História The Sound Of Silence (Inacabada) - My Pack

Sophie POV
Alguns dias haviam se passado desde à morte de Peter, o enterro de Kate seria hoje e Lydia ainda continuava no hospital. Aliás era para lá que estava indo nesse momento, Stiles tinha ficado lá todo o fim de semana, então decidi ir também, pra que ele não ficasse muito sozinho. Assim que entrei vi ele dormindo, jogado em uma fileira de bancos com um balão de “melhoras”  em mãos, ri e olhei Melissa, que o observava também rindo, fui até ele e o cutuquei.
-Stiles –ele roncou mais alto –Stiles!
-Sim treinador! –ele acordou assustado e me olhou –Soph?
-Sim, eu mesma. O que ainda está fazendo aqui?
-Bem, esperando a Lydia poder receber visitas... ou querer receber visitas.
Eu sorri e me sentei ao seu lado, colocando a caixa de bombom ao meu lado.
-E onde está Scott?
-Onde você acha?
Eu sorri ao lembrar que provavelmente ele estaria com Allison.
-Foi bom eles terem achado um jeito de se encontrarem, não consigo imaginar os dois separados.
Stiles assentiu e eu me encostei no banco novamente, então um grito agudo fez eu me assustar, era Lydia. Corri com Stiles para o quarto da garota e entrei no banheiro olhando em volta, ela não estava mais lá, e a janela estava escancarada.
Olhei Stiles assustada e peguei meu celular ligando para Scott, enquanto Stiles recolhia o roupão de Lydia, para que Scott pudesse achá-la pelo cheiro.
Em poucos minutos estávamos saindo do hospital, mas antes de darmos a partida Allison apareceu, queria procurar conosco. Mesmo depois de seguirmos o cheiro dela, não achamos nada, ele havia sumido perto da casa de Derek, voltar aquele local ainda me causava arrepios.
Derek...não tinha visto ele desde aquela noite, e desde aquela noite eu não tinha mais tido nenhuma visão ou algo do tipo...e agora que ele era um Alpha, ele devia estar atrás de uma pack.
A escola naquela manhã estava um caos, todos os alunos foram convocados para procurarmos Lydia, essa seria uma das noites mais frias do ano e tínhamos que achá-la logo. Eu e Stiles estávamos em nossa aula de história, ele olhava o tempo todo para o relógio esperando o sinal bater, nós íamos juntos para procurar no jipe, enquanto Scott ia pela floresta.
-Certo, Scott, se achar algo nos ligue ok? Qualquer coisa mesmo.
-Ok.
Ele saiu e eu entrei no jipe, esperando Stiles, ele entrou um pouco cabisbaixo.
-Ei, nós vamos achar Lydia, não fique assim ok?
Ele sorriu para mim assentindo, deu partida no jipe e saímos.
Algumas horas de busca e eu estava desanimada, nem Scott havia achado algo, estávamos quase desistindo quando Stiles ouviu seu celular apitar.
-O que foi?
Ele olhou para a tela e deu meia volta.
-A polícia achou uma ambulância na estrada, alguém atacou ela.
-Lydia?
Ele deu de ombros e acelerou mais ainda. Assim que chegamos lá pude ver que o banco da ambulância tinha se tornado um tapete vermelho, e o corpo ainda estava lá, engoli em seco e segui Stiles até o xerife.
-Vocês? Por que?
Eu sorri de lado e olhei Stiles.
-Estávamos dando uma volta, o que aconteceu? -perguntou Stiles
O Sr. Stilinski nos olhou suspirando.
-Provavelmente algum louco, ou outro animal, precisamos seriamente de um ambientalista nessa cidade.
Olhei em volta procurando por algo, até que vi alguém parado na estrada e arregalei os olhos.
-Lydia!
Ela me encarou e começou a chorar, corri até ela e estendi meu casaco para ela, que agradeceu me abraçando.
Depois de levarmos Lydia para casa encontramos Scott na minha varanda, descemos do jipe e fomos até ele.
-Aconteceu alguma coisa? –sentei ao seu lado.
-Eu achei quem matou o homem na ambulância –ele suspirou –foi um lobisomem, ele foi pego pelos caçadores e –ele abaixou a cabeça –eles o cortaram no meio.
