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História The Incubus (The Practical Guide For Demons) - Seu quarto também é assim? (part I)


Escrita por: BabyBaekhyun

Capítulo 2 - Seu quarto também é assim? (part I)


Bem vindo à

Inferno se erguendo, cabelo arrepiando
Estou pronta para o pior
Tão assustador, rosto empalidecendo
Medo que você não possa reverter

Meu telefone não tem sinal
Está fazendo minha pele rastejar
O silêncio é tão alto
As luzes acendem e piscam
Com monstros muito maiores
Do que posso controlar agora

Bem-vindo ao quarto do pânico
Onde todos os seus medos mais sombrios vão
Vir até você
Bem-vindo ao quarto do pânico
Você saberá que eu não estava brincando
Quando você os ver também

 

Panic Room - Au/Ra

 

-Quem… - tentei formular uma frase, mas estava difícil.

Mesmo que eu sabia o que lhe dizer, eu não conseguia proferir… eu estava me sentindo muito sonolenta, cansada, parecia que fui drogada. 

-Você é muito linda, sabia? - a tal pessoa sussurrou bem perto de mim.

Meu corpo se arrepiou por inteiro, e eu senti um calor subir em mim subitamente. 

-O que está acontecendo? Por quê eu estou assim? - consegui proferir algo mas com muito dificuldade no falar.

-Assim como? Sonolenta? - senti suas mãos em meus ombros, elas pareciam me queimar, porém, ele me acariciava docemente.

Como eu estava sentada na cama, essa pessoa estava atrás de mim em pé, pois não senti a cama fazer um movimento peculiar, suas mãos deslizavam para meu pescoço, por mais que ele estava sendo delicado, suas mãos continuavam a me "queimando".

-É culpa sua, não é? - murmurei respirando fundo, não conseguindo mais manter meus olhos abertos.

-Não vou negar que sou eu quem faz isso com você… - ele me deitava devagar na cama e eu pude notar um pouco a sua respiração levemente pesada sobre mim. -Mas… os sonhos que você tem… comigo, são frutos da sua imaginação. - sussurrou perto do meu ouvido, e dessa vez o colchão "afundou" um pouco.

Soube que seu cotovelo estava perto do meu braço, ele estava apoiado perto de mim, sentia seu corpo bem próximo do meu. 

-Sonhos? Por quê está falando disso? - eu estava muito nervosa, temerosa com a resposta e óbvio, com o que aconteceria comigo.

-Por que eu quero que você sonhe novamente comigo. - sua voz era provocante e o calor entre nós aumentava.

Sua temperatura estava muito alta, ele estava literalmente pegando fogo, e eu perto dele "sofria" a consequência.

-Quero que você fique ciente que sou eu… - ele suspirou pesado, e eu escutei seu "ato" que para mim foi até tentador. -Sou eu quem está em seus sonhos. - sussurrou deslizando seus dedos na curva do meu corpo.

Sua voz estava rouca e baixa, uma voz que eu nunca me esqueceria… minha imaginação focou em um homem na qual eu sempre sonhava com ele, e não sabia quem era o mesmo, de onde ele era e o porquê de eu sonhar com ele… mas, o pior disso tudo, é que meus sonhos eram eróticos…

-Aproveite seu sonho… porque eu vou… - escutei de longe a tal pessoa comentar.

E logo sinto alguém encostar as mãos em minha coxa; Eu estava… sentindo o que se passava em meu sonho?

O homem me pegou com uma brutalidade e me jogou na cama, e acabei sentindo no meu físico alguém subir em cima de mim, o corpo estava bem quente, e meu coração acelerava mais e mais; A pessoa se inclinou em mim e senti a ponta da língua desse homem me lamber o pescoço, provocando vários desejos impuros. 

Soltei um leve gemido e escutei um riso abafado entre meu pescoço, levei minhas mãos para segurar a pessoa que possivelmente estava em cima de mim, e me surpreendi com o meu ato ter sido feito com sucesso, eu estava mesmo segurando a cintura de alguém… Então, não era só um sonho… 

Tentei afastar a pessoa de mim, mas, ele estava tentando se posicionar entre minhas pernas, e nossas intimidades estavam roçando perigosamente, estávamos com um tanto de desejo por mais contato, ele estava bem excitado e eu me contorcia de prazer. 

