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História The Twin Sister- Norminah - (Cap. 29) Mudanças


Escrita por: wtfuckDaddy

Capítulo 29 - (Cap. 29) Mudanças


A noite no centro de Chicago estava agitada. Muitas luzes, carros nas ruas, casas de shows, restaurantes, boates e shoppings lotados. Uma grande agitação. Porém Dinah não estava nesse ritmo.

Mas... Porque não?

Ela optou por ir de táxi, não estava com muita paciência para dirigir. Olhava através do vidro da janela todo aquele movimento, mas seus pensamentos estavam em Ashlee. A sua amiga iria fazer exames quando ela saiu do hospital. Normani havia prometido que mandaria notícias quando soubesse de alguma coisa. Mas até agora, nada. Ok, talvez a morena nem tivesse recebido notícia alguma ainda. Esses tais exames minuciosos demoram a acabar ou saírem resultados.

–- Senhorita, está me ouvindo?- – A voz do motorista chama a atenção da loira que o olha rapidamente. – -Chegamos-. – Ele fala um pouco impaciente. Provavelmente vinha chamando-a a algum tempo, mas ela estava com o pensamento longe.

– -Ah, claro. Desculpe-me.- – Ela olha o lugar e vê o restaurante que ela entrará. Pegou o dinheiro e estendeu para frente, o motorista pegou. – -Fique com o troco e obrigada.- – Abriu a porta do táxi.

– -Obrigada também, Senhorita. -– Acenou com a cabeça. –- Divirta-se.- – Olhou para frente e segui o caminho depois que a loira já havia fechado a porta de seu táxi.

A loira entrou no lugar e parou depois que passou da porta para observar. Não era nada requintado para tentar impressioná-la, mas parecia bem interessante. Luzes e melodia um pouco baixa, um bar à sua frente e mesas espalhadas por toda aquela extensão. Os acentos pareciam confortáveis com estilo Pin-up. Observou melhor o local e ele era um pouco temático. Anos 70 ou 80, não importa, era um local agradável.

– -Dinah! – Ela ouve a voz de Allan vindo de seu lado esquerdo e vira-se para vê-lo acenando com a mão no alto e um grande sorriso no rosto. Ela sorri de volta e anda na direção dele. – -Oh, como vai?- – Levanta-se e dá um beijo de cumprimento nela. – -Está linda! -– Faz sinal para ela sentar-se.

– -Obrigada.- – Sorri simpática e senta-se. -– Eu estou bem e você?- – Põe sua bolsinha em cima da mesa.

–- Estou muito feliz que tenha aceitado o meu convite. -– Ele diz passando a mão pelo cabelo. Ele tem um cabelo sexy. O estilo dele é sexy. E não pode ser deixado de fora o grande sorriso branco. Então ele acena para o garçom.

-– Eu demorei muito, não foi?- – Ela pergunta olhando um relógio na parede na parede ao seu lado.

–- Não, não. Normal. -– Ela sabia que ele estava mentindo considerando que eles haviam marcado às 20:00hrs e o relógio marcava 20:45hrs. Ele apenas estava sendo educado. Mas a verdade é que ela repensou antes de ir. Não estava tão animada assim, mas ele era um cara legal e ela já havia confirmado. – -O que vai beber? -– Ele pergunta a ela quando o garçom chega perto.

-– Não sei, talvez...- – Olha o menu que está perto de suas mãos. – -Um coquetel de frutas vermelhas com vodka.- – Olha para o homem de pé que anota o pedido. – -Por favor.- – Sorri para ele e ele sorri educadamente de volta.

-– Então é só isso por enquanto. – Ele diz. – Ou você quer pedir algo para comer agora?- – Olha para Dinah que nega com a cabeça.- – Então pronto, só isso.- – O garçom acena com a cabeça e se retira.- – Então Dinah... – -Ele sorri e bebe um gole de sua bebida. –- E eu achando que estava vendo coisas onde não existiam quando me lembrava de seu rosto tão bonito. –- Ela sorri e abaixa a cabeça.

– -Obrigada. Você também é. Mas... Você não estava tão bêbado assim. –- Eles riem. -– E se estava, disfarça muito bem. –- Ele dá de ombros brincando.

-– Mas me diga como vai a sua vida? O seu trabalho?- – Ele pergunta interessado.

– -Na verdade, a minha vida meio que se resume a trabalho. – -Ela diz passando a mão na nuca. Ele faz uma careta puxando o ar para dentro da boca pelos dentes. – -Eu sei que isso é péssimo, mas fazer o que? Não consigo mais viver de outra maneira.

–- Mesmo adaptada, deve ser bem estressante, não?- – Ele pergunta.

– -Algumas vezes. -– Ela diz. Para por um segundo olhando a expressão divertida dele e revira os olhos. – -Na maioria das vezes. –- Confessa. Eles riem.- – Ah... Depende.

-– Do que?- – Ele pergunta vendo o garçom se aproximar.

– -Pessoas.- – Ela acena para o garçom que acaba de servi-la.

