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História The Tiny Dancer - Do outro lado do rio


Escrita por: BrightBend

Notas do Autor


Fala povooo!! Primeramente #elenão
Sei que é meio chato essas coisas de falar de política nas histórias, mas eu preciso.

Tenho visto que alguns por aqui tem a intenção de votar no Ciro, ok, é a opção de cada um, mas o que vocês também já devem saber é que ele está em terceiro lugar, e que o Haddad é o candidato que está mais próximo do "coisa ruim".
Sei que muitos devem ter mágoa do PT pq acham que é a fonte de todo mal do Brasil (🤔), mas agora galera, é uma questão de estratégia, é mais fácil uma pessoa mudar o voto ou dez?
Pois é, se nós ainda temos esperanças de que satanás não ascenda ao trono, temos que, por uma questão ESTRATÉGIA, votar em quem tem mais chances de derrubar o inominável, que no momento é o Haddad.

E pra quem está desgostoso com a política e vota em branco, só lamento por você, pq vai deixar os outros decidirem seu futuro, depois não venha reclamar se o inominável for eleito.

Sobre a história, esse cap está lindo! Muito emocionante! Preparem os lencinhos e no final uma coisinha especial pra relaxar 😏

Amo tudin! 😘😘

Capítulo 38 - Do outro lado do rio


Fanfic / Fanfiction The Tiny Dancer - Do outro lado do rio

Camila

Paz. Era tudo que eu mais almejava nesses últimos tempos, e consegui, não da maneira que esperávamos, mas as coisas foram acontecendo e nos levando por um caminho que nos trouxe até aqui. Livres finalmente de uma sombra do meu passado. Não me sinto culpada pela presença dele em nossas vidas, seria louca se pensasse assim, era tudo que ele mais queria. Fomos vítimas, poderia ter sido pior, e dou graças a Deus por tudo ter sido como foi.

Lauren está bem dois dias depois do acontecido, surpreendentemente ela não regrediu muito em seus TOC's, parecia se sentir mais forte, mais segura que antes, quando nos encontramos chorando na porta do meu prédio e ela me perguntou insegura se eu ainda a amava.

Talvez isso se deva ao fato de ter dado um belo soco em Peter para me proteger, ou exatamente pelo enorme significado disso para ela. Lauren fez algo importante por mim, salvou minha vida, por que sem sombra de dúvidas ele iria atirar, e eu via o brilho nos seus olhos quando ela relatava como o impediu. Meu bichinho estava lidando com um sentimento que poucas vezes a vi demonstrar, orgulho de si mesma, e para ela é tão importante sentir isso, mesmo que de vez em quando. Vê-la desta forma enche meu peito de alegria.

Depois que deixei Sofi e Chris no apartamento de Lauren com a Nina, voltei para East Village e estacionei o carro em frente ao Centro Médico onde Vero trabalha, olhei o relógio pelo que deve ter sido a oitava vez, Lauren me disse para pô-lo no estacionamento interno do prédio, queria tê-la ouvido, capaz de eu levar uma multa se ficar muito tempo parada aqui. Pensei em descer do carro e entrar apenas na recepção para ver se ele não vinha, mas não foi necessário.

Lo saiu do prédio e caminhou em direção ao meu carro, estava acompanhada de uma mulher de cabelos castanhos muito bonita, eu sorri abertamente porque reconheci imediatamente a pessoa que tem sido um porto seguro para minha namorada por anos. Desci.

– Lo! – acenei e ela correu me abraçando e me dando um beijo rápido e envergonhado.

– Oi. – Sorriu com seus dentes brancos e seus olhinhos brilhantes, eu retribuí o beijo mais intensamente a deixando bem vermelha. Soltei Laur por um momento e fui apressada até a mulher.

– Doutora Moore, que bom vê-la! – a abracei e até me emocionei levemente.

– Me chame de Demi, Camila. – Ela sorriu e me olhou. – Oh meu bem, você está emocionada?! – Ela tornou a me abraçar.

– Sim, digo, eu só queria te agradecer por tudo que feito por ela. – Abracei Laur de lado lhe dando um beijo em sua têmpora, minha namorada me deu um beijo na bochecha e limpou uma pequena lágrima que escapou no meu olho direito.

– Eu amo o que eu faço Camila, me deixa tão feliz ver a felicidade de vocês e o progresso de Lauren, faz tudo valer a pena.

– A senhora é uma pessoa muito especial pra mim Doutora Moore. – Lo falou emocionada e nós duas abraçamos a médica juntas.

– Você também é uma moça muito especial Laur, e tenho fé que um dia ainda vai me chamar de Demi! – Ela brincou.

– Eu não consigo, não sei, eu respeito muito a senhora! – nos soltamos do abraço enquanto Demi e eu ríamos da carinha aflita de Lauren.

– Eu sei meu bem, eu estava brincando! Mas não vai me desrespeitar me chamando pelo nome.

– Eu vou tentar... – Ela sorriu tímida.

– Eu gostaria de ficar mais um pouco garotas, mas tenho que ir buscar a Molly na escola. – Ela olhou o relógio rapidamente.

– Então deixa eu sair daqui antes que leve uma multa! – Ri.

– Ok, estou esperando você no meu consultório Camila. – a médica falou e eu assenti. Ela insiste que eu devo ter algumas consultas, pelo trauma que passamos, acho que tem razão.

– Vou marcar.

– Muito bem moça! – ela sorriu.

Nos despedimos e Lo e eu entramos no carro, ela perguntou se podia ligar o rádio, é claro que eu deixaria ela ligar o que ela quisesse no meu carro, até já me ofereci para ensina-la a dirigir, ela falou que vai pensar.

Ouvíamos e cantávamos Madonna quando Lo chamou minha atenção. – Camz, a gente pode parar num lugar antes?

– Claro meu amor, onde você quer ir? – eu acho que nunca vou deixar de falar feito boba com ela, mesmo que anos e anos se passem, mas é que minha namorada é tão fofa!

– Quero parar numa floricultura. – Ela sorriu tímida.

– Certo. – Acariciei sua coxa e ela entrelaçou nossos dedos.

Dois dias atrás, quando Clara e Arnold foram internados, Lo e eu fomos ao hospital saber das condições dos dois, preferimos não levar o Chris e ele ficou na casa da Ally com a Sofi. Aos perguntarmos fomos informadas de que a minha sogra estava bem, mas precisaria realizar uma pequena cirurgia para tirar a bala, então não pudemos vê-la imediatamente, e nem no dia seguinte, por que ela teve uma pequena complicação, mas ontem à noite ela acordou e hoje fomos permitidas de visitá-la.

