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História The tale of the broken wing - Egoísmo


Escrita por: Dodo_Hyuuga e ImperioAllHina

Notas do Autor


Olá, meus anjinhos! Como estão nessa bela ( e fria) noite de segunda-feira? E melhor, estão se cuidando direitinho? Eu espero que sim!

Bom, gostaria de agradecer a todos os favoritos e comentários positivos que a fic recebeu. Não esperava que a fic gerasse tanto sucesso, e eu fiquei muito, muito feliz mesmo! Tô toda boba por tanto carinho :3

E gente, torno a dizer que SIM, essa fic é inspirada na história do Lorde Milori e da rainha Claryon, do filme Tinker Bell. Coloquei isso nas notas do capítulo anterior, e pf, não me denunciem T-T

Enfim, agradeço a @captivefox por betar mais um capítulo com tanto carinho e agradeço também ao @Imperioallhina pela oportunidade!

Boa leitura, amores! :3

Capítulo 2 - Egoísmo


Fanfic / Fanfiction The tale of the broken wing - Egoísmo

Olhar seu próprio reflexo no espelho fez a rainha de Ryría suspirar cansada. Por fora, estava linda com um vestido branco de seda brilhante, feito pelas melhores das costureiras de todo o reino das fadas. Em seus cabelos, uma coroa de rosas vermelhas que combinava com o tom semelhante pintado em seus lábios. Deslumbrante, ela encararia a corte de Onyría de cabeça erguida e mostraria que, embora a divisão que segregava os povos, ao menos naquela noite, eles poderiam celebrar juntos como um só.

Talvez fosse por isso que seu interior estava em completo caos. Manter toda aquela pose sabendo que quando o sol nascesse novamente tudo voltaria ao seu devido — e cruel lugar — desestruturava Hinata, que diferente do que muitos pensavam, almejava a união dos reinos.

Havia uma lenda que dizia que toda a monarca descendente de Kaguya herdava algum traço da fada mãe. Por muitos anos, Hinata acreditou que o traço herdado fossem seus olhos perolados, idênticos aos da Otsutsuki. Todavia, não demorou para que ela descobrisse sua real herança: o amor pelas fadas negras. Tanto ela, quanto a matriarca sonhavam em ver seu povo completamente feliz, podendo conviver e amar uns aos outros sem temer perder o poder de voar, que era o maior dom das fadas.

A Hyuuga suspirou outra vez, reprimindo a vontade de chorar que assolava o seu peito. Como rainha, ela precisava dar um exemplo de força ao seu povo; e, como fada, ela precisava evoluir e superar tudo aquilo.

— Está pronta, Hinata? O eclipse já vai começar. — Neji perguntou, entrando no quarto da prima. Ao vê-la, ele sorriu abertamente.

— O que houve?

— Está muito linda, vossa majestade.

Hinata sorriu, ignorando suas tensões sentimentais e voando até a porta, com suas grandes e brilhantes asas. Reparou que Neji usava sua farda militar, enfeitada com todas as suas merecidas medalhas. Os fios castanhos do primo estavam presos em um rabo de cavalo e seus olhos perolados estavam atentos.

— Não vai acontecer nada de ruim, Neji

— Eu sei que não, afinal, eu estarei lá — ele garantiu, ríspido. Suas asas que eram pontudas e levemente esverdeadas batiam de forma contida, contrastando de seu tom de voz. — Aqui em Ryría as coisas devem ser executadas na mais perfeita ordem sempre. E, como chefe da guarda real, não permitirei que as fadas de Onyría mudem isso, nem sequer por uma noite.

— Elas não são o inimigo, Neji. Não precisam ser monitoradas como possíveis criminosos. Relaxe um pouco, curta a noite do eclipse como todos farão. — Hinata pediu com o seu tom mais persuasivo. Infelizmente, quando o Hyuuga mais velho tinha algo em mente, ele era irredutível.

— Da última vez que eu fiz isso, quase ficamos sem uma rainha. E se eu não me engano, Onyría também quase ficou sem seu rei — Ele lembrou, abrindo a porta para a prima e voando em sua frente. — Aprendi, da pior forma, que vigilância nunca é demais.

O guarda voou para longe, deixando Hinata — que estava levemente abalada pelas lembranças que vieram à tona graças aos comentários de seu primo — para trás. Suas grandes asas não eram o único peso que existia sob seus pálidos ombros: lá também havia a mágoa de um amor trágico.

