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História The Tiny Dancer - O amor é bem mais


Escrita por: BrightBend

Notas do Autor


Oi pessoaaaas! Desculpa a demora, eu iria postar ontem, mas não tinha revisado, e foi até bom pq achei um monte de errinhos, mas se ainda tiver algum ignorem 😅

Esse cap é mais pra rir um pouquinho, depois da tensão dos anteriores, e pra vocês saberem como ficou Norminah e Vercy, só pra dar um encaminhamento pros meus casais.

Espero que se divirtam bastante, eu ri escrevendo, tomara que gostem. Amo todos 😘😘

Capítulo 39 - O amor é bem mais


Fanfic / Fanfiction The Tiny Dancer - O amor é bem mais

Narrador

– Mani?

– O que?

– Por que está se mexendo tanto?

– Apenas procurando uma posição pra dormir, mas não se preocupe, não vou mais atrapalhar o sono de beleza da rainha de Sabá!

– Eu não falei por isso, só estava preocupada com você!

– Já falei que não precisa, e também não vem com essa de preocupada pra cima de mim, não caio na sua!

– Normani. – DJ respirou fundo. – A ideia de você dormir aqui foi da sua mãe, não desconte em mim sua insatisfação!

– Ah claro, muito convenientemente a Nina está fazendo um trabalho pra faculdade e a mãe e o pai têm que acordar cedo amanhã.

– Você poderia ter dormido no sofá da sala. – Dinah sorriu, mas Mani não pôde ver no escuro do quarto.

– Minha mãe disse que você estava se sentindo mal, então eu tenho que ficar aqui. – A negra torceu os lábios.

– Claro.

– Por causa do bebê, nada além disso! E também só estou na mesma cama que você porque o colchonete é muito desconfortável!

– Hurrum, boa noite então.

– E pode tirar esse sorriso besta da cara, é apenas por causa no nosso... Do bebê! – Se ajeitou na cama e fechou os olhos emburrada.

– Ok, não falei nada, eu hein! – Dinah riu e aos pouquinhos foi levantando da cama, nos últimos dois dias as cólicas aumentaram, talvez por causa da aflição que passou ao saber de tudo que aconteceu com Lauren e Camila.

– Onde você está indo? – Normani se virou alarmada.

– No banheiro, será que nem isso... Ai! – ela levou a mão ao ventre.

– O que foi?! – Mani arregalou os olhos e rapidamente acendeu a luz do abajur.

– O de sempre, cólicas. – a loira fez cara feia. – Acho que fiquei tensa demais pelo que houve com a Mila e a Laur. – ela fez força para levantar e as dores aumentaram.

– Espera, espera aí, eu te ajudo! – a moça negra levantou da cama e foi ajudando Dinah a ir até o banheiro.

– Podia pegar um copo de água pra mim por favor?

– Claro. – Mani saiu quase correndo e Dinah riu, ela tem percebido a extrema preocupação que a negra demonstra, ela sempre diz que é por causa do bebê, mas a loira sabe que também há um cuidado enorme com a sua saúde. – Aqui está. – lhe entregou o copo assim que DJ abriu a porta e ela pôde tomar o remédio que sua médica indicou para as cólicas.

– Obrigada. – Devolveu o copo e voltou lentamente para a cama.

– Você é teimosa! Deixa eu te ajudar! – Mani segurou a mão de Dinah novamente, e desta vez não pôde deixar de sentir a intensidade daquele toque, sentia tanta falta dele...

– Mani tudo bem? – DJ perguntou quando percebeu que a outra não se mexia mais em direção à cama.

– S-sim, tudo! – ela ajudou Dinah a deitar e lhe cobriu com o lençol sem ao menos se dar conta do gesto de carinho. – Dorme, amanhã vamos àquela consulta.

– Você vai mesmo? – A loira sorriu.

– E eu tenho escolha? Você não pode ir sozinha, pode? – disse um tanto ríspida, mas Dinah não se importou, agora que estava tão perto de Mani, e esperando um filho, lhe dava esperanças de que sua amada pudesse ver que estava sendo injusta com ela, ou talvez só estivesse encantada pela ideia de ter um filho.

– Não, não posso. – silêncio.

– Você está se sentindo melhor? – Mani perguntou hesitante, não queria dar o braço a torcer, mas precisava muito saber que Dinah estava bem, mesmo não querendo admitir isso nem para si mesma.

– O remédio ainda vai demorar um pouco pra fazer efeito, mas vai passar.

– Isso... Essas cólicas, dói muito?

– Depende, às vezes bastante, às vezes nem tanto.

– Eu não sei se tem alguma relação, mas quando sinto cólicas menstruais durmo de bruços, alivia um pouco.

– Sua mãe me disse isso, também me disse que se o remédio não fizer efeito vai me fazer umas compressas com água quente. Ela me paparica tanto! – Dinah riu sem graça.

– Ela tem um carinho muito grande por mulheres grávidas, diz que é um momento muito especial na vida de alguém, e também ela... Perdeu um filho, antes da Nina, seria um menino chamado Natan, nosso irmão do meio.

– Nossa, sinto muito por ela.

– Ela se recuperou, mas eu lembro do quanto sofreu quando perdeu meu irmãozinho, o pai também, mas eu acho que carregar um filho no ventre e depois sentir que ele não está mais lá deve ser muito doloroso. Por isso ela não quer que ninguém passe pela mesma dor.

– Eu não quero nem pensar nisso. – DJ suspirou.

– Ei, não vai acontecer nada com ele, ou ela. – Mani virou o rosto para olha-la. – Nós vamos tomar conta de vocês, vai dar tudo certo. – Ela deu um sorriso reconfortante ao notar a expressão preocupada de Dinah.

A loira sorriu agradecida pelas palavras. – Obrigada Mani. – lhe deu um beijo rápido na bochecha e virou para dormir. – Boa noite.

– D-de... Boa n-noite... – Ela se virou de costas para a loira e fechou os olhos, uma inquietação enorme tomou conta de si, sentir os lábios de DJ em sua pele depois de tanto tempo tirou completamente sua paz e seu sono, ela não conseguia dormir e depois de algum tempo, na verdade algumas horas, Mani virou para ver a outra ressonando tranquilamente. Será que já dormiu? É claro que sim, já deve passar das três da manhã.

Primeiro ela observou as curvas da loira por cima do lençol, os quadris pareciam mais largos, o braço um pouquinho mais forte, sorriu de leve e se aproximou para ver o rosto de sua ex-namorada, estava um pouco mais bochechuda também, a pele mais bonita e vistosa, como se tivesse um brilho especial, e Mani se segurou o quanto pôde, mas que droga! Ela está ainda mais linda grávida!