Já a situação do Arnold era um pouco mais complicada, ele perdeu muito sangue e precisou de doações, todos os nossos amigos doaram sangue para repor o estoque do hospital, é comum quando alguém precisa o hospital pedir doações de outros tipos sanguíneos também, apenas Dinah não pôde por causa da sua gravidez delicada.

Apesar do quadro dele ainda inspirar cuidados e ainda não ter acordado, Arnold está indo muito bem, se recuperando de forma surpreendente, segundo os médicos. Eu só tenho a agradecer a ele por quase ter dado a vida para nos proteger, sei que esse é o trabalho dele, mas é preciso muita coragem para levar um tiro, dois no caso, para defender alguém.

– Camz, o que acha desse? – Ela me mostrou um lindo buquê com flores do campo brancas.

– Lindo! – Toquei as flores levemente.

– Acha branco uma boa cor? Não seria melhor as coloridas? – apontou alguns buquês em cima do balcão.

– Ain que lindinhas! – pus as mãos no rosto, meus olhos com certeza brilharam ao ver a pequeninas flores de várias cores.

– Eu vou levar dois então. – Ela sorriu.

– Posso levar mais um pra pôr no seu apartamento? – Fiz beicinho e ela riu me dando um selinho.

– Claro anjo. – fomos pagar pelos buquês.

Eu estava hospedada no apartamento da minha namorada porque o meu estava uma verdadeira bagunça, voltamos lá ontem para ver o estrago, tudo alagado, a televisão da sala já era, o piano acho que ainda dá pra salvar, minha cozinha tão linda, toda queimada... Eu fiquei triste, mas o importante é que nós estamos bem, então tudo que pude fazer foi pegar minhas coisas e as de Sofia e irmos de mala e cuia para a casa de Lauren.

Eu avisei meus pais o que aconteceu e mama quis vir pra cá imediatamente, mas eu a convenci de que não era necessário, falamos por quase duas horas pelo Skype, e muito a contragosto dona Sinu ficou em Miami. Me lembro quando eu quis ir morar em Londres sozinha para estudar dança, papa disse que ela chorou por uma semana inteira por ter deixado a filhinha de apenas quinze anos ir morar em outro país. E me ligava todos os dias, três vezes ao dia.

O engraçado é que a relação dela com Sofia não é como a nossa, para minha irmã ela sempre deu mais liberdade, mesmo assim Sofi tem que ligar todos os dias para ela, e ai dela se esquecer, também veio correndo para New York mês retrasado quando Sofi teve uma virose. Mas eu acho que sou mesmo a filhinha da mamãe, tanto que meus pais fizeram questão de pagar pela reforma do apartamento.

– Fique bem logo amigo, o Chris está morrendo de saudade de você. – Falei perto da cama do Arnold enquanto Lo deixava as flores no vaso.

– Ele está tão quieto... – Lo me abraçou de lado e observou o homem junto comigo.

– É que estamos acostumadas a vê-lo andando, ameaçando idiotas para nos proteger. – Rimos. – Mas o médico disse que ele está indo muito bem.

– Espero que você acorde logo Arnold.

– Eu também. – a olhei. – Vamos ver a sua mãe agora?

– S-sim. – Lo respirou fundo.

Narrador

S.M.: Al otro lado del río – Jorge Drexler

As duas caminharam de mãos dadas pelo largo corredor branco do Hospital Saint Francis, apesar de ser um hospital público é um lugar muito bem estruturado e limpo, não foi só pela boa comida que Clara e Arnold pediram para serem atendidos nele, o local é tranquilo também, é claro que a emergência é como a de qualquer outro hospital, entretanto, apesar disso, na maior parte do tempo é um lugar que transmite muita paz também.

Lauren fez seus passos lentos em direção ao quarto da mãe e Camila foi no seu ritmo, já sabiam qual era o número, então era só procurar com calma, a mais velha diminuía a velocidade a cada passo, agora que estava tão perto, e passada toda a emoção dos dias anteriores, ela parecia querer adiar esse encontro, sabia que seria inevitável uma conversa séria com Clara Jauregui e isso a deixava com medo.

Lo entrelaçou seus dedos nos de Camila e pôs o lindo buquê de flores do campo coloridas na frente do peito, como se fossem sua espada e seu escudo, não que achasse que precisava se proteger de Clara, não mais, ela precisava de proteção contra suas emoções a flor da pele, necessitava de um apoio para controlar sua respiração ofegante, suas lágrimas, e o coração quase saltando do peito. Elas avistaram número na porta, era o certo.

– Entra. – Camila disse suave.

– Não c-consigo ir sozinha. – Lauren apertou a mão da namorada contra seu peito.

– Quer que eu entre com você?

– Eu preciso.

– Então vamos em frente. – Em frente, em frente, em frente... Lauren repetia para si mesma em pensamento, queria seguir, ter coragem.

Ela pôs a cabeça para dentro devagar, sua mãe não estava na cama, então as duas entraram no quarto completamente e a viram sentada numa poltrona perto da janela, o pedestal com o soro estava perto de si e uma enfermeira acabava de lhe dar um remédio para diminuir as dores, não só da cirurgia, mas também da artrose em suas mãos.

Lauren e Camila esperaram pacientemente até que a mulher de cabelos vermelhos, sorriso simpático e vestida de branco acabasse seu trabalho, ela colocou mais alguma coisa no soro da mãe de Laur e falou algo que as duas não entenderam, então Clara sorriu para ela e a enfermeira foi andando, sorriu para as duas quando passou, e por ter acompanhado o caminhar da mulher, a Jauregui mais velha finalmente se deu conta da presença das duas ali. Ela sorriu levemente.

– Vocês vieram... – Ela disse baixinho.

– S-sim... – Laur consegui falar com o olhar baixo. – É pra você. – Esticou o buquê e Clara alargou o sorriso, mas Laur parecia não sair do lugar, então delicadamente Camila a trouxe para mais perto de sua mãe e ela pôs o buquê de flores do campo em suas mãos.

– Valeu. Sentem, por favor, eu ainda vou demorar aqui, tenho que terminar esse soro. – Ela apontou umas cadeiras no canto e a bailarina as trouxe para perto, as duas sentaram e um silêncio meio incômodo se fez.

– Como está se sentindo? – Camila se atreveu a perguntar, já que sua namorada ainda tinha o olhar baixo.

– Melhor, eu não aguentava mais ficar na cama, então pedi pra Elizabeth me pôr aqui nessa poltrona, é bem confortável.

– Sua recuperação está indo bem então?

– Sim, muito bem. – As duas olharam para Lauren, ela parecia pensar no que dizer. – Eu sempre fui muito inquieta. – a pianista ergueu o olhar. – Mike cortava um dobrado comigo! – sorriu sem jeito.

