História The Sound Of Silence (Inacabada) - Deucalion Part.2

Sophie POV
Saí da aula de química e fui direto para a direção, Isaac havia acabado de sair da mesma e me olhava cabisbaixo, mas irritado.
-Ei –eu fui até ele –Não precisa ficar assim, é só detenção, eles querem atingir você.
Ele olhou para trás de mim e suspirou.
-Não sou o único que eles querem encher.
Eu olhei para trás e vi Aiden, um dos gêmeos, conversando com Lydia, eles riam um perto do outro, conversando sobre algo, eu fechei a cara e bufei, erguendo a sobrancelha, Isaac riu baixo e eu o encarei.
-O quê?
-Nada –ele me olhou –É que agora eles estão atingindo você.
Eu o encarei e abri meu armário, jogando meus livros lá dentro com certa raiva.
-Eles não vão conseguir o quê querem.
Saí andando pelo corredor e Isaac correu até me alcançar.
-Pensando em algo?–ele me olhou sorrindo.
Eu devolvi o sorriso e me dirigi até onde Scott e Stiles conversavam.
-Estou trabalhando nisso, Isaac.
Ele sorriu e seguimos pelo corredor.

Derek POV
A dor em meu corpo crescia cada vez mais, Cora ainda continuava me encarando assustada.
-Está o matando! –ela me olhou, e depois olhou Kali, que sorriu.
-Ainda não, querida. Mas eu poderia. Pode levar cinco minutos ou cinco horas antes que seja tarde demais para tirar essa coisa –ela girou novamente o ferro e eu grunhi, cuspindo mais sangue. -Mas só por segurança Duke, é melhor ir direto ao ponto.
Deucalion me encarou curioso, eu mal conseguia respirar, meus pulmões queimavam assim como todo o meu corpo.
-Agora você entende o problema de ser de uma Alpha pack. Todos querem tomar decisões. Eu? Prefiro descobrir novos talentos, como você.
-Não estou interessado –eu disse, ofegante.
-Mas você nem ouviu a proposta –ele me olhou, fingindo estar ofendido.
-Quer que eu mate...-eu suspirei pesadamente –Minha própria pack
-Não, eu quero que mate um deles. Faça isso e eu não mandarei que mate os outros. Fará isso sozinho. Eu fiz, Ennis fez, Kali fez. Conte como é Kali, matar um dos seus.
A Alpha suspirou pensativa e sorriu.
-Libertador –ela disse.
-Escute-a Derek, quer realmente ficar fadado a dois adolescentes desajeitados? Aliás, eu sinto que um deles está encrencado agora mesmo.

Sophie POV
Com as minhas faltas frequentes, acabei tendo que ajudar os alunos da detenção, me sentei em uma das cadeiras e observei o Sr. Harris entrar na sala.
-Vocês limpam os corredores principais, vocês ajudam na biblioteca e vocês dois –ele apontou para mim e Isaac –Vão repor o armário do zelador.
Eu olhei Isaac com cara de tédio, saímos e fomos para a sala do zelador, pegamos os pacotes e fomos os organizando no armário.
-Sabe, eu não queria perguntar mais...eu tenho. –eu comentei.
-O quê foi? –Isaac me olhou curioso.
-Quando foi atrás de Erica e Boyd, e você a achou morta...será que ela sofreu muito?
Ele me olhou cabisbaixo e balançou a cabeça.
-Eu não faço a mínima ideia, mas espero que não. Sabe...ela gostava bastante de você Soph, achava você uma boa pessoa, eu também acho na verdade.
Eu sorri e peguei um dos últimos pacotes.
-Obrigada Isaac.
Com um barulho alto a porta do armário se fechou, Isaac a olhou assustado e foi até ela.
-Está trancada...
O loiro começou a suar frio e a caminhar em volta, visivelmente perturbado.
-O quê foi Isaac?
-Eu não...eu não gosto de lugares fechados.
Ele foi até a porta novamente e a socou com força, mas ela não se mexeu, ele continuou a esmurrando e eu fui até ele, segurando seu ombro.
-Isaac!
Ele me empurrou para longe, seus olhos brilhavam em amarelo e suas presas e garras eram evidentes, mesmo com a pouca luz do lugar. Ele veio na minha direção, agarrou meus braços e eu tentei me soltar, mas ele era mais forte que eu, a porta foi aberta, alguém o puxou para fora, jogando-o no chão.
-Isaac! –Scott o segurava enquanto ele tentava atacá-lo –ISAAC!
A voz de Scott soou diferente, eu me arrepiei e o encarei, ele tinha conseguido acalmar o Beta. Scott pegou meus braços, haviam pequenos cortes de garra neles, que começaram a se fechar lentamente.
-Eu estou bem –suspirei.
-Me desculpe, eu não queria fazer isso, eu não queria...
-Estou bem Isaac –eu o olhei –Tá tudo bem. Não foi sua culpa.
-Não mesmo –disse Scott –Agora sabemos que os gêmeos não querem só nos irritar. Eles querem machucar alguém.
-E vamos fazer algo –eu disse –E irritá-los, de verdade.

