Elas ficaram tão empolgadas quando eu falei que estava apaixonada pelo Yoongi, que até se esqueceram que estávamos no meio de um jogo.
Eram conselhos e mais conselhos. Perguntas e mais perguntas. Não era fácil ser a única solteira do grupinho de amigas.
Eu entendia como Min Yoongi sentia-se em seu meio.
— Ok, gente. Eu já entendi. Vou ficar com ele. Isso se ele quiser.
— Nega, é claro que ele quer!
— A gente viu isso no jeito que ele olha para você.
— Ih, que jeito? - sonsa.
— O mesmo que você olha para ele.
Coloquei "Largado às traças" do Zé Neto e Cristiano e comecei a dançar.
— Ô, meu sertanejo! Como eu senti saudade! - Anna começou a dançar comigo.
— Ai gente, põe um funk aí! De sofrência já basta minha vida! - Keren mudou a música. — Eu viciei o Nam em funk brasileiro, aiai
— BUMBUM MARCANDO MEIO DIA, BUMBUM MARCANDO TRÊS HORAS, BUMBUM MARCANDO MEIO DIA, BUMBUM JÁ É NOVE HORAS! - a Alice começou a cantar enquanto a Hellen fazia quadradinho.
Mudei a música.
— SOU SEU CONFIDENTE, NÃO VAI SER PECADO, SEU MELHOR AMIGO VIRAR NA-MO-RADO! - comecei a cantar um pagode.
— Amiga essa é a sua música com o Yoongi - a Anna começou a rir.
— Hm, será se é? - ri.
• • •
Meu pai me levou para casa de manhã. Cheguei e fui direto para a cama. O sono me chamava, eu mal havia dormido.
Dormimos às 5h da manhã e meu pai chegou 7h30. Vacilo.
Me deitei sobre minha amada cama e abracei meu travesseiro, coberta por dois cobertores imensamente grossos. Pela manhã o clima era muito frio.
Eu só conseguia pensar que mais tarde o veria e, se tudo ocorresse bem, o beijaria. Eu possuía certa curiosidade em saber como era o beijo de Yoongi.
Eu indagava-me se o beijo dele era do tipo arrepiante, do tipo encharca-calcinhas, do tipo apaixonante ou hipnotizante.
Olhar para sua boca rosada me fazia desejar seu beijo. Fazia-me desejá-lo de todas as formas; eu só ansiava ter Min Yoongi.
Eu duvidava se esse sentimento era recíproco. Não sabia ao certo o que ele sentia em relação à mim. Será que me enxergava como uma melhor amiga, ou uma irmã mais nova?
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Yoongi
Quando (S/N) me confirmara que iria ao cinema, fiquei mais animado. Eu iria.
Fiquei pensando nela a noite inteira. Ela estava na casa da Alice com as outras meninas falando sobre coisas de meninas. O que será que elas estavam fazendo? Provavelmente, fofocando sobre outras meninas. Ou fazendo coisas fofinhas de garotas.
(Autora: na verdade, no momento em que o Yoongi pensou isso, elas estavam pouco se fodendo para as outras meninas e estavam rebolando ao som de um funk pesadão KKKK)
Andei em passos lentos até a cozinha. Vovó estava lá. Ela estava orando, portanto, resolvi não interrompê-la.
Eu amava minha avó. A considerava uma mulher forte, ainda firme em sua fé, mesmo depois de tudo que nos acontecera. Já minha mãe... Havia se traumatizado. Eu entendia o sofrimento dela, mas ela precisava abrir a mente. Precisava viver. Sair do passado e não viver como se ele fosse um peso em suas costas. Eu amava minha mãe, e eu sabia que ela me amava também. Só não amava a si mesma, e esse fato me abalara.
Quando meu passado batia às janelas de minha memória, as lágrimas se faziam presentes e eu me permitia chorar.
Nunca fui um garoto forte e ainda tomava escondido os remédios anti depressivos que minha mãe guardava na gaveta de baixo.
