Fiquei triste porque quase não aproveitei o chá de bebê que tinha ajudado a preparar com tanto carinho. Talvez eu realmente não estivesse bem. Yoongi e eu nos despedimos de todo mundo e fomos para o seu carro, dando partida até minha casa. Ele me ajudou a pegar algumas coisas e eu avisei aos meus pais que iria dormir na casa dele, eles não ligaram.
— Trago ela amanhã - disse Yoongi ao meu pai e enfim fomos para a sua casa.
Eram quase 23h da noite e eu já bocejava de sono.
Meu namorado abriu a porta de casa e as luzes estavam apagadas. Provavelmente sua mãe e sua avó estavam dormindo.
— Venha. Vamos para o meu quarto.
— Vamos - sorri para ele.
Subimos lentamente para o seu quarto, evitando fazer qualquer barulho mínimo para não acordar ninguém.
— Eu trouxe algumas coisas da festa. Anna e Jin mandaram uns pedaços de bolo e docinhos - disse ele, pegando bolo e docinhos de uma sacola azul.
— Eu quero - falei.
— Vamos comer.
• • •
Eram três horas da manhã quando eu acordei repentinamente. Olhei para o lado e Yoongi dormia tranquilamente. Agradeci mentalmente por não estar, de fato, em um cemitério à noite conversando com meu irmão. Agradeci por ter sido apenas um sonho ruim, um pesadelo.
Sem ao menos perceber, lágrimas já caíam dos meus olhos. Silenciosamente, eu chorava por sentir tanta saudade do meu falecido irmão.
Me levantei da cama com cautela para não acordar Yoongi e comecei a andar por sua casa.
— Que susto, menina! - disse a mãe de Yoongi quando eu cheguei na sala.
Ela estava assistindo televisão num volume baixo, com cara de sono. Deve estar com insônia, pensei.
— Desculpe. Não estou conseguindo dormir.
— Eu nem sabia que você estava aqui... Quando chegaram?
— Umas dez ou onze horas. Não lembro - respondi. — sra. Min, você tem remédio para enjôo? Eu estou sentindo náuseas.
— Náuseas, é? - perguntou, me olhando com certa desconfiança. — Por que está com náuseas?
— Eu não sei. Me sinto assim desde que Jackson morreu. Sabe, tenho comido pouco... Já fiquei dois dias sem comer nada.
— Você vai ficar doente se continuar assim! Deve ser por isso. Não podemos ficar sem comer, menina. É perigoso!
— É, mas eu não consigo.
— Não tem essa de "não consigo". Você precisa comer! Vem aqui, eu vou cozinhar para você.
Ela se levantou e andou até a cozinha. Eu fui atrás. Apesar de sra. Min parecer totalmente sincera, eu ainda tinha medo do que ela pudesse fazer.
— Não precisa - falei baixinho.
— Precisa, sim. Olha, eu não vou colocar nenhum veneno na sua comida, não. Você é minha nora e talvez essa seja uma chance de te provar que estou arrependida.
— Hm, okay - sorri.
Depois de comer, me sentei com ela para conversar. Sentadas no sofá, começamos a falar sobre tudo.
— Então você estuda Direito?
— Estudo - respondi. — Quero ser advogada. Como você.
Ela sorriu.
— Eu já sabia disso. Mas, sinceramente, o preconceito me fez achar que você não era capacitada. Entretanto, eu vejo que estava errada. Você é muito inteligente, (S/N).
— O que te faz pensar que sou inteligente?
— Você é inteligente como pessoa.
— Já estão acordadas? - ouvi a voz da vovó Min ao longe.
Fui ver a hora. Cinco e meia da manhã.
— Sim. Nós ficamos conversando - respondeu a mãe de Yoongi. — Yoongi ainda está dormindo, não é?
— Está. Aquele menino dorme como pedra! - respondeu a vó, entre risos. — (S/N), querida, como você está? Dormiu aqui?
— Estou bem - respondi, sorrindo. — Eu dormi aqui hoje, mas eu e Yoongi chegamos um pouco tarde.
— Ah, sim. Como estão os seus pais?
— Eles estão bem. Ainda tristes, mas levando. Infelizmente não podemos controlar quando coisas assim acontecem, né... Mas, é a vida. A única opção é seguir em frente.
— É isso aí, filha! Você está certa - falou e foi para a cozinha.
— Você é muito sensata. Pensando bem, meu filho não poderia ter escolhido uma garota melhor - disse Sra. Min, me olhando orgulhosa.
Seu olhar exalava sinceridade. Sorri.
— Obrigada, Sra. Min.
— Me chame de Gayoon.
[...]
Quando deu-se 8h da manhã, subi para o quarto de Yoongi e o chamei.
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