Elia era o Sol. Talvez não fosse possível a primeira vez que olhos repousassem em sua frágil figura, perceber tal coisa. Entretanto, uma vez que se deixasse de olhar e começa-se a enxergá-la, ninguém era capaz de fugir de tal admiração que, na maioria das vezes, tornava-se adoração pura. Elia Martell não possuía uma beleza incomum, sua passagem não fazia cabeças se virarem, suas feições não eram lendárias como as da Leoa do Rochedo ou como as das outras mulheres de seu reino, mas ela brilhava. Com seus modos delicados e elegantes, sempre escolhendo as palavras certas a ser ditas, seu coração era tão doce quantos os frutos de Dorne e quente como as areia de seu lar. Havia, também, sagacidade e ironia por trás de um temperamento fácil, mas firme.
Era a princesa de Dorne, a única filha de sua mãe, mas nascera para ser uma rainha.
O sangue do Lobo corria pelas veias dos Starks. Era forte em Lyanna e tornava-a imprevisível. Todos sempre pensavam nela como a menina que se recusava a aprender apenas os ofícios de uma dama, sempre cavalgando e lutando com espadas a cada ocasião que tal coisa lhe era permitida, o rosto sujo e cabelo desgrenhando. Havia também os que dissessem que ela possuía uma beleza própria, selvagem como o norte. Mas essa não era toda a verdade, aqueles próximos à única filha de lorde nortenho sabiam que ela ainda era uma menina insegura com uma sede por liberdade que poderia lhe trazer problemas, temerosa pelo futuro em que se via presa a um marido desconhecido. Assim como os animais que eram símbolo de sua casa, Lyanna nascera para correr pelo mundo, sem o peso de responsabilidades que tiravam o seu pior. Não havia a nobreza necessária à esposa de um lorde na jovem, ela nascera para ser livre.
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