Respirou fundo e criou coragem para tocar sua bochecha muito de leve, para não acorda-la. A pele parecia mil vezes mais macia que antes, tão suave... Os lábios pareciam mais grossos também, ela se aproximou lentamente, se esticou para alcançar, mas num súbito rompante de sensatez, ou teimosia, se afastou. Mas que merda eu estou fazendo?!

Levantou da cama e foi apressada até o banheiro, olhou o relógio na pia, passava das três da manhã. Mani fechou os olhos mais um vez, respirou fundo e se olhou no espelho. – Você ainda ama essa mulher Normani, ama pra caralho! – Sussurrou e deixou uma lágrima escorrer por sua bochecha.

(🎵)

– Mãe, eu não estou achando meu iogurte natural desnatado! – Mani procurava na geladeira.

– O quê filha? Não entendi. – Andrea gritou da sala de jantar.

Mani foi apressada até ela. – Meu iogurte natural, não estou... Achando... – disse pausadamente quando viu Dinah tomar o que devia ser uma das últimas colheradas do seu iogurte.

– Ah amor, eu dei pra Dinah, ela precisa se alimentar bem e não pode comer coisas com muito açúcar ou gordura, você sabe. – Andrea sorriu e DJ fez uma carinha inocente tão irritante que a moça negra se segurou para não dizer nada rude.

– Mas... Era o último... – Cerrou os olhos.

– Eu compro mais quando voltar da Associação. – Andrea levantou e beijou a testa da filha, ela e Derick acordaram bem cedo, tomaram café da manhã, se arrumaram e já estavam quase de saída, enquanto Mani e DJ tinham acabado de acordar.

– Mas eu queria tomar no café.

– Não seja egoísta Normani, você não vai morrer se não tomar esse iogurte por um dia.

– Mas ontem a senhora deu minha salada de kiwi com morango pra ela também... Agora não tem mais. – ela fez um bico que Dinah achou simplesmente adorável.

– Eu compro morangos e kiwis na volta também. – Andrea revirou os olhos sorrindo. – Dinah quer alguma coisa da rua? Posso trazer aquele biscoitinho integral que você gosta.

– Se não for dar trabalho.

– Trabalho nenhum. – Ela sorriu. – Eu fiz uma omelete com ricota pra você, está no fogão.

– Obrigada Andrea! – Dinah sorriu, ela adora omelete.

– De nada. – a mulher já iria sair, mas Mani a interrompeu.

– A senhora não fez pra mim também?

– Ai... – Andrea mordeu o lábio inferior meio sem jeito. – Não filha, mas eu deixei umas torradinhas pra você, e tem bastante ovo ainda na geladeira, só não use a ricota, é da DJ.

– Ok né. – O bico de Normani aumentou três vezes mais e ela franziu o cenho chateada. Dinah se segurou para não levantar e encher aquelas bochechas de beijos.

– Oh meu amor, não fica com ciúmes não! Mamãe promete que faz uma omelete bem gostosa pra você no jantar! – Andrea riu e abraçou sua mais velha, que estava bem relutante, mas acabou cedendo. A mulher saiu apressada, já estava quase se atrasando.

– Já não basta tomar meu iogurte e minha salada, você quer tomar minha mãe também? – Mani falou assim que se sentou à mesa e tomou um gole de suco.

– Não estou tomando nada seu, não seja infantil. – a loira revirou os olhos e foi levantar para ir buscar a omelete.

– Fica sentada, eu pego pra você. – Mani foi até a cozinha e voltou de lá com dois pratinhos. – Aqui está sua omelete alteza. – Disse ironicamente colocando o prato na frente da loira, e sentou comendo as torradas que sua mãe deixou, mas quando menos esperou alguém colocou um pedaço generoso de omelete em seu prato.

– Está meio sem sal, espero que não se importe. – DJ falou e voltou a comer.

– Eu... – A moça negra torceu os lábios, se sentia uma completa idiota agora. – Obrigada. – Ela segurou o sorriso, só não sabia quanto tempo iria conseguir se segurar e bancar a durona com Dinah, ela estava cada dia mais bonita, gentil, o sorriso mais lindo que nunca, e os lábios...

– Mani? – DJ franziu o cenho, Normani estava olhando estranho para a omelete. – Algo errado com a comida?

– N-não! Eu vou buscar o sal! – saiu quase correndo para a cozinha. – Droga, o que estou fazendo?! Eu não posso dar o braço a torcer, ela me traiu! Mas a vontade de beijar aquela boca tá foda!

– De beijar que boca?

– Porra Nina, que susto! – Mani levou a mão ao peito ofegante e Nina gargalhou.

– Acho melhor você beijar a tal boca logo antes que ela se canse de esperar. – A mais nova abriu a geladeira e pegou uma garrafa com água.

– Eu não quero beijar ninguém, você ouviu fora do contexto! – Mani pegou o sal. – E você hein? Que olheiras enormes!

– Não dormi nem uma hora, mas o trabalho está pronto.

– Vai pra faculdade agora?! – Ela arregalou os olhos.

– Não, primeiro vou deixar minha bebê no aeroporto, ela anda carente de atenção, mas é que a faculdade não está nada fácil.

– Tadinha da Sofi. – Mani sorriu. – Só toma cuidado pra não ficar doente, esse negócio de virar a noite não faz nada bem.

– Eu estou bem, depois que eu sair do aeroporto vou passar na faculdade só para uma aula e entregar o trabalho, e depois vou dormir até não poder mais.

– Ok.

– Por falar em virar a noite, te dou o mesmo conselho.

– O quê?

– Também está com olheiras enormes Mani, acho melhor você agarrar logo a DJ em vez de passar a noite toda olhando ou pensando nela.

– Eu não passei a noite em claro olhando pra ela!

– Não? Então passou batendo uma por ela? – Nina balançou as sobrancelhas e Mani arregalou os olhos chocada.

– Nina Simone! Você me respeita! Com está aprendendo essas coisas?! – Ela corria atrás da irmã pela cozinha e DJ ouvindo a bagunça foi ver o que estava havendo.

Ficou um bom tempo olhando as duas irmãs com um sorriso bobo, imaginando quando poderia ver seu filho correndo pela casa assim, se teria condições de dar irmãos a ele, e se Normani estaria com ela nesse futuro que parecia um pouco distante, mas simplesmente maravilhoso.

(🎵)

– Eu não entendo porque você tem que trazer uma bolsa tão grande! – Mani reclamava ao lado de DJ na calçada, enquanto as duas esperavam o carro para irem ao médico. Ela carregava a bolsa dela e a da loira.

– Tenho que trazer umas coisinhas, me prevenir.

– Que tipo de coisas?

– Meu casaquinho, guarda chuvas, carteira, uma calcinha extra, nunca se sabe, papel higiênico, também nunca se sabe, minha maquiagem, meu remédio, essas coisas.

