E então que para isso, preciso te levar a um lugar especial. – Jimin sorriu de canto. – Talvez você se atrase um pouco para o trabalho, mas dou um jeito nisso mais tarde.

- O que? Do que você está falando? Eu não posso me atrasar e...

Sem que eu percebesse, o carro já havia sido estacionado.

- Olhe para lá. – Jimin apontou para o outro lado da rua e sem pensar duas vezes, fiz o que ele pediu.

Por um segundo, me vi tentada a gritar como a doida por Jimin estar fazendo aquilo, e logo após isso, quando finalmente reconheci o local, a vontade de chorar começara a falar mais alto.

Observei o velho prédio uma última vez antes de voltar meus olhos para os de Jimin, que se encontravam tão marejados quanto os meus.

- É o prédio... – Minha voz falhou.

- Sim. – Jimin sussurrou. Seu rosto estava tão próximo do meu que pude sentir o calor de seu hálito em minhas bochechas. – É o nosso prédio. Nosso refúgio. O lugar em que tudo começou.

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- Bem-vinda ao meu refúgio. – Ele falou em voz alta enquanto tirava as mãos de meu rosto.

Tive de me esforçar muito para manter a boca fechada quando me deparei com a paisagem dali. Estávamos no terraço do prédio. Dali de cima, era possível enxergar o Rio Han serpenteando tranquilamente; as árvores com a copa alaranjada e suas folhas já secas se soltando com o vento. O sol estava se pondo, transformando tudo em um espetáculo completamente encantador.

- Jimin, isso é... – Sorri olhando para o garoto agora parado ao meu lado. – Lindo.

- Eu nunca trouxe ninguém aqui. – Admitiu, olhando em meus olhos. – Agora você é a única pessoa que conhece os esconderijos de Park Jimin.

- Porque? – Indaguei curiosa. – Quer dizer, porque eu?

- Porquê por algum motivo, meu coração diz que essa garota chata e complicada é a única pessoa doida o suficiente para me aturar. – Ele sorriu doce. – Eu achava que a vista daqui de cima era a coisa mais bonita desse mundo, mas agora com você aqui, estou mudando esse pensamento.

- Tirou essa fala de algum livro? – Perguntei sem conseguir desviar meus olhos dos dele.

- Por incrível que pareça, não. – Seus olhos pareciam brilhar. – Viu só? O efeito que você tem em mim?

- Diz isso porque seu coração não dá cambalhotas quando te vê. – Falei com um sorriso ameaçando se abrir em meu rosto.

- Seu coração dá cambalhotas quando você me vê?

- Engraçado né? E olha que eu nem gosto de ginastica.

- Você é doida. – Ele sorriu.

Jimin deu um passo em minha direção e eu fiz o mesmo; dessa vez não havia nada para nos impedir, e mesmo que houvesse, eu seria capaz de ignorar. Agora éramos eu e ele, nada mais.

Quando seus lábios tocaram os meus, foi como se meu corpo parasse de responder aos meus atos e se tornasse gelatinoso. Sem pensar duas vezes, levei minhas mãos até seus cabelos puxando-o para mim enquanto ele envolvia minha cintura com uma mão e acariciava meus cabelos com a outra. Aos poucos, entreabrimos os lábios dando espaço um para o outro e nossas línguas se tocaram, começando uma espécie de dança ao ritmo das batidas aceleradas de meu coração.

O beijo teria durado mais se não fosse por nossa falta de oxigênio. Enquanto tentávamos controlar nossas respirações irregulares encostamos nossas testas e permanecemos ali por um tempo indeterminado, um nos braços do outro, banhados pela luz alaranjada do pôr do sol.

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(Pov. Nixanna Sophie Collins OFF)
 


“Você é tudo na minha vida
Agora eu não consigo amar ninguém além de você
Não me diga que sente muito
De jeito nenhum
Não me deixe
De jeito nenhum
Com a respiração que você me deu”


- No Way - Park Yongin & Kwon Soon Il


Notas Finais


E aí moranguinhos, gostaram? Não gostaram?
Falem aí nos comentários!
Obrigada por todo o apoio!
Até o próximo capítulo!

Beijinhos com glitter! <3
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Música citada:
- No Way - Park Yongin & Kwon Soon Il - https://www.youtube.com/watch?v=8ChTbmkMkbQ
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Meu Twitter caso queiram falar comigo na DM: https://twitter.com/ArmyDosParanaue


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