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História The Twin Sister- Norminah - (Cap. 38) Pecado Capital


Escrita por: wtfuckDaddy

Capítulo 38 - (Cap. 38) Pecado Capital


-Você vai ficar aí calado, babaca? Desaprendeu a falar? -– Normani esbraveja inclinando seu tórax para frente. –-Quer que eu te ensine a falar novamente? -– Ela estica seu dedo indicador em direção ao homem, ela já estava sentindo seu rosto esquentar, assim como o seu punho direito que, nesse momento, estava sendo esmagada pela mão de Dinah que tentava contê-la no lugar.

– -Normani! Acalme-se! - A loira falava tentando, ao menos, fazer com que a morena falasse um pouco mais baixo. –- Ainda estamos em um local de trabalho. Não chame atenção, por favor. – -Ela viu a morena dar um passo para trás, mas ainda com o olhar fuzilando o homem recuado em sua grande e confortável cadeira. Então ela soltou o pulso da mulher irritada.

– -Eu... Eu vou falar tudo, okay? -– Passou a mão pela testa sentindo uma fina camada de suor criar-se ali. –- Só acalme-se, senhorita Kordei.- – Limpou a garganta nervoso ao vê-la estreitar os olhos e cruzar os braços.

– -Nós estamos preparadas para lhe ouvir, Rogers. -– Ashlee disse serena e paciente. Apenas continuava a massagear o seu ombro com calmaria. Ele balançou a cabeça para cima e para baixo em anúncio que iria se pronunciar.

-– E nem pense em mentir! –- Normani dispara assustando-o um pouco. -– Porque se ao menos alguma de nós desconfiarmos que esteja mentindo... -– Ela não precisou terminar a frase, já que sua mão estava levantada na altura de seu rosto, seu punho cerrado tão forte que se podia perceber o tremor nas mãos dela.

-– Ele não vai mentir. – -Dinah pousou sua mão lentamente sobre a de Normani pondo-a para baixo com cautela. Sua outra mão estava no ombro da morena dando leves apertões tranquilizantes. –- Ele vai nos dizer tudo, pois o acordo é bom e favorece a todos os que estão envolvidos. Certo, Rogers? –- Dinah perguntou olhando sugestivamente para os olhos vacilantes do homem que no mesmo instante olha nos olhos das três mulheres em sua frente e em seguida balança a cabeça concordando.

-– Eu tive a ajuda de algumas pessoas... – -Ele começa a falar.

-– Isso é óbvio.- – Normani fala sem paciência e recebe um olhar duro de Dinah a repreendendo. – -Ta, ta certo. Estou quieta. -– Ela bufa e senta-se no sofá encostado na parede bem atrás de si.

– -Jackson. -– Ele falou arrumando-se na cadeira. – -Frank Jackson. –- Ele disse o nome e olhou para as três mulheres de novo. Nenhuma reação, isso queria dizer que elas não sabem quem é. – -Ele é dos zeladores desse andar, filho de um velho amigo. Devia-me um grande favor por eu ter dado um jeito para ele trabalhar aqui. Ele viu algo um pouco fora do comum aqui no escritório e me comunicou. Eu comentei com ele que eu queria... – -Limpou a garganta olhando para a loira. – -Que eu queria manchar a sua reputação. E ele viu nessa oportunidade algo grandioso.

-– O que ele viu exatamente? –- Dinah franze o cenho.

– -Ele estava no turno da noite e só faltava a sua sala para ele limpar e então poder ir para casa. Mas você estava trabalhando até tarde e impediu que ele entrasse enquanto você estivesse lá. – -Explicou tentando não olhar nos olhos de nenhuma delas. –- Ele sentou-se no fim do corredor e esperou que você fosse embora. Mas ele ouviu batidas na porta, imaginou que você estivesse ficado com problemas com a tranca e foi olhar, então ele viu uma mulher entrar.- – Dinah e Normani  se olharam cúmplices. –- Ele andou devagar e foi espiar. Viu vocês duas em uma cena íntima e ouviu sobre um encontro marcado na casa da Hansen na outra noite às 21:00hrs. Então ele me ligou para falar sobre isso. -– Apontou para Normani e Dianh. – -Na verdade... Ele me falou que eram vocês duas. -– Apontou agora para a loira e Ashlee. – -Mas enfim... Ele mesmo que desconfiou que “essa Ashlee” estava bem diferente.- – Fez aspas com os dedos. – -Obviamente ele não sabia nada sobre irmã gêmea.- – Deu de ombros balançando os dedos.