–- Pessoas são um problema? -– Ele pergunta sorrindo de lado. Ela confirma com a cabeça sugando pelo canudo o líquido de sua bebida.

-– Sempre. –- Balança a cabeça de cima para baixo. –- Essa semana um homem veio brigar comigo porque disse que ele havia me mandado vários e-mails pedindo confirmação para elaboração de alguns documentos e eu não havia respondido nenhum. Quase que eu perco a paciência com ele. Eu não havia recebido e-mail algum. E eu mostrei a ele. Mas ele não acreditou. Disse que eu apaguei. Pode uma coisa dessas? – -Ela pergunta franzindo o cenho, Allan ri pelo nariz. – -Ele pensa que eu tenho algo contra ele, sempre pensou, desde que eu entrei ali. Mas eu juro que não tenho. É coisa da cabeça dele. –- Coloca uma mecha de cabelo para trás. –- Mas e você? Seus estudos.

– -Ah... Estou tão cansado.- – Ele encosta-se à cadeira. –- Tão cheio de projetos e provas. - Balança a cabeça de um lado para o outro bufando. – -Tenho passado noites em claro. - A loira brinca com os seus dedos no canudo da sua bebida.

– -Allan... – -Ela inclina o seu corpo para mais perto do dele e ele faz o mesmo. -– Vamos falar de algo que não seja a nossa rotina?- – Ela fala cochichando. – Ele sorri e olha para ela.

-– É melhor, não é?- – Cochicha de volta. Ela crispa os lábios e acena positivamente com a cabeça, mas depois sorri-. – Ok. Então me diga o que gosta, o que te interessa, coisas que faz quando não está trabalhando... Conte-me tudo. –- Ele sorri.

-– Tudo? -– Ela contorna seu dedo indicador pela borda de sua taça. -– Tudo é muita coisa, mas eu vou tentar te contar algumas coisas.

Eles engatam uma conversa divertida e confortável. Falam sobre suas vidas, a loira fala sobre seu tempo de faculdade e conseqüentemente sobre o seu casamento (mas sobre isso ela não quis se aprofundar), ele fala sobre como foi sair da casa de sua mãe ciumenta e super-protetora... Vários outros assuntos foram conversados enquanto jantavam e bebiam um pouco mais. Dinah estava um pouco mais relaxada, talvez por causa da bebida. Mesmo assim, Allan percebia que algumas vezes a loira ficava distante ou olhava para o seu celular que já estava em cima da bolsa e não mais dentro dela desde que ela pediu licença e foi ao banheiro com ele na mão. Aquilo começou a incomodá-lo em questão de curiosidade, ou até mesmo preocupá-lo. Talvez ela não estivesse gostando do encontro. Adiou a pergunta algumas vezes, mas resolveu perguntar.

–-Dinah, algum problema?- – A loira que estava bebendo a sua quarta bebida e olhando o celular discretamente desviou seus olhos para ele com rapidez.

-– Não!- – Ela responde rápido. –- Porque teria? –- Franze o cenho.

-– Parece preocupada.- – Ele diz não querendo ser intruso ou algo do tipo. Ela acena com a cabeça negando, ele dá uma olhada para o celular dela dizendo a ela sobre o que ele estava se referindo. Ela suspira.

-– Me desculpa, Allan.- – Toca a mão dele em cima da mesa. -– É que eu estou tão distante. –- Ela diz mordendo o lábio.

–- Eu percebi. -– Ele diz sorrindo.- – Mas quer conversar sobre?- – Ele se põe à disposição, mesmo estando um pouco decepcionado por não conseguir prender a atenção da loira.

Dinah para um pouco para pensar se valia mesmo à pena deixar de aproveitar a noite com um homem tão legal como ele, porque simplesmente ela anda frustrada com a sua própria vida. Era justamente disso que a vida dela estava precisando, não era? E porque não estava resolvendo? Porque ela ficava tentando sair daquele mundo o tempo todo? O que estava havendo de errado?

-– É a minha amiga. –- Ela diz apertando o seu próprio trapézio tenso e olhando para baixo.- – Liguei para a irmã dela e perguntei como ela estava, pois ela havia prometido que iria me dar notícias, mas não havia cumprido.- – Allan ouve tudo atentamente. – -Mas aí ela me deu uma bronca dizendo que eu precisava curtir a minha noite que a Ashlee estaria bem.- – Olha para ele.

-– Entendi. -– Se aproxima dela. -– Você é do tipo de pessoa que gosta de ter sempre tudo sobre seu controle. Como se quisesse levar todos os problemas do mundo em suas costas. -– Dinah ri sem graça. Ele pega a mão dela. –- Nem tudo nós podemos resolver, minha linda. Nem tudo é do jeito que nós queremos. E se é, a tendência é não continuar, pois as coisas mudam com o tempo. –- Eles se olham. Ela está atentamente absorvendo cada palavra dele. – -Mudanças são necessárias para a vida de qualquer um. Se algo não saiu como o esperado ou se algum problema aconteceu no meio do caminho, não é culpa sua o tempo todo. Não é responsabilidade sua. – -Ela sorri e olha para baixo. Ele abaixa a sua cabeça forçando-a a olhar em seus olhos. Ela o faz um pouco sem graça.