Eu e Isaac saímos da escola, fomos até as motos dos gêmeos e eu me abaixei remexendo nas engrenagens.
-Vai demorar? –ele me olhou.
-Não –a moto ligou e eu sorri –Acelere com a esquerda, troque de marcha com o pé, freio da frente para acelerar, o de trás para parar.
Ele sorriu e eu peguei meu celular, tirando uma foto de Isaac na moto e a enviando para Scott. Guardei ele de volta no bolso e corri para dentro da escola, acompanhada de Isaac, ele parou a moto no corredor principal e a acelerou, alto o suficiente para Aiden ouvir, logo em seguida o Alpha apareceu, irritado e com seus olhos vermelhos brilhando, eu me encostei na moto e sorri o olhando.
-É um beleza –eu suspirei batendo com força no escapamento da moto, fazendo a lata se amassar.
Isaac acelerou e rodou a moto, indo na direção de Aiden, ele segurou a moto e olhou Isaac com raiva.
-DESÇA DA MINHA MOTO!
O loiro riu e tirou o capacete.
-Sem problemas.
Ele agarrou os ombros do gêmeo o pulando e caindo de pé, indo em minha direção, logo os alunos começaram a sair das salas, assim como os professores.
-Você só pode estar brincando! –Disse a Srta. Blake olhando Aiden com raiva –Saiba que isso vai dar em suspenção.
Eu fui até Isaac que estava com a mão levantada, bati na mesma sorrindo e olhei os gêmeos, que nos encaravam com raiva.
-Seus planos sempre são bons Soph –disse Scott –Estou orgulhoso.
Eu sorri e assenti, voltando a caminhar pelo corredor.
Depois da aula de literatura Stiles me mandou uma mensagem, ele queria que fosse com ele ver Deaton, eu não sabia exatamente o porque mas decidi ir, já que tinha horário livre. Assim que chegamos o doutor nos olhou curioso.
-Saíram mais cedo da aula?
-Horário livre na verdade –disse Stiles –eu estava indo ver meu pai, acho que já ouvir falar das pessoas que estão sendo assassinadas. Ele tem que investigar.
-Acredito que seja o papel do Xerife.
-Sim, mas fica difícil fazer o trabalho quando não se tem toda a informação –comentou Stiles  -Então pensei em recorrer àquele que tem mais informações que todos nós –ele suspirou –Você.

Derek POV
O sangue a minha volta já chegava a manchar o chão em uma enorme poça, minhas forças estavam se esgotando e tudo que vinha à minha cabeça era a morte certeira. Não, eu não podia morrer, deixar Deucalion devastar minha pack, meus amigos, meu amor. Sophie. Ela me dava as últimas forças das quais eu precisava.
-O motivo de eu sempre investir em novos talentos é simples. Todos sabemos que uma pack é forte graças a cada um de seus membros. Quanto mais forte o membro, mais forte a pack. Quando eu fiquei cego um de meus Betas achou que eu não era mais apto para comandar, ele tentou tirar de meu poder. Ao matá-lo percebi algo que acontece com os Alphas, percebi que o poder dele foi agregado à mim. Eu matei toda a minha pack e me tornei um indivíduo bom ao todo, sem depender de outros Betas.
Ele se ajoelhou na minha frente e passou sua mão por meus cabelos, os agarrando e levantando minha cabeça com firmeza. Passou a mão sobre meus olhos, sobre a face e sorriu.
-Tem razão Kali, ele parece com a mãe. –ele se levantou e andou até a janela –Você vai me conhecer Derek, como ela conhecia.
-Eu conheço você –o sangue pingou de minha boca, aumentando a poça na minha frente –Eu sei o que você é. Você é um fanático.
Ele colocou a bengala em cima da mesa e suspirou.
-Me conhece? Você nunca viu nada parecido comigo. Eu sou o Alpha dos Alphas –um raio cortou o céu, fazendo um imenso barulho –Eu sou o ápice dos predadores. Eu sou a morte, a destruição dos mundos! –sua voz ficou mudada, me causando arrepios de medo, que se misturaram com os da dor –EU SOU O LOBO DEMÔNIO!
Outro raio iluminou o loft, Cora se escondeu com medo de Deucalion, senti algo repuxar minha pele e a barra de ferro foi tirada, eu gritei e caí no chão.
-Odeio quando isso acontece –disse Deucalion suspirando e retirando seus óculos, agora rachados.
Kali estendeu seu braço para o Alpha, que saiu caminhando vagarosamente pela porta, Ennis saiu bem atrás deles e Cora correu em minha direção segurando meus braços. Algo me dizia que isso era só o começo, Deucalion não desistia fácil, eu havia visto isso antes, ele iria caçar um à um, minha pack, meus amigos, até não sobrar ninguém com quem eu me importe, até eu estar sozinho, de novo.