– Você tá parecendo mais a Lauren.

– Ela é prevenida. – Mani fez bico e olhou pro outro lado, a bolsa de DJ parecia que tinha chumbo dentro. Não demorou mais que dois minutos para o carro chegar e logo o motorista desceu para abrir a porta para as duas.

– Por aqui senhorita. – Ele foi gentil em segurar a mão de Dinah para ajudá-la a entrar no banco de trás, gentil e sorridente demais para o gosto de Mani, ela cerrou os olhos e entrou logo em seguida, se arrependeu de não ter trazido uma bolsa menor, se soubesse que a loira iria trazer uma tão grande.

O caminho foi feito quase todo em silêncio, e Normani fuzilava o motorista com o olhar sempre que ele olhava pelo retrovisor, DJ não percebeu, muito menos a gentileza exagerada dele, pois estava preocupada demais com seu bebê, pedindo por tudo que nada desse errado na consulta.

– Chegamos. – Ele anunciou assim que estacionou, e desceu do carro abrindo a porta para que Normani descesse, ele deu a volta para ajudar Dinah, mas Mani pôs uma bolsa em cada ombro meio atrapalhada e passou na frente do homem.

– Não precisa, eu mesma a ajudo. – Ela abriu a porta e estendeu a mão para a loira.

– Obrigada Mani. – Dinah sorriu levemente, mas foi o suficiente para que a moça negra sentisse aquele conhecido friozinho na barriga.

– V-vamos entrar, está quase na hora. – Ela levou DJ pela mão e a loira não pôde deixar de sorrir pela atitude, sentia o calor de sua pele, a mão um tanto trêmula, e tinha certeza de que ainda havia algo muito especial ali.

Pegaram o elevador até o terceiro andar e seguiram para o consultório da obstetra, chegando lá uma assistente logo pediu para que DJ sentasse numa cadeira de rodas para levá-la à sala de espera, já haviam sido informados de que se tratava de uma paciente com gravidez de risco, era o procedimento padrão.

– Isso senhorita Hansen, vou levá-la à sala de espera. – a moça sorridente tentou levar a cadeira de rodas, mas Normani a interrompeu.

– Deixe que eu levo. – Ela empurrou a cadeira e a moça deu de ombros pedindo para que a seguissem. Mani imaginava porque estavam todos tão sorridentes para Dinah hoje, ela estava linda sim, a pele, os cabelos, o sorriso...

– Mani? – Dinah a chamava. – Mani!

– O-oi, o que foi?

– Meus documentos, tenho que entregar a ela.

– Ah tá, só um instante! – ela catou a bolsa em busca da carteira. – Toma.

– Aqui está. – a loira abriu a carteira e entregou os documentos necessários à moça.

– Pronto, agora é só esperar, eu vou resolver tudo e já trago de volta. – A moça saiu andando e Mani cruzou os braços ficando de pé ao lado de DJ.

– Senta criatura, ainda vai demorar um pouco.

– Não, eu tô legal, valeu. – ela balançou a perna e olhou Dinah por uns instantes.

– O que foi?

– Nada, eu tô bem.

– Você não está, está toda nervosa aí.

– Eu tô bem. – Ela disse e a loira arqueou uma sobrancelha, Mani se deu por vencida e soltou o ar. – Você tem que ficar nessa cadeira de rodas? – Ela franziu o cenho meio aflita.

– É o procedimento da clínica, e também é mais prático, daqui há pouco eu vou ter que entrar na sala da médica.

– Eu sei, mas não é meio... Sei lá, não traz boa sorte.

– Agora você que tá parecendo a Laur. – Ela riu.

– É sério, você não tá doente nem nada, isso chama.

Dinah gargalhou. – Deixa de bobagem! Senta aí vai, daqui há pouco eu sou chamada. – A negra sentou na cadeira ao lado e DJ a olhava de relance de vez em quando, Mani parecia tão nervosa quanto ela agora, mordia os lábios e balançava a perna freneticamente.

– Dinah Jane Hansen? – Mani levantou de supetão. – Sala cinco. – a assistente informou e a moça negra empurrou a cadeira de DJ até o local.

– Dinah, como vai minha paciente preferida? – A médica negra de cabelos curtinhos e encaracolados sorriu com seus dentes tão brancos que Normani achou que fossem cega-la.

– Você diz isso pra todas Danai. – a loira brincou fingindo estar ofendida.

– Só pras mais bonitas! – As duas riram e Mani fechou a cara.

– Ah, Danai, essa é Normani, ela é... Ela veio me acompanhar na consulta.

– Muito prazer Normani, Danai Gurira, sou a ginecologista, obstetra e se Deus quiser farei o parto dessa moça aqui. – Ela apertou a mão de Mani, que forçou um sorriso. – Sente-se por favor. – Ela sentou e pôs as duas bolsas no colo.

– Obrigada doutora.

– Então mamãe, como vão essas cólicas?

– Nossa Danai, ontem à noite estava difícil!

– Você não me disse que estava tão mal assim. – Mani franziu o cenho preocupada.

– Você já estava com dificuldades pra dormir, não queria piorar as coisas.

– Mas...

– Eu tomei o remédio, ficou tudo bem. – DJ tocou a mão de Normani de forma reconfortante, e ela se encolheu se sentindo culpada, mesmo com dor Dinah ainda se preocupava com ela, e ela foi tão rude com a loira...

– Que bom que o remédio fez efeito, eu sinto te dizer mas você ainda vai ter essas cólicas por algum tempo. – a médica avisou.

– Tem algo que possamos fazer pra amenizar isso? – Normani perguntou de repente e DJ prendeu o sorriso bobo.

– Compressas com água morna é bom, massagens para diminuir o inchaço, e ela deve mudar de posição constantemente para não sobrecarregar os músculos, além do remédio que eu indiquei. – Danai explicava e Mani assentia compenetrada, DJ queria beija-la, mas se conteve.

– Ok doutora.

– Certo, então vamos ao que interessa? – Ela sorriu e DJ sentiu um frio enorme na barriga.

– O quê? – Normani franziu o cenho.

– O ultrassom mamãe, o primeiro do seu bebê! – Ela olhava diretamente para Mani, e a moça pensou em dizer que não era nada disso, mas o olhar triste de Dinah a fez mudar de ideia.

– Você se importa se eu entrar junto? – Mani perguntou tímida à loira, que negou com a cabeça, não queria admitir, mas estava ansiosa para saber se o neném estava bem e também para ver a pequena sementinha que crescia no ventre de Dinah.

– Vamos? – a médica olhou para DJ.

– S-sim.