-– Obrigada. – -Limpa a garganta. -– Não é a primeira vez que ouço isso. Mas é meio que inevitável. –- Tenta explicar. A verdade era que Ashlee não era o único motivo dela estar distante, a vida dela estava precisando de uma mudança. Estava tudo tão parado, tão tedioso ultimamente. E, como ele mesmo acabara de dizer, mudanças são necessárias, certo? Ela olhou mais fundo nos olhos dele e resolveu se deixar levar pela noite. Mudar algumas coisas em sua vida era uma necessidade agora, para isso acontecer ela haveria de se mover. – -Realmente eu preciso de algo que seja diferente de minha rotina. –- Confessa em voz alta. Ele apenas sorri em concordância.

Dinah respira fundo de olhos fechados e abre-os novamente. Só para fechá-los outra vez quando cola os seus lábios no de Allan. Logo o pequeno beijo transforma-se em um maior. Eles se aproximam e beijam-se durante mais alguns (poucos) minutos antes dele pedir a conta. Eles caminham abraçados até o carro dele e entram no Focus Ghia azuldele. Quando a loira senta no banco do carona, as mãos fortes de Allan as puxam para mais perto e uma sessão de amassos fortes inicia-se. Sim, eles estavam excitados, e Allan visivelmente, mas logo ela começou a se sentir um pouco desconfortável com aquilo, não por ele estar fazendo algo de errado, muito pelo contrário, ele parecia ser realmente bom no que fazia, mas era ela. Ela não estava concentrada, ela não conseguia concentrar-se no prazer de beijá-lo ou de seus toques.

“É fácil, Dinah. É só se concentrar no que está acontecendo, lembra? Sei que você lembra... Sei que sabe como fazer. Vamos lá!”

Uma batalha interna começou. A cabeça de Dinahversus o seu corpo. Sua cabeça mandava ela se concentrar e aproveitar o momento, mas o seu corpo não reagia da maneira que ela esperava. Ou melhor, ele nem reagia. Ela abriu a boca e deixou todo o ar sair de seus pulmões afastando os ombros de Allan. Ele parou de beijar o seu pescoço e olhou-a confuso.

– -Fiz algo errado?- – Ele pergunta preocupado.

– -Não. Nada, eu juro-. – Ela diz olhando para baixo.- – Eu quem sou a errada aqui. A idiota. –- Allan logo se aproxima de novo levantando o rosto dela.

– -Não diga isso. O que aconteceu? Não estava bom do jeito que estava?- – Olhava-a nos olhos.

–- Entenda que não é nada com você. Eu só... –- Vira-se para frente e encosta a cabeça no banco. -– Eu só não estou me concentrando. Não estou muito bem comigo mesma e isso afetou o que estávamos fazendo.- – Fecha os olhos. Ouve ele se arrumar em seu banco também. Eles ficam em silêncio durante algum tempo.

-– Quer que eu te leve para casa? –- Ele pergunta olhando preocupado para ela. Ela o olha com uma expressão muito culpada e afirma com a cabeça.

-– Por favor, sim. -– Morde o lábio.- – Desculpe, Allan.

-– Olha, está tudo ok.- – Ele adianta-se em falar.- – Se quiser falar, eu estarei ouvindo.- – Olha para ela e sorri ligando o carro. –- Eu não tenho problemas em ouvir.- – Ele diz e sai com o carro. Ela fica calada e ele resolve puxar o assunto para não ficar o silêncio no carro. – -Ainda é sobre a sua amiga? – -Dinah que está com a cabeça encostada no vidro, suspira.

– -Não. Isso não tem a ver com ela. –- Toma coragem para falar. -– Eu só estou confusa ultimamente. –- Allan esperou ela continuar, mas ela não o fez.

– -Com o que?- – Ele resolveu perguntar.

– -Comigo.- – Ele pára em um sinal e a olha esperando mais.- – Eu não sei explicar objetivamente.

-– Então explique do melhor modo que conseguir.- – Ela morde o lábio e o olha.- – Eu estou aqui tentando ser um seu amigo já que nós tentamos fazer coisas a mais duas vezes e não conseguimos concluir. -– Ele diz sorrindo, olha para frente e volta a dirigir.

-– Entra na próxima à direita.- – Avisa. – -Eu sei disso, me desculpa...

–- Pare de me pedir desculpas! -– Ele joga as mãos para o alto sorrindo.- – Eu só quero tentar te ajudar. – -Olha para ela rapidamente. – -Agora fala.

– -Acho que melhor não falar sobre isso com você. –- Ela fala um pouco mais baixo depois de um tempo calada.

-– Porque não temos intimidade o suficiente? -– Ele diz soltando o ar entre os lábios e chacoalhando a mão em desdém. –- Fala sério. Como eu vou ser seu amigo se você não me conta as coisas?- – Eles riem. Ela volta a olhar a janela.