– V-você é hiperativa? – a Jauregui mais nova perguntou tímida.

– Muito! – ela sorriu. – Eu fazia faculdade de Ciências da Computação quando o conheci.

– E-eu não sabia...

– Eu era boa, mas a faculdade não era suficiente, eu estava sempre procurando algo mais pra fazer, voluntariado, aulas particulares para quem precisasse, de tudo um pouco.

Nesse momento Camila pegou o buquê do colo de Clara e levou até um pequeno criado mudo, onde avistou um jarrinho de vidro, ela o pegou para encher de água no banheiro e deixou as duas a sós um pouco. Mas o olhar de Laur sobre ela lhe dizia, ou melhor, pedia para ela não sair do quarto.

– Seu pai e eu nos apaixonamos muito rápido, casamos e eu fiquei grávida. Mas eu não deixei a faculdade, nem ele queria isso. Mike dizia: quem vai consertar meu computador de graça quando eu precisar? – as duas riram.

– V-você o amava muito... – Lo franziu o cenho. – Então porque...

– A gente era feliz, muito, mas aí veio essa droga dessa doença e eu não conseguia fazer mais nada... – Ela deu uma pausa torcendo os lábios, parecia tentar segurar o choro. Respirou fundo. – Eu não devia ter saído atrás de drogas quando ele interrompeu meu medicamento, mas... Eu não aguentava ficar sem fazer nada, sem cuidar de você.

E você acabou não cuidando... – Laur disse sem pensar, mas essa frase estava presa em sua garganta há tantos anos que saiu amarga, arranhando e acompanhada de um soluço baixo. Camila observou que as duas tiveram a mesma reação, apertando os olhos e a boca para conter o choro.

Lauren ergueu o olhar procurando seu porto seguro, e viu Camila encostada na porta do banheiro, esticou a mão para ela sem ao menos se dar conta, precisava do calor acolhedor dela, ou desabaria ali mesmo, e a bailarina correu em direção ao seu amor, sentou ao seu lado e a aconchegou em seus braços.

– Porque? – a pianista perguntou olhando nos olhos de sua mãe, e Clara viu tanta mágoa e ressentimento ali que ela sabia que qualquer explicação seria inútil e insuficiente, mesmo assim tentou.

– Eu pensava que sabia o que estava fazendo, eu tinha plena certeza de que não estava errada. Eu tinha certeza que seu pai tinha um caso com a secretária, porque ele não parava em casa, tinha certeza de que ele internaria a drogada inútil aqui numa clínica, tinha certeza absoluta de que ele iria me trocar por ela, e te fazer me substituir por ela como mãe, e acreditei totalmente nisso por anos.

– S-se você me amava tanto, porque me deixou?

– Era outra certeza que eu tinha, que eu iria me livrar das drogas e voltar pra te criar de verdade, mas a verdade é que eu não sabia de merda nenhuma, nem ao menos me conhecia bem pra saber que eu nunca iria conseguir parar sozinha.

– Você me deixou num orfanato, como se eu, s-se eu não tivesse pai nem mãe!

– Eu ia te visitar e eu pensava que iria te buscar depois, que e-eu ia parar com as drogas, arranjar um bom emprego, uma casa, e ia te buscar!

– Mas você não foi! – Lauren chorou e Camila se segurou para não fazer o mesmo.

– Eu tentei filha, eu tentei! – Clara também chorou. – Mas o crack é muito traiçoeiro... E depois daquele dia, que seu amigo morreu... Eu fiquei com tanta vergonha, mais por que até hoje eu não consigo lembrar de nada do que aconteceu.

– Você não lembra?! – Laur arregalou ligeiramente seus olhos magoados, como ela podia não lembrar do que fez?!

– Não... Desculpe, só sei o que Irmã Isabel me contou...

– Você me bateu! Eu quase morri, fiquei surda! Billy morreu!! – Ela quase gritou e Clara se encolheu. – E eu sou essa pessoa reclusa, presa aqui dentro. – Tocou a cabeça. – Com medo demais pra sair e ver o que tem lá fora! – despejou tudo de uma vez.

– Eu sinto muito, não tem explicação nem perdão para o que eu fiz, mas eu quero que saiba que eu acreditei até o último momento que eu iria conseguir parar e te buscar, mas não aconteceu...

– P-porque não me devolveu pro meu pai então?

– Eu tinha muito medo de ser presa, aí que eu não iria te ver nunca mais mesmo e ainda sentia muito ódio dele, eu... Eu fui tão egoísta... Só pensei em mim mesma, e não no que era melhor pra você. – Cobriu o rosto.

– V-você foi egoísta sim, mas... E-eu esperava que você voltasse! – Ela revelou. – Sei que pareço idiota pensando assim, mas e-eu sempre esperei, m-mesmo depois do que aconteceu, por isso eu ensinei ao Chris o meu nome e não mãe, e-eu pensei que pelo menos por ele você seria capaz d-de voltar, já que não foi por mim, mas você não voltou, eu queria que você tivesse voltado, sempre quis! – Completou chorando e Camila beijou sua cabeça.

– E eu queria muito voltar, mas também não queria que vocês convivessem com uma drogada, e enquanto isso não acontecia eu ia tomando conta de você do jeito que eu conseguia! – Clara chorava.

– Camila m-me contou do emprego no Joe's e do piano, eu agradeço, m-mas preferia muito mais que você estivesse comigo nesses momentos!

– Eu também queria estar, mas eu sentia tanta vergonha de mim mesma, de ser quem eu sou, ainda sinto, imagina a vida horrível que vocês dois iriam ter ao lado de uma mãe viciada?

– E meu pai sofrendo por anos sem saber onde e-eu estava.

– Eu sei que não tenho o direito, mas te peço perdão por tudo, por eu ter sido essa fraca, medrosa e egoísta, não que eu queira que você me perdoe, eu sei que tantos anos de sofrimento não tem perdão, mas ao mesmo tempo que não tenho direito, eu tenho a obrigação de te pedir perdão, mesmo sabendo que você não vai me perdoar, eu não me perdoaria.

– Eu não quero mais guardar mágoa, é muito ruim, dói muito! – Laur amassou a blusa na altura do peito agoniada. – Mas também n-não consigo te perdoar ainda.

– Nós não precisamos de nada dessa coisa de novela mexicana, de fazer as pazes e se abraçar chorando, sei que você não está pronta pra isso. Só te peço, humildemente, que me deixe te ver de vez em quando, e-eu estou limpa já tem uma semana, e vou me internar numa clínica gratuita, eu vou dar tudo de mim dessa vez pra parar, eu... Eu só queria, se não for demais, te ver e ver o Chris às vezes.