Ela foi levada à sala de ultrassom e uma assistente preparou tudo, Mani olhava todos aqueles equipamentos com curiosidade, nunca tinha entrado num lugar assim, quer dizer, já acompanhou a mãe nesse exame quando ela estava grávida de Nina, mas a clínica era muito mais simples e dezoito anos atrás não existia toda essa tecnologia.

– Gostando das máquinas? – Danai sorriu quando viu Mani encarando uma telinha ao lado cama.

– Aqui parece uma nave espacial, ou sei lá. – ela riu sem graça.

– Acho que você vai gostar mais quando aparecer a imagem nessa tela. – A médica espalhou o gel na barriga de Dinah, que tremeu um pouco por ele estar gelado, e logo em seguida passou o aparelho sobre ela. – Olhem só mamães, essa é a sua pequena sementinha! – Ela disse depois de um tempinho.

DJ olhou a tela e seus olhos já se encheram de lágrimas, ela levou a mão à boca emocionada, havia mesmo um pequenino carocinho em seu útero, seu filho. Mani se aproximou da tela olhando aquela coisinha tão pequena, mal podia acreditar que logo se tornaria um bebezinho, com mãozinhas, boquinha, pezinhos e olhos castanhos como os seus talvez.

– É tão mínimo! – Normani sorriu e se aproximou de DJ, sem que esperasse a loira segurou sua mão, mas ela não quis se livrar do toque, ao contrário, sorriu para ela.

– É lindo! – Dinah deixou algumas lágrimas escaparem e os olhos de Normani marejaram.

– Hum... – Danai franziu o cenho olhando para a tela.

– O que foi doutora? – Mani perguntou preocupada.

– Ainda é cedo para dizer, você vai fazer quatro semanas daqui há três dias, mas tudo indica que dois fecundaram.

– O que isso quer dizer?!

– Que podem ser gêmeos, univitelinos!

– Ai meu Deus, Mani! – Dinah riu e Normani levou as mãos à boca.

– Minha mãe vai morrer de alegria! – a negra riu.

– Só saberemos com certeza a partir da sexta semana, mas tudo indica que sim. – a médica explicou.

– Nós vamos voltar então, pra ter certeza não é? – Olhou para Dinah.

– É claro que sim amor! – a loira disse sem querer e logo depois sorriu sem graça, Normani também sorriu sem jeito e coçou a nuca.

Depois de terminar o exame e de mais algumas perguntas de rotina e recomendações, a médica liberou Dinah, e as duas moças voltaram pra casa, pegaram outro carro e desta vez o motorista foi muito mais profissional que o outro, para a satisfação de Normani.

– Nossa, não pensei que fosse ficar tão cansada só de ir ao médico! – DJ comentou ao entrarem no apartamento.

– Vem, você tem que tomar um banho, eu vou preparar seu almoço. – Mani levou Dinah pela mão, ainda carregava as duas bolsas nos ombros, ela as deixou em cima de uma poltrona no quarto e foi até o guarda roupas pegar uma troca de roupa para a loira.

– Eu posso escolher minha própria roupa Mani. – ela sorriu.

– Tudo bem, eu já sei o que você gosta de usar em casa, vai tomar banho, qualquer coisa me chama. – Deixou as roupas em cima da cama e levou DJ até a suíte.

– Nós... – A loira iria falar, mas se interrompeu. – Eu vou tomar banho. – Sorriu e fechou a porta. Mani fechou os olhos, ela percebeu que Dinah queria dizer algo, e se sentiu triste por não ter dito.

Normani apenas esquentou o arroz e o feijão que sua mãe havia feito na noite anterior e pôs alguns legumes para cozinhar, enquanto isso preparava um frango grelhado com pouco tempero, lembrou da recomendação da médica e decidiu que não colocaria feijão para DJ, para evitar as cólicas, invés disso muitas verduras e legumes. Para beber um suco de laranja adoçado com mel, mas não muito.

– Nossa, o cheiro do frango está muito bom. – Dinah chegou na cozinha. – Apesar de eu saber que está insosso. – Ela torceu os lábios e Mani segurou o riso.

– Você não pode comer sal, tem que controlar sua pressão.

– Mani, eu...

– Você....

– Eu queria conversar, sobre a gente... – Ela baixou o olhar e respirou fundo.

– Pode ser depois do almoço? Eu não queria que esfriasse, e também você não pode ficar muito tempo sem se alimentar.

A loira soltou o ar sorrindo. – Ok. – Mani estava um amor com ela desde a consulta, e ela imaginou se alguma coisa mudou no seu coração, mas não iria mudar de ideia, queria conversar sério com ela.

Elas comeram em silêncio, Mani nervosa por querer saber o que DJ tinha a dizer, talvez quisesse explicar novamente o que aconteceu naquela noite da estreia há quase um mês, e a negra não queria brigar com ela, de verdade, estava realmente feliz por ter visto o bebê, ou o que seria um lindo projeto dele, e ainda mais pela possibilidade de serem gêmeos, ela não queria lembrar daquele dia e se aborrecer, e acabar deixando a loira nervosa, ela não podia se aborrecer.

– Acho que já podemos falar, não? – Dinah perguntou enquanto Mani lavava os pratos.

– Sim, vamos pro quarto. – Ela terminou e as duas foram, DJ sentou na cama e Normani ficou de pé. – Olha DJ, se for sobre aquele dia, eu não quero mais falar sobre isso, sério, eu não quero lembrar...

– Eu não vou mais insistir, tudo que eu tinha pra explicar eu já te expliquei. – DJ interrompeu e Mani se calou. – Quando eu vim pra cá, eu não estava pensando em me reaproximar impondo minha presença aqui nem nada disso, sua mãe me chamou e eu apenas vim, já fazia mais de duas semanas que não te via, e eu estava com muitas saudades...

Mani respirou fundo e sentou na poltrona.

– Eu só queria te ver, ficar perto de você, mesmo com todas as patadas que você já me deu nessas quase duas semanas que estou aqui.

– Sinto muito... – as duas sorriram sem jeito.

– Não importa, eu já estava feliz de te ver todos os dias, mas... Eu acho que isso já está me fazendo mal.

– Como assim?

– Eu não quero mais ficar perto de você e não poder dizer que eu te amo, te beijar, te abraçar. – Essas palavras fizeram Normani tremer por dentro. – Queria curtir nosso bebê contigo, mas você sempre faz questão de dizer que ele é só meu, hoje foi a primeira vez que não fez isso, e eu até tive esperanças, mas acho que estou me iludindo.

– DJ, eu... Eu quero acompanhar o crescimento dele, ou deles, eu não vou mais dizer que você é a única mãe, se isso te incomoda tanto! – Mani tinha medo do que ela diria em seguida.