Em meu sonho eu já estava transando com esse homem, e comecei a sentir uma pontada no meu interior, escutei um gemido sôfrego um pouco grosso, e suas mãos deslizavam para meus seios. 

-S/n! 

Escutei minha mãe gritar meu nome e em instantes o peso em cima de mim sumiu junto com o sonho... mas, como "alguém" me disse "os sonhos são frutos da minha imaginação", então, cessei meu sonho justamente pelo susto do grito da minha mãe. 

-S/n! Como já está dormindo? - minha mãe abriu a porta normalmente, e eu acabei estranhando o fato dela não notar alguém ali. 

Olhei ao redor e não tinha nada, nem ninguém no meu quarto, apenas ela que entrou agora. 

-Filha está tudo bem? - se aproximou de mim preocupada. -Por quê a janela está aberta, quer pegar resfriado? - desviou seu olhar para a mesma.

Minha mãe foi até a janela a fechar, e eu não estava entendendo nada, tudo está acontecendo de uma forma estranha…

-Vou deixar você dormir novamente. - fez um carinho em minha cabeça e eu segurei seu pulso rapidamente.

-Mamãe… - sussurrei com medo de alguém me escutar sem ser ela.

Não por tê-la chamado assim, como se eu ficasse com vergonha… mas, pelo que eu queria… 

-Mamãe, pode ficar comigo? Não quero tomar seu tempo, então…

-Claro minha filha… porque está assim? - me interrompeu se sentando do meu lado, segurando minha mão. -Está com medo? O que houve? Teve um pesadelo.

-Eu acho que sim… tenho medo que ele volte…

-Ficarei aqui meu amor… tentei dormir, daqui a pouco você terá que acordar…

-Sim… verdade… - me encostei nela, e ela se ajeitou na cama, possibilitando que ambos de nós pudéssemos dormir de forma adequada.

Me aconcheguei mais nela e fechei meu olhos, minha mãe estava me dando um carinho que eu nunca recebi, o que me fez ficar com receio de ser uma doce ilusão, como antes…

Sim… será que era ela? Quem beijou meu rosto antes de me deitar e pegar no sono?

-Mãe… a senhora chegou agora? - perguntei curiosa ao me lembrar o que possivelmente aconteceu.

-Sim, acabei de voltar do trabalho… por quê? - me olhou de relance e eu balancei a cabeça devagar.

-Nada, só queria saber… - sussurrei assustada e ela assentiu sorridente, mas, eu não consegui retribuir.

Meu quarto estava cheio de memórias angustiantes, e elas me assombravam a cada dia mais… meu quarto não parecia um normal… um belo quarto de uma jovem adolescente… tanto quanto na decoração, quanto… em “sentimentos”, e isso era comum? 

Meu quarto não podia ser chamado assim… e sim, “o quarto do pânico”.

Baekhyun Pov’s On

Eu estava usufruindo daquela jovem mulher, ela era um “pecado”…  e eu o dela… 

Seu sonho já estava em seu prazer, eu não havia tocado como em sua imaginação, mas como eu queria, e quando estava prestes a me manifestar, sua mãe a chamou; Eu estava extremamente furioso, suas memórias, seus sonhos e sentimentos, apareciam para mim como um borrão, sua mente estava fazendo seu sonho sumir aos poucos, levando sua atenção para o chamado de sua mãe.

Não pude fazer nada mesmo que eu pudesse, algo em mim me prendia, minha fúria parecia ter me deixado “cego”, e a única maneira que eu tinha de me “desprender” foi sumir daquele quarto; Minha sorte é que ela já me convidou…

Me encostei na parede e pude ouvir sua mãe falar com ela, minha vontade era de acabar com tudo ali mesmo, e agora.

-S/n! Como já está dormindo?  

Eu estava tentando me acalmar, seu medo e nervosismo, era um grande prazer para mim. 

-Filha está tudo bem? Por quê a janela está aberta, quer pegar resfriado? 

Olhei para cima e vi a janela sendo fechada, eu juro que ainda quebro essa janela... quantas elas colocarem em seu quarto.

-Vou deixar você dormir novamente.

-Mamãe… - escutei o sussurro da jovem, e mordi os lábios subitamente.

Ela estava receosa? 

-Mamãe, pode ficar comigo? Não quero tomar seu tempo, então…

-Claro minha filha… porque está assim? 