-– Continue.-– Ashlee  falou.

-– Talvez o universo estivesse ao nosso favor, pois nós temos a mesma diarista, Hansen. -Eu fiquei sabendo disso poucos meses atrás quando ouvi um telefonema dela confirmando a faxina na sua casa no dia seguinte.

-– Margareth. -– Dinah  sibila interrompendo-o e atraindo todos os pares de olhos dali.

-– Exatamente.- – Ele disse. –- Paguei certa quantia a mais para ela me fazer somente um pequeno favor: Deixar a sua cortina entreaberta.

Bingo! Aí estava a explicação para que a maldita cortina estivesse aberta o suficiente para que alguém pegasse a medida perfeita para tirar fotos do quarto da loira.

-– Mas como você sabia disso tudo?-– Dinah  fala movimentando as mãos. – -Quero dizer... E se eu não quisesse usar o quarto? E se a abertura não fosse o suficiente?

-– Era um risco que eu tinha de correr.- – Ele disse de imediato. –- E, pensando bem, a abertura não foi o suficiente. Já que... Pelo que eu vi, vocês duas não ficaram o tempo todo fora da cama. Que era o único local que não havia como fotografar.- – Ele explicou.

-– Quem fotografou? -– Normani  perguntou se pronunciando pela primeira vez desde que foi repreendida pela loira.

- Eu mesmo. -– Ele respondeu. – -Também possuo um grande conhecido dentro daquele hotel. Fui lá uma vez e acabei vendo que era naquele local onde você morava. –- Explicou olhando para a loira. Ele realmente não gosta de olhar para Normani, era mais seguro projetar seus olhos para outro local. – -Consegui o quarto durante aquela noite e tentei fotografar o que podia antes do tempo fechar e não dar mais para ver um palmo à frente do nariz. -– Ele parou de falar, engoliu seco e soltou o ar pela boca.

-– O que você iria realmente fazer com essas fotos?- – Dinah  perguntou interessada. – -De que maneira você pretendia me ameaçar com isso? Até onde você iria?- – Ela disparou mais perguntas ao homem. Ashlee estava apenas observando tudo. Calada. Sempre fora boa ouvinte.

– -Quantas fotos existem?- – Ela perguntou virando o seu rosto para Dinah. Ela realmente pensava que havia sido enviada apenas uma foto. Aquela tal qual encontrara na bolsa de sua irmã.

-– Existem algumas comigo. Talvez uma cinco. Não sei ao certo. -– Dinah respondeu. – -Quantas ainda existem com você? Eu quero todas!- – Falou apontando para Rogers.

–- As que representam perigo só são essas.- – Ele respondeu e completou. – -Quero dizer que as outras não aparecem seus rostos. Como eu disse... O ângulo não era tão bom e...

-– Eu quero todas.- – Dinah repetiu. O homem olhou no fundo dos olhos da loira e depois correu seus olhos pela postura ereta de braços e pernas cruzadas. Ele balançou a cabeça em concordância.

-– Tudo bem... Vocês terão todas as fotos. Não se preocupem, pois...

-– Onde estão as fotos agora?- – Ashlee pergunta interrompendo-o.

-– Escondidas. – Ele diz encolhendo os ombros e franzindo as sobrancelhas.

-– Onde? -– Ashlee continua a perguntar.

-– Eu trarei para vocês amanhã, não se preo...

-– Onde?! -– Normani perguntou levantando-se impaciente.

– -Na gaveta!- – Ele dispara com os olhos arregalados já de pé. Assim como Dinah que também estava a postos para segurar a morena caso ela quisesse fazer algo que se arrependesse depois. Ashlee? Ela nem se moveu.

