Oi, bombons.
Trouxe um capítulo icônico para vocês, relativamente grande. ❣
Eu chorei escrevendo esse capítulo, então... Se quiserem saber o que vai acontecer aqui Apenas leiam e sigam o rumo da história. Não hesitem em comentar o que acharam/favoritar. Obrigada pelos incentivos.
Amo vocês. 💝
Sempre tive grande apreciação por coisas pequenas. Sempre gostei de usar as palavras no diminutivo ou de mini objetos representativos.
Minhas mãos caminhavam sobre a barriga da Anna, que já estava crescendo. Pensei no bebê. Um ser humano pequeno que estava em desenvolvimento. Me senti ansiosa para ver a criança.
Uma vez, quando eu tinha oito anos, comprei uma mini xícara. Não para beber chá ou café, nem leite. Mas para apreciar o belo daquele pequeno objeto, que aos meus olhos transmitiam imensidão de fofura. Eu adorava. Simplesmente adorava.
Eu também adorava crianças e me animei com a idéia de uma das minhas melhores amigas estar grávida e minha cunhada também.
— Vou mimar tanto o seu bebê! - falou Alice, sorrindo.
— Eu vou mimar primeiro! - falei.
— Já decidiu os nomes, Anna? - a Mel perguntou. — Acho que se eu tivesse um filho, colocaria de Jimin Junior - ri.
— Que brega, Mel! - disse a Moon, rindo.
— Gente, já decidi os nomes! - a Anna exclamou, fazendo todas nós lhe darmos atenção. — Se for menina, vou colocar Luiza. E se for menino... Pedro Henrique. Nomes brasileiros, sim!
— Iti malia, adorei! - sorri.
— Queria eu estar grávida do Jungkook - Lexi falou.
— Mas vocês já fizeram...? - perguntou Alice.
— Não.
— Então, né, Lexi! - riu.
— Anna, os nomes são lindos. Eu adorei - Keren pegou um biscoito e comeu. — Precisamos marcar a data do chá de bebê.
— Mas já? - perguntei, espantada.
— É claro! Você ia gostar de um chá de revelação, Anna?
— Não sei, Keren. Acho que quero saber o sexo do meu bebê antes de todo mundo. Não curto muito essa ideia de chá de revelação.
— Deixa de ser boba, nega! É muito legal - Alice disse, alisando a barriga da Anna.
— Hmm, talvez - ela respondeu.
• • •
Eu gostava da minha faculdade. Realmente me sentia bem onde estava cursando Direito e não pretendia mudar meus planos.
As vezes, pretendia me tornar uma Advogada assim como a Sra. Min era, por mais imbecil que ela fosse como pessoa. A mãe de Yoongi era uma ótima profissional, portanto ganhava muito dinheiro com o que fazia — infelizmente, achando-se superior a outros por isso.
[...]
— Boa tarde, querida! - disse a avó dele, assim que eu cheguei em sua lojinha de balas.
— Boa tarde para a senhora também - sorri. — Preciso de doces e vim correndo comprar algumas balas.
— Alguma necessidade especial? - perguntou.
— Na verdade, é só eu com muita vontade de comer doces, como sempre - ri. — Yoongi tem sorte de ter uma avó como você, eu não vejo a minha desde que saí do Brasil.
— Ah, fofinha. Te considero minha netinha, também - ela me abraçou.
— Você é uma graça, vovó Min - apertei suas bochechas levemente.
Ela me lembrava o Yoongi, o que a tornava ainda mais fofa. Me lembro de que ela sempre foi muito simpática desde o dia que havia me visto pela primeira vez. Uma atitude raríssima e nobre. Geralmente, idosos coreanos são bem menos receptivos em relação a estrangeiros ou novas culturas. A avó do meu namorado, de modo surpreendente, me adorou mutuamente desde que nos conhecemos.
Vovó Min me vendeu as balas, mas continuei na sua lojinha por muito tempo. Ajudei-a com alguns clientes e ficamos conversando.
— Você está saudável, filha? Está se alimentando bem? - perguntou. — Você me parece um pouco estranha...