– Eu... Realmente não estou pronta pra te abraçar e chorar no seu ombro... – Ela sorriu triste. – Mas se você quiser ir na minha casa não vou te impedir. Se estiver limpa.

– Obrigada filha... Eu só não sei se vou poder te visitar tão cedo, por que vou estar na clínica.

– Talvez... Talvez eu vá ver você. – Lauren olhou pro chão e sua namorada enxugou suas lágrimas.

– Eu ia gostar muito se você pudesse. – Depois de tantas coisas ditas e não ditas o silêncio incômodo, mas necessário, novamente se tornou presente, depois de algum tempo os ânimos se acalmaram um pouco.

– Onde fica essa clínica? – Camila quis saber, já que ninguém dizia mais nada.

– Aqui pertinho, a Elizabeth trabalha lá, ela vai me inscrever.

– Elizabeth é a enfermeira que estava aqui?

– Sim. – Clara riu de repente e as outras duas franziram o cenho. – É que eu chamei ela de Elizabeth Weasley, sabe, por causa do cabelo ruivo. – elas reconheceram o sobrenome de alguns personagens de Harry Potter e sorriram de leve. – Mas aí ela disse que poderia se chamar Delacour também. Ela conhece Harry Potter, dá pra acreditar?! – Ela deu um sorrisinho meio besta.

– Mas porque ela poderia se chamar Delacour? – Lauren perguntou curiosa.

– Ela tem descendência francesa. – Um suspiro quase inaudível escapou de seus lábios.

– É impressão minha ou você está meio que interessada na enfermeira ruiva? – Camila segurou o riso.

– Eu não sei, ela é bonitona e... Fala francês... – Ela completou soltando o ar, como se esse último fato a fizesse derreter por dentro.

– E-eu não sabia que você... – Laur disse meio sem jeito.

– Eu sou bi, sempre fui. – deu de ombros. – E cara, ela fala francês...

– Ok, percebemos que você tem uma queda por quem fala francês! – Camila riu.

– Eu tenho um Grand Canyon inteiro! – As três riram, Lauren via um lado de sua mãe que nunca tinha visto, e estar junto dela nesse momento não parecia algo tão desagradável como há um tempo atrás. – Eu daria meu Action Figure do Darth Vader de 1988, ainda na caixa, por uma chance com ela. – Clara olhou para a porta, ela estava mesmo caidinha pela enfermeira “francesa”.

– V-você tem o Darth Vader 1988?! – Laur arregalou os olhos. – Na caixa?! – Ela sorriu pasma.

– Tenho, foi uma das poucas coisas que não vendi por... Vocês sabem.

– Eu já procurei muito por um desses! – A pianista disse e Camila sorriu, ela notou de quem Lauren tinha puxado, mesmo sem saber, o gosto por essas coisas.

– Eu posso dar pra você se quiser.

– Não, não, é muito raro! V-você não pode sair dando um Action Figure tão raro assim pra qualquer um!

– Você não é qualquer uma, é minha filha, e eu quero muito te dar ele.

– Mesmo assim, é muito raro, não posso. – Clara torceu os lábios desapontada e Laur teve uma ideia que considerou boa. – Você pode levar para a clínica, quando sair de lá você me dá.

– Essa é uma ótima ideia. – Camila sorriu e beijou sua bochecha.

Elas conversaram ainda por algum tempo, não tocaram mais em assuntos do passado, aos poucos eles iriam surgir naturalmente, o mais importante já haviam dito, e Laur não sentiu mais mágoa ou ressentimento que antes, seu coração estava um pouco mais leve. É claro que ainda não havia perdoado tantos anos de tristezas e decepções, isso é muito difícil para qualquer um, mas quem sabe um dia?

Mãe e filha falaram basicamente sobre filmes de heróis e jogos de computador e videogame, e entraram numa pequena discussão sobre qual plataforma era melhor, mesmo Clara não podendo ter muitas das coisas que citou, como placas de vídeo e de som lançados recentemente, estava atualizada sobre o assunto, pois estava sempre pesquisando, já Lauren era fiel aos consoles, mesmo não tendo o mesmo desempenho que um PC bem equipado, ela argumentava que manter um computador atualizado para suportar os jogos lançados era caro demais, Camila não entendia quase nada, mas estava feliz pelas duas terem interesses em comum.

A enfermeira “francesa bonitona”, como Clara a apelidou secretamente, voltou e trocou o soro, pondo a Jauregui mais velha na cama, muito a contragosto seu, ela era mesmo hiperativa e não conseguia ficar muito tempo parada em um lugar só, Camila e Lauren riram bastante dos protestos e da resistência dela em ficar quieta na cama.

– Se ficar bem quietinha prometo que amanhã de manhã te levo para um passeio nos corredores do hospital. – Elizabeth propôs.

– E nós poderíamos passear agora. – Clara rebateu.

– Não, agora você tem que descansar, já se desgastou demais por hoje!

– Não quero ficar vegetando nessa cama!

– Você está se recuperando e não vegetando, teimosa! – Elizabeth pôs as mãos na cintura, Camila e Lauren seguravam o riso.

– Eu até posso ficar quieta, se... Me der seu telefone. – A mulher forçou um sorriso e Elizabeth gargalhou.

– Não precisa do meu telefone, estou aqui todos os dias.

– Mas você vai cuidar de outros pacientes, vou me sentir muito só. – Chantagem emocional, seguida de um biquinho.

– Eu posso ficar aqui com você por mais algum tempo. – Laur propôs, mas sua namorada a olhou em reprovação.

– Não podemos amor, lembra que nós temos algumas coisas do musical para rever? – Ela disse incisiva, e sua pianista concordou com a cabeça lentamente, mesmo não tendo entendido nada.

– Ok, vou te dar meu número, mas não é pra ficar me mandando mensagens o tempo todo, eu estou trabalhando. – Elizabeth deu o braço a torcer e Clara teria pulado de alegria, se não tivesse acabado de fazer uma cirurgia. Mesmo assim não foi possível esconder sua alegria quando esticou a mão para pegar o smartphone antigo, mas que funcionava até bem, que possuía.

– O que está colocando aí? – Elizabeth quis ver e Clara tentou esconder o celular, mas não conseguiu a tempo, a pianista e a bailarina riam baixinho.

– Seu nome ué.

– Meu nome não é Francesa Bonitona. – Ela cerrou os olhos.

– E você é muito enxerida, o celular é meu e eu coloco o nome dos contatos do jeito que eu quiser!

– Então não vou mais te dar meu número! – Clara arregalou os olhos.

– Ok, que mulher mandona! – a Jauregui bufou e trocou para Elizabeth, complementaria com Gostosa, mas a enfermeira não tirou os olhos do celular dela. Ela trocaria depois.