-– Entra nessa rua aqui. –- Aponta.

– -Se for pessoal demais, ok. Eu entenderei. Estava só tentando aliviar a tensão. Mas não brinquei quando disse que eu quero ser seu amigo. -– Ele tocou o ombro dela sutilmente, mas logo voltou a sua mão para o câmbio.- – Eu faço o que agora?- – Aponta para frente onde há um cruzamento.

–- Pode seguir em frente e lá na próxima a esquerda você entra.- – Ela o olha e sorri-. – Também quero ser sua amiga. Não pense que é falta de confiança, é só que... Eu... –- Bufou.- – Não me sinto confortável nem para pensar nisso durante muito tempo então eu não consegui objetivar tudo. Entendeu?- – Ele acena com a cabeça.

-– Então realmente deve ser algo que pode mudar a sua vida. – Ele diz. – Pense com carinho. Permita-se questionar, avaliar e tirar conclusões de si mesma. -– Ela ouve e entende que era exatamente isso que ela deveria fazer. Só não era fácil.- – Mas isso não será fácil.- – Como se ele estivesse lendo os pensamentos dela, acabou de repetir.- – Tenha paciência consigo mesma. -– Ela acena com a cabeça concordando e olha para frente.

-– Pode entrar nessa rua e para onde quiser.- – Ela aponta para frente.

-– Não está querendo que eu saiba onde mora, não é?- – Ele brinca. Para o carro no acostamento.

-– Na verdade você parou bem na frente do prédio. -– Ela diz sorrindo, ele olha para cima e vê os 22 andares de um prédio cinza e azul muito bem iluminado.

–- Nossa, muito bonita a fachada de sua humilde residência. -– Ele diz brincalhão, pois percebeu que o lugar era de um nível social alto. Mas ele nunca imaginou que a loira fosse pobre. Nunca mesmo. Ela limpa a garganta e ele a olha.

– -Vou te pedir desculpas de novo pelo acontecido. -– Ele revira os olhos. – -Ou melhor, pelo não acontecido.

-– Ah, para com isso. -– Ele diz balançando a cabeça de um lado para o outro.

-– E quero te agradecer também.- – Ela sorri e toca o braço dele. –- Você é um cavalheiro, muito gentil e educado. -– Ele levanta a sobrancelha e coça a nuca, provavelmente envergonhado. –- Compreensivo também.

–- Obrigada você. -– Ele a interrompe antes que ela o elogie mais. -– A noite foi ótima. E eu não estou mentindo. –- Ela revira os olhos. – -Sério, tive um jantar divertido, beijos deliciosos e amassos quentes com uma mulher como você. Olha para você! –- Ele aponta para ela sorrindo.- – Você é linda, tão linda que é surreal. Ah... – -Ele pega a gola de sua camisa e balança.- – E quente também. – -Agora é ela quem está ficando sem graça.

-– Pára, estou ficando sem jeito. –- Ela diz passando as mãos nos cabelos.

-– Agora é sério. Se precisar de um amigo para conversar sobre esse assunto perturbador pode me chamar, combinado?- – Estende a mão para ela.

-– Combinado. –- Ela aperta a mão dele.- – Então eu vou indo. -– Aproxima-se e dá um beijo no rosto dele. – -Boa noite. –- Abre a porta do carro.

- Boa noite. –- Ele responde vendo ela sair.- – Dinah!- – Chama e ela se curva para olhar para ele.- – Posso te ligar de novo?- – Ela sorri.

–- Pensei que iríamos ser amigos e amigos ligam uns para os outros, não é? -– Ele sorri e ela pisa o olho. – -Tchau, Allan.

–- Tchau, Dinah. – -Acena com a mão e ela fecha a porta do carro dele entrando no prédio.

–x-

Três dias se passaram e algumas coisas aconteceram: Dinah foi e voltou algumas vezes para o hospital e para o trabalho, discussões com o companheiro de trabalho dela que tinha mania de perseguição ao mesmo tempo que seus chefes perguntavam a ela sobre o estado de saúde da Ashlee, trocou algumas, poucas, mensagens com Allan, revezou com Normani para que a morena pudesse ir na casa de Ashlee arrumar as suas coisas e sair daquele ambiente hospitalar ao menos um pouco e o mais importante: Ashlee havia voltado a lembrar de tudo. Foi temporário, para a alegria de sua irmã e de Dinah também, claro.

–x-

As três estão conversando no quarto de hospital enquanto tentam entender a história do filme na televisão.

–- Ah vai... O filme nem é isso tudo, Normani. –-Dinah  diz dando de ombros. A morena olha para ela com cara de desdém.

-– Porque não? Ta com medinho de morrer assim, não é?- – Ela pergunta sorrindo e olhando de novo para a TV.  Dinah ri pelo nariz e Ashlee sorri balançando a cabeça de um lado para o outro.

