História The True - Medo.

Mais uma vez ele riu, enquanto caminhava ao lado dela na grande avenida. Talvez em um passado distante, Lucy curtiria com Natsu e Happy as especiarias do local. Ela revirou os olhos para ele quando ele colocou um arco com chifres nela, e vestiu em si mesmo um de auréola. 

— Lucy, vou te contar um segredo. — Ele se aproximou dela. Kazuma chegou a achar que ela vacilaria um passo, ou ficaria nervosa. Mas não, Lucy o encarou de forma desinteressada e morta. — Você não precisa ser fodida com todo mundo, só porque todo mundo é fodido com você. — Ele se afastou. Com um sorriso de olheira a olheira. — Seu mal humor me irrita. 

— Só faz poucas semanas desde o ocorrido, é de se esperar que eu não tenha superado ainda. Você devia ser mais compreensível, babaca. — Ele olhou o relógio imaginário no pulso. Contando nos dedos os dias exatos.

— 19 dias, quase três semanas. Você está vagando por aí tentando esquecer e se lamentando pelos lados. Você tenta ser má, mas seu coração é bom demais para tal coisa. — Kazuma suspirou, coçando a cabeça. — As pessoas da guilda já devem estar preocupados comigo.

— Matei 6 homens. Sem piedade.

— Eles eram fugitivos. Mataram mais de centenas de mulheres e crianças. Todas foram abusadas sexualmente. Você não fez menos do que eles mereciam. — Kazuma observou cada movimento dela. Lucy ficou parada, mexendo nas chaves. Na tentativa de se acalmar. — Você me contou o que aconteceu Lucy, toda vez que bebemos juntos, era a mesma maldita história, eu sei tudo que você sentiu, e o que sentia pelo Natsu. Ele foi um babaca, todos foram. Mas, Lucy, e sua vingança?

— O que?

— O que digo eu! Você vai sair assim? Sem nem ao menos mostrar a eles o quão superior é? O quão forte é sem eles? — Lucu apertou os braços contra o corpo. Kazuma sorriu, erguendo o rosto dela. — Quer que eu dê uma surra neles? Acha que vai fazer se sentir melhor?

— Não é isso...é só...estou com medo. — Lucy desviou o olhar do dele.

— Medo? — Ela mordeu os lábios. Kazuma escondeu a vontade de querer fazer o mesmo. Vocês podem o culpar? Lucy era bela, tinha um corpo maravilhoso. E uma boca tentadora.

— De não achar outro lar. Quando...quando acabar com os laços com eles, não vou ter um lugar pra voltar. — Ele estalou a língua. E estendeu a mão a ela. — O que foi?

— Deixe-me mostrar sua nova casa. — Lucy pensou por alguns segundos, mas segurou a mão do desconhecido.

Natsu ainda olhava desconcertado a cena na sua frente. Desde o ocorrido ele nunca mais se sentira parte da guilda. Ele quebrou o que eles mais honravam entre si: A confiança. Erza talvez sentisse o mesmo, assim como Gray. Happy tentava animar o amigo, ele acreditava fielmente em Natsu, e lamentava a perda da amiga. Natsu praguejou quando puxaram-no para o briga. E ele não ia bater sem apanhar.

E quando Natsu sorriu, um peso enorme fora tirado das costas dos membros. Mas seu sorriso desapareça quase no mesmo instante em que apareceu. Lisanna estava tão frustada com a situação, queria esmagar a cabeça de Natsu por ser tão idiota. Ela o puxou para fora da guilda, e o jogou contra uma árvore a umas duas quadras da guilda. Mas Natsu de longe ligou. Ele merecia mais, foi o que pensou.

— Natsu, você a amava? — A pergunta retumbeou nos ouvidos de Natsu, enquanto ele pensava na questão.

— Sim. Eu não sabia na época. Mas sempre amei Lucy. Acho que sempre vou amar.

— Quero que se lembre desse amor, sempre que se arrepender de sorrir.

— Eu a destruí, Lisanna. Ela...ela me amava também. Agora eu sei disso, entendi o motivo de por que tive que fazer aquilo. Por que eu, tive de fazer. Eu fico pensando, o que Lucy sentiu, quando falei que a odiava, quando a xinguei de fraca, quando a fiz se sentir um lixo. Se Lucy fizesse isso comigo, acho que eu ficaria destruído. Acho que perderia a vontade de viver.

— Você não está sendo dramático? Lucy amava você, e o que fez a ela, foi por amor. Tenho certeza que ela enxergará isso. Ela vai voltar. As fadas sempre voltam.

— Eu a fiz não ser uma fada, Lisanna. Lucy não tem mais um lugar para ir, nem para voltar. — Lisanna suspirou, encarando o céu azulado lá em cima.

— Então, o que você pode fazer por ela é ser feliz. Acho que a Lucy que te ama gostaria de ver isso. Acho que a Lucy que ainda te ama, aceitaria suas desculpas.