– Eu sei, você ficou feliz em vê-lo, mas foi só isso. – Dinah respirou fundo. – Pode até ser que tenha sentido ciúmes de mim hoje e se preocupado comigo, e sei que isso é porque que ainda me ama. – Mani torceu os lábios e baixou o olhar. – Mas é preciso mais que amor pra fazer dar certo.

– DJ, eu não estou entendendo onde quer chegar.

– Eu vou embora.

– O quê?!

– Eu já decidi, eu pensei que fosse capaz, mas meu coração não é tão forte pra suportar ficar tão perto e tão longe de você ao mesmo tempo.

– Não, você não pode ir embora! Quem vai cuidar de você?!

– Eu chamo a Betina de volta, e posso até contratar mais uma enfermeira.

– Não é a mesma coisa, a gente aqui cuida muito melhor de vocês do que qualquer outra pessoa cuidaria!

– Mas por mais que você ainda me ame, não me quer de volta, só quer nossos filhos. – O coração da negra ficou pequenininho. – Eles podem ser filhos de mães separadas, é só fazermos de tudo para que eles não sintam menos amados por isso...

– Para! – Mani levantou de repente e DJ arregalou os olhos. – Para de falar besteira, nossos bebês não vão ser filhos de mães separadas! – a negra não aguentou mais, decidiu seguir seu coração.

– Mani...

– Quem foi que te disse que eu não quero mais você?!

– Mas você só me trata mal, me...

– Porque eu sou uma teimosa idiota! Porra, eu... Eu amo você! – Mani chorou e sentou ao lado de DJ segurando suas mãos. – Não vai embora D, eu acredito em você! Eu estou sendo uma estúpida com você, só porque eu não queria dar o braço a torcer! Mas eu não quero que vá! Eu não quero que vá...

– Você está dizendo isso por minha causa ou por causa dos nossos filhos?

Mani não respondeu, apenas puxou a loira pela cintura e beijou sua boca com vontade, DJ emaranhou os dedos nos cabelos cacheados e correspondeu da forma que pôde, as duas sentiram tantas saudades dos lábios uma da outra, dos toques das mãos, do calor da pele, que não puderam se conter em derramar algumas lágrimas, que se misturaram e se perdiam pelas bocas sedentas daquele carinho tão conhecido e tão desejado durante tanto tempo.

– Não vai, eu amo você... – Mani sussurrou em meio a um soluço. – No fundo do meu coração eu sabia que você não tinha me traído, mas essa minha cabeça dura insistia que eu não podia ser enganada, ser feita de idiota, tudo por orgulho besta! Eu tinha medo de ser tida como otária por aceitar uma traição, mesmo que no fundo eu quisesse mais que tudo acreditar em você.

– E você acredita?

– Mais que tudo D! Me desculpa, eu devia ter te ouvido, te dado uma chance de se explicar com calma! Me perdoa!

– Ela armou bem a situação, mas eu realmente gostaria de ter tido a chance de conversar contigo com mais calma.

– Eu sei, eu sou uma cabeça dura! Mas é que eu fiquei tão louca da minha vida, eu não gosto nem de imaginar alguém te tocando, te beijando! – Ela apertou os olhos e Dinah a abraçou.

– Você é mesmo uma cabeça dura, mas eu te amo muito.

– Então perdoa essa cabeça dura aqui D, eu não posso te perder! – Mani a fitou com o rosto banhado em lágrimas e Dinah se desmanchou. – Fica, por favor...

– Eu perdoo, e posso ficar. – Mani sorriu em meio às lágrimas. – Mas você vai ter que confiar mais em mim.

– Eu vou!

– Aquelas crises de ciúmes sem motivo estavam minando nossa relação, só nos deixavam magoadas, feridas e com raiva uma da outra.

– Eu sei, eu vou me controlar, mas é que eu nunca... Eu nunca amei ninguém de verdade, eu não sabia que era tão imatura quanto a isso! – a carinha de choro de Normani era de cortar o coração.

– Vem cá. – DJ deitou na cama a trouxe a moça negra para junto de si, Mani não hesitou em se aconchegar nela. – Se a gente se ama e quer fazer isso dar certo vamos ter que confiar uma na outra. – Ela encostou a testa na de Normani olhando em seus olhos. – Com todo nosso coração.

– Eu vou Di, eu prometo, só não diz que vai embora de novo amor, eu não vou aguentar te perder uma segunda vez.

– Que saudades de te ouvir falar assim... – Dinah deixou algumas lágrimas caírem.

– Amor, meu amor. – Mani repetiu e beijou os lábios de sua amada intensamente. – Espera! – Ela parou ofegante e sorriu.

– Que foi?

– Eu... – Ela levantou da cama apressada e começou a procurar algo na cômoda.

– Mani, o que está fazendo? – Dinah sentou e pôs as pernas para fora do colchão.

– Aqui está! – ela pegou o objeto e correu de volta se ajoelhando entre as pernas da loira. – Eu tinha jogado fora com raiva, mas a Nina achou e guardou. – Ela disse sem jeito e DJ reconheceu o anel que deu a Mani quando a pediu em namoro em Miami.

– Nosso anel de namoro.

– Na verdade esse é uma cópia, o que você me deu ainda está comigo. – Ela puxou um cordãozinho de prata escondido dentro de sua blusa, com o anel pendurado.

– Safada! E eu toda triste achando que você não queria mais usar! – DJ bateu nos braços de Mani.

– Ai mulher! Não me bate! – Ela se defendia.

– Você está merecendo!

– Dinah, para, para! – Mani segurou suas mãos. – Pensei que estávamos fazendo as pazes!

– São os hormônios da gravidez. – a loira fez bico e ganhou um selinho carinhoso.

– Como eu dizia, eu mandei fazer uma cópia do anel pra você usar um igual, mas aconteceu tudo aquilo, e bem... Eu estava com raiva, mas graças à Nina ele ainda está aqui. – Mani ergueu o anel e DJ sorriu. – Dinah Jane Hansen, você quer ser minha namorada, de novo?

– Mani... – ela pôs as mãos na boca sorrindo, já estava chorando novamente. – É claro que eu quero! – Agarrou o pescoço da negra e encheu seu rosto de beijos. Normani pôs a joia no dedo de sua amada e tirou o seu anel da corrente, então a loira o pôs no dedo dela. 

– Eu te amo...

Mani beijou sua namorada e foi empurrando seu corpo lentamente para trás, a deitando na cama delicadamente, a loira acariciou a cintura de Normani com carinho, e suas mãos atrevidas já foram subindo a blusa da negra, que deitou por cima dela sem deixar o corpo pesar demais sobre o de Dinah.

– Eu também te amo Mani. – DJ ofegou quando sentiu os lábios de sua amada chupando seu pescoço e apertou sua carne por baixo da blusa, ela subiria um pouco mais o tecido, se alguém não tivesse entrado no quarto de repente.