-– Claro que não estou. Só estou dizendo que ele não é extraordinário. –- Fala tediosa.- – É algo que eu já esperava de um filme como esse: Efeitos especiais de primeira em um roteiro meia-boca.

–- É verdade. –- Ashlee concorda.

- Não, não é! É bom! –- Normani defende seu pensamento.- – E Ashlee, você não conta que você está sem óculos então não está enxergando direito. -– Fala apontando para a irmã. Ashlee ri.

–- Eu estou sem óculos, mas não estou louca. Consigo entender o que está se passando. -– Normani dá de ombros e resolve não discutir mais cruzando os braços e olhando para a televisão. –- O mundo não acabará assim, Normani. Acorda! – -Ashlee fala sorrindo junto com Dinah.

-– Como você pode ter certeza? É uma catástrofe! Essas coisas acontecem! –- Fala a morena indignada mexendo as mãos.

-– É só um filme! Meu Deus! –- Ashlee aponta para a televisão.

– -Quantos e quantos filmes já não existem desse tipo? -– Dinah fala enquanto levanta as mãos e começa a contar nos dedos. –- O Dia Depois de Amanhã, Volcano, Twister, Impacto Profundo, O Inferno de Dante...- – Normani revira os olhos.- – É... Ainda tem um que eu esqueci. –- Estala os dedos tentando lembrar. –- Qual é aquele que tem uma trilha sonora linda de Aerosmith? -– Continua estalando os dedos e fecha os olhos para lembrar.

-– Armageddon.- – Ashlee lembra.

–- Isso! -– Dinah aponta para Ashlee e Normani  está de braços cruzados fazendo cara de quem não está tão empolgada assim com a conversa.

-– A música é realmente boa.- – Ashlee aponta.

–- Boa demais! -– Dinah concorda.

-– Ta, ta, ta certo. Já entendi. –- Normani fala impaciente. –- Mas se o mundo começar a se acabar numa catástrofe desse jeito eu já estarei preparada para lutar por minha sobrevivência. –- Ela completa orgulhosa. Dinah e Ashlee  se olham e riem.

–x-

Elas estavam há um tempo caladas no quarto, Ashlee havia acabado de ter o curativo do seu olho retirado pela enfermeira e estava tentando adaptá-lo a luz aos poucos. Havia um corte ali com alguns pontos, mas nada tão preocupante. Ela iria retirar aqueles pontos logo,logo, que era quando ela receberia alta, já que não estava sentindo mais nada.

– -Minha mãe me ligou hoje para saber se eu vou passar ação de Graças com ela. Mas eu disse que não. Ela ficou triste, mas não quero ir.- – A loira fala para as duas irmãs e Normani olha para Dinah com o cenho franzido.

– -Porque não quer? -– Ela pergunta curiosa.

– -Não sei, sempre fazemos a mesma coisa lá, sempre as mesmas pessoas e eu estou cansando de minha rotina, cansando de mim mesma. -– As duas irmãs prestam atenção no que estão ouvindo.- – O pior é que eu tento mudar, mas não consigo, algo me impede. – -Ficaram em silêncio durante algum tempo.

– -Esse você estiver tentando mudar algo que não é para ser mudado? –- Normani questiona. Ashlee franze o cenho tentando entender o que a sua irmã quer dizer.

-– Como assim? –- Dinah também não entende.

-– Talvez você esteja focando no lugar errado. Tentando mudar o que não precisa ser mudado e deixando de lado o que realmente precisa ser mudado. -– Normani explica. -– Existe uma grande diferença em achar que é o que você precisa e ser aquilo que você precisa. –- Dinah olha para Normani tentando processar tudo o que ela está dizendo.

-– Senhora Hans... –- Dinah começa a falar.

–- Não faça isso, Ashlee! –- Dinah interrompe com o dedo levantado. –- Senhora Hansen não. Senhora Hansensó no trabalho. -– A morena deitada sorri e acena com a cabeça.

-– Ok, Dinah. Eu concordo com a Normani. -– Ashlee aponta para a sua irmã. – -Nem sempre o que queremos mudar é aquilo que precisamos mudar.

–- Mas eu não sei o que eu preciso!- – A loira passa a mão na cabeça.

-– Então descubra!- – Normani afirma. – -Ou então viverá sua vida toda nesse conflito.- – Levanta-se para ir ao banheiro. –- Observe aquilo que mais lhe incomoda.

-– Isso será o que eu precisarei mudar? –- Dinah pergunta tentando acompanhar o raciocínio.

– -Sim ou talvez não. -– Normani responde abrindo a porta do banheiro. -– Isso depende muito de você mesma.- – Entra no banheiro. A loira fica olhando para a porta com o cenho franzido.

-– Ajudou bastante essa sua explicação subjetiva, Normani! Obrigada. -– Ela fala um pouco mais alto para que a morena que estava no banheiro ouvisse. Depois ela ouve uma risada vinda de lá de dentro seguida pela de Ashlee. –- Juro que me deixou bem mais confusa. – -Ela fala para AShlee.