– Se eu descobrir que trocou meu contato, eu tomo esse celular e só devolvo quando tiver alta!

– Ei, eu não vou fazer isso Liz, pode confiar em mim. – Clara balançou as sobrancelhas e a enfermeira riu, ela gostou de ser chamada assim pela paciente de olhos verdes, não podia negar.

– Certo, eu vou ver os outros pacientes, mais tarde passo aqui.

– Me manda uma mensagem de áudio em francês?

– Pra quê?

– Pra eu ficar ouvindo enquanto você não estiver aqui. – Elizabeth derreteu, Clara era realmente uma coisa chata e fofa ao mesmo tempo.

– Ok... Comporte-toi alors que je ne suis pas là, je serai bientôt de retour, mon préféré têtu. Pronto, feliz agora? – Clara assentiu freneticamente e Elizabeth sorriu uma última vez para as três antes de sair do quarto.

– O que foi que ela disse? – Camila franziu o cenho.

– Não faço ideia, vou pôr no Google tradutor! – Clara sorriu e mexeu no celular por um tempo

“Comporte-se enquanto eu não estiver aqui, volto logo, minha teimosa preferida.” Disse a voz do aplicativo e as três arregalaram os olhos.

– “Minha teimosa preferida”?! – Camila riu. – Eu acho que alguém aqui tem chances!

– Uau! Porra, eu acho que tenho! – a alegria da mulher era contagiante, e as duas moças de pé ao lado de sua cama perceberam que ter chances com a enfermeira não era só por ela ser bonita e falar francês, apesar desse último ter contribuído bastante, mas também porque isso fazia um bem danado à sua baixa autoestima, afinal ela se achava apenas mais uma drogada maltrapilha.

– Nós... Já vamos então, amanhã voltamos. – Lauren cutucava a manga da blusa de Camila.

– Ok, eu acho que depois de amanhã já vou ter alta, vou pegar o endereço da clínica com Elizabeth pra passar pra vocês.

– Certo...

– Até amanhã então, se cuidem.

– Você também.

– E... Camila, obrigada.

– Pelo quê? – A bailarina sorriu.

– Por tudo, você fez tanto por nós que eu não tenho nem como agradecer.

– Eu fiz porque eu amo Lauren demais, e vê-la feliz é tudo que eu mais quero. – Ela beijou a bochecha de sua amada, que ruborizou.

– Eu vejo isso. – sua sogra sorriu.

– Até mais Clara, se recupere logo. – Camila a abraçou.

– Obrigada.

– Até... Mãe. – Laur a abraçou meio sem jeito. – E veja se obedece a Elizabeth. – brincou meio tímida.

– Eu vou tentar, mas não muito. – Ela sorriu.

As duas saíram do hospital em direção ao estacionamento e Lo esperava Camila abrir a porta do carro perdida em seus pensamentos, a bailarina logo avisou a ela que poderia entrar e fez o mesmo.

– Como se sente? – Ela acariciou a bochecha de sua amada antes de ligar o Gran Torino.

– Estranha, mas... Feliz? – Ela sorriu de leve, mas ainda denotando uma certa melancolia.

– Acho que é natural se sentir assim.

– Sim, por muitos anos eu vivi essa contradição, eu tinha medo dela, sentia muita raiva também, mas no fundo eu queria muito que ela voltasse. Parece estranho?

– Não, não é nada estranho, acho que bem aqui... – tocou o peito de sua namorada. – Você só queria que ela mudasse, e tinha esperanças de que isso acontecesse.

– Eu tinha. – suspirou. – Mas ela está agora, mesmo sendo um pouco tarde.

– Não é tão tarde assim, ela ainda vai conviver bastante conosco.

– Acha que ela vai conseguir se livrar das drogas?

– Temos que ter fé, e acreditar até o último segundo.

– Acho que você tem razão, eu quero que ela consiga, que possa ver seus netos e bisnetos crescerem.

– Netos e bisnetos é? – Camila sorriu.

– S-sim, eu... Eu te disse. Eu adoraria formar uma família com você.

– Eu também meu amor. – A bailarina a beijou. – Mas tudo a seu tempo. – e piscou levada fazendo sua pianista rir.

(🎵)

– Que sorriso lindo é esse? – Lauren perguntou enquanto terminava de arrumar sua mala e Camila olhava seu notebook radiante.

– Mais uma crítica positiva ao nosso musical! – A bailarina disse eufórica.

– Eu posso ler? – Lo sentou na cama ao lado de sua namorada.

– Claro né amor. – Camila revirou os olhos rindo.

“O espetáculo Rocket Man, ao mesmo tempo que é dançante e frenético, é romântico e de uma beleza inigualável, tanto pelos incríveis figurinos, cenários e iluminação, quanto pela atuação de um Harry Styles praticamente perfeito. As participações de Demi Lovato e Grayson Chance abrilhantam ainda mais o musical que já é de encher os olhos só pelo visual.

Sem falar da coreografia ousada, belíssima e cheia de paixão, coordenada pela, apesar de jovem, muito experiente Camila Cabello, que orna perfeitamente com a trilha sonora adaptada pelo novo e promissor talento Lauren Jauregui. O arranjo musical casa tão perfeitamente com a coreografia, que eu diria que Lauren e Camila foram feitas uma para a outra, na arte e na vida. Não posso esquecer também de falar aqui sobre a direção intuitiva e precisa de Allyson Brooke, que comanda com pulsos firmes uma equipe enorme, porém cheia de talento e sinergia.

Minha opinião final? Rocket Man é a nova obra prima da Broadway, diverte e emociona do início ao fim, em momento algum se torna cansativo ou monótono, pelo contrário, você sai do teatro com vontade de ver tudo de novo,  Sir Elton John deve estar muito orgulhoso dessas crianças!

Jonas Wilson, crítico de cinema e teatro, PHD em teatro de musicais.”

– Uau, ele gostou mesmo! – Lo ainda olhava para a tela do computador com um sorriso bobo.

– Gostou? Ele amou! – Camila agarrou o pescoço de Laur e beijou seu rosto várias vezes rapidamente, fazendo as duas caírem deitadas na cama, rindo como duas crianças.

– Acho que essa já é a vigésima crítica positiva que lemos.

– Sim, todo mundo está amando, com exceção daquele chato do Philip Seymour. – Camila revirou os olhos. – Eu não sei o que pode deixar aquele homem feliz, ele não gosta de nada!

– Talvez ele não tenha encontrado ainda algo que realmente o agrade.

– Ele nunca vai encontrar nada que o agrade sendo tão rabugento! – A bailarina fez um bico emburrado tão adorável que Lauren não resistiu em lhe beijar o rosto várias e várias vezes a fazendo rir.

