Yoongi
Passado os dez dias, minha mãe e minha avó voltaram. Eu não iria mentir, realmente estava com saudade delas. Porém, eu estava adorando ficar em casa sozinho naqueles últimos dias.
— Yoongi - minha mãe me chamou.
— O que foi?
— É para você - ela me passou seu telefone.
Olhei para o contato. Era o Sr. Ryuk, um antigo colega de trabalho do meu pai. Ele era bem mais velho que meu pai. Bom, tinha uns sessenta e cinco anos aparentes. Resolvi atender.
— Alô, Sr. Ryuk? - eu estava confuso.
— Olá, menino Yoongi! Quanto tempo, não? - o entusiasmo na sua voz era perceptível.
A última vez que havíamos nos visto fora no dia mais chuvoso e triste da minha vida, o dia do enterro do meu pai, há cinco anos atrás.
— É, muito tempo mesmo... - olhei para a minha mãe, que também parecia confusa. — Ahn... Por que o senhor está me ligando? - perguntei.
— Então, Yoongi. Você sabe o quanto a empresa do seu pai era tivera grande triunfo enquanto o mesmo estava vivo e, depois que ele veio a falecer, tivemos que eleger um outro empresário que, infelizmente, não deu conta do trabalho formidável que fazia o seu pai. Portanto, acreditamos que você possa ser o novo empresário.
Precisei de longos segundos para raciocinar aquilo.
— Sério?
— Claro. Por que eu mentiria? - indagou. — Você já alcançou a maioridade e, por ser filho do dono da empresa, seria o mais indicado a assumir o poder de empresário. Você sabe bem que seu pai era um homem de negócios. Acredito que esteja no sangue. - ele riu. — Ele sempre me contara o quanto você era inteligente e um ótimo aluno na sua escola.
— Olha, Sr. Ryuk, eu não sei. Preciso pensar um pouco. Quer dizer, gostei da idéia, mas não tenho certeza se estou pronto. Eu teria que largar a faculdade.
— Ah, jovem! Para que a faculdade? Se fizer aqui o que seu pai fazia, vai ganhar muito dinheiro. Te daremos as instruções corretas e logo logo você será o novo dono dessa empresa. E anote o que eu estou te dizendo, você vai ser tão bom quanto seu pai era.
Eu queria aceitar. Parecia bom. Quando era criança, sempre quis fazer o que meu pai fazia. Ele sempre foi o meu maior exemplo.
Suspirei.
— Vou pensar. Prometo que te ligo quando tiver tomado minha decisão. Tchau, Sr. Ryuk. Foi bom falar com o senhor novamente.
— Tchau, menino Yoongi. Pense bem, ok?
— Ok - desliguei.
Entreguei o celular para minha mãe. Ultimamente, ela andava estranha. Não gritava mais comigo. Não chegava para falar mal de (S/N) e nem pedia para eu terminar com ela por "merecer alguém melhor". Ela apenas andava muito quieta. Quieta demais.
— Você sabia disso? - olhei para ela.
— Disso o que? - perguntou.
— O senhor Ryuk me ligou para dizer que querem que eu assuma o lugar do meu pai na empresa.
— Ah, filho, isso é bom. Por que não aceita?
— Não tenho certeza se estou pronto, mãe - olhei para os meus pés e depois respirei fundo. — Eu provavelmente não vou ser tão bom quanto meu pai se tomar o lugar dele. Meu pai era ótimo, experiente, inteligente. O que eu sou perto dele?
Ela andou alguns passos até que ficássemos perto o bastante para que pudéssemos nos abraçar. E ela me abraçou. Minha mãe me abraçou e ficou quieta por vários segundos. Aquele foi o nosso primeiro momento de carinho e calmaria desde que eu comecei a namorar (S/N), ou seja, quase três anos.
— Quando olho para você - ela começou — Vejo o seu pai. E amo isso. Amo ver que você está crescendo e, cada vez mais, se parecendo com ele. É como se... - ela fechou os olhos e suspirou. Eu sabia que ela queria chorar. — É como se você irradiasse a mesma essência que seu pai irradiava. É como se eu ainda tivesse um pedaço dele aqui, filho.
Vi uma lágrima descer de seu olho direito e a sequei de imediato. Minha mãe raramente era sensível assim.
— Me desculpe. Por tudo - disse ela, e antes que eu pudesse responder alguma coisa, saiu.
[...]
— Amor, isso é incrível! - exclamou (S/N) depois de eu tê-la contado.
Ela estava na minha cama. Achei engraçado quando ela movimentou as pernas para cima e apoiou os pés na parede enquanto seu corpo estava na cama.
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