Eu abri a boca horrorizada, coloquei minha mão no ombro de Scott.
-Sinto muito por ter visto isso.
Ele sorriu de lado.
-É por isso que Derek me quer na pack dele, se ficarmos sozinhos, isso vai acontecer. Vamso virar Ômegas, e isso não é nada bom.
Eu suspirei e olhei o céu, esse avô de Allison, Gerald, ele parecia ser o líder deles ou algo do tipo. E para ter feito isso com esse lobo, ele deve ser bem pior que Chris.
-Bem meninos, tive uma noite conturbada, vou dormir se não se importam.
Eles assentiram e foram embora, me joguei na minha cama dormindo praticamente no mesmo minuto em que deitei.

As aulas no dia seguinte estavam totalmente tediosas, Scott e Stiles me convidaram para ir até o treino de Lacrosse depois da aula, não queria ir sozinha, mas não tinha lá muitas opções, Allison ainda estava abalada por causa de sua tia e toda essa confusão, além do fato de toda a escola estar comentando que ela era sobrinha de uma assassina. Tinha pena dela, e ficava a maior parte do tempo tentando animá-la, ainda bem que funcionava.
Por algum motivo não esclarecedor, meu professor de química me deu trabalho extra para essa aula, talvez seja pelo fato de que eu era uma das melhores amigas de Stiles, e o Sr. Harris havia pegado um ódio mortal por ele. Corri em direção do campo, com meus cadernos em mãos e totalmente distraída, quando trombei em alguém. Eu tombei para frente e derrubei meus cadernos, quase caindo no chão, a pessoa me olhou assustada e logo se abaixou me ajudando com a bagunça.
-Me desculpe –disse o garoto –eu não vi você.
-Tudo bem, eu que estava distraída, sinto muito.
Ele me estendeu os cadernos e sorriu.
-Sou Isaac Lahey.
-Sophie Sparks.
Ele sorriu para mim e eu retribuí, continuando meu caminho para o campo. Me sentei no banco de reservas e cruzei as pernas olhando todos, logo Scott correu até mim, meio apressado.
-Soph, eu preciso te contar uma coisa.
-O quê foi?
Ele olhou em volta e sussurrou para mim.
-Senti a presença de outro lobisomem agora no vestiário.
Eu abri a boca um pouco surpresa.
-Será que foi Derek que o transformou? –perguntei.
-Provavelmente, não entrou nenhum jogador novo no time.
Eu suspirei e o treinador chamou Scott de volta para o campo, eu observava todos com mais atenção agora, procurando algum vestígio que me indicasse quem era o lobo, mas não vi nada.
Danny não estava no gol hoje, ele tinha trocado com Scott, tinha certeza que tinha sido ideia do Stiles, era esperto.
Depois de derrubar quase todos os jogadores em campo, chegou a vez de Isaac. Ele parecia nervoso, correu até Scott com firmeza, e como todos os outros foi barrado imediatamente, mas acabou caindo de pé. Imediatamente  eu me assustei, era ele, só podia. Como coincidência vi ao longe o pai de Stiles entrando no campo com mais dois policiais, fui caminhando até Scott e Stiles, Isaac me olhou meio assustado, e eu sorri tentando encorajá-lo.
-O que aconteceu? –perguntei.
-Ele é o lobisomem, e parece que o pai dele foi achado morto ontem à noite.
Encarei Stiles e depois Isaac.
-Vocês não acham que devemos impedir? –eles me encaram –não acho que ele tenha matado o pai, mas hoje é lua cheia e a prisão não segura adolescentes sobrenaturais.
Scott me encarou surpreso e assentiu.
-Precisamos ajudá-lo.
Como esperado Scott e Stiles não conseguiram sair na nossa segunda aula de química, então eu tive que me virar, é sempre bom ser garota nessas horas.
-Sr. Harris? –ele me olhou com aquela cara de tédio –não estou passando muito bem, acho que vou precisar ir para casa.
Ele continuou me encarando, Scott e Stiles também, até que ele finalmente suspirou e assentiu.
-Tudo bem, pode sair.
-Obrigada.