Quando a brasileira de pele morena, cujo nome era (S/N), apareceu na minha vida, ela pegara um pincel de amor e lentamente pintava minha minha alma de modo carinhoso.
Vi em (S/N) o sol que as nuvens negras escondiam. Vi em (S/N) o Árco-iris após o dilúvio que minha realidade se tornara.
E eu pretendia cuidar dela. Pretendia dar-lhe amor. Talvez não como um namorado, porém como um melhor amigo. Meus sentimentos eram confusos, mas eu apenas a queria por perto. Eu apenas a queria para mim.
Dei um gole no meu copo d'água. Minha vó já havia terminado sua oração.
— Filho, você gosta daquela menininha? Eu esqueci o nome dela...
— Ah, oi, vó. Está falando da (S/N)?
— Sim! A brasileira! Eu não sei por que, mas de repente senti uma necessidade de orar por ela. Vi como nossos outros clientes olhavam para ela na lojinha... Alguns até desviavam para não encostar nela!
— Você é uma ótima pessoa, vó. Tenho certeza que a (S/N) gosta muito de você.
— E de você também, meu menino. - ela apertou minhas bochechas — É tão feio! Tão feio! Esse preconceito não é nada bonito. Você sabe, né?
— Sei. Eu não consigo entender como as pessoas vêem coisa ruim numa menina tão nova. Acho que ela precisa de ajuda, vi certa tristeza nos olhos dela. Por isso orei.
— (S/N) é muito humilhada na escola, também. Eu odeio vê-la sofrer por causa desses imundos.
— Ela precisa de você, filho. Eu iria amar se você apresentasse ela como namorada! - riu.
Minha vó ficava tão fofa rindo.
Sorri.
— Quem sabe um dia... Acho cedo, ainda.
— Mas você já deu uns beijinhos nela?
— Não. Vó, nós somos amigos.
— Vocês jovens acham que eu sou o quê? Uma pateta? Não nasci ontem, filho! Eu percebo o jeito que vocês dois se olham. E por qual motivo ela iria na nossa lojinha todo santo dia se não fosse te ver?
— Comprar balas, talvez?
— Você é tão sonso. Seu pai e sua mãe eram exatamente dessa forma! - ela sorriu enquanto se lembrava.
— Ela ainda está com aquele quadro?
— Ela não o larga. Sua mãe está sofrendo muito.
— Vou falar com ela.
Fui até o quarto dos meus pais e bati na porta. Minha mãe abriu.
— Por que não está dormindo, Yoongi? - perguntou-me, brava.
Entrei no quarto e não a respondi. Eu não entrava naquele quarto há muito tempo.
Observei o quadro em sua cama. Eu sabia que ela estava trancada. Eu sabia que ela estava chorando.
— Mãe, nós precisamos conversar.
Ela fechou a porta.
— Se veio falar daquela...
— Não vim aqui para falar de (S/N) - respirei fundo. — Por que não o guarda? - me referi ao quadro, quando o olhei.
— Eu acabei de pegar.
— Não minta. Você sabe que isso não é saudável, mãe. Por que você dorme com esse quadro? Não adianta negar, eu sei que dorme!
— Filho, eu... - ela olhou para baixo — Eu não consigo.
— Mãe, o papai morreu há três anos - falei, com lágrimas nos olhos — você precisa seguir a vida. Nós precisamos.
Eu falava, com a voz embargada. Mas eu precisava ser forte por ela.
Me sentei na cama ao seu lado e a abracei. Olhei para o quadro. Era uma foto nossa. Meu pai, sorrindo. Eu era um bebê e ele me segurava. Mamãe sorria ao seu lado. Eu não tinha certeza, mas provavelmente vovó tinha tirado a foto.
Ela começou a chorar.
— Você se parece tanto com o seu pai! Você é a cara dele, tem o jeito dele... Eu te amo tanto, meu filho. Eu te amo.