-– Que gaveta?- – Normani pergunta entre dentes e ele aponta para a sua mesa. – -Pegue agora. –- Ela diz no mesmo tom e ele continua parado. – -Você me entendeu? Nos dê essas fotos agora e tudo morre aqui. Nada sai por essa porta. Nem seus trambiques e nem essas fotos. Só assim todos saem satisfeitos. -Decreta. O homem olha para todas e caminha até uma prateleira. Ele abre um livro e pega uma chave. Caminha até sua mesa novamente e olha as três mulheres de novo. Elas observavam todos os movimentos dele.

-– Rogers. -– Dinah chama a atenção do homem que parece ter paralisado no tempo.

-– Como eu vou ter a garantia de que nada do que foi falado aqui sairá por aquela porta? -– Perguntou inseguro.

-– A garantia da minha mão bem no meio da sua cara! Seu...

-– Normani! Pare! –- Ashlee vociferou de volta para a sua irmã poder calar-se. Normani estreita os olhos e trinca o maxilar sob o olhar atento de Dinah.

Aquilo era muito excitante.

Dinah não devia estar pensando nessas coisas agora.

Não devia, mas ela estava. E seu corpo reagiu. Sentiu certa contração vinda do Sul, mas tentou controlar-se pressionando seus lábios com seus dentes.

– -Você terá o sigilo, assim como nós também queremos tal reciprocidade. -– A loira falou desligando-se daquele sentimento tirano que se apossava dela sempre que Normani Kordei brincava com seus hormônios. – -Confiar é sua única opção. Assim como a nossa. -– Ele respirou fundo e sentou-se novamente.

Abriu a gaveta e Normani aproximou-se. Ele ficou tenso.

– -Pode ficar tranqüilo, não vou bater em você. Vou vigiar se não sobrará nada de comprometedor com você. – -Ela falou de braços cruzados olhando diretamente para a gaveta aberta. –- E eu realmente espero que você nos dê todo o material. -– Ela completa vendo-o puxar uma pasta.

-– Tudo está aqui. –- Ele entrega para a morena.

-– Tudo mesmo? -– Dinah pergunta se aproximando da morena que agora abre a pasta e observa a grande quantidade de envelopes com várias fotos dento.

-– Onde está o cartão de memória?- – Normani  pergunta revirando a pasta que agora se encontra em cima da mesa.

-– Na minha câmera.- – Respondeu rápido. -– Mas tudo está aí. Estão separadas por envelopes porque são cópias. Mas no cartão não há mais nada referente a isso. -– Ele explica apontando para as fotos.

-– E como espera que eu acredite nisso?- – Normani pergunta voltando a assustá-lo.

-– Do mesmo modo que vocês esperam que eu acredite que ninguém aqui vai dar com a língua nos dentes sobre o que eu já fiz na empresa.- – Ele dá de ombros. Ele tinha um ponto. Um belo e convincente ponto. -– Além do mais, eu tenho uma esposa e dois filhos em casa. Uma dessas crianças tem problema mental e gosta de imagens, fotos, vídeos, pinturas... Eu nunca deixaria guardado um material de um sexo lésbico. Iria acabar com meu casamento. – -Ele suspira. –- Iria acabar com a minha vida. -– Fala direcionando seu olhar ao nada. Ele estava pensando, sua mente divagou em algum outro local totalmente distante dali.

Geralmente pessoas quietas, observadoras e boas ouvintes são muito boas em análises psicológicas de outras pessoas. Pois estar “de fora” da conversa, do ambiente ou da situação, lhe dá a condição de não se envolver emocional e continuar neutra. Ashlee, mesmo estando até o pescoço de envolvimento emocional nessa situação deixou com que o conforto caísse sobre seu lado psicológico mais natural. Sua quietude sempre lhe trouxe benefícios. E agora ela sabia que ele estava falando a verdade. Um homem como Joseph Rogers possuía um maldito pecado capital. Um pecado em que todas as pessoas sentem ao menos uma vez na vida. Mas a verdade é que ninguém tem a coragem de assumir. A inveja. Pecado esse que, psicologicamente analisando, é algo normal da característica humana, mas como algo hiperbólico acaba prejudicando sempre de algum modo, controlar esse sentimento é a melhor opção feita. E esse é o maior defeito dele, mas, obviamente, não o único. Além disso, não existia outro enorme defeito que pudesse ameaçá-las. Ele não é um homem de fazer, é um homem de ameaçar. E todo mundo sabe que nem todo cão que ladra, morde.