Peguei minha bolsa e olhei Stiles, que me disse para ligar quando pudesse.
Saí correndo da sala, mas antes de conseguir chegar até a porta um senhor apareceu na minha frente, eu parei antes de trombar com ele.
-Srta. Sparks, não é?
Eu assenti e ele sorriu.
-Sou Gerald, avô de Allison.
Meu coração falhou uma batida quando ele disse isso, o quê ele estava fazendo aqui? Será que já sabia sobre Isaac?
-Sr. Argent, é um prazer conhecê-lo –sorri forçado.
-Allison fala muito sobre você. Ela disse que você é uma boa menina.
-Que bom, eu gosto muito da Allison.
Ele assentiu.
-Ia para algum lugar?
Eu olhei em volta.
-Sim, na verdade eu não estou passando muito bem, sabe? Problemas de garotas –eu sorri –estava indo para casa.
-Ah, claro, sinto muito por atrapalhar, tenha um bom dia.
Ele virou o corredor devagar, assim que não o vi mais eu corri o mais rápido que consegui para a saída, infelizmente quando cheguei só tive tempo de ver o carro do xerife saindo, e Isaac me encarando assustado.
Bufei e deixei os braços caídos ao lado do corpo, devia ter sido mais rápida. Vi um carro estacionar na minha frente e o vidro se abriu.
-Derek? –olhei o moreno, confusa.
-Vamos, preciso te mostrar uma coisa.
Eu olhei para dentro, depois para Derek.
-Vamos Sophie!
Eu suspirei e corri até o carro, entrando. Derek acelerou e tive que me segurar para não ficar estatelada no asfalto.
-Por que está assim? –ele perguntou.
-Assim como?
-Não, sei, diferente. –ele me encarou –está brava comigo não está?
Eu suspirei e olhei as casas pela janela.
-Só não acho justo o que está fazendo Derek, Isaac está em apuros por sua causa.
-Estou tentando ajudar, Sophie.
-Mas não está ajudando até agora
Ele fechou a cara, mas não discutiu, ficamos em silêncio até chegarmos há uma casa.
-O que estamos fazendo aqui?
-A polícia acha que o que viram na cozinha é ruim, mas é porque não viram o resto da casa.
Passamos pelas faixas e entramos devagar, tudo estava escuro. Acendi a luz do celular olhando em volta, estava bem bagunçada, e tinham muitos cacos pelo chão.
Derek foi andando até uma porta e a abriu, era o porão da casa, descemos devagar e olhei em volta, era um lugar estranho, cheio de cordas e correntes. Derek caminhou até uma caixa de metal, um freezer.
-Olha isso.
Ele abriu a tampa e eu olhei lá dentro, era perturbador. Tinham arranhões lá, com sangue, e correntes em volta indicando que alguém tinha ficado preso lá dentro. Encarei Derek.
-Ele prendia Isaac aqui –ele assentiu –isso é desumano!
Ele assentiu e suspirou.
-Ligue para Scott, peça para vir dar uma olhada.
-Mas já está escuro, como vamos soltar Isaac?
-Vamos para a delegacia, Scott pode cuidar disso aqui.
Liguei para Scott, ele disse que chegaria em alguns minutos., enquanto isso eu e Derek fomos para a delegacia, assim que estacionamos eu olhei para fora, um dos guardas estava lá, e na recepção estava uma mulher. Derek bufou.
-Eu apago os dois e você pega Isaac.
-Nem pensar! –ele me olhou sério –não vamos machucar ninguém, podemos contornar isso.
-Ah é? Como vai distrair aquele idiota ali?
Eu olhei o guarda e sorri para Derek descendo do carro.
 Caminhei até o guarda e sorri.
-Boa noite, você é –olhei o crachá dele – o Sr. Marks?
-Eu mesmo –ele sorriu me analisando –o quê uma moça bonita faz aqui uma hora dessas?
Eu sorri e me aproximei dele.
-Sabe, eu sou amiga do filho do xerife, Stiles, e ele me disse que o Sr. Stilinski estava procurando você. Parece que precisa que faça algo para ele, você deve ser bem importante não é?
Ele estufou o peito e assentiu, sorridente. Homens e seus egos.
