- Fale comigo Jack! – Alexia estava no banco de trás e batia na grade de segurança que separava a parte de trás da parte da frente, onde ficavam o banco do motorista e o banco do carona. Jack permanecia calado dirigindo pela rodovia, mesmo com todo o barulho que ela fazia. – Vai mesmo fingir que não estou aqui? – Ela bateu na grade com mais força. Jack olhou-a pelo retrovisor, furioso, e jogou o carro para fora da pista, freando bruscamente. Se não fosse pelo cinto de segurança, Alexia bateria a cabeça na grade. Ela viu-o sair do carro e bater a porta com força. Abriu a porta de trás, destrancou o cinto dela e puxou-a para fora do veículo. Segurou-a pelos ombros e empurrou as costas dela na porta. Alexia grunhiu e olhou enraivada para ele. – Dá para ser menos bruto? – Suas mãos estavam ainda presas pelas algemas. – Poderia me soltar? – Ela suspendeu as sobrancelhas e ergueu as mãos. Ele ficou encarando-a.
- Minha vontade é de te esganar. – Ele apertou os braços dela. Alexia estava imprensada entre o carro e o corpo musculoso de Jack. Ela tinha as mãos algemadas sobre o peitoral dele. A respiração de Jack foi ficando mais pesada e devagar ao ficar olhando para o rosto delicado de Alexia, os olhos verdes e os lábios carnudos. Ele achava ridículo aquele cabelo loiro descolorido, sempre gostou dos cabelos negros que ela possuía.
- Eu tenho uma ideia melhor. – Ela sorriu maliciosamente e agarrou a camisa dele, puxando o rosto dele para perto. Quando estava prestes a ceder e beijá-la, ele saiu de perto e deu um passo para trás.
- Nunca estive tão confuso em toda a minha vida. – Passou a mão pelos cabelos. Ficou parado com as mãos na cintura olhando para ela.
- Jack... Eu nem mesmo sei por quê estou sendo presa. – Disse.
- Você foi cúmplice em um assassinato. – Falou com dificuldade. Seus olhos demonstravam decepção.
- Por quê você afirma isso com tanta certeza? Eu nunca vi uma pessoa morta na minha vida, você tem que acreditar em mim. – Deu um passo na direção dele. – Eu nunca faria mal a alguém. – Mordeu o lábio inferior, nervosa. Ele olhou para o lado, sem querer ver aquele rosto que implorava para que acreditasse nele.
- As provas provam o contrário. – Respirou fundo.
- Eu não sei de quais provas está falando. – Suspirou. – Você acredita cegamente nelas? – Alexia esperou por uma resposta.
- Sim. – Ele olhou para o chão.
- Olhe para mim. – Ele obedeceu. – Você acha que sou cúmplice de algum assassinato? – Alexia viu os olhos bonitos dele vacilares e depois fixarem-se em seus olhos. Jack deu alguns passos e agarrou seu rosto entre as mãos. Beijou sua boca com ânsia. Faziam-se três anos que ela não sentia os lábios dele nos dela. Passou suas mãos algemadas por cima da cabeça dele para repousá-las no pescoço de Jack. Ele a agarrou pela cintura e continuou a beijá-la apaixonadamente.
- Não... Não... Eu não acredito que você é cúmplice de nada, Alexia. – Disse entre os beijos. Ela sorriu e as lágrimas caíram por suas bochechas, ele beijou o caminho que as lágrimas percorriam.
- Pelo amor de Deus arrumem a merda de um quarto! – Eles interromperam os beijos assustados e viram Nicolas em pé ao lado da viatura dele. Alexia retirou as mãos do pescoço dele, Jack piscou um olho para ela e deu um de seus raros sorrisos, fazendo-a derreter por dentro.
- O que faz aqui? – Jack perguntou enquanto retirava as algemas dela e prendia as mesmas no passador de cinto da calça que vestia.
