História The Truth Untold (imagine Yoongi - BTS) - 43 - Amiga, eu estou grávida!

Segurando as mãos das duas crianças depois de tê-las comprado algumas roupas e alimentos, fui à casa da Anna. Eu demorei muito mais do que havia dito que demoraria.
Olhei para os dois. A menina se chamava Yang e o menino se chamava Woojin. Bonitos nomes, pensei.

— Se comportem. Estamos entrando na casa da minha amiga - os adverti.

— Ta bom - responderam.

Toquei a campainha de Anna. Ela abriu, desesperadamente, cinco segundos depois do segundo toque.

— Ah, oi, (S/N). Por que demorou tanto? E por que está com duas crianças? Eu estava passando ajeitando minha franja. Pensei que era o Jin.

— Já contou para ele? Quais foram os resultados?

Ela me olhou.

— Positivo. Amiga, eu estou grávida! - ela sorriu.

— Meu Deus, Anna! - a abracei. — Parabéns.

— Vem. Entrem, crianças. Vocês querem pipoca? Eu acabei de fazer! - disse ela, enquanto fechava a porta depois de termos entrado.

Eles dois se entreolharam e sorriram animados.

— Queremos!

Ela pegou um pote cheio e os entregou.

— Já voltamos.

Fomos até o quarto dela.

— Vou explicar o motivo de estar com as crianças. Eles vão ficar na minha casa. Por hora, estou me responsabilizando pelos dois. Os encontrei na rua. Procurando comida no lixo.

Ela pareceu horrorizada.

— Sério? Eles estão tão arrumadinhos graças a você! Eu nunca ia reparar. Para falar a verdade, pensei que você estava tomando conta, sei lá, dos sobrinhos do Yoongi.

— Yoongi é filho único - falei, rindo dela. — Ele não tem sobrinhos.

— Deve ter primos, talvez.

— Talvez ele tenha, mas não vou perguntar. Aparentemente, Yoongi não gosta de falar sobre a família e lembrar do passado... Não quero deixá-lo desconfortável com esse tipo de pergunta - peguei meu celular e olhei a hora. — Mas eai, xuxu, vamos falar sobre o seu bebê! Está animada para ser mãe?

— Muito, (S/N)! O Jin sempre me disse que queria ser pai, então nós tentamos. Parece que deu certo, né? - sorriu vitoriosa. — Vamos falar com as meninas.



[...]



Saí da casa de Anna às 18h34 com as crianças. Eu sabia que seria barra pesada explicar para os meus pais sobre as duas crianças que seguravam minhas mãos. Contudo, eu estava certa de que fazia algo bom. Eu me sentia bem. Fazendo algo bom. Que me deixava feliz. Eu me sentia feliz vendo-os feliz.
Adentrei a casa junto com eles. Meu pai me olhou confuso e eu o ouvi chamar minha mãe, que estava na cozinha com Jackson e Thalia.
Minha mãe veio. Arregalou os olhos.

— Você tem três segundos para explicar! - cruzou os braços e me olhou.

— Mãe... Esses são Yang, de oito anos, e Woojin, de cinco. Estou me responsabilizando por eles. Até amanhã. Entrem naquela porta, crianças - apontei para o meu quarto e pedi para eles entrarem.

Ela me olhou brava.

— Quem são essas crianças, garota?! - perguntou, ainda com os braços cruzados.

— Calma, mãe. Eu os encontrei na rua. Eles estavam procurando comida no lixo e eu me ofereci para ajudar - me expliquei. — Mãe, EU estou me responsabilizando para cuidar deles. Eu comprei a comida. Eu comprei as roupas. Com o meu dinheiro, tá? Vocês não precisam me olhar com essas expressões incrédulas. Eu sei bem o que estou fazendo.

Falei e, finalmente, fui para o quarto e fechei a porta.
Coloquei um filme de animação para assistir com as crianças e nós nos deitamos na cama.

— Que ursinho lindo! - Yang pegou meu ursinho. — É seu? - seus olhos brilhavam. Provavelmente, ela não vía um brinquedo de perto há muito tempo.

— Eu tenho bonecas e alguns carrinhos antigos do meu irmão. Vocês querem? - perguntei, sorrindo.

Eles fizeram que sim com a cabeça, imersos em sua empolgação.
Peguei a antiga caixa de brinquedos que eu e Jackson insistimos em trazer para a Coréia quando nos mudamos.
Peguei três bonecas, dois carrinhos e um boneco do Hot Wheels e os entreguei.

— Obrigada, tia - Woojin agradeceu se curvando e sorriu.

— Me chamem de (S/N), tá bom? - abri um sorrisinho para eles. — Aliás, venha comigo Woojin, vou dar banho em você. Depois em você, Yang.



•    •    •



Fui à cozinha, em passos lentos, beber água às 3h da manhã.  Parece que não tem ninguém acordado, pensei. E então enchi um copo com água e bebi lentamente, até que senti meu celular vibrar dentro do bolso. Era Yoongi. 

— Alô, amor - atendi. — Aconteceu alguma coisa? Por que está me ligando essa hora da madrugada?

— Porque estou com saudades. Queria ouvir sua voz, princesa. Por que não me ligou hoje à tarde? Você nem veio aqui. Fiquei preocupado.

O contei tudo o que aconteceu. Eu sabia que ele tinha sorrido do outro lado da linha.

— Eu tenho uma namorada tão maravilhosa que até me impressiono. (S/N), esse mundo não merece um anjo como você - disse ele. — Podemos levar os dois para lanchar amanhã, o que acha?

— Seria legal - respondi, sorrindo. — Depois vou levá-los ao orfanato da tia da Keren. Eu acho que vão se encaixar super bem lá. É muito bom.

— É provável que sim. Seria bem legal se eles convivessem com outras crianças - concordou.

— Exatamente. Eu...

Parei de falar ao ouvir passos. Me virei para trás e minha mãe estava atrás de mim.

— Precisamos conversar - disse ela, aparentemente cansada.

— Te ligo depois, amor - falei com Yoongi e desliguei a chamada.

Pus o celular no bolso e olhei para ela. Ela usava um pijama lilás e estava com pantufas rosas. Eu a dei aquelas pantufas no seu aniversário passado.

— Me desculpe pela grosseria mais cedo. Eu estava estressada - começou. — Mas sabe, (S/N), antes de fazer qualquer coisa precisa nos avisar. Você tem dezoito anos, mas ainda mora com a gente. Somos seus pais. Você precisa nos avisar antes de trazer crianças para a nossa casa. Ou, sei lá, transar na nossa cama.

Corei quando ela falou a última frase.

— Mãe, desculpa. Não vai se repetir. Vou levá-los ao orfanato amanhã. Eles só precisavam de um teto e eu não aguentei. Desculpa.

Ela se aproximou e fez carinho nas minhas bochechas.

— Sabe, (S/N), você é uma boa menina. E eu me sinto orgulhosa por ter criado uma menina tão doce que está se tornando uma mulher tão amável.

— Obrigada, mãe - sorri. — Obrigada.

Abracei ela. Ela retribuiu o abraço. Ficamos abraçadas por vários segundos, até que ela se separou e disse:

— Precisamos dormir. É tarde Vá para o seu quarto e eu vou para o meu. Boa noite, filha.

— Boa noite.

Respondi. E então fui para o meu quarto e avistei os dois dormindo em um colchão no chão.
Me deitei sobre minha cama e bocejei. Fechei os olhos. Adormeci.