– Opa, foi mal... – As duas viraram os rostos assustados para verem uma Nina completamente sem graça. – Pensei que ainda não tinham voltado do...

– Adivinha quem veio almoçar em casa Nina?! Papai e mamãe! – Derick abriu a porta de uma vez, ele e Andrea arregalaram os olhos, não mais que Mani e DJ. – Ops...

– Demorou menos do que eu imaginava! – Andrea comentou e todos gargalharam, menos Normani, ela só queria um buraco negro para enfiar a cara, mas em vez disso a escondeu no pescoço de DJ. – Me deve dez dólares Derick!

(🎵)

– Sete, oito, nove, dez! – Vero gritou. – Prontos ou não, aí vou eu! – E saiu procurando por Jake e Bebel pelo enorme quintal da casa de Ally.

– Eles estão se divertindo pra valer hoje, obrigada por nos convidar pra passar a tarde aqui Ally. – Lucy comentou com a baixinha, as duas olhavam as três crianças, Verônica incluída, da varanda, sentadas à uma pequena mesa enquanto tomavam sorvete depois do almoço.

– A Bel é louca pelos meninos, e por Verônica também! – Ally sorriu. – Ela é ótima com crianças.

– Ela é muito competente no trabalho, e uma mãe de família incrível, mas ao mesmo tempo é uma criançona, isso é o que mais me encanta nela. – Lu suspirou olhando Vero procurar as crianças atrás de uma árvore.

– Troy era assim no início do nosso casamento... – Ally apoiou o queixo na mão.

– Como vocês estão Ally?

– Está difícil, eu já pensei em separação, mas não tive coragem de conversar com ele, fico esperando algum milagre acontecer, ele mudar as atitudes dele de repente, mas continua tudo do mesmo jeito. – a baixinha desabafou e Lucy segurou sua mão.

– Mas vocês se amam muito não?

– Sim, com toda certeza, mas é preciso mais que amor pra fazer um casamento dar certo.

– Eu entendo, você já conversou com ele sobre essa sua insatisfação?

– Várias vezes, ele diz que as coisas vão melhorar, que ele vai conseguir a promoção e trabalhar menos, mas eu acho que essa tal promoção vai causar justamente o contrário, quanto mais responsabilidade mais você é exigido por isso.

– Você tem razão, como era mesmo que dizia aquele filme que do Homem Aranha que o Jake gosta? – Lu franziu o cenho.

Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. – Ally lembrou e Lucy sorriu assentindo. – Mas e vocês, como estão as coisas depois de tudo? – ela quis saber.

– Agora estamos bem, ele foi preso, você sabe. – Ally assentiu. – Então o processo provavelmente nem vai pra frente, porque ele está sendo acusado de tentativa de assassinato, e Robert Mahone não quer saber da guarda do Jake, quem queria era o Austin, pra se vingar de mim.

– Eu fiquei pasma quando soube que aquele psicopata não morreu.

– Eu também, mas no momento ninguém sabe se ele vai sobreviver realmente, disseram no jornal que está em coma induzido e se sobreviver é quase certeza ficar com sequelas, provavelmente paraplégico ou tetraplégico.

– Deus tenha misericórdia de todos nós! – a baixinha fez o sinal da cruz e Lu sorriu.

– Aaaah, não tia Vero!! – elas olharam com sorrisos ternos ao verem a médica correndo com Bel em seu ombro. – Mama me salva!

– Ela te achou amor, a brincadeira é essa! – Ally riu.

– Mas as cócegas não fazem parte dela! – Bel reclamou se acabando de rir.

– Na minha versão de esconde-esconde fazem sim! – Vero pulava com a menina em seus braços e as mulheres riam, Jake estava quase rindo também, mas se segurou para não entregar seu esconderijo. – Agora é sua vez Jake! Vem Bel, me ajuda a encontrar o Jake!

– Ei, não vale! – Lucy sorriu.

– Vale sim, se chama colaboração! – e elas começaram a procurar pelo menino.

As duas procuraram por algum tempo até que Jake sentiu que estava quase sendo encontrado, então saiu de onde estava e correu para bater na árvore e se salvar, mas a médica percebeu e foi atrás dele, estava quase alcançando o garoto, mas não notou um garfo de jardinagem esquecido no gramado, também não poderia, estava correndo rápido e o cabo do objeto era verde. Pisou com tudo.

– Ai caramba! – Caiu no chão segurando o pé.

– Batida! – Jake sorriu batendo a mãozinha na árvore, mas logo seu sorriso se desfez ao notar que havia algo errado.

– Verônica o que foi?! – Lucy correu em direção a ela com Ally mais para trás.

– Eu pisei em alguma coisa, cuidado! – alertou e as duas olharam em volta, a baixinha logo viu o garfo ao lado da médica.

– Ai meu Deus! O jardineiro deve ter esquecido aí! – Ally levou as mãos ao rosto e Lucy foi ajudando Verônica a levantar.

– Mamãe o que foi?! – Jake perguntou agoniado.

– A tia Vero se machucou mama? – Bel segurou a perna de Ally.

– Sim, mas não foi nada demais, a tia Lu vai cuidar dela. – Disse sem muita certeza e conduziu todos pra dentro de casa. – Vocês dois fiquem bem quietinhos no sofá, eu volto logo. – as duas crianças fizeram o que ela pediu. – Por aqui gente, no escritório. – Chamou as duas mulheres que a seguiram.

– Ai, ai... – Vero mancava com um braço apoiado nos ombros de Lucy.

– Só mais um pouco amorzinho, vem. – a mais nova a levava com cuidado.

– Aqui Lu, ponha ela sentada na poltrona. – Ally ajudou as duas.

– Ai, caramba isso dói! – Vero reclamou.

– Eu vou buscar o kit de primeiros socorros. – Ally saiu correndo do escritório.

Lu puxou um banquinho acolchoado e sentou à frente de sua namorada, puxando sua perna para descansar em seu colo. – Vamos tirar esse tênis.

– Não amor, vai doer! – A médica fez um lindo biquinho de choro.

– Deixe de manha, eu tenho que olhar seu pé. – Lucy riu e puxou o cadarço.

– Espera! – Ela se mexeu.

– O que foi?

– Puxa devagar...

– Eu vou fazer de tudo pra não te machucar, mas tem que ficar quietinha.

– Ok... – Fez bico novamente.

– Parece uma criança. – Lu debochou, mas estava se derretendo com a manha da sua médica. – Nem parece uma médica experiente que trata vários pacientes todos os dias.

– Mas quando é a gente que se machuca é diferente. – Cruzou os braços e Lucy riu.

– Oi, eu trouxe o kit de primeiros socorros. – Ally entrou na sala. – Desculpem garotas, sinto muito pelo garfo de jardinagem, eu nem fazia ideia de que estava ali.