Ela me abraçou ainda mais forte, ainda chorando.
— Eu também te amo muito, mãe.
— Vá dormir. Está tarde. Pare de chorar, tá bom? - ela limpou o rosto, mas eu sabia que ela ia chorar novamente quando eu saísse.
— Me dê o quadro. - o peguei e liguei a TV do seu quarto — Se distrai um pouco, tá? Boa noite, mãe.
A abracei, com o quadro nas mãos. Fui para o meu quarto.
Morena ❤: Yoon?
Morena ❤: ta ai?
Morena ❤: queria conversar aaaa
Morena ❤: você dormiu? poxinha
Morena ❤: boa noite, então, anjo ❣
Depois de um tempo, percebi que (S/N) havia me mandando mensagens.
Yoongi: oioi bebê
Yoongi: não dormi
Yoongi: eu tava ocupado
Morena ❤: ah, sim
Morena ❤: as meninas estão dançando aqui, mdss
Yoongi: vocês não estão fofocando sobre outras meninas?
Morena ❤: e eu lá tenho cara de fofoqueira?
Yoongi: tem ué, toda menina tem
Morena ❤: *emoji de dedo do meio*
Morena ❤: ok a gente tava mais cedo
Continuamos conversando, até que o relógio marcava 3h da manhã e eu precisava acordar as 10h para ajudar minha avó na lojinha
Yoongi: anjo
Yoongi: vou dormir
Yoongi: boa noite
Yoongi: amo você ❤
Morena ❤: também te amo, neném ❤
(S/N)
Yoongi viria me buscar em duas horas e meia para irmos aos cinema e encontrarmos o pessoal.
Meus pais haviam me deixado ir ao cinema e me deixaram com R$ 100,00.
Aproveitando que ainda tinha tempo, tomei banho e fiz uma hidratação no cabelos.
Esperei 20 minutos e retirei do cabelo, finalizando-o logo depois.
Vesti minha roupa. Um cropped cor-de-rosa e um short jeans claro e tênis rosa, que combinasse com o cropped.
Passei o perfume de rosas da minha mãe.
Peguei meu estojo de maquiagens e me maquiei. Passei um batom claro e peguei uma bolsa tira-colo marrom. Coloquei lá meu dinheiro, identidade, celular, fones de ouvido, balas de menta, spray de menta e manteiga de cacau. Se eu fosse beijar, esses itens seriam essenciais.
Eu estava procurando meus brincos.
Garoto bonitinho da lojinha de balas ❤❤: estou na sua porta *foto da porta*
— Ô MÃE, ABRE A PORTA! - gritei alto para que ela pudesse escutar da cozinha.
— ESTOU OCUPADA! AMOR, ABRE A PORTA!
— Okay - meu pai falou.
Puta que pariu. Fodeu.
Peguei qualquer par de brinco que vi pela frente e coloquei. Fui correndo até a porta e abri junto com meu pai.
— Oi (S/N) - ele tomou um leve susto ao ver meu pai — E o-oi senhor.
— Eu... -
— Você vai sair com esse garoto?! Você disse que ia sair com suas amigas!
— Não pode ter amigo homem, agora? Pai, nós vamos encontrar o pessoal lá. Vamos, Yoongi - saí para fora.
— Ainda não liberei você! Olha aqui, garoto - ele olhou pro Yoongi — não se aproxime dela e não deixe nenhum garoto se aproximar. Traga ela aqui às dez horas em ponto. Não tolero atrasos.
— Pai! Eu só vou no cinema!
— Pode deixar, senhor. Vamos?
— Sim.
Fomos nos distanciando da minha casa.
— Desculpa pelo meu pai, ele é um pouco... protetor.
Ele riu.
— Ele está confiando em mim para cuidar de você. Não saia de perto de mim, okay, bebezinha?
— Bebezinha meu ovo - ri.
— Opa, olhem só! Eles chegaram! - Anna exclamou.
— Demoraram...