Receosa com que eu pudesse a ouvir? Imagine sua frustração ao saber que escuto até sua respiração?

-Está com medo? O que houve? Teve um pesadelo.

-Eu acho que sim… tenho medo que ele volte…

-Ficarei aqui meu amor… tentei dormir, daqui a pouco você terá que acordar…

-Sim… verdade…

Ela estava mesmo com os sentimentos abalados, e todos eles eram por minha causa...

-Mãe… a senhora chegou agora?

-Sim, acabei de voltar do trabalho… por quê? 

-Nada, só queria saber… 

Sorri automaticamente, pensando que minha materialização em se tornar sua mãe não “ajudou” muito, mas, abriu realmente as portas para eu poder entrar…

Eu sempre que queria e podia rodeava ela, com desejos e ilusões… mas, nunca me aproximei tanto quanto hoje, eu não podia entrar em sua casa e principalmente em seu quarto… Apenas de longe mandava minhas “mensagens”.

Graças a sua irmã eu entrei em sua casa, ela acreditou que eu era sua mãe… porém, uma de suas irmãs, a menor, viu algo de diferente… sua inocência e pureza, fez ela notar… Eu fiquei muito receoso, mas, ela era a minoria, então me apressei para entrar em sua casa e em seu quarto.

-Foi difícil… - sussurrei rindo de leve, caminhando rapidamente pela rua.

Pelo menos, consegui o máximo de energia para hoje e amanhã…

-Quem será minha próxima vítima? - sorri já sentindo o prazer de me deliciar com a “energia” dos humanos.

Porém… parei de imediato quando minha mente novamente teve a visão da jovem… Ela era realmente intrigante para mim, o quanto mais eu me aproximava parecíamos nos afastar mais ainda… era algo interessante… para um ser como eu… e vou até o fim para descobrir cada segredo dessa jovem… s/n… agora, minha s/n… será bem divertido.

Cheguei em casa e caminhei direto para onde uma das "minhas" mulheres estava; Sorri ao perceber que a porta se abria, seria mais fácil do que eu pensava. 

Imediatamente levei uma das minhas mãos até seu pescoço, a encostando no corrimão brutalmente, ela me olhava desesperada; Por quê ela estava com medo de morrer? Afinal, não era ela um demônio também? 

-Não preciso mais de você… - sussurrei apertando mais minha mão em seu pescoço.

-Senhor… não faça isso, eu quero viver… mais um pouco... - segurou meu pulso tentando se separar de mim.

-Não se preocupe, você vai… em outra dimensão. - expliquei com um sorriso, eu estava querendo há muito tempo acabar com ela.

-Senhor… 

-Adeus… - sussurrei quase inaudível.

Forcei ela mais um pouco para frente até o corrimão de madeira se partir, mas, não a deixei cair, aquela altura era muito pouco para ela… então, a empurrei contra a parede. 

-Você vai sofrer junto comigo… 

Minhas palavras foram proferidas com tamanha amargura… e era a primeira vez que ela me olhou com tanto medo… e eu estaca com medo do que acontecerá daqui para a frente… 

E Por quê? "Brincar" com humano não estava em meus planos… 

Baekhyun Pov's Off

-Filha, vamos acordar? Sua irmã precisa de você. - escutei a voz de minha mãe de longe, e abri meus olhos devagar.

-Sim… - disse sonolenta, mas já acordando.

Me levantei feliz por ter dormido bem dessa vez, agora, eu vou cuidar da minha irmãzinha… Era sempre assim quando minha mãe trabalhava, e quando eu ia para o colégio, minha irmã mais velha chegava do seu meio expediente. 

-Mamãe, ficou comigo esse tempo todo? - a perguntei curiosa, e ela assentiu rindo um pouco.

-Sim… 

-Obrigada. - a abracei com receio dela rejeitar.

-Minha filha, sei que não sou a melhor mãe do mundo, que não dou carinho... - começou a se explicar entre o braço. -Mas é porque fui criada dessa forma. - sorri feliz pelo seu comentário. -Mas, se pedir, claro que não irei negar… - me retribuiu o abraço.

-Você é a melhor mãe do mundo. - disse automaticamente, a abraçando mais forte.

-Agora, eu preciso ir. - avisou rindo mais uma vez, e eu acabei rindo também. 

-Começou. - desfiz o abraço, brincando com ela.