-– O que eu faço com você ou com as informações que eu tenho caso eu descubra que você está tentando nos enganar?- – Ashlee pergunta segura somente para ter a sua conclusão estabelecida.

-– Eu não estou mentindo.- – É a única coisa que ele responde antes de fechar a sua gaveta e levantar-se pegando o seu terno. Ele esfrega os olhos e as mãos aparentando cansaço. -– Estamos resolvidos? -– Em seguida solta uma respiração longa.

Eles se olham durante algum tempo, segundos que parecem mais do que realmente são. Dinah acena com a cabeça para e vê que ele estende a mão para selar o trato feito por eles. Ela estende a mão para ele e o cumprimenta. Ele se despede com um aceno de cabeça das Kordei e abotoa seu terno seguindo com elas para a porta. Quando a porta é aberta por ele, as três mulheres estão em movimento, provavelmente saindo de perto da porta. As salas era um moderadamente a prova de som, pouco som passava para fora, e o que passava não fazia das palavras tão reconhecíveis. Então não há tanto o que se preocupar com as três curiosas ali. As duas irmãs saíram e logo se foi notada a grande pasta em sua posse. Dinah parou bem no meio da porta segurando-a com a lateral de sua mão, deu um passo para trás e olhou para os olhos do homem grisalho.

-– Por mais que você pense o contrário, eu não tenho nada contra você, Rogers. -– Ela disse seriamente com a voz branda. –- Então por favor, deixe a minha vida pessoa fora de seus interesses. Também se concentre menos em danificar meu trabalho e passe a concentrar-se mais em aprimorar o seu. Talvez desse modo você consiga o seu tão sonhado reconhecimento. Tenha um bom dia. -– Retirou a mão da porta, fez sinal com a cabeça para as mulheres lhe acompanharem e saiu seguida rapidamente por Karen em seu encalço. Normani, Ashlee e Bette estavam um pouco mais atrás por causa da dificuldade da morena em andar rápido.

– -Senhora Hansen. -– Karen chamou andando um pouco mais rápido para passar a sua frente e abrir a sala. Ashlee observa a sua substituta e por um instante sente-se enciumada.

-– Karen... – -Dinah passa a mão na testa gemendo. –- Me perdoe, eu esqueci o seu horário. Está na sua hora de ir, não está? -– Olha para a ruiva que está abrindo sua porta. –- O pior é que eu perdi tanto tempo lá dentro e tenho tanta coisa pra resolver ainda hoje.

–- Se a senhora quiser, eu posso... Huh... Dar uma esticadela no meu horário. -– Ela se ofereceu com os esverdeados olhos preocupados.

-– Não, não. -– A loira balançou a mão em negação para a sua assistente. –- Pode ficar tranquila, irei sobreviver. -– Acenou para as três mulheres entrarem. Chegou a sua mesa, junto com Karen que agora trazia uns papéis de sua própria mesa do lado de fora. Esbarrou no seu porta-canetas que estava na ponta da mesa e, sem querer, deixou cair. Prontamente a ruiva abaixou-se para pegar o material espalhado pelo chão. –- Meninas, eu... -– Limpou a garganta tentando achar as palavras, mas também lembrando que Bette e Karen ainda estavam no local.

-– Nós podemos conversar sobre isso mais tarde, não podemos? -– Sugeriu Ashlee devido às condições que agora se encontravam. – -Afinal, foi uma longa conversa e nós estamos cansadas. –- Soltou um riso fraco recebendo um da loira em seguida.

-– Tudo bem para você, Normani? –- Dinah pergunta olhando para a morena com a pasta em suas mãos.