– Você poder ter razão, mas agora eu acho melhor nós irmos dormir, amanhã acordamos cedo. – a pianista suspirou.

– Essa viagem a Miami está te deixando nervosa não é? – A latina fez sua amada sentar e massageou seus ombros.

– Sim, digo, eu quero muito ir e conhecer minha família, mas me dá um pouco de medo, eles podem não gostar de mim...

– Isso... – Camila pôs o notebook na poltrona ao lado da cama. – É completamente impossível de acontecer meu amor, você é o ser mais lindo e adorável do mundo! – a beijou na boca longamente.

– Você só diz isso porque é minha namorada...

– Também, mas muita gente concorda comigo. – Ela sorriu e sentou nos quadris de Lauren e beijou seu pescoço lentamente. – Você precisa relaxar...

– C-camz, amanhã a gente acorda cedo, já passam das duas da manhã... – Laur ofegou sutilmente.

– Hum... – Camila parou os beijos e pensou um pouco. – Ok, você tem razão. – Ela levantou da cama e foi ao banheiro com um sorrisinho que Lo não notou.

– V-você ficou chateada anjo? – a de olhos verdes perguntou quando percebeu que sua namorada demorava demais.

– Não amorzinho, você tem toda razão, vamos dormir. – a voz da bailarina ecoou tranquila de dentro da suíte e Lauren olhou o teto cutucando um botão do seu pijama.

– Tem certeza de que não está chateada? – Ela insistiu.

– De jeito nenhum.

– Ok... – mordeu o lábio inferior e esperou pacientemente até que Camila voltasse para a cama.

– Você já escovou os dentes? – a luz do banheiro iluminou o quarto minimamente.

– Já sim, eu não... – Laur parou de falar assim que a porta foi completamente aberta, seus olhos verdes de repente se iluminaram, talvez pela luz que vinha do outro cômodo, talvez pela visão magnífica que se materializava a sua frente agora.

– Você está muito cansada Lo? – Camila perguntou com a voz mais safada e sensual que conseguia fazer.

– V-v-você comprou...

– Sim, acha que ela ficou boa em mim? – A bailarina olhou seu corpo, que mais parecia uma obra de arte, coberto apenas com o traje mínimo de uma princesa guerreira chamada Kitana, de um jogo que Laur conhecia muito bem, Mortal Kombat.

– C-com toda certeza... F-ficou. – A pianista sentou na cama completamente atordoada, mas não conseguia tirar os olhos daquele monumento chamado Camila Cabello. Engoliu seco quando ela deu o primeiro passo.

– Você está tão estressada meu amor... – Ela balançou os leques típicos da personagem lentamente e o coração de Lauren disparou, a máscara que cobria a parte inferior de seu rosto, deixando apenas seus lindos olhos castanhos a vista, também contribuiu bastante para causar taquicardia na pianista.

Camila deixou os leques de lado, pegou o celular na cômoda e ligou o Bluetooth ativando o som, uma música ecoou baixinho no quarto, fazendo o estômago da morena de olhos verdes revirar em ansiedade.

– Eu pensei em te distrair um pouco. – sua voz abafada pela máscara só tornava tudo ainda mais intenso.

Laur pôs as pernas trêmulas para fora da cama e sua bailarina começou um rebolado lento, acompanhando o ritmo sensual, quase sexual da música, a pianista fixou o olhar nela, nem que quisesse poderia evitar fazer isso, Camila se movia de uma forma tão provocante, arrastava as mãos pelo corpo, sentindo a música entrar por seus poros e percorrer suas veias.

A mais velha pôs as mãos inquietas no colo, sua respiração se tornou ofegante e pesada, os lábios eram mordidos e maltratados a todo instante, e suas belas orbes verdes escureciam a cada rebolada de sua namorada, e quando Camila virou de costas foi a morte para Lauren, ela agachava e lentamente subia o corpo empinando bem o bumbum na direção da outra.

– Deus... – A pianista ofegou quando a latina sentou em seu colo e rebolou lenta, mas vigorosamente, não conseguiu se conter em segurar sua cintura por alguns instantes antes de Camila levantar e levar as mãos até o fecho do busto que usava.

Ela o abriu e deixou a peça de roupa cair no chão ao seu lado, pôs as mãos nos seios e virou de frente se aproximando de Lauren, quase matou sua pobre namorada do coração quando afastou as pernas e sentou em seu colo, desta vez de frente. Camila tirou as mãos dos seios e pegou nos pulsos de sua pianista a fazendo massageá-los.

– Camila... – Laur sussurrou quase em um gemido e os apertou com certo vigor.

– Ah... – a bailarina fechou os olhos amando as mãos firmes em seus peitos, mas para a tristeza de Laur ela levantou novamente.

– Não, vem cá... – A pianista esticou os braços.

– Você me quer? – Sorriu safada e Lo assentiu freneticamente. – Eu não estou forçando a barra estou? – negou freneticamente.

Camila sorriu diabolicamente e tirou as luvas as jogando no chão, sempre acompanhando a música, baixou o corpo empinando a bunda para Lauren e abriu o zíper da bota esquerda a tirando, fez o mesmo com a esquerda e a pianista não podia negar que seu sexo latejava com aquela visão.

Sobraram apenas a calcinha e a máscara, Camila desceu a primeira de uma forma extremamente sexy e a jogou no rosto de sua namorada, Lauren sorriu e segurou a peça de roupa em seu rosto instintivamente, inalando o cheiro feminino.

Por último foi a máscara, Camila a jogou de lado e quando a pianista pensou que a latina finalmente se entregaria a ela, a mais nova sorriu e pegou seus óculos de grau na cômoda, o pondo no rosto, encostou na parede de frente para Lauren, dobrou a perna levemente e chamou seu amor com o dedo indicador, com a sorriso mais sem vergonha que já se teve registro.

Lauren não já não pensava mais direito, seus instintos a levaram em direção a sua amada, sem receios, sem timidez desta vez, não havia mais espaço em sua cabeça para isso nesse exato momento. Ela agarrou Camila e seus lábios atacaram os dela com amor, e por que não dizer com extrema luxúria. A bailarina afastou a perna para receber Laur em seu corpo e a enroscou na dela. Acabou derrubando os óculos no chão.

A pianista segurou a coxa de sua latina e a trouxe para sua cintura, Camila gemeu e afastou Laur apressada para abrir os botões de seu pijama, assim que se livraram da blusa se dedicaram a tirar a calça, quando Laur ficou apenas de calcinha boxer voltou a beijar sua namorada na boca, apertar sua carne macia e arrancar suspiros e gemidos de sua deusa, as peles quentes roçando vigorosamente uma na outra, provocando arrepios, excitando, instigando as duas mulheres que se amavam com fervor naquele quarto.