-Eu te amo, e se cuide… - apertou minha bochecha e eu assenti.

-A senhora também. - disse por fim, vendo ela se retirar do meu quarto.

Agora, meu dia começou diferente, com o amor de minha mãe… 

…Quebra de tempo… 

Terminei de me arrumar e agradeci pela minha irmã ter chegado antes do previsto, eu queria chegar mais cedo no colégio; Disquei o número da minha amiga, mas nada, meu celular estava… sem sinal… 

Como pode? 

Senti um leve arrepio e a janela abriu com toda força, não olhei para trás e nem fiz questão de fechar, só me retirei do meu quarto e desci as escadas rapidamente; Corri praticamente, abrindo a porta e continuei correndo seguindo meu trajeto para o colégio. 

Ainda com meus passos apressados, estava cantarolando qualquer música para me distrair, não estava com medo, ou sendo seguida, apenas, mantive meu ritmo… só… com receio…

-S/n! Espere por mim!

Escutei minha amiga, mas não parei, ela que teria que me acompanhar… Logo sinto um puxão no meu rabo de cavalo.

-Sua louca, vou ligar para a polícia… - resmunguei pelo seu ato, aquilo doeu.

-Aish… - bateu no meu ombro de leve.

-Infelizmente, nem isso posso fazer, meu celular está sem sinal…

-Deve ter voltado, não? - perguntou me olhando de relance.

-Vou ver depois… o importante é que eu cheguei cedo…

-Cedo? - me encarou dessa vez, com uma sobrancelha arqueada.

-Não me olha desse jeito…

-Aqui… - me mostrou seu relógio de pulso. -Você está muito atrasada. - sussurrou e eu arregalei meus olhos.

Não esperei ela terminar, e agora sim, corri para onde eu deveria estar…

Cheguei na frente da sala, e olhei de relance para um lado e para o outro, estava um “deserto”, abri a porta e me surpreendi com a ausência do professor; Me sentei muda, sem querer saber de nada, quis deixar passar até meu atraso… peguei meus livros e coloquei em cima da mesa, começando a abrir um deles e fazer a tarefa… sim, a tarefa de casa que não fiz.

-Agora, só esperar o professor… - pensei alto tentando focar na lição.

...Quebra de tempo…

Já se passou muito tempo, e caminhávamos para o final do segundo tempo de aula do professor de literatura… não deve ter aula mesmo, eu que não fiquei sabendo…

Quando eu ia me direcionar para meu amigo do fundo, escutei o barulho de porta se abrindo me fazendo sentar na cadeira rapidamente.

-Bom dia alunos, acharam que ficariam sem aula? - o diretor adentrou a sala rindo sem graça e eu logo em seguida abaixei meu olhar.

Os alunos começaram a questionar, uns ficaram com raiva dizendo que era impossível que já estava acabando a aula de literatura, que não precisava mais, e etc…

-Temos um professor substituto… - comentou calmo fazendo todos se calarem, e eu arqueei minha sobrancelha sem olhá-lo. -Na verdade… nem tão substituto… 

-O que houve com o professor…

-Ele faleceu. - escutei uma voz peculiar, que interrompeu um dos alunos.

Comecei a ficar nervosa e acabei pegando meu celular, ainda estava sem sinal e isso me deixou pior… porque fiz isso?

-Você… - escutei a mesma voz de antes chamar alguém, batendo devagar na mesa com os dedos. 

Ficou um silencio e eu fiquei tensa, porque ele poderia estar falando comigo, pois eu era a única a não me “dirigir” a ele; Levantei minha cabeça e era comigo mesmo… eu conhecia aquele rosto, aquela voz, mas, não sabia muito bem de onde e de quem era…

-Onde está sua educação? - o diretor me olhou com certo desgosto pela minha atitude.

-Se levante… - o tal professor pediu rapidamente, um tanto autoritário e superior. -Se apresente para mim…

-Meu nome é S/n… é…  - gaguejei me levantando calmamente.

-Seu sobrenome é s/sb... - o diretor me ajudou a completar, e eu foquei o mesmo.

-Senhor…

-Não tem respeito? Seu professor faleceu e você está no celular, sem dar importância para isso? - o mesmo me impediu de dizer algo para ele, me repreendendo novamente.