– -Sim, claro. Sem problema algum. –- Ela responde encostando a pasta em seu peito. –- Você quer ficar? – -Ela pergunta voltando a pasta para a posição inicial e a loira balançou a cabeça negativamente. –- Então está certo, Ashlee levará para casa e eu vou terminar algumas coisas que interrompi para estar aqui. Vamos deixar você trabalhar. –-Piscou para a loira e recebeu um toque em seu braço caminhando até a porta.

-– Karen... Antes que eu esqueça. –- A ruiva estava parada ao lado de sua mesa e olhou atentamente para ela. -– Eu preciso de algo antes que você vá embora. -– A pequena acenou com a cabeça para que a loira continuasse. -– Procure uma agência de Diaristas. Preciso de uma nova, com urgência. -– Suspirou e a sua nova assistente anotou.

– -É... Com licença, Senhora Hansen.-– Bette se pronunciou e recebeu de volta os olhares de todas. –- Eu conheço uma boa diarista. – -Dinah levantou as sobrancelhas. – -Quer dizer, não uma diarista. Mas alguém que precisa de um trabalho, no momento.- – Explicou.

– -Preciso de alguém de confiança. Você tem certeza disso? -– A loira perguntou.

-– Sim, eu tenho plena certeza da minha confiança. -– Ela respondeu prontamente.

-– Quem seria? Poderia passar o nome da mulher para a minha assistente? –- Perguntou fazendo sinal para Karen anotar.

-– Sou eu. -– Ela disse com um pequeno sorriso. Ashlee sorriu para ela também. Dinah levantou uma sobrancelha e riu pelo nariz.

– -Acertaremos mais tarde. -– A loira deu um sorriso agradável.

Karen agora riscava a última anotação que havia feito quando se aproximou da porta junto com as outras três mulheres enquanto Dinah falava alguma coisa muito baixinho com Ashlee , elas sorriam e... Elas se abraçaram? Hum. Sim, elas se abraçaram. Karen franziu o cenho, mas disfarçou quando percebeu que era observada pela outra gêmea. Um sorriso de canto de boca surgiu nos lábios grossos da morena deixando a ruiva um pouco sem graça desviando o olhar para sua chefe novamente. Mas isso não a impediu de sorrir de volta muito discretamente.

–- Vamos?- – Disse se movimentando com suas muletas. Normani e Bette se despediram de Dinah e foram com ela.

-– Karen.- – Chamou novamente. – -Tem outra coisa que eu quero te avisar. -– A ruiva olhou para ela e acenou. – -Eu vou precisar fazer uma pequena viagem para Manhattan. E eu vou precisar de uma assistente.- – A ruiva balançou a cabeça positivamente enquanto tentava decifrar na expressão de sua chefe se ela ainda tinha o direito de protestar. – -Eu mando algo por escrito para a sua faculdade, caso você se complique. Só estou recrutando você, pois realmente não darei conta de tudo sozinha. E como você mesma viu, minha assistente ainda não está em condições de trabalhar. –- Disse sentando-se. -– Chegaremos lá na sexta- feira 20, pela tarde e chegaremos aqui no começo da noite do domingo 22. Depois disso, fiquei tranquila, todas estaremos liberadas para o natal.- – Sorriu. -– Agora vá que já passou de sua hora. – -Acenou com a mão.

–- A senhora não deseja mais nada? –- Perguntou perto da porta.

-– Não, nada. -– Respondeu rápido. -– Obrigada, Karen. Até amanhã.

-– Até amanhã, Senhor Hansen. -– Fechou a porta.

– x -

-– Você acha mesmo que ele não tem mais nenhuma carta na manga? –- Normani pergunta a Dinah. – -Ou melhor, alguma foto na manga.- – Sibilou. Elas estavam na sala do apartamento de Ashlee sentadas numa mesa perto de uma grande janela de vidro bem fechada. Na mesa, além das xícaras de café, estavam três tesouras e todas as fotos picotadas.

-– Eu não sei, não tenho como ter a certeza. –- A loira deu de ombros. – --Nenhuma de nós tem. -A morena começou a colocar os papéis rasgados em um saco de lixo.

-– Mas ele tem muito que perder também. Ele não é um idiota tão completo. – -Ashlee fala tomando um gole de seu café. A noite estava ficando cada vez mais fria e a geada já começava a dar as caras. Ela olha pela janela e observa o vidro embaçar um pouco. - Já começamos dezembro e a neve ainda nem cobriu o chão. Só começou a nevar hoje. Será que...