– Ai amor... – Camila gemeu arrastado quando Lauren acariciou seu clitóris levemente e chupou seu pescoço. – Hum... – ofegou com extrema lascívia.

– Ah Camila... – ela sussurrou sofregamente, sua latina a estava enlouquecendo, a fazendo perder totalmente o controle. – Deixa eu, eu... – A bailarina sorriu afastando mais a perna, se deliciando com as ações mais vigorosas de sua namorada.

– Vem, vem amor. – quase implorou e fechou os olhos puxando o ar com força quando sentiu dois dedos de Laur invadirem seu canal completamente lubrificado por sua excitação. – Aaaah... – ela encostou a boca no ombro de sua amada e enlaçou seu pescoço com os braços.

Lauren começou devagar, sentindo cada centímetro do interior de sua amada, fechou os olhos de prazer ao senti-lo se contrair em volta de seus dedos e cada gemido que isso provocava na sua latina, isso a excitou de uma forma que seus quadris se moveram investindo contra os de Camila, enquanto seus dedos a penetravam cada vez mais rápido, e sua boca carnuda não parava de beijar a pele morena da forma que conseguia.

– I-isso Lo, assim! – Camila fechou os olhos com força e afastou os lábios erguendo o rosto para cima, necessitando de ar na mesma proporção em que precisava do prazer intenso que sua morena lhe proporcionava.

– Eu amo você... – Laur arrastou os dentes levemente pela bochecha de sua amada, estocando seu canal, rebolando gostoso contra ela. – Meu amor, meu amor... – Sussurrou perdida no prazer, que oferecia e sentia, na mesma intensidade. Seus corpos balançavam num linda sincronia agora, unido como se fossem um só, e elas prolongaram o prazer que esses movimentos causavam o quanto puderam.

– Ah! – a latina quase gritou quando Lauren apertou seu clitóris com o polegar, mas se conteve dando uma leve mordida no ombro dela, a de olhos verdes gostou da sensação que isso lhe provocou e um gemido sôfrego escapou de seus lábios.

Os quadris da mais nova iniciaram um rebolado ritmado contra os dedos de sua pianista, e Laur soube o que estava para acontecer, por isso parou o que estava fazendo e antes que a latina pudesse protestar a mais velha ajoelhou em frente a ela, arrastando as mãos pelo corpo levemente bronzeado, venerando suas formas e curvas perfeitas.

Puxou a perna de sua bailarina para cima de seu ombro e inalou o cheiro feminino e delicioso de sua excitação, Camila sorriu em expectativa e se ajeitou para receber os lábios vermelhos e carnudos em seu sexo.

– Oh Deus! – abafou um gemido alto com a mão e curvou um pouco o corpo para frente se apoiando com a outra mão no ombro de sua pianista. – Lauren... – choramingou longamente ao sentir seus lábios menores sendo sugados com um pouco mais de força.

O som estalado do beijo íntimo foi ouvido no quarto e as duas sorriram uma para a outra, Lo beijou novamente, e de novo o som que instigava ainda mais o tesão que sentiam, a latina revirava os olhos a medida em que o oral ficava mais intenso e rebolou lentamente na boca de sua namorada.

– Lo... – Ela se expôs mais um pouco, queria sentir tanto prazer quanto fosse possível, e Lauren segurou sua bunda lhe dando um apoio melhor, por que as pernas da latina tremiam, ela não suportaria por muito mais tempo. Sem se dar conta rebolou mais forte, acariciando as costas de sua morena de olhos verdes com o calcanhar e ajeitando seus cabelos negros para não caírem em seu rosto. – Eso, más fuerte mi amor, fuerte! – sem perceber falou em outra língua, enviando pontadas diretamente ao sexo de sua pianista.

Laur obedeceu e sugou o clitóris rijo e quente para dentro de sua boca, passando a língua sobre ele rapidamente. – Hum... – a latina mordeu o lábio com força e apertou os olhos na mesma intensidade. Seus quadris não se moviam mais, apenas mais alguns segundos... – Aaaah! – sufocou um gemido que ficou preso na garanta, abriu a boca e arqueou o corpo fortemente, apertando as mechas negras entre seus dedos, ficou assim por um bom tempo, até o orgasmo quase se dissipar, mas não deixou que Lauren parasse.

– De novo amor, continua... – Pediu quase sem voz e a mais velha lhe entregou mais alguns beijos deliciosos. – Oh, por Dios, Lauren... ! – se desmanchou em mais um orgasmo, e quando seus músculos relaxaram Laur a segurou, antes que suas pernas trêmulas a traíssem e a levassem ao chão.

Encostaram as testas e ficaram abraçadas por um bom tempo, nenhuma das duas se atrevia a quebrar o silêncio reconfortante que se instalou. A latina mexeu a cabeça languidamente, arrastando os lábios pelo pescoço de sua amada, beijando levemente a pele alva, sugando com carinho.

Sem que se desse conta a bailarina forçou seu corpo contra o de sua namorada, a fazendo andar para trás, em direção à cama, os beijos passaram para a boca, a mais nova sugava os lábios vermelhos, as línguas se encontraram e o beijo ficou mais forte, intenso.

Camila afastou Lauren de si e a empurrou a fazendo cair sentada na cama, a pianista sorriu nervosa, sua amada tinha um olhar obsceno em direção ao seu corpo, a latina empurrou Laur sem muita delicadeza a fazendo rir, a pianista permaneceu deitada enquanto a mais nova subia na cama, pairando de quatro sobre ela.

Te quiero... – Sussurrou bem perto do rosto de sua pianista, fazendo todo seu interior vibrar.

A mais nova começou distribuindo beijos lentos pelo pescoço e colo da namorada, descendo pelo vale entre seus seios, e beijando o esquerdo logo em seguida, enquanto sua mão trabalhava massageando o outro.

– Hum... – Lo gemeu manhosa e afagou os cabelos de Camila, que caiam em cascata sobre seu corpo alvo.

Os beijos foram descendo pelo abdômen branquinho, e a bailarina resolveu sugar de leve, apenas para ver as marquinhas vermelhas que isso provocava em Lauren, sorriu com adoração ao ver a pele branca mudar de cor sob seus lábios.

Camila desceu da cama e ficou de pé segurando a calcinha de sua namorada, a desceu devagar, admirando cada novo pedacinho de pele exposta, e o coração de Laur disparou quando ficou completamente nua e os olhos de sua latina escureceram ao se deparar com seu lindo sexo rosado.