–- É complicado mesmo, mas se você se esforçar, você consegue.- – Ashlee diz. –- Veja a raiz do seu conflito e comece a modificar o que te desagrada. -– ela sorri.

– -Parece fácil quando os outros falam. –- Dinah encosta a sua cabeça em suas mãos passando os dedos entre os cabelos.

-– Algumas vezes quem está de fora consegue abrir mais a sua mente, mesmo que não saibam qual seu problema.- – Ashlee olha a loira de cabeça baixa. – -Olhar para dentro de si mesma se torna difícil porque lá dentro encontramos verdades que não queremos admitir. – -Aquilo bateu fundo dentro de Dinah. Ela levantou a cabeça e encarou Ashlee durante alguns segundos.

– -Você está falando parecendo que sabe de algo sobre mim mesma que eu não sei. -– A loira encara a morena com curiosidade. Ashleeri pelo nariz.

–- Bem... Não me leve a mal, mas faz tempo que sai de sua boca que precisa mudar algo em sua vida, mas nunca consegue.- – Dinah ouve atenta balançando a cabeça para cima e para baixo. –- Então a Senh...- – Limpa a garganta. –- Você vai a festas, bebe, dança, talvez se envolve com alguém nessa festa... Essas coisas, não é?- – A loira afirma novamente balançando a cabeça.- – E se não for isso que você precisa?- – Dinah desvia os olhos de Ashlee e encara o chão começando a pensar, ela realmente não havia pensado dessa forma. – E se for algo mais do que somente um encontro com um cara legal que conheceu em um show? Ou algo a menos? – Dinah continua a absorver todas aquelas palavras encarando o chão. –- Não estou dizendo que não seja necessário fazer isso, sabe? Buscar companhia, divertir-se, beber... Sim, isso é necessário. Fazer o que gosta é necessário. Mas... Talvez não seja isso que esteja lhe incomodando agora. Entende o que eu digo?- – A loira balança a cabeça afirmando. -– Permita-me dizer uma coisa? –- A loira olha para ela que está com uma expressão apreensiva. Normani abre a porta do banheiro e sai.

-– Claro! Pode falar!- – Dinah incentiva. Ashleerespira forte e vê Normani sentar-se perto delas tentando se juntar ao que estão conversando.

-– Eu sempre achei que você é um pouco confusa consigo mesma.- – Essa frase chamou a atenção de Normani que levantou uma sobrancelha, mas continuou fitando sua irmã. Mesmo assim viu Dinah  concentrada no que ela havia também ouvido. -– Confusa em relação a emoções, sentimentos ou relacionamentos de qualquer tipo. Relacionamento com colegas de trabalho, com amigos, com relacionamentos amorosos, etc. –- A loira franziu o cenho.

-– Mas o único relacionamento amoroso que você acompanhou em minha vida foi o meu casamento com o Nela. –- Dinah diz confusa. –- Depois dele eu não tive mais nenhum.- – Tenta entender.

–- Esse é o ponto, Dinah.- – Normani fala. A loira e Ashlee olham para ela. Dinah então olha para Ashlee que confirma balançando a cabeça.

-– Então vocês estão dizendo que o meu problema é que eu não namoro há muito tempo? Mas... – -Coça a cabeça. – -Mas você acabou de me dizer que talvez não seja somente uma questão de buscar companhia, encontros, e tal. –- Apontou para Ashlee.

–- Mas ninguém aqui falou em namoro ou relacionamentos sérios.- – Normani fala. -– Não que estejamos falando para você sair por aí, ir para a cama com o primeiro que topar com você e depois virar as costas e ir embora, não é isso. -– Ok, foi irônico isso sair da boca da morena agora. Mas Dinah deixou para lá por causa de Ashlee . –- O fato é que você é fechada demais.

– -Como se algo sempre lhe impedisse de fazer ou falar o que quer e de admitir o que quer. –- Ashlee conclui o pensamento de sua irmã. Dinah morde o lábio e passa a mão direita pelo seu rosto.

–- Dinah... –- Normani a chama e ela olha os olhos escuros. -– Quando foi a última vez que sentiu uma grande tristeza? E uma grande alegria? A última vez que ficou sem ar de tanto dar gargalhadas? A última vez que você chorou? –- Essa última pergunta fez a loira prender a respiração, não que as outras não tenham doído um pouco nela também, mas essa foi mais forte. Essa história de chorar era complicado para ela, ela não era confortável por não conseguir chorar, mas ao mesmo tempo permitia-se pensar que isso era sinônimo de força.

– -Talvez expressar esse tipo de emoção não seja o meu forte.- – Ela disse depois de limpar a garganta. Desvia o olhar para o chão de novo. O chão parecia bem interessante nesse momento.

– -Você é humana, nem vem com essa. –- Normani diz.

-– Pode ser por causa de sua personalidade mesmo.- – Ashlee diz olhando para a loira de olhar baixo. -– É claro que pode ser. Mas isso pode ser ruim, pois você precisa colocar sentimentos para fora. -– Dinah engole seco e olha para elas. – -Olha, não estamos aqui tentando te dizer o que é melhor para você porque isso é você quem deve descobrir.- – Fala cuidadosamente.