-– Ashlee... – -Normani a interrompe e ela tira o olhar da janela para sua irmã. – -Como conseguiu a foto? – -Normani finalmente perguntou.

-– Achei na sua bolsa. -– A morena franziu o cenho para sua irmã e virou o rosto para Dinah. -– Fui pegar meus remédios que pedi para você comprar semana passada e encontrei aquilo que eu não queria ter visto. -– Fez cara de nojo.

-– No restaurante... -– Dinah falou de olhos fechados. –- Estávamos conversando sobre as fotos enquanto almoçávamos semana passada, e você colocou a foto dentro de sua bolsa quando o garçom chegou.- – Normani encosta-se na cadeira e bufa.

-– Ora, não ajam como se eu saber desse caso de vocês fosse mudar alguma coisa. – -Ashlee  disse tomando outro gole do seu café. -– Afinal, não foi tão difícil de notar.- – Colocou sua xícara na mesa, as duas outras mulheres se olharam e o rosto da loira começou a ficar um pouco mais corado.

–- Como assim? -– Normani pergunta depois de alguns minutos de silêncio e de uma Dinah achando algo muito mais interessante para observar dentro do seu café. –- Desde quando você sabe?- – Se inclina mais para perto de sua irmã.

– -Desde o início a tensão sexual era bem nítida para mim. Afinal eu conheço você desde que nascemos e trabalho tanto com a Dinah que já sei quando tem algo diferente com ela. -– Falou calmamente olhando uma cena de um episódio avulso de Bones na TV. – -Mas fiquem tranqüilas, é como sempre foi. Eu finjo que não sei se isso for desconfortável para você, Dinah. – -Ela desvia os seus olhos para a loira que agora está olhando para ela e para Normani.

-– Está tudo bem. Não é como se estivéssemos namorando. -– Ela responde tentando passar a naturalidade por sua timidez. -– Eu quero agradecer a você novamente pelo que fez. Na verdade, eu devo te agradecer pelo resto da vida. Estou em dívida enorme com você e... – -Sorriu e Ashlee balançou a cabeça e a mão.

-– Não, não e não. Nada de dívida! -– A morena tratou de cortá-la. Bocejou cansada.

-– Bem, esta é minha deixa. Eu vou indo. -– A loira levanta-se.

-– Já vai?- – Normani fala e joga álcool dentro do saco.

-– Precisa incendiar a casa?- – Ashlee pergunta com os olhos arregalados.

-– Não vou pôr fogo aqui. Tou tentando descobrir um modo que as fotos fiquem todas machadas. Mesmo picotadas, não quero que alguém encontre e brinque de quebra-cabeça. – -Explicou jogando a última gota de álcool dentro do saco. -– Não sei se vai funcionar, espero que funcione. –- Olhou pensativa para dentro do saco e em seguida para a loira vestindo seu sobretudo.

-– A estrada pode ficar mais escorregadia e tenho de levantar cedo amanhã.- – A loira diz pegando sua bolsa. – -Muito obrigada novamente, vou retribuí-la. –- Apertou a mão de Ashlee com suas duas mãos. A morena abriu a boca para falar. -– Não! Nem tente me impedir com palavras que eu nem vou ouvir, pois já estou indo embora. -Deu as costas e olhou para a outra morena .

-– Eu vou com você. Vou jogar isso no lixo lá embaixo.- – Normani diz andando até a porta com ela. –- Maps... Quer que eu te ajude a ir para o quarto?-– Perguntou virando-se para a sua irmã que negou com a cabeça já andando em direção ao corredor.

-– Eu sei me virar sozinha, Normani. –- Revirou os olhos. – -Até mais, Dinah. –- Acenou com a cabeça.

-– Até mais, Ashlee. –- Acenou com a mão. – -Vamos?- – Perguntou virando-se par Normani e abriu a porta deixando-a passar seguindo atrás. – -Quer ajuda?-– Apontou para o saco.

