Após uma semana, fui liberada do hospital. Eles me passaram alguns medicamentos e me encaminharam para uma fisioterapeuta, já que eu ainda não podia andar e precisava de uma cadeira de rodas. Afinal, o desgraçado havia me baleado bem na perna. Optei por não reclamar. Pelo menos eu estava viva. Pelo menos meu bebê estava vivo e em poucos meses seria a maior felicidade da minha vida, aliás, era uma menina.
Ao chegar em casa, Yoongi levou-me até o quarto e me colocou deitada na cama. Ele havia voltado a trabalhar em seu antigo emprego, o que me incomodou um pouco.
— Aish, não me olhe assim - disse ele. — Desfaz esse bico. Eu preciso daquele emprego, amor. Eu ganhava bem.
— Yoongi, foi nesse emprego que você...
— Eu sei! - exclamou irritado, me interrompendo. — Mas eu não vou fazer isso de novo. Eu jurei pela minha própria vida que nunca mais iria te magoar e eu não vou, ta bom? Sei que é difícil confiar, mas me dá essa chance. Por favor.
Respirei fundo e o olhei nos olhos.
— Eu também precisava trabalhar, para poder pagar minhas sessões de fisioterapia. Mas eu estou inválida - disse eu, tristemente.
— Pare de falar asneiras! Você não está inválida. Só está andando de cadeira de rodas - respondeu Yoongi. — E sou eu que vou pagar as suas sessões de fisioterapia.
— Odeio ser tão dependente - confessei.
— Por você eu faço qualquer coisa - ele beijou minha testa. — Por você e por nossa filha - ele fez carinho na minha barriga.
[...]
Enquanto eu mexia no meu notebook, pesquisando nomes de menina para colocar na bebê, Yoongi saiu para comprar um lanche. Ele viria para a minha casa no dia seguinte, afim de que pudéssemos dividir minha residência. Confesso, era uma casa muito grande para uma pessoa só e de vez em quando eu me sentia sozinha naquele vasto espaço.
Minha barriga já estava enorme. Eu estava com seis meses de gestação e a animação me tomava.
— (S/N)? - ouvi uma voz feminina vindo da sala.
— Estou no quarto - respondi. — Quem está aí?
Logo, a mãe e a avó de Yoongi entraram no meu quarto.
— Somos nós - falou minha sogra. — Yoongi não está, né? O carro dele não está aqui.
— É, ele saiu para comprar alguma coisa para a gente comer - falei a abaixei a tela do notebook. — Eu não esperava que viessem.
— Não gostou, querida? - indagou a avó de Yoongi. — Eu fiz um bolo para você, deixei na cozinha.
— É claro que gostei. Estava com saudades de vocês.
— Sua barriga está bem crescida - comentou Gayoon. — Já sabem o sexo?
— É uma menina! - sorri.
— Uma menina? Ah, ouviu isso, sogrinha?! Eu vou ter uma netinha! - a mãe de Yoongi falava, tão animada quanto eu.
— Vou ter uma bisneta! Vou mimar tanto ela - respondeu a vovó Min. — Já pensou nos nomes?
— Ahn... Eu pensei em Katherine - confessei.
— Por que não Heyoon?
— Não sei, Gayoon. Eu não sou boa para escolher nomes - respondi. — Acho que vou deixar o Yoongi escolher.
— Não! - as duas disseram em uníssono.
— Ele tem um péssimo gosto! - verbalizou sua avó, fazendo uma careta.
— Acho melhor você decidir isso com calma - a mãe dele deu dois tapinhas nas minhas costas.
— Decidir o que com calma? - disse Yoongi abrindo a porta do quarto, nos surpreendendo ao chegar naquele momento.
— Que susto, garoto! - sua vó colocou a mão no coração. — Você sabe que não posso levar sustos assim!
— Desculpa, vó - pediu. — Podem me falar sobre o que estavam falando?
— O nome da bebê - Gayoon respondeu. — Não ouse se intrometer nisso, ok? Eu não confio no seu péssimo gosto. Não quero que minha neta passe a vida inteira traumatizada por uma escolha ruim de nome.
— É sério isso? - ele nos olhou, entediado. — Eu já pensei em um nome e, não, não é um nome feio.
— Em qual nome você pensou?
— Rosalie - respondeu. — O que acharam?
Ficamos em silêncio. Me lembrei da irmã adotiva do Edward Cullen. Eu gostava daquele nome.
— Eu gostei - a mãe dele confessou. — Não é um nome feio. Achei que você iria escolher um nome ruim.
— Rosalie é um nome muito bonito - sorri. — Eu adorei.
— Eu também! - a vovó sorriu.
— O nome dela vai ser Rosalie Katherine Min (S/P/S)*.
— Incrível - ele me deu um selinho, sorrindo também.
[...]
*um dia depois*
Yoongi dirigia até em casa, estávamos saindo da minha quinta sessão de fisioterapia. Eu apresentava melhoras e, se não estivesse grávida, já estaria apta a andar de muletas. Poderia ser perigoso.
— Ei, uma coisa que eu nunca entendi: seu pai se chama Jorge ou Robson? Sua mãe chamava ele dos dois nomes e as vezes eu ficava confuso, então eu só o chamava de senhor, mesmo.
— O nome do meu pai é composto. Ele se chama Robson Jorge - ri. — Falando nisso, ontem eu contei a eles por ligação que estava grávida.
— É sério? - ele perguntou surpreso, ainda dirigindo. — E o que eles disseram?
— Eles estão putos até agora. Na verdade, só meu pai. Minha mãe, depois de ficar puta na ligação, me mandou mensagem pedindo desculpas e disse que me apoiava.
— Nossa - ele respirou fundo. — Se o seu pai estivesse aqui, certeza que eu estaria morto.
— É, provavelmente - ri.
Chegamos em casa. Yoongi me deu um banho e me ajudou a me vestir. Eram coisas como essa que provavam que nosso amor era mútuo.
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