— Ah, sim. Eu não tive tempo de almoçar hoje e estou com um pouco de dor de cabeça e enjôo - respondi.
Olhei para minhas unhas recém-feitas. Lexi tinha um talento incrível de manicure.
— Enjôo? - ela me olhou nos olhos.
— É... - confirmei.
— Você e o meu neto já transaram?
Abaixei a cabeça, tentando disfarçar a vergonha.
— Bom, já.
— Então, florzinha, se prepare. Se está sentindo enjôo, pode ser que esteja grávida.
— Não estou grávida. Tenho certeza que não.
— Como pode ter tanta certeza? Vocês se previnem sempre, né?
Comecei a pensar. Não usamos camisinha na última vez. E nem na penúltima. E eu esqueci das pílulas do dia seguinte. E eu fiquei desesperada só de pensar que podia estar grávida.
— É, sempre nos previnimos... - olhei para o meu celular e vi a hora. — Está ficando tarde. Acho que já vou indo. Tenha uma boa noite - sorri para ela e peguei minha bolsa.
— Ta bom, querida. Boa noite - ela sorriu agradavelmente.
Ao me despedir da avó de Yoongi, fui caminhando para casa, pensando intensamente na possibilidade de estar grávida. Eu queria, sim. Mas não naquele momento. Eu não me sentia pronta para ser mãe. Eu me sentia pronta para ser tia. Não mãe.
Um bebê era muita responsabilidade e eu ainda me considerava imatura aos dezoito anos de idade. Contudo, se eu realmente estivesse grávida do meu namorado, precisaria assumir a responsabilidade de ser mãe. Eu já era uma adulta, mas não sentia isso.
Eu sentia olhares sobre mim enquanto andava. Desta vez, não olhares de nojo. Olhares maliciosos de bêbados de esquina. Não demorei muito para andar mais rápido e, quando menos percebi, estava correndo.
Cheguei em casa, finalmente.
Meus pais estavam na cozinha e eu passei lá para dar um "alô". Ao chegar lá, vi minha mãe ao telefone e meu pai esperando-a.
Me perguntei mentalmente o que havia acontecido para suas expressões faciais demonstrarem certa confusão.
— Sim - respondeu minha mãe à pessoa com quem conversava. — Sou a mãe adotiva de Jackson Wang. Por quê?
Alguns segundos depois, ela simplesmente surtou, assustando a mim e meu pai.
— Como assim? Isso é uma piada, caralho? Jackson, eu juro que se você não parar com essa porra, eu vou te encher de supapos até sua cara ficar desfigurada, garoto! - exclamou ela, nervosa. — Não se faz isso com a própria mãe, seu idiota!
— Quem está falando, Marilene? O que estão dizendo? - meu pai perguntava, sem sucesso.
Mamãe continuava a responder.
— É melhor parar com essa brincadeira já! - disse ela. — Como assim não é brincadeira? É claro que é! - sua expressão mudava lentamente. — Como assim? N-não posso acreditar.
Eu olhava para minha mãe e tentava ao máximo entendê-la. Subitamente, lágrimas caíam de seus olhos e ela começara a gritar como uma louca. Ela desligou o celular e o jogou para longe.
— O QUE FOI, MARILENE? PARE AGORA! ME DIGA O QUE ESTÁ ACONTECENDO! - meu pai gritou enquanto agarrava seus pulsos. — Jackson está usando drogas?
Ah, se meu pai soubesse que Jackson era fumante há tempos, teria evitado essa confusão toda. Quando disse que não contaria aos meus pais sobre o fumo da maconha, eu fui fiel à minha palavra e não contei, embora tenha aconselhado meu irmão a parar. E ele tinha parado. Principalmente por ter conhecido Thalia.
Não seria surpresa alguma para mim se me ligassem dizendo que meu irmão estava sendo preso por tráfico de drogas, mesmo que ele nunca tenha sido um traficante. Eu não duvidava da capacidade de Jackson de fazer merda.
Eu não duvidaria se ele tivesse assaltado um banco ou uma loja de jóias, meu irmão era cabeça fraca.