– Tudo bem Ally, não é culpa sua. – Lu falou. – Eu vou cuidar do meu bebezão, vai ficar tudo bem. – Vero segurou o riso se fazendo de brava e Ally riu.

Com cuidado ela retirou o tênis e a meia, o furo não parecia profundo, mas saiu uma boa quantidade de sangue, que sujou toda a meia de Vero e a palmilha do tênis, Ally trouxe um saco para por o lixo e com todo cuidado Lucy foi limpando o ferimento.

– Vou ficar com as crianças, qualquer coisa me chamem. – a baixinha avisou.

– Ok Ally, obrigada.

– Deixa eu verificar. – Vero puxou o pé por uns instantes. – Ainda bem, não vou precisar de pontos.

– Que ótimo, agora deixa eu terminar isso. – Lu puxou seu pé de volta e molhou o algodão para pôr o remédio.

– Ai! – Ela tentou tirar a perna do colo da namorada, mas Lucy a segurou.

– Eu nem coloquei direito Verônica. – A mais nova revirou os olhos sorrindo.

– Mas já doeu pra cacete! Isso é o quê?

– Deixa eu ver... – Lu olhou o rótulo. – Elixir Sanativo, nunca tinha visto ou ouvido falar. – Franziu o cenho.

– Sério?! Elixir Sanativo?! – Vero arregalou os olhos. – Em que época a Ally vive? Isso é do tempo da minha vó! Pergunta pra ela se não tem um mertiolate ou algo assim.

– Deixa de ser molenga amor, nem deve arder tanto assim.

– Minha filha, as irmãs usavam isso no orfanato! Quando a gente se ralava não chorava nem tanto pelo arranhão, mas por causa do remédio que íamos ter que botar depois.

– Misericórdia! – Lucy riu. – Isso é feito com quê? – Ela olhou o rótulo.

– Acho que com ervas, é um remédio bem comum no Brasil, digo, devia ser há alguns séculos atrás.

– Não seja exagerada, vou pôr só um pouquinho e bem rápido, você nem vai perceber. – Lucy mal terminou de falar encostou o algodão molhado de remédio no ferimento.

– Ai Jesus Cristo!! – Verônica gritou apertando os olhos e logo em seguida tapou a boca para não soltar um monte de palavrões bem alto, seus olhos se encheram de lágrimas.

– Eu sinto muito amor, mas foi pro seu bem. – Lu fez uma carinha de dó olhando sua namorada.

– Tudo... Bem... Assopra por favor! – Verônica fez careta.

– Mas você disse que não é bom assoprar.

– Isso é Elixir Sanativo, nada mais importa!!

– Ai meu Deus, ok! – Lu assoprava o ferimento e aos poucos a careta de dor de Vero se desfazia, mas não durou muito, pois a mais nova pôs mais remédio.

– Pelo amor de Deus mulher, você quer me matar?!

– Calma, calma! – E ela assoprou novamente e a médica foi ficando mais calma. – Pronto, agora é pôr isso aqui... – Ela foi fazendo o curativo e no final enrolou uma faixa no pé de Verônica. – Prontinho! – Lu sorriu e deu um beijinho no tornozelo de sua amada.

– Obrigada... – Vero tinha um lindo beicinho triste e lágrimas nos olhos.

– Oh mo Deus do céu! Tadinha da minha namolada!

– Pare... – A médica franziu o cenho chateada.

– Vem meu bebê. – Lucy riu e ajudou Vero a levantar a levando para a sala de estar. A mais nova sentou e trouxe sua namorada para deitar a cabeça em seu colo e afagou seus cabelos, ficaram ali por um tempo.

– Ei, já está melhor? – Ally perguntou ao se aproximar trazendo Jake e Bebel pelas mãos, já havia dado banho nos dois.

– Sim, ainda está latejando um pouquinho, mas vai passar.

– Eu deixei o kit no escritório junto com o saquinho de lixo Ally. – Lu avisou.

– Certo eu vou buscar.

– Mamãe, você tá legal? – Jake se aproximou com um biquinho triste.

– Eu estou sim amor, não foi nada demais, sua mama já cuidou de mim.

– Doeu muito tia Vero? – Bel perguntou.

– Mais na hora de pôr o remédio.

– Vixe, esse remédio arde muito! Eu não sei porque a mama não joga ele fora! – Bel cruzou os bracinhos aborrecida e os outros riram.

– Porque ele é muito bom, foi minha tia avó que me indicou! – Ally voltou para a sala e sentou numa poltrona, logo Bel sentou no seu colo e Jake ao lado de Lucy afagando os cabelos de Verônica.

– Tia avó? Então esse remédio é antigo mesmo! – Lucy riu.

– Tia Isabel era muito sábia, Elixir Sanativo pode arder, mas cura rapidinho. – Ally rebateu.

– Tia Isabel? No orfanato onde Laur e eu crescemos tinha uma freira chamada Irmã Isabel.

– Mesmo? Minha tia avó Isabel era freira, eu pus o nome da Bebel em homenagem a ela! – Ally sorriu. – Como era o sobrenome dela?!

Isabel Hernandez. – Vero respondeu simplesmente.

– Ai meu Deus! Não acredito! Você conheceu a tia Isabel!

– Sim! – Vero se entusiasmou com a coincidência e se ajeitou para olhar melhor para Ally. – Mas o xodó dela era a Lauren! As duas não se desgrudavam! Foi ela quem ensinou a Laur a tocar piano e falar espanhol.

– Ai nossa, me deu saudades da tia Isabel agora! – Ally sorriu e seus olhos marejaram. – Ela sempre vinha nos visitar, mas eu nunca fui no orfanato, se tivesse ido talvez tivesse conhecido você e a Laur!

– Provavelmente! Nossa, nossos destinos estão completamente interligados, isso é incrível!

– Verdade. – Allyson concordou. – E descobrimos tudo graças ao Elixir Sanativo! – Ela pontuou e Bel revirou os olhinhos.

A baixinha convenceu Vero e Lucy a dormirem na sua casa, Troy mais uma vez teve que viajar a trabalho e ela ainda se sentia culpada pelo pequeno acidente de Verônica, mesmo as duas insistindo que ela não precisava se sentir assim, mas como perceberam que na verdade a amiga estava se sentindo muito só, resolveram ficar.

Jake e Bebel adoraram, e insistiram tanto, que Ally, Lu e Vero tiveram que fazer uma ligação pelo Skype para falarem com Lauren, Camila e Chris. Eles conversaram por um bom tempo, contaram sobre a irmã Isabel e Laur acabou se emocionando, não foi novidade para ninguém ela derramar algumas lágrimas.