-– Também não estamos aqui para lhe confundir, bagunçar seus pensamentos sobre si mesma ou coisas do tipo. –- Normani continua.- – Só queremos te ajudar a ver melhor as coisas. –- Sorri de lado e Dinah acena com a cabeça. -– Veja só... -– Normani olha para o relógio na parede. –- Está tarde e é melhor você ir para casa. -– A loira olha para o seu pulso e vê que já marca 22:15hrs.- – Você está cansada, confusa... Melhor ir logo para casa relaxar, tomar um banho e deitar. –- Coloca uma mecha loira atrás da orelha de Dinah.

–- Concordo. -– Ashlee fala olhando para a loira. Dinah balança a cabeça positivamente e levanta.

-– Me perdoem por isso.- – Passa as mãos nas laterais de sua calça social.- – Vocês não têm nada a ver com meus problemas.

–- “Vocês não têm nada a ver com meus problemas”. –- Normani desdenha imitando a loira. -– Falou a mulher que ajudou a minha irma acidentada, me ligou e ainda vem ao hospital todos os dias toda preocupada com ela. –- As três sorriem. – -Deixa de bobagem, loira. – -Normani dá uma tapinha no braço dela.

-– Está certo. –- Pega a sua bolsa em cima do sofá e vai até Ashlee.- – Obrigada. –- Passa a mão no ombro dela.- – Fica bem.- – Sorri e Ashlee sorri de volta. Vai até Normani e a morena se levanta.

-– Eu vou com você até a porta. –- Ela diz e segue até a porta. –- Cuidado no caminho. –- Normani diz um pouco baixo abrindo a porta.

-– Eu terei. -– A loira sorri.- – Boa noite. – -Diz para as duas.

-– Boa noite. –- Ashlee diz.

-– Boa noite, Dinah. – -Normani  fala enquanto a loira passa pela porta.

–- Até amanhã.- – Ela diz já fora do quarto e Normani acena para ela com a mão dando tchau.

–x-

Dinah está deitada em sua cama tentando dormir, mas aquelas palavras que ouviu das duas morenas hoje começaram a se juntar com as palavras de Allan e tudo fazer sentido. Ela não havia parado de pensar nisso, na verdade. Ela tinha de resolver, ficar nessa agonia não estava sendo a melhor coisa para ela.

Fechou os olhos e tentou buscar na mente porque tinha se tornado desse jeito. Pensou muito. Muito mesmo. Até que ela conseguiu lembrar de uma cena de seu passado. Uma cena que ela, um dia, decidira jogar lá no fundo do baú de sua memória para ficar escondido ao máximo possível.

# Flashback On #

Lá estava Dinah, ajoelhada no chão, sentada em suas próprias pernas, escorada na porta, com as mãos no colo e a cabeça baixa no banheiro da suíte da grande casa na Zona Nobre de Chicago que ela acabara de comprar com o seu marido. Eram mais ou menos duas e meia da manhã de um fim de novembro gelado. Nela dormia na cama deles, pois tivera um dia cheio e eles não tinham conversado muito desde que ele chegou do trabalho para não haver mais brigas. Na verdade, eles vinham fazendo isso rotineiramente. Ele chegava e logo depois de tomar banho e jantar, ia deitar-se. Ela estava escondida no banheiro pelo que deveria ser a 31º noite consecutiva, mas, de quem ela estava se escondendo? Talvez de si mesma. E, como todas as outras noites, ela estava chorando. Soluçando com tanta força, na verdade, que uma grande poça de lágrimas e muco se formou à sua frente sobre o chão do banheiro, um verdadeiro mar de sua vergonha, medo, confusão e dor.

Ela não queria mais estar casada.

Ela estava tentando evitar isso, mas a verdade continuava insistir.

Ela não queria mais estar casada. Não queria morar naquela casa. Não queria mais fingir ser uma mulher feliz que está em um casamento perfeito.

Durante o dia, ela recusava essa idéia, mas à noite ela a consumia. Será que foi porque se casou cedo demais com ele? Foi impulsiva demais? Que catástrofe. Seus pensamentos estavam a julgando o tempo inteiro.

“Como eu podia ser uma idiota insensível a ponto de ir tão fundo nesse casamento para agora querer me separar? Havíamos acabado de comprar aquela casa. Nós enfrentamos tanta coisa só porque eu queria aquela casa. Eu não tinha desejado tanto aquela casa? Ele não me dava tudo? Ele é um homem maravilhoso. Eu sei disso. Ele é uma ótima pessoa comigo ao ponto de fazer o possível e o impossível para nunca me negar nada durante esses anos de casamento, mais de 8 anos de relacionamento, no geral, e eu, ainda assim, não o suportava mais?”

Ela não queria mais estar casada.

Durante todas essas noites chorando escondida nesse chão absurdamente gelado do banheiro ela chegou a uma conclusão: O erro está nela. O problema todo é ela.