Voltando a si, Hinata reparou que estava na frente do quarto da princesa, vulgo Hanabi Hyuuga, sua irmã caçula, que com toda certeza estava muito brava com a rainha. Hanabi tinha um gênio impulsivo e personalidade feroz, questionando e confrontando quase tudo que escutava. Era engraçado pois tanto ímpeto ficava mascarado pela sua aparência fofa e asas pequenas, com suaves tons amarelados.

— Hanabi? — A Hyuuga monarca chamou pela irmã, e assim que a encontrou, ficou surpresa pelo que viu. — Hanabi, eu te dei uma ordem!

A princesa estava com um lindo vestido laranja e flores amarelas e brancas enfeitavam uma trança lateral feita nos fios castanhos. Hanabi ficou vermelha da cabeça aos pés, voando rápido até a irmã.

— Hi-Hinata, minha irmã, não é o que você está pensando! E-eu só estava provando esse vestido, jamais estaria planejando ir ao festival escondida, ou algo parecido! — De maneira embolada, Hanabi tentou se explicar. — Sa-sabe, embora eu ame o festival e tenha muitos amiguinhos em Onyría, eu não desobedeceria minha doce e sábia irmã!

Hinata suspirou, ajeitando uma das flores que estava soltando da trança da princesa. Depois, depositou um beijo carinhoso na testa da irmã.

— Não deixe o Neji ver você.

Hanabi sorriu animada. 

— Pode deixar! 

Sua irmã também saiu voando, deixando-a para trás outra vez. Hinata indagava-se mentalmente se, quando Hanabi soubesse de tudo, ainda teria tanto apego à Onyría. 

Ou a ela.

   ***

 

O pátio do palácio de Ryría estava enfeitado com centenas de lanternas de papel e com muitas flores variadas, proveniente das fadas da primavera. As criaturas místicas do reino foram convidadas, assim como todas as fadas de todas as classes. Na noite do eclipse de Kaguya, rótulos eram esquecidos e todos se viam como iguais.

Hinata observava seu povo se divertir distante, em um trono de carvalho com ramos de cerejeira o enfeitando. A noite estava linda e estrelada, tornando o cenário ainda mais perfeito. As fadas do outono brincavam com os bichos ao seu redor; as do verão faziam truques para as criancinhas, iluminando o salão com arco-íris repentinos; as do inverno trabalhavam fazendo drinks e sobremesas, pois segundo as demais, eram as fadas mais indicadas para isso. A música era alegre e contagiante. O reino da luz estava reunido esperando pelo das trevas.

Majestade! — Kiba, um dos guardas, gritou, fazendo Hinata pular assustada. — Onyría vem vindo ao sul!

Se recompondo do susto, fitou o céu, encarando a nuvem extensa e negra composta pelas fadas do reino vizinho. Ela se levantou, respirando fundo e adquirindo seu melhor sorriso. Estava na hora.

Hinata voou, com Neji e mais alguns guardas seguindo-a, para encontrar a corte real das fadas negras. Normalmente, apenas os ministros vinham a noite do festival, pois após um terrível massacre que matou seus pais, o rei se tornou um homem recluso em seu castelo, visitando o festival raríssimas vezes. Além disso, Sasuke Uchiha jamais mostrava suas asas em Ryría, porque segundo a lenda, elas eram tão negras e tenebrosas que causavam pesadelos em quem as olhasse de perto.

Por todos esses motivos, foi um grande baque para Hinata ver o rei de Onyría montado sobre Garuda, seu fiel escudeiro falcão, na frente da comitiva de fadas negras.

O discurso de boas vindas que preparou durante dias se perdeu no ar. Vê-lo ali, tão belo e tão poderoso depois de tantos e tantos anos em exílio, tirou Hinata de seu eixo. Neji, que estava ao seu lado, ficou igualmente surpreso.

— É um prazer revê-lo depois de tantos anos, vossa majestade. — o chefe da guarda proferiu, na ausência de fala de sua prima.

— Ora, ora, vejam se não é o Neji falsidade Hyuuga! — O comentário veio de Tenten Mitsashi, chefe da guarda real de Onyría. — Vejo que não mudou um traço nessa sua cara de paspalho! 

— Veja como fala comigo, Mitsashi! Está em Ryría agora! 

Tenten deu os ombros. 

— Jamais obedecerei uma fadinha da luz. Vocês são patéticos. 

— E eu jamais aceitarei ofensas vindas de uma fada das trevas! 

— Já basta, vocês dois. — Sasuke ordenou, mas com os olhos fixos em Hinata. — Esta noite é uma noite de celebração, se comportem. 

Ambos os guardas assentiram a contragosto. E, nessa pequena brecha de silêncio, a rainha pigarreou, aproximando-se de Sasuke. 