Depois do jantar as crianças ficaram com sono e foram dormir, Ally se despediu de todos e também foi para a cama, Lu e Vero se acomodaram num quarto de hóspedes. A baixinha emprestou uma camisola sua a Lu e um conjunto de moletom para Verônica.

– Seu pezinho ainda tá doendo muito bebê? – Lu perguntou assim que se aconchegou em Vero na cama.

– Um pouco.

– Acho que você precisa de mais um pouco de Elixir Sanativo! – Ela brincou.

– Não, pelo amor! Se você vier vai dormir no sofá!

– Eu tô brincando sua boba! – Lu riu alto. – Eu só perguntei se seu pé ainda estava doendo muito porque... Eu tava pensando, estamos sozinhas aqui... – Balançou as sobrancelhas.

– Safada! – Vero riu e Lu escondeu o rosto em seu pescoço rindo também.

– Eu tô com saudades, o Jake só quer dormir com a gente ultimamente. – ela fez bico. – Se não fossem os pesadelos que anda tendo eu o teria mandado de volta pra cama.

– Hum... Eu posso fazer um esforço então. – Vero sorriu e beijou sua namorada na boca, virando o corpo para deitar por cima dela.

– Não, relaxa, eu vou conduzir. – Lucy sorriu sapeca, a empurrou e montou em seus quadris, desceu o corpo sensualmente para beija-la, e Vero não demorou em segurar sua cintura firmemente.

Lentamente ela passou os beijos para o pescoço de sua médica e suas mãos atrevidas já foram em direção à barra da sua calça de moletom, ela agarrou o tecido e puxou dando a entender que queria tira-lo, então Vero sentou com ela em seu colo e tirou a blusa do moletom exibindo seus belos seios. Os olhos de Lu brilharam e ela fez sua namorada deitar-se para se deleitar beijando e chupando seus peitos da forma que desejava.

– Isso Lu... – Vero sussurrou fechando os olhos. Lucy continuou maltratando os seios de sua namorada da forma mais deliciosa. – Ah Deus...! – ela ofegou quando a mais nova apertou um de seus mamilos com mais força.

– Gostosa... – Lu sorriu safada e beijou o queixo de Verônica antes de dar uma mordida, a médica sorriu e sentou novamente para puxar a camisola e tirá-la do corpo de sua amada, Lucy ergueu os braços e Vero jogou o tecido em um canto qualquer, suas mãos firmes logo seguraram os peitos da mais nova. – Ah Verônica... – Ela fechou os olhos e mordeu os lábios ao sentir a massagem gostosa que a outra fazia. A médica agarrou a cintura de Lucy e caiu de boca nos seus belos seios. – Hum... – gemeu manhosa, mas logo empurrou sua namorada de volta para o colchão.

– Ah é, você quer conduzir hoje. – Vero acariciou as coxas de Lu com um sorrisinho sacana.

– Não. – Lu se aproximou. – Vou te comer hoje... – sussurrou arrepiando todos os pelos corpo de sua namorada, e foi descendo seus beijos sobre a pele sensível e extremamente quente de Verônica. Alcançou o cós da calça de moletom e puxou junto com a calcinha.

– Com pressa? – Vero riu.

– Sedenta meu amor! – Lucy retirou as peças de roupa e as jogou de lado, afastou as pernas de sua amada sem muita delicadeza e não demorou nem mais um segundo para beijar o sexo da outra com vontade.

– Ah Lu! – Ela sorriu revirando os olhos e agarrou os lençóis com força.

Os barulhos de sucção as excitavam absurdamente e mesmo sentindo seu pé um pouco dolorido, a médica não conseguia não mexer as pernas inquietas, os beijos intensos e as chupadas precisas no seu sexo a enlouqueciam, além das mãos firmes e carinhosas de Lucy apertando sua carne de forma possessiva.

– Hum... Lúcia, assim amor... – Vero maltratava seus lábios e sem se dar conta afastava as pernas se expondo o quanto podia para sua amada.

– Deliciosa... – Lucy chupou gostoso e a médica arqueou o corpo, seus quadris começaram a se mexer sinuosamente, elas procurou a mão de seu amor e as duas entrelaçaram os dedos com força.

A mais nova se dedicou com vigor e chupou com mais intensidade, os quadris de Vero se mexiam mais rápido e ela buscava o ar que insistia em deixar seus pulmões, seu corpo inteiro tremia, as pernas principalmente, seu pé machucado dava umas pequenas fisgadas, mas ela não conseguia parar, estava gostoso, intenso demais, precisava chegar ao ápice.

– Lu! Oh amor! – a médica gemia e suspirava a todo momento, sentiu o suor descer por sua têmpora direita, seus quadris se mexerem com rapidez, a boca de Lucy lhe dando prazer intenso, sem cessar, mas foi quando a mais nova introduziu dois dedos no seu canal que Vero sentiu o tesão tomar conta de cada centímetro de seu corpo. – Oh Porra! Assim, assim! – Lucy parou imediatamente e Vero a olhou indignada, mas com um sorriso cheio de lascívia a moça tirou a calcinha e se pôs entre as pernas de sua namorada.

Goza comigo... – Sussurrou bem pertinho do ouvido dela, e as duas se agarraram uma a outra rebolando vigorosamente, suas excitações se espalhando por seus sexos e pernas, as reboladas ficando cada vez mais fortes, o suor escorrendo e se misturando.

– Isso Lu, rebola mais forte! Assim!

– Oh Vê, que gostoso! Ah...! – elas se esfregavam com força, os quadris se mexiam num vai e vem quase fora de controle, e as duas sentiram que estavam cada vez mais perto, só mais um pouco... – Aaaah...! – gozaram finalmente. Os gemidos ficaram presos nas gargantas, todos os músculos travaram, permaneceram presas uma a outra por um bom tempo, sentindo o prazer de espalhar por seus corpos e se dissipar as deixando completamente exauridas.

– Puta merda... – Lucy saiu de cima de Verônica e se jogou ao seu lado na cama, rindo bobamente ainda de olhos fechados.

– Amor. – Vero chamou com a voz arrastada e um sorrisinho besta.

– Hum... – a mais nova se virou para aconchegar-se no corpo de sua amada.

– Você é foda. – as duas riram e se beijaram.

 – Nós somos.


Notas Finais


Que acharam? Eu gostei, foi bem leve e engraçado, eu acho, sou besta pra rir 😅

Um adendo: Elixir Sanativo é um remédio muito comum no meu país Pernambuco, pelo menos antigamente, e ardia como o inferno, ainda vende, mas Deus me defenderay de usar isso mais, já basta o sofrimento quando eu era criança 😁😁

Ps: Fiquei com pena da Ally se a pobi ouviu toda a ação no quarto de hóspedes. Tadinha :')

Até o próximo 😘😘


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