-Sou, sou sim. Bem, eu vou indo então –ele me olhou –pode voltar aqui quando quiser.
Eu sorri e esperei que ele saísse, Derek desceu do carro e me olhou, parecia bravo.
-O que foi isso?
-Isso, meu querido, foi charme natural –eu sorri para ele e arrumei sua jaqueta –agora é sua vez –apontei a mulher na recepção –faça seu papel de macho Alpha.
Ele balançou a cabeça.
-De jeito nenhum.
-Eu não te dei opções Hale, vai logo.
Ele me encarou enquanto entrava, esperei que ele fizesse seu papel e fui passando de fininho pela sala.
-Sabe, eu só não esperava alguém tão bonita aqui esta noite.
Olhei Derek e me segurei para não rir, era engraçado ver ele fazendo isso sem aquela cara de bravo.
Passei por mais algumas salas até chegar a do Xerife. O cofre ficava atrás de sua mesa, fui até lá e peguei meu celular conferindo a senha que Stiles tinha me passado, mas quando fui digitá-la, não deu certo. Encarei o interruptor e vi que tinha sido quebrado. Os caçadores haviam passado por Allison? Como?
Bufei e saí de lá, indo em direção das celas, assim que virei um dos corredores dei de cara com um guarda, ia começar um discurso quando olhei sua perna, que sangrava muito.
Era uma flecha.
Tentei correr mas ele me agarrou e tampou minha boca me arrastando junto com ele até onde Isaac estava preso, ele me jogou no chão e eu bati a cabeça, sentindo um leve filete de sangue escorrer pela minha testa. Olhei para Isaac que estava quase se transformando por completo, o caçador abriu a cela e Isaac o jogou no chão, arranhou sua perna mas foi atingido por um soco, caindo em seguida, tentei me levantar e segurei a mão do homem, que continha uma seringa com Wolfsbane, mas ele me empurrou e novamente fui parar no chão, Isaac se defendeu, e bateu a cabeça do homem na parede, o deixando desacordado.
Ele se virou para mim e começou a andar em minha direção.
-Isaac? –ele não parava –Isaac, me ouve, ISAAC!
Antes que ele pudesse chegar até mim Derek entrou na minha frente e rugiu, Isaac se encolheu num canto, com medo. O moreno me encarou e veio até mim.
-Você tá bem? –eu assenti –não, não está, ele te machucou.
-Não foi nada, eu to bem. Mas temos que tirar Isaac daqui.
Derek assentiu e levou o garoto para seu carro, me deixou em casa primeiro e depois foi embora.
Abri a porta e sentei no balcão, minha cabeça doía. Peguei um pedaço de pizza na geladeira e comecei a comer, ignorando a dor e o sangue que insistia em escorrer. Ouvi alguém abrir minha porta e suspirei.
-Stiles quantas vezes já te disse para tocar a droga da campainha?
Me virei, mas não era Stiles, era Derek.
-Pensei em ver se você estava realmente bem, você mentiu para mim lá.
-Precisa parar de ouvir meus batimentos Derek, é invasão de privacidade.
Ele riu e veio até mim, se sentando em um dos bancos.
-Tem álcool? –apontei o armário –ótimo, vou limpar isso aí.
Ele pegou o álcool e colocou um pouco em um algodão, passando devagar sobre meu ferimento, fiz uma careta com a ardência.
-Ainda está brava comigo?
Eu o olhei e suspirei, negando.
-Não, mas precisa prometer que não vai mais deixar isso acontecer.
-Eu prometo, confia em mim.
-Eu confio em você, sempre confiei.
-Obrigado.
Ele acabou o curativo e sorriu, olhando o relógio.
-É tarde, preciso ver Isaac, e você tem aula amanhã, vá dormir.
-Tudo bem pai, eu vou.
Ele riu e veio até mim, ele hesitou, depois depositou um beijo em minha testa.
-Boa noite
-Boa noite.
Ele saiu rapidamente e minutos depois ouvi seu carro acelerando pela rua, não pude deixar de sorrir com aquilo, era estranho ver Derek agir assim, principalmente agora com todos estes problemas. Decidi que iria obedecê-lo e subi as escadas, deitando em minha cama.