Não demorou muito até que o táxi estacionou próximo do hospital mais próximo do parque em que toda a confusão havia acontecido. Para Castiel, o percurso pareceu infinito devido ao número de reclamações de sua ex esposa. Ambre o culpava por toda aquela situação, já que ele havia dado o cachorro ao filho. Uma tentativa de fazer com que o mais novo criasse uma ligação com animais. Pareceu uma excelente ideia presenteá-lo com um Rottweiler com nome de Dragon, seu parceiro canino amado da adolescência. O que não podia esperar é que Jason iria transmitir a pior face de sua personalidade a Dragon, tornando o animal em um exemplar agressivo e incontrolável. Castiel amava o filho, mas já não sabia como agir as sucessivas encrencas em que Jason se metia. Ambre não parava de causar confusão, gritando com médicos alertando para o risco de morte de seu filho.
— Ambre, ele se meteu numa briga de rua e não tomou um tiro. Por favor, pare com essa encenação. Essa super proteção está estragando Jason. - Na tentativa falha de conter a loira, Castiel apelou para o bom senso.
— Está dizendo que não sei como criar nosso filho? Olha, senhor perfeição, nada disso aconteceria se você fosse mais presente em nossa vida. - A loira sentou o filho numa cadeira e partiu para cima do ex marido. Batendo os punhos com pulseiras barulhentas em seu peito.
— Presente? Eu sou presente na vida de Jason. Me casei com você para que nosso filho tivesse uma educação completa. Mas cansei, Ambre. Cansei de você colocar a culpa de tudo que acontece em mim. Cansei de ser o seu capacho em prol do bem estar de Jason. Eu preciso cuidar de mim, ao menos uma vez na vida. E quer saber? Eu não sei mais o que fazer por ele. - O mais novo observava a discussão dos pais com completo desdém. Já estava acostumado a presenciar aquela cena.
— Você nunca esteve completamente aqui. Durante o sono, você chama o nome daquele demônio. Nunca se deu ao trabalho de tentar me amar e se dedicar inteiramente à nós. Eu sei que vive pensando em como teria sido sua vida se continuasse com ela. Eu odeio aquela vagabunda! Roubou você de mim! - A loira caiu em prantos ao mencionar o amor de juventude de Castiel. O mais velho não sabia o que dizer, uma vez que a afirmação era real. Nunca conseguiu esquecer sua moreninha, imaginando como estaria a jovem indomável e destemida que conheceu.
— Senhora, seu filho será atendido agora. Consegui que um de nossos médicos de plantão adiantasse a avaliação da situação de seu filho. Pode me acompanhar? - Uma enfermeira de meia idade, mas com aparência muito tranquila interrompeu a discussão entre os dois.
— Ótimo, vamos meu filho. Mamãe vai cuidar de tudo para você e depois vamos procurar o vândalo que fez isso no rosto do meu bebê. - Ambre lançou um olhar inquisitivo para Castiel pouco antes de se virar para conduzir Jason.
— Ambre… eu - Castiel tentou argumentar com a ex companheira, mas não conseguiu encontrar palavras para desmentir a mais profunda verdade.
— Olha, eu não pude deixar de reparar na sua discussão familiar. Posso dar um conselho amigo de médica que tem um filho adolescente? - A voz de uma médica despertou a curiosidade do pai de Jason.
— Desculpe a minha alteração, essa discussão não deveria acontecer no ambiente que implora por paz aos doentes. Mas não pude evitar. - O moreno levou a mão direita a testa e sentiu o rubor no rosto ao se desculpar com a médica. A beleza dela deixou o mais velho encabulado. A jovem tinha longos cabelos louros e olhos verde água, usava um jaleco bordado com a especialidade de pediatria.
— Eu me chamo Brianna, pediatra e estudante constante do comportamento infantil. Sei que ser mãe de adolescente não é fácil, mas é possível procurar ajuda. Leve seu filho até uma psiquiatra. Assisti uma palestra incrível de uma profissional desta área uma vez e guardei o cartão de visita dela. É a melhor psiquiatra comportamental de toda Espanha. - Brianna entregou o pequeno cartão a Castiel e se retirou rapidamente.
Castiel deslizou os dedos pelo papel em tons de azul tiffany, aquela parecia ser uma ótima oportunidade de tentar se reconectar com o filho. Não perdeu tempo ao ler o nome Doutora Melloeta. Digitou o número de telefone pausadamente no celular. O telefone foi atendido ao segundo toque. Do outro lado da linha uma voz feminina muito simpática atendeu em espanhol. O moreno gastou todo seu conhecimento na língua para marcar um horário no início da semana. Estava determinado a fazer isso com o filho, sem consultar Ambre.
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