— Então, aquele cara matou a Hellen porque ela não quis transar com ele? - perguntei.
— Sim. Hellen foi vítima de um feminicídio. E eu sou o culpado.
— Cara, para com isso... Você não tem culpa - falou, Yoongi.
— É óbvio que tenho! - ele insistiu — Eu devia ter ajudado ela, eu devia...
— Hoseok. Seu ato foi errado, mas você estava alterado, estava bravo por ter sido traído. Então nós te entendemos, estamos do seu lado.
— Eu quero morrer junto com ela. Não acredito nisso!
— Hobi, acalme-se! A Hellen odiaria te ver assim, então pare - falou a Keren, fazendo ele ficar mais calmo.
Nós perdemos uma amiga.
J-Hope perdeu o amor da sua vida.
Todos nós estávamos num clima terrível. O animo era totalmente desconhecido.
Vimos o corpo de Hellen ser colocado debaixo da terra para nunca mais sair.
Eu sabia que se eu a procurasse, eu não a encontraria em lugar algum. Mesmo que eu a procurasse da Argentina à Tailândia, do Pólo Norte ao Pólo Sul, sabia que ela não estaria em nenhum canto.
Eu desconhecia o lugar que ela estava.
A saudade era um veneno que me matava gradativamente por dentro.
*quebra de tempo*
Nosso grupo ainda estava desanimado.
Talvez o luto de Hellen fosse eterno.
Quando pensava nela, eu chorava rios. E detalhe, eu havia conhecido ela há meses. Creio que as meninas estavam sofrendo muito mais do que eu.
Não tínhamos palavras.
Não tínhamos risadas.
Não tínhamos mais nada.
Ninguém estava animado o bastante para animar o resto.
J-Hope estava com indícios de depressão. Ele estava muito mal, mesmo.
*uma semana depois*
— Oi, (S/N)! - a Moon apareceu de repente, enquanto eu estava isolada em um canto escrevendo no meu diário.
É, com tantas coisas acontecendo eu precisava desabafar com alguém. Por que não com papéis?
— Ah, oi, Moon.
— Eu sinto muito pela sua amiga. Eu conhecia a Hellen, ela era legal...
— Sim, era muito.
Eu realmente não conseguia conversar sobre Hellen sem ficar chorosa. Ainda era recente demais.
— Ficou sabendo? A Sunhee está convocando novas meninas para líderes de torcida. Você devia tentar, parece ser boa dançando. Por que você não tenta?
— Porque eu quero que a Sunhee se foda, Moon. Bom para você?!
Ela ficou calada. Percebi que havia sido dura.
— Moon, desculpe. Não estou bem para conversar. Eu estou... Atordoada. Não consigo encarar isso. É muito difícil.
— Eu sei que é, (S/N). Meus pêsames.
— Obrigada.
— Você... Conhece aqueles ali? - apontou para a Camilly, que passava com o Si Cheng.
— Conheço. Por que?
— Eu estou gostando do amigo dele. O Jaehyun.
— Não conheço esse garoto. Mas, por que não tenta se aproximar dele?
— Ele nunca iria me notar - falou, triste.
— É claro que iria, Moon! Se você não tentar, nunca vai saber.
— Eu acho que...
*bate o sinal*
— Tenho que ir, tchau.
Fui para a sala de aula. Yoongi me esperava.
— Te procurei por todo o canto. Por onde esteve?
— Me isolei num canto - respondi.
— Queria escrever, pensar... Ultimamente está tudo tão horrível, minha mente está bagunçada.
Ele me abraçou.
— Você quer tomar sorvete hoje? - me perguntou e deu um selar na minha testa.
— Claro - sorri.
Yoongi
Ver (S/N) daquela forma era terrivelmente agoniante.
Todos nós estávamos consideravelmente baqueados, mas as meninas estavam muito tristes e J-Hope vivia se culpando.
Fizemos um grupo.
Eu, Namjoon, Jin, Taehyung, Jimin e Jungkook.
Nele, conversávamos o que podíamos fazer para animá-las.
*grupo*
Jin: eu vou trazer a Anna aqui em casa. Ela sempre gosta de vir.
Namjoon: vou comprar filmes pra maratonar com a Keren. Ela ama.
Taehyung: gente eu não sei o que fazer
Yoongi: eu acho que vou levar a (S/N) pra tomar sorvete
Namjoon: Jimin e Jungkook, vocês não tem namoradas para cuidar. Cuidem do J-Hope.
Jimin: o Yoongi tb não namora a (S/N), eles são ficantes
Taehyung: Jimin, eles praticamente namoram
Yoongi: foda-se mano, a relação é entre mim e a (S/N)
Yoongi: agora prestem atenção
Yoongi: vocês precisam fazer alguma coisa com o Hoseok
Yoongi: o cara ta entrando em depressão
Jin: é, parem de cuidar da vida alheia e cuidem do J-Hope
Jungkook: vou levar ele para comer comigo e com a Lexi
Namjoon: quem caralhos é Lexi?
Jungkook: minha namorada, ué
Yoongi: ???????????
Jungkook: esqueci de avisar, arranjei uma namorada no Tinder. Ela mora aqui em Seul e também é brasileira.
Jimin: você tem merda na cabeça?
Jungkook: pq?
Jimin: eu também arranjei namorada mas não vou levar o J-Hope junto né sua anta, ele vai se sentir excluído e vai lembrar que a namorada dele morreu
Yoongi: verdade
Namjoon: acham que devíamos arrumar uma namorada pro J-Hope?
Yoongi: agora é cedo demais
Jin: simm, só animem ele @Jimin e @Jungkook (sem envolver as namoradas).