Mi hermosa... – Camila suspirou antes de ajoelhar diante de seu amor, afastando suas pernas e beijando sua intimidade com extremo carinho.

– Oh Camila! – Lauren afastou os lábios e inclinou a cabeça para trás fechando os olhos com força, ao mesmo tempo em que eram extremamente gostosos, os beijos eram absurdamente intensos para a pianista. Ela se entregou às sensações, sua latina se dedicava inteiramente a ela, chupando, lambendo, dando-lhe todo seu amor. – Eu amo tanto você... – disse perdida de prazer, acariciando os cabelos de sua bailarina, embrenhando os dedos nas mechas castanhas.

– Eu também te amo cariño... – A mais nova disse e beijou novamente, desta vez ainda mais intensamente

– Ah... – Laur choramingou e iniciou um rebolado lento e sensual sob os lábios latinos. Camila afastou a boca minimamente para separar os lábios maiores e capturar o clitóris rijo e levemente inchado pela excitação. – Amor... Isso... – A mais velha dizia embriagada pelo desejo e sensações maravilhosas que sua namorada lhe proporcionava.

Num ato mais ousado Camila abriu espaço para introduzir dois dedos no canal de sua amada, não foi difícil desliza-los completamente para dentro, a excitação de Lauren era tanta que escorria por sua pele, a latina fez questão de sorver o líquido, e estocou os dedos rapidamente enquanto chupava sua morena.

– Oh Camila! – a de olhos verdes revirou os olhos e seu rebolado se tornou mais intenso, Camila acompanhou seu ritmo, quanto mais vigoroso o rebolado, mais ela chupava e estocava. – Oh... Deus... Eu, eu... – seu ventre se contraiu fortemente e elas deixaram vir. – Oh... – Lauren se desmanchou num orgasmo, e nunca foi tão forte antes, ela mal conseguia respirar, todos os músculos do seu corpo se contraíram e doeram, e mesmo assim não queria que acabasse. – Camila! Ah... – seu corpo inteiro tremeu mais uma vez antes do gozo se esvair totalmente.

Mas seus quadris continuavam se mexendo e Camila sabia o que era. – Sobe mais na cama. – Ela pediu e Laur se arrastou com o restante de suas forças para atende-la. – Isso. – a latina sorriu e subiu no colchão se pondo entre as pernas de Lauren, o encaixe mais perfeito do mundo parecia se concretizar bem ali, naquele quarto de um apartamento no Queens.

Camila segurou a perna de Laur e não esperou mais nada para iniciar um rebolado lento e delicioso sobre ela, as duas gemeram em sincronia, como em tudo que faziam, e puxaram o ar para seus pulmões com força, também ao mesmo tempo, quando sentiram a intensidade quase insuportável do tesão que lhes consumia, mas ninguém sequer cogitou parar.

Lauren puxou Camila pelo braço, para roçarem não só seus sexos, mas os seios, as peles quentes e suadas, e finalmente se beijar intensamente, as línguas se enroscando, sendo chupadas com vigor, assim como seus lábios, os quadris não descansavam um segundo, os corpos balançavam, assim como a cama, que rangia a cada rebolada mais forte.

O ar era escasso agora, o suor escorria, e não conseguindo mais continuar o beijo, a bailarina afastou minimamente o rosto do da sua morena, e continuou rebolando gostoso, com a testa colada na dela, o suor se misturando, assim como o líquido que ainda brotava de suas intimidades e se espalhava por suas pernas.

As duas diminuíram o ritmo, mas aumentaram a força com que seus quadris buscavam o prazer, estavam tão perto, que no momento em que Lauren apertou a bunda de Camila elas gemeram longamente e se agarraram uma na outra com força, quase fundinho seus corpos, para receber o mais que bem vindo orgasmo, talvez o mais forte que já tiveram em meses, não saberiam dizer.

Todos os músculos contraídos relaxaram, as respirações voltavam ao normal, e Camila ergueu o rosto para beijar seu amor na boca lentamente, numa deliciosa troca de carinhos pós sexo, as duas se beijavam e se acarinhavam sem pressa, sentindo suas forças voltarem aos pouquinhos.

O beijo terminou e Camila sorriu para sua morena, que piscava os olhinhos. – Cansada?

– Um pouco. – Ela respondeu risonha e beijou a testa de sua latina.

– Só um pouco? – a mais nova ergueu uma sobrancelha presunçosa.

– Bem, na verdade, como diria a Mani, eu estou destruída! – as duas gargalharam.

– Quer tomar um banho? – A latina beijou o queixo de Lo delicadamente.

– Sim, eu quero sim.

– Então vamos! – Camila riu e as duas levantaram da cama com certa dificuldade, apesar disso caminharam até a suíte, mas antes que sua morena alcançasse o box a bailarina a puxou e a abraçou por trás diante do espelho. – Eu acho que vamos ter um pouco de dificuldade para levantar amanhã de manhã. – e se afastou um pouco para se ver também.

– Nossa! – Lauren arregalou os olhos verdes, observando a situação das duas abismada. Os cabelos completamente desgrenhados, marcas vermelhas nos pescoço, seios, abdomens, braços e rostos, as bocas inchadas e vermelhas, parecia que tinham levado uma surra.

– E amanhã vai estar ainda pior, por que vão aparecer os hematomas dos chupões! – Camila riu. – Vamos ter que usar blusas de gola alta se não quisermos ninguém perguntando o que foi isso.

– Você tem razão. – Laur sorriu e passou os dedos delicadamente sobre uma mancha vermelha no braço de Camila. – São muitas marcas. – Ela sorriu.

– Sabe o que fizemos aqui esta noite? – Camila sorriu safada e Laur franziu o cenho.

– Fizemos amor... – Disse incerta.

– Não, nós fodemos, bem gostoso... – Ela sussurrou no ouvido de sua morena fazendo seus pelos se arrepiarem.

– Foi... Muito bom. – Lauren disse no mesmo tom de voz de Camila.

– Foi sim, maravilhoso. – Beijou seu pescoço. – Vamos tomar nosso banho? – Sorriu levada dando uma mordidinha na bochecha de sua pianista.

– Só banho mesmo? – Lo perguntou divertida e desconfiada.

– Bem, nós podemos fechar a noite com chave ouro, o que acha?

– Acho que... Pode ser uma boa ideia, mas já estamos quase sem forças. – Lo sorriu sem jeito.

– Não se preocupe, dessa vez faremos devagar, faremos amor...


Notas Finais


Entonces, muita emoção com a Clara? É a interação dela com a Elizabeth? Essa mulher só surpreende né não? 😝

E Camila e Lauren né? Que safadas! Mas com muito amor e carinho 😌😌

Até o próximo 😘😘😘❤️


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