— O que faz aqui? 

— Soube que sua irmã atravessou a fronteira e vim tirar essa história à limpo. Imagino que se lembre que isso é uma transgressão gravíssima — O rei disse, sereno. Entretanto, essas palavras atingiram Hinata como trovões. 

— Ela já foi devidamente advertida e punida por isso. Não precisava vir aqui, majestade.

— Está dizendo que não sou bem vindo?

— Estou dizendo que não era esperado. Foi uma surpresa.

Sasuke analisou-a de cima a baixo. Para a fada que tinha a fama de ser a mais bondosa entre todas as rainhas, Hinata sabia ser bem firme quando era necessário.

— O erro veio de ambos os reinos. Então, decidi garantir que Onyría se desculpasse de forma direta e formal, como é o certo. — ele alegou, olhando significativo para Tenten.

Konohamaru!

Timidamente, um menininho foi a frente da multidão de fadas negras. Ele usava um terninho verde e os seus cabelos castanhos estavam penteados para trás, destacando seus pequenos chifres. A rainha estranhou o cachecol azul enrolado no pescoço do menor, mas não disse nada sobre. Ao invés disso, Hinata sorriu.

— Então, você é o famoso Konohamaru?

O pequeno balançou a cabeça positivamente, batendo as asas rápido. Um sinal de nervosismo entre as fadas.

— Si-sim, ma-ma-majestade!

— Oh, você é o fedelho que anda corrompendo nossa gentil princesa? — Neji indagou irado.

— Por favor, é de conhecimento público que aquele pirralha é uma peste que nasceu no reino errado! — Tenten rebateu, igualmente exaltada.

— Dobre a língua antes de falar da minha prima, mulher!

Já basta! — Sasuke gritou ameaçador, calando a dupla que discutia.

Hinata ignorou a briga, prestando atenção apenas na pequena fadinha à sua frente. Apesar de toda a pompa, a rainha conseguiu encontrar um brilho sapeca nas íris azuis escuras do menino — brilho esse que ela via com frequência nos olhos de sua própria irmã. 

— Imagino que você goste muito da Hana. 

— Si-sim, eu gosto. 

— E que quer o bem dela. 

— Que-quero sim. 

— Eu contei a história a ele, Hinata. Ele está ciente de que, se esse incidente continuar, as consequências serão cruéis. 

— Sim, infelizmente isso é verdade. Contudo, você me disse que gosta dela, e temos zelo pelo que gostamos, não é? Você será bem vindo para ver a Hanabi em todos os festivais daqui em diante, desde que jure para mim que esperará até esse dia chegar em Onyría. 

— Eu juro! — Konohamaru prometeu, confiante.

— E lembrando que esses encontros serão supervisionados! — Neji acrescentou. 

— Agora que já resolvemos nossas questões, que se inicie o festival do eclipse da fada mãe!

As fadas negras comemoraram, descendo até o pátio do castelo e cumprimentando as fadas de Ryría com abraços e muita alegria. Neji e Tenten começaram outra briga ácida, onde nenhum dos guardas que seguiam a dupla tinha coragem de se intrometer. 

— Não deveria encorajá-lo, o correto seria proibi-los de se encontrarem outra vez.

A Hyuuga suspirou, fazendo um carinho no topo da cabeça de Garuda. A ave pareceu relaxar com o toque da rainha. 

— Não adiantou nada da última vez, você sabe. E uma noite é melhor do que nada. 

— Uma noite nunca será o suficiente, Hinata.

Um gosto amargo apossou-se do paladar da mulher de olhos perolados. As mesmas memórias que atormentavam seus sonhos dominaram sua mente e, ao observar Sasuke tão belo e sombrio quanto se lembrava, ela engoliu em seco. 

— Então devemos aproveitar enquanto ele ainda não sabe disso.

                                *** 


Lado a lado, rei e rainha de reinos opostos observavam o decorrer do festival em silêncio. O divertimento de contemplar a felicidade e união de seus reinos deixava-os sem fala, gratos por poderem apreciar aquele momento tão incomum. 

— Senti saudades disso — Sasuke revelou, bebericando um gole de vinho em um cálice de prata.  

— Por que você se isolou por tanto tempo? — ela perguntou, sem olhá-lo. 

— Em Onyría as coisas tendem a ser mais cruéis. Aqui em Ryría as rainhas são escolhidas assim que nascem, lá, os soberanos são escolhidos quando sobrevivem de uma grande tragédia, que acontece de mil em mil anos. Infelizmente, tive o desprazer de ter mais uma perda dolorosa em minha vida, e demorei mais tempo do que o imaginado para superar a mais recente.