–- Não, não é pesado. -– Ela disse balançando o saco preto em suas mãos. Acenou para a loira descer as escadas em sua frente. – -Estou mais aliviada agora que isso já foi resolvido. Ao menos aparentemente. –- Disse descendo os degraus.

-– Eu também. Mas acho que não há mais nada a se fazer. A Ashlee tem razão, ele não é burro. É um idiota, mas não é burro. –- Riram juntas.

-– Que seja, eu estou aliviada para ir embora agora.- – Falou ainda sorrindo e a loira franziu o cenho ainda andando na frente da morena.

-– Já irá voltar para casa?- – Perguntou.

-– Sim, amanhã pela tarde estarei indo embora. Tive de adiantar a minha viagem. –- Parou esperando a loira abrir a porta. –- Parece que as coisas não andam pelos caminhos corretos sem mim. -– Riu dando de ombros.

-– Ah, eu sei bem como é. –- Disse sorrindo seguindo a morena para fora do prédio. –- Uh... Frio demais. -– Apertou o casaco contra seu corpo.

-– Se está frio para você, imagine para mim! –- A morena disse se encolhendo. Ela não estava tão bem agasalhada já que só iria pôr o lixo fora e subir novamente.

-– Ah, então ande logo com isso para não ficar doente. –- Apontou para o saco e a morena caminhou até a lixeira há três metros ao lado do prédio. –- Uma irmã doente dá para cuidar. Mas duas?- – Fez uma careta. – -Fica mais complicado. –- Normani sorri enquanto joga o saco e caminha de volta.

-– Falando nisso... Se não for pedir demais. Já que você nos ajudou tanto esses dias...

-– Ah, pare com isso. –- Ela cortou. -– Você quer que eu espie a Ashlee de vez em quando para que ela não faça travessuras. Certo? – -Ela perguntou rindo.

–- Sim. Você sabe... Ela tem um espírito de independência enorme. – -Ela disse cruzando os braços.

-– Olha quem fala. -– Disse sorrindo e a morena abaixou a cabeça e afagou seus próprios braços. –- Vá, entre! Está bem frio. – -Jogou os cabelos escuros da morena para frente com a intenção de cobrir suas orelhas. –- Ah, sim. Onde está o carro da Ashlee? - Perguntou fazendo a morena estranhar sua pergunta.

– -Na casa dele: A oficina.- – Riram mais uma vez. -– Ela precisa de um carro novo. Providenciarei isso. -– Puxou as mangas de seu moletom para cobrir suas mãos. Dinah balançou a cabeça pensativa.

-– Bem... Eu já vou.- – Apontou com a cabeça para o seu carro bem atrás de si. – -Até eu já estou ficando frio. – -Seu rosto estava adquirindo cor rósea pelo frio. – -Faça uma boa viagem.

-– Obrigada. -– Respondeu no automático. -– Espero que o tempo esteja bom para voar. -– Completou olhando para cima.

-– Oh, você consegue voar?- – Dinah perguntou surpresa sorrindo de olhos arregalados. Normani estreitou os olhos, mas não conseguiu manter-se séria por muito tempo. – -Que incrível!- – Continuou brincando.

-– O frio está afetando seu cérebro. -– Falou entre risadas. – -Vai, pode ficar perigoso essa estrada com neblina. –- Ela apontou para a rua e a loira olhou confirmando com a cabeça.

- Certo. Eu já vou. -– Pegou a chave na bolsa. –- Obrigada pelo jantar. –- Disse passando as costas da mão na ponta do nariz para esquentá-lo um pouco mais.

-– Obrigada por vigiar minha irmã. –- Respondeu.- – Vou te dar um abraço por isso. -– Avisou e deu um passo a frente. A loira também deu um passo e abraçou-a também. -– A verdade é que eu quis abraçar para poder roubar um pouco da sua temperatura que está maior que a minha. -– Falou sorrindo.

-– Ora, sua aproveitadora! -– Dinah fala enquanto a morena se solta dela. –- Vou correr para dentro agora, se não minha irmã vai pensar que eu congelei aqui fora. – -Acenou com a cabeça para a porta. Mas então Dinah arregalou os olhos e Normani repetiu o gesto. – -Você não deixou a porta bater, deixou?- – Dinah fez uma linha fina com seus lábios.

