Adentrei, super furiosa, aquela escola. Minha raiva era nítida e meus passos desesperados demonstravam o tamanho da minha pressa. Rosalie não estava comigo e Yoongi havia me deixado na escola dela há pouco, afim de que eu resolvesse a questão do bullying. Quando soube, ele ficou pasmo e enfurecido. Quis ligar para Jin o mais rápido possível, não se importando com o fato de ser meia noite. Ele queria saber o motivo de Jeonghan ter sido cruel com nossa menina. Obviamente, eu também estava curiosa para saber o porquê, mas Yoongi era demasiadamente exagerado.
Rosalie dormiu no nosso quarto na noite passada. Seu jeito extrovertido e alegre sumira. Era como se a rosa mais bonita do jardim tivesse murchado por carecer de água, luz e cuidado. Me senti uma tola. Uma parte de mim sabia que aquilo iria acontecer, no entanto, eu não me obedeci e levei minha filha para um lugar que ela não desejou mais voltar.
— Bom dia, senhora Min - disse o diretor, levemente assustado quando eu entrei em sua sala sem bater. — Você é a mãe da... - ele tentou se lembrar - Renata?
— Rosalie - corrigi.
— Ah, sim. Isso mesmo! Perdoe o cabeça oca aqui, é a idade - ele soltou uma risadinha. Não retribui. Não estava no clima para piadas. — Você parece um pouco tensa, senhora Min. Aconteceu alguma coisa?
— Sim, aconteceu, sim. Vim cancelar a matrícula de Rosalie nessa escola - respondi.
Seus olhos se arregalaram e seus lábios agora formavam um "o".
— Por que? A pequena não gostou da nossa escola? - ele indagou. — Olha, não estou afim de me gabar, nem nada. Mas a minha escola é a melhor de Seul e não há motivos para que queira tirar sua filha daqui. Ela achou as aulas ruins? Não gostou da professora? Olha, e...
— Rosalie sofreu bullying, senhor diretor. Minha filha foi motivo de chacota na sala de aula e nos corredores. Nenhum aluno se ofereceu para ajudá-la e nenhum pedagogo percebeu o que se passou. Ela foi excluída dos grupinhos e fizeram piadas feias com a cor dela. Fizeram piada com a nossa cor. Não vou admitir isso. Não vou admitir que minha filha deixe de comer ou perca suas noites de sono porque outras crianças estão destruindo a infância dela.
— Como assim? Eu não estava ciente... - ele pareceu surpreso.
— E por que acha que vim reclamar? Quer saber? Vocês são um bando de incompetentes que não sabem vigiar os alunos de forma correta! - explodi em raiva.
O diretor chamou a mulher de ontem e eles começaram a conversar baixinho. Não ouvi muito. Apenas algumas coisas como "você viu isso?", " não, eu não vi! você não viu?"
— Olha aqui, eu não tenho tempo para perder. Tenho que ir trabalhar e não posso deixar meus alunos sem aula por muito tempo! - exclamei.
— A Rosalie veio com você? - perguntou a mulher. Se eu não estava enganada, o nome dela era Chaeji.
— Não.
— Ah. Eu ia mandar chamá-la - ela suspirou. — Mil perdões, senhora. Nós não vimos o que aconteceu, porque provavelmente deve ter sido dentro do horário das aulas. E se a professora não veio reclamar, devia estar fora da sala nesse momento.
— É - disse o diretor. — Olha, isso não vai acontecer novamente. Só dê uma chance à nossa escola. Nós prometemos melhora e prometemos que sua filha não será mais incomodada.
Respirei fundo.
— Eu e o pai dela iremos analisar essa questão. Tenham um bom dia, eu estou indo - andei até a porta e a abri, saindo daquela sala o mais rápido possível.
Meus passos ainda eram caracterizados por rapidez. Eu nem olhei para trás, apenas andava por aqueles corredores, desta vez um pouco mais calma. Senti minha mão ser puxada e olhei para baixo. Era Jeonghan. Ele segurava uma caixinha vermelha. Segundos depois, percebi que se tratava de uma caixinha de bombons.
— Tia - me chamou. — Demorei para te alcançar! Você andou muito rápido...
— É melhor você voltar para perto dos seus amigos, Jeonghan. Não acha que eles vão estranhar se te verem conversando com uma mulher negra?
— Tia, eu... - ele abaixou a cabeça.
— Rosalie está muito decepcionada com você. E eu também estou.
— Cadê ela? Cadê a Kate? - ele perguntava. — Ela não veio hoje?
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