Jimin: jaé
Jungkook: ta, podemos levar ele pra jogar no Fliperama?
Jin: façam o que quiser, só façam ele rir pelo menos uma vez
Yoongi: gente perai
Yoongi: vocês acham cedo pra eu pedir a (S/N) em namoro?
Jin: não pô, vcs já estão ficando há um tempasso
Namjoon: pede logo antes que outro peça
• • •
Eu estava me arrumando. Eu não costumava me arrumar muito, mas sentia que esse encontro com (S/N) seria especial. Ok, eu iria pedir ela em namoro.
Talvez isso a faria sorrir no meio de tanta tribulação.
Eu não fazia isso apenas para animar ela. Fazia porque sempre quis tê-la como minha. Oficialmente minha. Apenas minha.
Não era o caso, mas se ela era apenas minha ficante, ela poderia estar aos beijos com qualquer outro garoto e isso iria me deixar enfurecido.
Passei um perfume caro e coloquei meu melhor tênis.
— Aonde vai tão arrumado? - minha mãe perguntou — Hmm, vai encontrar alguma garota? - ela riu.
— Desde quando se importa com a minha vida amorosa, mãe? - estranhei. Geralmente, quem fazia esse tipo de pergunta era a vovó.
— Sempre me importei. Você é bv, filho?
Que?
— E você sabe o que significa "bv"?
— Min Yoongi, acha que vim de outro planeta?!
— Você tem 45 anos...
— E daí? Não sou tão velha assim. Diga! É bv?
— Por que quer saber se já beijei ou não uma garota?
— Yoongi!
— Tá, já beijei, mãe. E daí?
— Está indo encontrar essa garota?
— Estou. Por que?
— Me apresente ela. Quero conhecê-la.
— Quando eu começar a namorar com ela, faço isso. Vou pedí-la em namoro hoje.
— Boa sorte, filho. Divirta-se.
Ela saiu.
Estranhei o bom humor da minha mãe. Ela geralmente era... Rabugenta.
O pai de (S/N) abriu a porta. Esse cara me dava calafrios.
— Boa noite, senhor.
— Quer entrar, garoto?
Uau, todo mundo estava de bom humor naquele dia?
— Sim, obrigado.
Ele estava me encarando. Fingi não reparar e coloquei a mão no bolso.
— Moleque, você é branco! Ô menino pra ser BRANCO, parece que viu um fantasma!
Fiquei sem graça.
— Err... Não pego muito sol, senhor.
— Percebi. Quer? - ele me ofereceu um pouco de cerveja.
— Sério? Eu qu-
— PAI! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? - (S/N)
saiu do quarto. Ela estava linda. Ela era linda até gritando.
— Estou conversando com seu amigo aqui. Algum problema?
— Yoongi é de menor! Não pode beber cerveja!
— Virou babá dele agora?
— Jorge... - a mãe dela apareceu.
— Marilene... - ele retrucou.
— Vamos logo, Yoongi - ela me deu a mão — Chego em casa às 22h.
— Ei ei, garota. Pensa que se manda? Quem determina seus horários sou eu! Volte às 21h30.
— Pai... São 20h agora!
— Ande logo antes que desista de te deixar sair, você sai muito.
Saímos de lá.
— Yoon, me desculpa por te fazer passar por tudo isso, meu pai é muito estranho.
— Relaxa, (S/N). Tá tudo bem, seu pai até que é legal.
— Ele te ofereceu cerveja!
— E eu iria aceitar.
Ela me olhou séria.
— Brincadeira, bebê - falei, rindo. Mas eu não estava brincando. Eu realmente aceitaria aquela cerveja.
— Palhaço - ela também riu.
De mãos dadas, começamos a andar pelo bairro. Os olhares... Ah, os olhares. Eram tão intensos. Eu me sentia foda por ter uma garota negra tão bonita segurando minhas mãos.
Paramos em uma barraquinha para comprar sorvete.
— Boa noite - falei com o homem que vendia.
— Boa noite. Do que vão querer?
Olhei para ela.
— Quer de quê?
— Creme - respondeu.
— Dois de creme, por favor - pedi.
Enquanto esperávamos os sorvetes ficarem prontos, eu a olhava.
— O que é que você tanto olha? - perguntou-me, enquanto sorria.
— Você.
— O que eu tenho de tão especial para me olhar tanto?
— Você é você.
Ela abriu um sorriso de orelha a orelha. Era esse sorriso que eu estava precisando ver. O sorriso mais brilhante do que a própria lua.
— Aqui estão seus pedidos - o homem nos entregou.
— Obrigado.
Paguei e fomos andando, tomando nossos sorvetes.
Sentamos em um banco da praça e ficamos lá. Eu amava sorvete de creme.
— Sua boca tá suja de sorvete - avisei a ela.
— Sério?! Onde?
— Aqui - limpei com o dedo e dei um selinho nela.
— Você é tão fofo... - sorriu.
Levei minha casquinha à boca.
— Agora eu sou o papai noel, prazer - fiz um bigode com sorvete de creme — me peça um presente.
(S/N) teve um ataque de risos. Como eu amava aquela risada...
— Eu quero você de presente - ela me olhou.
— Então namora comigo - a olhei de volta, desta vez, sendo sério.
— Você está falando sério?
— Por que não estaria?
— Não sei, mas... Aish, fala de novo!
— Namora comigo, (S/N). Você quer namorar comigo?
Ela puxou meu rosto com suas duas mãos e me beijou.
Coloquei as mãos na sua cintura e retribuí o beijo.
— Isso responde, amor? - sorriu.
Sorri também e a beijei novamente.
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