– -Desculpa? –- Ela murmurou encolhendo os ombros.

-– Ah, não! Dinah!- – Normani gemeu em frustração apertando o número do apartamento de sua irmã.

-– Ai, me desculpa... Sério. Não foi por mal. -– Disse se aproximando das costas dela. -– Você quer que eu te esquente enquanto ela não abre? -– Passou as mãos pelos braços de Normani e de repente elas paralisaram. Normani olhou para a loira com a sobrancelha levantada sugestivamente e Dinah acabara de se dar conta do que disse. –- Oh, eu... Que quis dizer que... -– Se atrapalhou falando e agora Normani não sabia se ela estava corada pelo frio ou pela vergonha.

– -Tudo bem. Eu entendi. – -Soltou uma risada um pouco mais alta. Em seguida apertou mais três vezes o mesmo botão. – -Vamos lá, Ashlee! -– Falou olhando para cima.

-– Toma isso. – -Desabotoa o sobretudo. -– Eu estou começando a ficar culpada por deixar você do lado de fora.

-– Não! -– Normani balançou as mãos. -Não precisa. –- No mesmo instante ouve-se a voz de Ashlee soar ao lado da morena no mesmo instante que o barulho da tranca abrindo também soou.

-– Pode subir Normani. Bem inteligente de sua parte deixar a porta trancar novamente.- – Falou ironicamente fazendo sua irmã revirando os olhos.

-– Tchau, Dinah. – -Acenou com a mão dando um passo para trás.

-– Tchau, Normani. - Deu a volta no carro também acenando.

– x -

-– O que você está fazendo? – -Ashlee falou na porta da cozinha assustando a sua irmã que colocava café na xícara.

–- Preparando meu café. -– Falou com a mão livre no peito. – -Você também quer um?- – Bebericou o líquido quente. – -Lá fora está muito frio. Eu quase cong..

-– Não estou falando disso.- – Interrompeu-a. Só então Normani percebeu que sua irmã não estava com uma expressão muito simpática. -– Estou falando da Dinah.- – Respirou fundo. –- Eu estava tentando não me meter em sua vida. Até porque eu sei que seus “envolvimentos” são muito mais sexuais do que afetivos. –- Observou os olhos de sua irmã vacilar por uns instantes. –- Ela não uma de suas... Hum... Como posso chamar? – -Desviou os olhos pensando.

–- Okay, Ashlee. Tudo bem. Eu já entendi. -– Ela diz sentando-se em cima do balcão.

-– Nem todo mundo consegue manter uma amizade com benefícios sem se apaixonar. –- Continuou com os olhos fixados em sua irmã. – -Meu Deus, Normani... Pouco tempo atrás, eu tenho certeza de que ela nem olhava para mulheres com segundas intenções. – -Passou a mão no cabelo jogando uma mecha para trás de sua orelha. –- Não faça isso. Nós duas te conhecemos e sabemos que chegará uma hora que alguém sairá machucada. -– Normani respirou fundo e colocou sua xícara ao seu lado. -– E pelo seu histórico, não será você. – -Fez uma pausa longa.- – Eu realmente não quero ter um clima ruim com minha chefe, num futuro bem próximo, só porque a minha irmã é uma leoa no cio. –- Normani soltou uma risada pelo nariz. –- Não quero mandar em sua vida. Só peço que repense o que é mais inteligente de se fazer em relação a vocês duas. Não seja egoísta. -– A morena olha profundamente para sua irmã e balança a cabeça levemente para cima e para baixo mordendo seu próprio lábio. -– Bem... Eu estou bem cansada. Vou para o quarto. –- Desencosta-se da soleira da porta e anda de volta para sua cama só com uma muleta.- – Boa noite!- – Ela fala um pouco mais alto.

-– Boa noite!- – Normani responde ainda sentada no mesmo local.

Ela beberica o seu café e aperta os olhos com as palmas de suas mãos. Ela também estava cansada.

Cansada de tudo.

 


Notas Finais


genten, e ai?


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