-Creio que ela fez isso por medo… - o professor se pronunciou convicto do que dizia. -Eu reconheço o medo de uma pessoa… de longe. - me encarou firmemente e eu estremeci.

Deixei o celular cair sem querer, a voz desse professor substituto era marcante, olhei de relance meu redor e os alunos pareciam estar “hipnotizados” por ele; Voltei a encará-lo mas não nos olhos, e senti seu olhar apenas sobre mim.

-Pode se sentar… quero conversar com você depois da aula. - comentou sem tirar os olhos de mim. -Então, não fuja de mim…

Me sentei rapidamente, e um garoto do meu lado pegou meu celular com cuidado, me entregando com um sorriso encantador… acabei sorrindo também, ele era novo? Sim… 

Meu coração estava batendo forte, me perdi no olhar dele, ele me parecia uma pessoa amável.

-O que está acontecendo com você, senhorita s/sb? - o professor disse em um tom um pouco "grosso".

Peguei o celular rapidamente, não dando nem tempo de agradecê-lo, mas faria isso no final da aula, com certeza; Olhei de relance o professor que me encarava seriamente, o que o deixou dessa forma? Ele deve ser bem “durão”, já vi que não vou gostar dele…

-Hoje ele dará continuidade a aula, como se fosse o professor de vocês… - o diretor voltou ao assunto que importava. -Não sei se ele ficará conosco daqui para a frente, e…

-Sim, eu ficarei. - o interrompeu ríspido, desviando seu olhar para a mesa.

-Mesmo? Não está se…

-Tenho muito o que fazer aqui… ensiná-los não só literatura, mas também educação… que muitos, não tem…

Não sabia o porque mas recebi esse recado diretamente para mim…

-Depois resolvemos…  - o diretor explicou e ele assentiu. -Boa aula crianças… - o diretor se retirou com seu jeito amigável de ser.

E que em "compensação" faltava nesse novo professor…

-Quero ver a lição que ele passou para hoje…

-Como o senhor sabe? - resmunguei baixo.

-Eu sei de tudo…  - me respondeu se sentando na cadeira. -S/n você primeiro. - se ajeitou na cadeira, com uma postura e tanto.

Ele era um homem e tanto...

-Mas, porque? Tanto aluno e…

-Porque eu quero. - me interrompeu rispidamente, me fazendo calar.

Fiquei um pouco exaltada, pegando meu livro e me esticando para colocar o mesmo em sua mesa, fiz isso porque era de costume, e eu me sentava na frente dele.

-Se levante e venha até a minha mesa adequadamente. - comentou rejeitando minha postura, me encarando firmemente juntando suas mãos em cima da mesa.

Ele não iria pegar mesmo meu livro, até juntou suas mãos “avisando” que não faria nada até eu obedecer sua ordem.

Me levantei tentando não resmungar e dei um passo para frente, e agora sim, ele estendeu seus braços para pegar meu livro, depois de ter entregado cruzei meus braços, e fiquei tensa quando vi ele me olhando de relance, não gostando da minha atitude; Ajeitei minha postura e ele parou de me observar de relance, voltando seu olhar para o livro.

-Está certo, mas sem muito explicação… - comentou tranquilamente.

-Hmm. - o interrompi não ligando para o que ele me disse, e novamente recebi uma repreensão com apenas o seu olhar.

Ele de imediato fechou o livro com apenas uma mão, não qual ele segurava o mesmo, me assustei um pouco, já que realmente fui “petulante”.

-Não darei ponto para sua lição… - me entregou o livro sem "emoção".

-Por quê? Eu fiz…

-Sabia que o mesmo ponto que você ganharia com essa lição… por conta da sua atitude e por ter feito na aula, você perderia eles? - explicou com um sorriso ladino, me deixando irritada.

Fiquei em silêncio, mas pensando em várias coisa para dizer, não era prudente… não agora…

-Posso me sentar no meu lugar? - o perguntei indiferente, porém não tive resposta, ele apenas puxou uma cadeira para seu lado.

-Sentasse do meu lado, o sinal já vai tocar… - seu tom de voz foi baixo mas firme.

-Não vai corrigir o dever dos outros alunos? - perguntei indignada e tive que me sentar, antes que recebesse outra repreensão.