- Acha mesmo que eu não iria ficar sabendo que iria prender a minha amiga? Sorte que sou um policial melhor que você, Jack. Quem diria, não é? – Nicolas provocou-o. Jack estreitou os olhos para ele e Alexia saiu correndo para abraçá-lo. – Ela vai te beijar para sempre, mas no fim do dia será para os meus braços que ela vai voltar. – Nicolas deu uma risada e piscou um olho para Jack.
- Nick, pare com isso... – Alexia esmurrou o peitoral de Nicolas, que fingiu dor. Andaram juntos até Jack, que estava de braços cruzados.
- Já pode ir embora, Kavinsky. – Jack se referiu rudemente à Nicolas pelo sobrenome.
- Jack! – Alexia o repreendeu.
- Eu já estou acostumado com a gentileza dele. – Nicolas disse. – Eu já disse que vim atrás de Alexia e que eu tenho novidades, Jack. – Nicolas colocou as mãos nos bolsos. – Nós o prendemos. – Nicolas encarou seus olhos azuis no rosto confuso de Jack. Alexia estava praticamente de fora do assunto.
- Quem vocês prenderam? – Alexia perguntou para Nicolas, curiosa.
- Raphael Villanueva. – Jack respondeu pelo outro. – O seu pai. – Disse, sem acreditar. Nicolas concordou com a cabeça e Alexia sorriu.
- É melhor nós irmos, aquele Agente Federal chegará na delegacia amanhã para fazer Villanueva abrir o bico. A viagem é longa e nós precisamos saber se Alexia pode acabar realmente sendo culpada de ser cúmplice nesse assassinato e arranjar um advogado para ela. – Disse. Jack suspendeu uma das sobrancelhas.
- Está tentando me dizer como fazer o meu trabalho? – Jack perguntou.
- Não, estou realmente dizendo. – Nicolas cruzou os braços e sorriu largamente ao ver a carranca que estava estampada no rosto de Jack.
- Ninguém merece uma briga de ego no meio da tragédia que está a minha vida. – Alexia rolou os olhos . – Podemos resolver esse problema logo? – Grunhiu.
- Você vai no meu carro ou no dele? – Nicolas perguntou apenas para irritar Jack, pois, já sabia a resposta dela.
- Se for no carro dele irá algemada. - Jack ameaçou e Alexia suspirou.
- Se continuarem com isso eu irei andando. – Ela virou-se para Nicolas. – Vou com ele, Nick. Venha atrás da gente, ok? – Ela o beijou na bochecha.
- Sim, senhora. – Sorriu e entrou na viatura dele. Jack foi para a viatura e abriu a porta de trás para que Alexia entrasse.
- Me desculpe, mas tem que chegar à delegacia sentada na parte de trás. – Jack se desculpou.
- Não tem problema.- Ela sorriu para ele e viu o rosto de Jack se iluminar. – O que foi? – Perguntou antes de entrar.
- Eu... – Ele pigarreou. – Eu amo você. – Estava totalmente envergonhado, Alexia nunca tinha visto aquilo. Ela sentiu o choque das palavras. Seu coração batia rapidamente e seu sorriso se alargou. - Você pode entrar no carro? – Ele pigarreou novamente e tentou escapar da expressão feliz no rosto dela. – Eu preciso que você entre no carro. – Repetiu nervosamente.
- Ok. – Falou e entrou, ele fechou a porta. Jack se sentou atrás do volante. – Ahm... Jack? - Viu os olhos dele pelo retrovisor.
- Hm? – Ainda com a expressão envergonhada.
- Eu te amo, também. – Ela disse, com o rosto queimando de vergonha. Ele sorriu feito um idiota e deu a partida no carro. Eles poderiam se incomodar com o barulho de Nicolas gritando para se apressarem e buzinando feito maluco lá fora, mas estavam ocupados demais com o barulho dos fogos de alegria que estouravam internamente.
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