Sophie POV
Eu e Stiles entramos na parte dos fundos da clínica de Deaton.
-Todas essas coisas e símbolos, o trinskele, o logo do banco, a tramazeira, tudo vem dos Druidas celtas. –eu comentei.
-E todos que conhecem a história dos Duidras sabe que eles adoravam mandar pessoas para os deuses. Conhece o homem de Lindow? Um corpo de 2.000 anos encontrado na Inglaterra? –perguntou Stiles –Estrangulado, com a cabeça esmagada e a garganta cortada, a tríplice morte, também tinham grãos de pólen no corpo. Adivinha qual a planta favorita deles?
Deaton abriu um de seus vidros e de lá tirou um pequeno ramo verde.
-Visco –ele disse.
-Estamos dizendo coisas que você já sabe não é? –eu o olhei curiosa.
-Então porque não nos diz nada? –perguntou Stiles, ficando impaciente.
-Talvez porque quando se tenta passar cada segundo dos últimos dez anos tentando afastar uma coisa, negando, mentindo sobre ela, isso se torna um hábito bem poderoso.
Eu olhei Deaton e me encostei na mesa de metal.
-Então esse cara é um Druida? –eu perguntei.
-Não –ele suspirou –É alguém copiando uma prática milenar de um povo que deveria conhecer melhor. –Deaton me olhou –Sabe o que significa Druida em gaélico?
-Sábio carvalho –eu disse.
-Exatamente, eles eram próximos da natureza, acreditavam que ela os equilibrava, eram filósofos e intelectuais, não assassinos.
-Tudo bem, mas este é –comentou Stiles.
O celular dele tocou e ele suspirou o agarrando dos bolsos e atendendo.
-Eu não posso falar agora –ele suspirou mas logo ficou sério –Tem certeza que ele está desparecido? Estamos indo, espere aí.
Ele desligou o aparelho e nos olhou assustado.
-Era Lydia, ela disse que nossos professor de música foi levado.
-Então vamos –eu peguei minha bolsa e olhei Deaton –Vai ficar?
Ele olhou em volta, em seguida suspirou e balançou a cabeça.
-Vou pegar meu casaco.

Assim que chegamos na escola fomos para a sala de música, Lydia nos aguardava lá, ela parecia abalada. Ela nos entregou um aparelho celular e colocou um áudio, nele, várias vozes gritavam algo, uma língua diferente.
-Podemos fazer uma cópia disso? –perguntou Deaton.
-Soph, uma ajuda aqui seria bom –disse Stiles.
O ajudei a pegar os papeis de cima da mesa e vasculhar alguns outros.
-Cada trio deve ter um propósito –disse Deaton – seu próprio tipo de poder. Virgens, curandeiros, filósofos, guerreiros.
-Espera, guerreiro pode ser tipo um soldado? –eu olhei o doutor.
-Certamente –ele assentiu.
Levantei uma foto do professor, ele estava com sua noiva no dia do casamento totalmente fardado.
-Kyle estava na força aérea com Boyd –disse Stiles.
-Talvez este seja o padrão, onde está Boyd? –perguntou Deaton.
-Provavelmente em casa, vou ligar para ele –Stiles pegou seu celular, discando um número.
Lydia abriu a boca, mas não disse nada, encarava o nada pensativa.
-Algum problema? –perguntei.
-Não, é que... quero dizer, pensei em outra pessoa com vínculo militar.
-Quem? -eu a olhei curiosa.
-Sr. Harris –ela suspirou.
Fomos até a sala dele apressadamente, ela estava completamente vazia, vasculhamos tudo enquanto Deaton olhava uma frase entalhada em metal em sua mesa.
-É só uma das muitas possibilidades, ele pode ter tirado o dia de folga –comentou o doutor.
-É, mas não sem isso –Stiles levantou uma maleta preta.
Continuamos revirando as coisas até eu reparar na mesa dele, lá haviam várias provas, franzi a testa e agarrei uma a analisando.
-O quê foi? Perguntou Deaton.
-A nota da prova é “R” –eu a virei para que todos a vissem.
Stiles se aproximou e pegou uma outra.
-Esta é um “H” –ele comentou.
Deaton pegou as provas de nossas mãos e começou a organizar as mesmas na mesa, mudando algumas de lugar e as posicionando em ordem, assim que acabou ele nos encarou surpreso.
-Sophie, lembra que você disse que Druida significava “sábio carvalho”?
-Sim.
-Se um Druida fosse para o caminho errado, dizia-se que o sábio carvalho teria virado um carvalho negro. Também existe uma palavra gaélica para isso –ele apontou as provas e suspirou nervoso –Darach.
Nós encaramos as provas, as letras, devidamente arrumadas, formavam a mesma palavra, “Darach” escrito com grandes letras vermelhas.