-Claro que vou… - me respondei simplista. -Por isso quero que você veja de perto, como se faz um dever de casa da forma que tem que ser…

Eu estava me sentindo humilhada, infelizmente eu merecia, mas quem ele pensa que é? Ainda é seu primeiro dia…

-Alunos… chamarei um por um através dessa chamada, darei presença e o ponto... - explicou virando a página do caderno de presença que já havia na mesa. -Depois que eu der o visto, podem se retirar.

Eu estava o fuzilando com os olhos, eu queria ir na diretoria e contar que não gostei desse professor, não seria o suficiente para ele desistir do cargo e tal, mas eu soltaria as palavras que queria..

-Você, me diga seu nome e traga seu dever. - chamou uma menina que se levantou rapidamente.

-Zoey, professor Byun. - ela se aproximou educadamente, e ele deu um sorriso mínimo.

Então, ele disse seu nome e eu não escutei? Deve ter sido no momento que me distrai com o garoto novo… 

-Está vendo… quero seu dever assim s/n… - chamou minha atenção apontando para o livro, mas precisamente para as perguntas e respostas.

Bufei e revirei os olhos sem que ele notasse, e o sinal já estava tocando, porém ele continuou o seu trabalho, pelo menos ele era ‘interessado”.... ele se manteve calado e eu ficava olhando de relance cada livro que ele dava visto.

...Quebra de tempo…

-Viu como se faz uma lição? - me perguntou fechando o caderno de presença.

-Não… - resmunguei batendo um dos pés no chão de nervoso.

-Você… não me arrume problemas… - sussurrou segurando meu joelho, me fazendo parar.

Fiquei envergonhada com sua atitude, e engoli seco, sua mão era bem quente...

-Problemas? - me levantei rapidamente. -Você que está me arranjado…

-Não se refira a mim dessa forma, me chame do jeito certo. - seu tom de voz me assustou e eu fui até meu lugar pegando meu material.

-Senhor Byun… se meu dever estava certo, por mais que não tenha respondido adequadamente, poderia ter dado o visto e pronto… - comentei tentando me manter calma enquanto guardava meu material.

Acabei olhando ele de relance e um sorriso apareceu em seu rosto, ele me "analisou" de cima a baixo atentamente.

-Você acha que tudo na vida é fácil assim? - Byun se virou para mim me olhando nos olhos, sua voz foi suave e gostosa de se ouvir.

Ele estava certo e olha que só foi uma pergunta.

-Até para morrer, não é fácil… a morte sempre tem uma desculpa… deixando alguém doente e etc… 

-Onde quer chegar? - o perguntei não gostando nada desse assunto.

-Para você… não será diferente…

-Eu… conheço…

-Não, não me conhece, talvez, nunca saberá…

-Por quê? - fechei minha mochila respirando fundo.

-Quer me conhecer? - seu tom de voz foi provocativo, e eu fechei meus olhos tentando me recompor.

-Eu acho que não… 

-Escolha sábia… - escutei o barulho da cadeira sendo arrastada, me fazendo abrir os olhos.

Ele estava em pé me encarando como uma caça, fiquei com medo dele querer fazer algo comigo.

-Isso está muito estranho, preciso ir… - passei entre ele já que era a única forma, parece que ele fez isso de propósito.

-Eu não terminei… - segurou meu pulso me impedindo de caminhar.

-Mas, eu sim… - tive coragem para dizer o que queria, isso em minha defesa.

-Você é pior que eu pensei. - riu de leve, apertando meu pulso.

-Pior? - ignorei o fato dele me machucar, apenas foquei em suas palavras.

-Pelo visto, vou ensiná-la bons modos de um jeito ou de outro… - passou seus dedos em seu cabelo, os colocando para trás de um jeito sedutor.

-Eu tenho bons modos, eu só… 

-Precisa de algo e um alguém para ensiná-la do jeito certo. - me interrompeu com um sorriso malicioso, eu não posso acreditar que o professor substituto fosse assim.

-Espere, você é professor de literatura e quer…

-Eu não sou professor… - me interrompeu novamente com um pouco de cinismo.

-Ah que ótimo… então, o quê? - comentei rindo com certo deboche e ele me encarou seriamente, retirando seu sorriso cínico do rosto.

Ele me soltou aos poucos, e eu senti minha cabeça doer um pouco, seu olhar nos meus estava provocando isso.

-Sou seu pior pesadelo...


Notas Finais


Me perdoem por qualquer erro ><


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