Eu também não duvidaria se ele quisesse abortar o próprio filho por influência dos outros.
Portanto, duvidei das palavras que saíram imediatamente da boca de nossa mãe:
— Robson... - começou mamãe. — o Jackson
morreu - contou, com lágrimas inundando seus olhos.
— O QUÊ? - perguntei.
— No início eu pensei que era brincadeira dele, mas a ligação era de um paramédico. Jackson estava indo para a casa dos pais de Thalia junto com ela, m-mas eles sofreram um acidente...
— Como assim? - meu pai perguntou, completamente chocado, assim como eu. — Precisamos verificar se isso é verdade, Marilene! Pode sim ser uma brincadeira desse garoto. Sabemos o quanto ele é travesso.
— Robson - chamou-o mamãe e o abraçou, chorando — Acho que dessa vez não é brincadeira.
Minutos depois, ela recebeu fotos e vídeos daquele mesmo número. Fotos chocantes do acidente de carro em que Wang se envolvera.
Fotos deprimentes.
Fotos que carregavam consigo toda a tristeza que meu coração sentiu ao ouvir "o Jackson morreu".
Imagens do meu irmão e de sua namorada completamente banhados no próprio sangue; mortos, frios, sem qualquer resquício de vida.
Eu não consegui acreditar naquilo. Só podia ser uma peça que Jackson estava tentando nos pregar. Ele não podia morrer. Ele não podia morrer naquele momento. Meu irmão estava prestes a ser pai e a criar juízo. Estava prestes a ser, como nunca, plenamente feliz.
Peguei meu celular e liguei para ele várias vezes. As ligações chamavam e caíam na caixa postal. Quinze vezes. Eu disquei seu número quinze vezes, mas nenhuma delas adiantou.
Corri depressa para o meu quarto e o tranquei.
— Jackson, caralho! - eu o mandava mensagens de áudio no whatsapp. — Jackson, para com isso, para! Para, por favor. Levanta e diz que é mentira. Diz que tudo isso é brincadeira e que você está voltando para casa com a Thalia! Diz que aquele sangue é falso e que eu sou uma irmã burra e idiota por ainda acreditar nas suas brincadeiras! Por favor... Diz.
As mensagens de áudio não chegavam para ele e nunca iriam chegar.
Nada que eu dissesse o traria de volta. Eu sabia. Eu sabia que ele estava morto.
Eu sabia que ele não estava mais em nenhum lugar.
Eu sabia que nunca mais escutaria suas piadas e nem brincadeiras, tampouco seria envolvida por seu abraço apertado.
Eu nunca mais veria seu sorriso contagiante e nem sua cara de sono pela manhã.
Eu não discutiria mais com ele por motivos idiotas e nem reclamaria por ele pegar meu celular e sair correndo.
Porque ele não estava mais aqui.
E eu não sabia onde ele estava.
Seu corpo estava ali, gelado e vazio.
Mas ele...
Ele não estava.
E nunca mais estaria.
Eu sabia que se procurasse-o, não seria como no pique-esconde. Ele não estaria debaixo da cama ou atrás do sofá.
Eu sabia que, mesmo se eu viajasse o mundo inteiro à sua procura, ele não estaria em nenhum lugar.
Ele simplesmente se foi, e consigo levou grande parte do meu coração.
— Wang... - disse, ao chegar em seu quarto, sufocada pelo meu choro. — Wang, seu cheiro aqui é tão forte... Eu quero te abraçar, irmão. Eu não acredito nisso! - gritei, chorando. — Isso não pode ser verdade, não pode ser! Não pode ser!
Eu chorava e berrava como uma criança mimada que tivera seus desejos negados. Eu tinha um desejo; Jackson vivo e rindo ao meu lado.
Mas, era como ele mesmo dizia quando não conseguia o que queria:
"Nem tudo na vida acontece do jeito que queremos. Nossa única saída é aceitar. E continuar vivendo."
Obrigada por lerem até aqui, bebês. É nois ✨❤💝❣💟💕💓