— Eu sinto muito, Sasuke.

— A culpa não foi sua. Eu insisti em algo em impossível. 

— E eu fui egoísta por não ter parado você só porque estava feliz. 

O silêncio voltou, permitindo que os governantes escutassem a nova melodia tocada pela banda do festival. Melodia essa que era familiar e fez os corações deles falharem uma batida. 

— Essa…

— Sua música preferida — Sasuke afirmou, sorrindo. O rei se levantou de seu assento, estendendo a mão para Hinata. — Aceita uma dança? 

— Sasuke, eu não danço desde que… 

— Eu sei, eu também não — Garantiu o rei. — Então nós dois estaremos enferrujados. 

Hinata segurou na mão de Sasuke, trêmula e insegura. A nostalgia que ela sentia era encantadora, porém não era forte o suficiente para impedi-la de se sentir como uma criminosa. Ela foi tão severa com Hanabi e agora estava caindo novamente nas tentações de se aproximar de uma fada de Onyría. 

Com delicadeza, Sasuke posicionou uma mão na cintura fina, tendo cuidado para não bater nas asas brilhantes. O Uchiha vestia um terno preto da mesma cor de sua capa e com detalhes em bordô. Seus chifres, grandes e pontudos, podiam ser assustadores para alguns, todavia, não para Hinata. Eles começaram a dar os passos sincronizados, balançando-se do ritmo da música. Muitos anos atrás, eles fariam isso rodopiando nos ares. Agora, só lhes restavam valsar no chão. 

Hinata apoiou a testa no ombro de Sasuke, para que ele não visse suas lágrimas. Chorar, depois de tanto tempo, parecia inútil. 

— Eu me arrependo tanto… 

Sasuke a abraçou com ternura, dando-lhe um beijo no topo da cabeça. 

— Eu não. Por você, eu faria tudo outra vez.

 

                              *** 

Era errado; sair da cerimônia pelo qual era a anfitriã, deixando todo o seu povo sob a tutela de um Neji sutilmente neurótico era errado. Tal como era um ultraje que ela estivesse em seu jardim secreto, aos beijos, sentada no colo de uma fada que não era seu noivo ou seu esposo. Ela era a rainha, precisava se dar ao respeito! E era um crime, o crime mais condenável de todos, que ela amasse uma fada de Onyría.

Entretanto, para essas três coisas, Hinata não estava dando a mínima. O beijo de Sasuke lhe tirava a discernimento entre o certo e o errado, cabendo a ela só aproveitar os arrepios proporcionados por uma paixão escondida por anos.

Quando se conheceram, na cerimônia de coroação de Hinata, eles se apaixonaram instantemente, e como Konohamaru e Hanabi, criaram uma amizade bonita, tendo uma visão ingênua sobre o mundo. Sem temer a lei, a amizade virou amor. Um amor tão intenso e verdadeiro que não poderia ser vivido apenas na noite do festival.

Sasuke e Hinata queriam mais, muito mais que uma noite. 

Então, toda a tarde, o rei saia de Onyría e encontrava Hinata nos campos perto da fronteira entre os reinos, onde eles riam, faziam planos e dançavam, pois Hinata amava dançar. E depois eles se amavam, desvendando os segredos dos corpos um do outro.

Quando eles se afastaram e Hinata encarou os olhos vermelhos e desejosos de Sasuke, ela sorriu, voltando a beijá-lo. As asas dela dificultavam um pouco as carícias, mas nenhum dos dois nunca se incomodou com aquilo. O Uchiha aproveitava para deslizar as mãos de maneira ousada pelo corpo curvilíneo da rainha, fazendo-a arfar entre o beijo.

As alças do vestido branco foram abaixadas e Sasuke aproveitou para abocanhar um dos seios fartos. Ele aproveitou aquele momento para matar a saudade daquela parte específica de Hinata. Ele amava cada pedacinho dela, mas tinha um fraco certeiro pelos seios macios.

Hinata subiu o vestido branco e tirou a roupa íntima. Sasuke abaixou as calças, liberando seu membro rígido. Ao ter a união de corpos consumada, eles gemeram alto. Estava tudo acontecendo muito rápido, mas amantes não tinham calma: eles tinham necessidade, urgência.

Saudade

Enquanto o povo cantava e se divertia no outro lado do castelo, dançando e bebendo, seus governantes faziam amor. Alguns chamariam aquilo de erro ou pecado, porém, para dois apaixonados, era só o inevitável acontecendo.