Pode parecer clichê da parte dela. Mas temo dizer que é verdade. O seu ego está completamente envergonhado de si mesma por estar assumindo isso. Mas sim... O problema está nela mesma.

Ela não queria mais estar casada.

Os motivos que ela via ser relevante para que permanecesse em um relacionamento com ele já estavam silenciados. O que será que aconteceu com esse casamento? Será que não existe mais amor?

“A quem eu estou querendo enganar? Eu continuo chorando aqui nesse banheiro sozinha pensando comigo mesma, dizendo essas palavras para mim. Ninguém está ouvindo, Dinah. Você não precisa mentir. Seja sincera consigo mesma. Deixe de ser covarde! Eu não quero mais estar casada.”

Ela queria gritar para o mundo ouvir, mas estava com um nó apertado na garganta.

Ela não queria mais estar casada.

Já estava cansada de mentir para si mesma. Cansada de tentar se enganar escondendo esse sentimento. Essa vergonha, confusão e dor só existem por que ela acabou deixando escapar tudo entre seus dedos.

“Porque eu resisti tanto? Para que eu resisti tanto? Porque lutei tanto? Para agora estar aqui assim? Desolada? Esgotada? Suplicando que essa dor evapore junto com minhas lágrimas nesse chão? Eu realmente desejo que tudo isso passe, mas... Será que voltaríamos ao normal? O que será que deu errado dentro de minha cabeça?”

Seus joelhos estavam dormentes, seu pescoço dolorido e seus braços formigaram quando ela levantou as mãos para enxugar as lágrimas que ainda caiam como cachoeira dos seus olhos. Apoiou-se na tampa fria do lixeiro de alumínio e na parede. Tentou pegar impulso para erguer seu corpo, mas não conseguiu. Ela estava fraca. Esperou alguns segundo e respirou fundo. Mexeu seus dedos do pé e tentou levantar outra vez. Com grande esforço ela conseguiu. Sentou-se no vaso sanitário e esticou sua coluna lentamente tentando se manter ereta. Puxou uma grande quantidade de papel higiênico do rolo na parede e espalhou pelo terrível mar que havia deixado naquele chão à sua frente. Limpou. Como sempre fazia quando ‘terminava’ a sua sessão rotineira de melancolia durante a madrugada.

Escorou suas mãos nos joelhos e levantou. Ficou de frente ao espelho da pia.

“Nossa, eu estou horrível! Meus olhos inchados e vermelhos. Meu nariz também. Parecendo uma palhaça com gripe. É. Seria até engraçado. Eu até esboçaria um sorriso se eu não estivesse tão... Cansada. Triste. Sozinha.”

Abriu a torneira e lavou meu rosto. Pegou uma toalha e enxugou-o. Encarou-se mais uma vez ao espelho.

Suas têmporas pulsavam. Sua cabeça estava à mil.

Desamarrou e amarrou de volta o seu roupão. Tocou a trinca da porta e a virou cuidadosamente. Ouviu um pequeno barulhinho da trava sendo aberta e virou a maçaneta devagar. Não era necessário acordar ele agora. Ele não precisa ver sua esposa assim. Ela não precisava que ele a visse assim. Apagou a luz e foi em direção à cama. Foi uma luta suada para abrir a porta do quarto sem fazer barulho audível porque ela lembrou que tinha de beber água. Abriu. A porta soltou um pequeno estalo. Ele se mexeu, ela congelou, mas não acordou. Deixou a porta encostada e foi até a cozinha. Pegou o seu copo com água e bebeu lentamente tentando acalmar-se. Naquele cômodo já estava um pouco mais iluminado pelas luzes que vinham da rua e transpassavam o pano das janelas. Caminhou até a janela e sentou no balcão na frente dela. Abraçou seus joelhos. Afastou uma fresta da cortina e tentou buscar a lua e as estrelas encostando sua cabeça ao vidro. Não conseguiu ver muita coisa, pois céu estava nublado, sem chuva ou neve... Somente nuvens deixando a lua aparecer e uma brisa que, pelo jeito, estava bem gélida.

“Será que eu devo tentar salvar meu casamento?”

Essa era a pergunta que ela passou um bom tempo tentando procurar uma resposta.

# Flashback Off #

Seu coração estava acelerado por lembrar isso tudo. Ela realmente viveu dias de cão. Talvez depois de tanto sofrer sozinha ela tenha aplicado em si mesma algum tipo de anestesia geral para sentimentos.

Então a loira acabara de descobrir a raiz do seu problema e de suas amarras.

O problema era ela.

O que havia de ser modificado não era a sua rotina, as suas companhias, os seus relacionamentos... Nada disso.

Era ela.

O resto viria como conseqüência depois que ela se modificar. Tinha de parar de ter medo de mudar, se ela errar o único trabalho que ela vai ter é de começar a mudar de novo, só que agora por outro caminho.

 


Notas Finais


2 de 3.... será que eu consigo postar mais um?


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