— Meu pai prendeu a gente! - falei.
Eles começaram a rir.
— Que isso ein, já conheceu o sogro? - brincou Taehyung.
— Não enche.
— Gente, vamos logo ir para a sessão? - Keren perguntou, enquanto abraçava Namjoon.
— Esperem, eu e a (S/N) vamos comprar nossos ingressos.
Fomos até o caixa.
— Dois ingressos para o filme Annabelle 2, por favor.
— Desculpem, essa sessão já está lotada.
Nos entreolhamos.
— Ahn... Então, qual? - o perguntei.
— Quais sessões tem para agora?
— só o filme "Procurando Dory".
(Autora: Sim, eu misturei as datas mas beleza kskskdn)
Compramos a pipoca e o refrigerante.
— ah, pode ser - ele pagou a dele e eu paguei a minha.
Pegamos nossos ingressos e fomos para perto do pessoal.
— Eai, vamos entrar? - o Jin nos perguntou.
— Não vai dar. Vamos ter que ir para uma sessão diferente da de vocês, a sua está lotada.
— É, chegamos tarde demais.
— Poxa, que pena. Que filme vocês escolheram?
— Só tinha a opção "Procurando Dory".
— Ah... É uma pena. Tchau.
Todos eles entraram na sua sessão. Eu e o Yoongi nos olhamos.
— Sobramos - riu.
— Eu nem queria ver filme de terror, mesmo.
Entramos e nos sentamos lá no fundo.
O filme começou.
*meia hora depois*
— Yoongi, vamos embora do filme?
— Por que? Nós pagamos por ele.
— Eu não estou conseguindo me concentrar direito.
— No que você tanto pensa, garotinha? - ele me olhou, enquanto ria.
O olhei nos olhos.
— Em você - olhei para baixo.
— O quê?
— Desculpa, Yoongi. Mas eu não consigo parar de pensar em você.
— (S/N)...
— Eu gosto de você. Eu gosto de você e não aguento mais esconder isso. Sei, eu sei que isso vai estragar nossa amizade e eu sei que você gosta da Sunhee, só que foi tão sub-
Ele me interrompeu. Ele me interrompeu colando sua boca na minha. Suas mãos quentes depositadas em meu rosto aproximava nossas faces. Ele me beijou. E eu retribuí, também colocando a mão no rosto dele.
Eu não me importava, mas minha pipoca havia caído no chão. Apenas me concentrei em aproveitar o momento.
O beijo de Min Yoongi era tudo. Bem melhor do que eu imaginava ser.
Nossas línguas dançavam numa sincronia perfeita, nossas respirações descontroladas misturavam-se numa só.
O ar se ausentara de nossos pulmões e nós paramos ao sentir falta dele.
Saímos da sala de cinema na metade do filme. Começamos a andar pelo shopping, até encontrar um lugar isolado.
Ficamos nos beijando pelos cantos. Entre risadas e beijos.
— Parece que quebramos a regra do seu pai - ele me deu um selinho. — Poxa, sogrão, o senhor que me perdoe mas sua filha é irresistível.
Ele me puxou para outro beijo enquanto eu ria.
— Você sente o mesmo?
— An?
— Ai, seu lerdo! Você sente o mesmo que eu em relação à você?
— É claro, né (S/N)! Eu só estava um pouco confuso. Mas eu também gosto de você desse jeito - ele me abraçou.
— E você esperou eu ter atitude? - ri.
— Parece que sim. Você sabe que eu sou indeciso em relação às coisas. Mas eu quero te namorar.
— É? Vai ter que pedir ao meu pai - ri e dei um selinho nele — Mas, sabe, falando sério... Você não acha que é cedo para a gente namorar?
— Acho. Então tenho uma proposta: vamos ir ficando, se conhecendo... Se beijando por vários cantinhos iguais a esse, hm? - ele me deu outro selinho e colocou as mãos na minha cintura.
— Eu topo, Yoon- sorri e o beijei de novo.
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