Sasuke não conseguia se manter longe de Hinata, não importava quantas vezes tentasse. Ela era a sua estrela guia, e quando a escuridão de Onyría se tornava asfixiante, ele sempre voltava para ela. Mesmo após o fatídico dia em que decidiram não se ver nunca mais, ele sabia que voltaria. 

As horas se passaram e eles alcançaram o céu muitas vezes, mas não por suas asas. Cansados e ofegantes, afastaram-se, contemplando a beleza do eclipse.

E voltando, enfim, para a triste realidade.

— Nós fizemos de novo. Eu prometi que sairia da sua vida, e cá estou eu, cometendo os mesmos erros. — Hinata disse, ajeitando seu vestido amassado. 

— Eu não pedi para que saísse — Sasuke respondeu, arrumando suas próprias roupas. 

— Não iria aguentar te ver morrer em minha frente, Sasuke! Nós não podemos ficar juntos! Por que não aceitamos? 

— Hinata, eu te amo! E sei que você se culpa pelo que aconteceu, mas você é inocente! Pare de se condenar! 

Você quebrou uma asa! — ela gritou, exaltada. — Você quebrou uma asa por ter vindo a Ryría no meu aniversário. Eu vi ela quebrar, vi a dor que você sentiu. Seus tremores, seus gritos, suas lágrimas, eu lembro dessa cena toda a noite. Como você quer que eu não me condene, se a cada vez que eu te vejo montado no Garuda, me lembro que você não voa por minha causa? 

— Você não fez isso. A escolha foi minha — O rei alegou sério. 

— E eu não impedi. Como rainha, eu devia impedir a quebra de uma lei — E as lágrimas retornaram a face da Hyuuga. — Sasuke, já chega. Eu não quero mais te machucar. Eu não quero mais me machucar. 

— Hina... 

— Vá embora.

Sasuke franziu o cenho.

— O quê? 

— É uma ordem. Eu quero que vá embora de Ryría, e que nunca mais volte. Caso ao contrário, verei como uma afronta à corte de fadas da luz e declararei guerra contra Onyría. 

— Você não seria capaz…

— Eu não, mas o Neji iria adorar brigar com a Tenten oficialmente — ela pontuou. — Por favor, Sasuke. Se você morrer, eu perderei o amor de minha vida.

Sasuke ficou chocado por minutos. Nunca esperaria isso de Hinata, contudo, era nítido o quanto ela estava desesperada para protegê-lo. Conformado, ele andou até ela, secando as lágrimas cristalinas com o polegar da face alva.

— Cuidado para que seu título de fada mais bondosa não confunda as coisas na sua cabecinha, Hina. Bondade não é ser egoísta. A escolha de morrer em Ryría ou não, é minha. Assim como a de não voar foi. Eu sempre soube do preço, mas sempre sonhei alto. E, mesmo que você tenha as maiores e mais bonitas asas, acho que você não consegue sonhar na mesma altura. 

Sasuke se afastou, assobiando alto. Garuda apareceu segundos depois, e o levou para longe. Sozinha, Hinata desabou de joelhos na grama verde. Ela sabia que aquela era a escolha certa, porém, por que doía tanto?

— Hinata, achei você! As fadas estão te procurando e o Neji está teorizando um golpe de estado desde que você sumiu com o rei Sasuke… — Era a voz de Hanabi, alta e animada, que cessou assim que viu a irmã. — Hina, o que houve?

A pequena correu, abraçando a irmã com força. Hinata estava em cacos, absolutamente vulnerável, uma vertente que a princesa nunca havia visto. E foi como se as peças se encaixassem na cabeça da pequena.

— O rei Sasuke não voa — ela declarou, chocada. — Hinata, você é… você é uma das fadas do casal da lenda!

 Hinata assentiu, tentando se recompor.

— Eu sou a fada da luz.

— E o rei Sasuke é a das trevas! — Hanabi gritou, incrédula. As íris peroladas analisaram as asas da rainha, constatando que elas permaneciam lindas e saudáveis. — E se não foi você, significa que foi o Sasuke que teve… que teve…

Hinata lembrou-se da asa se quebrando e se deteriorando em suas mãos, indo com o vento de Ryría. Sasuke estava desmaiado em seus pés, sem saber que, quando acordasse, nunca mais voaria e esconderia esse segredo atrás de um boato e uma capa negra com detalhes em bordô.

A rainha suspirou com pesar.

 

Que teve a asa quebrada. — concluiu.

 


Notas Finais


Eitaaaa que lá vem mais treta! O próximo capítulo será o último, e já estou trabalhando nele, ok?

Não se esqueçam das reviews! Quero saber o que estão achando!

Obrigada por tudo, anjinhos! Até! :3


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