Quero estar bêbado quando acordar
No lado certo da cama errada
E nunca uma desculpa que eu inventei
Vai te dizer a verdade que eu odeio
Drunk, Ed Sheeran
Taehyung
Sabe aquelas horas em que você ao menos precisa abrir os olhos para saber que sua cabeça vai explodir em dor, ou que aqueles sintomas extremamente irritantes conhecidos por mim como "homicídio instantâneo" chamado ressaca pela maioria dos mortais estão prestes a te atropelar como a Regina George pouco antes do final de Meninas Malvadas? Pois é. É exatamente assim que acordo no dia seguinte à nossa saída para aquele maldito pub de rock próximo ao campus da Universidade enquanto minha cabeça ameaça explodir em milhões de pedacinhos diferentes antes mesmo que eu possa abrir meus olhos.
Respiro fundo, eliminando o ar acumulado em meus pulmões lentamente pelo nariz antes de — com muita dificuldade — abrir os olhos e piscá-los diversas vezes para me acostumar com a claridade intensa do quarto provinda da janela cuja as cortinas provavelmente estão abertas. Movo meu quadril sobre o colchão macio — o que é estranho já que o dormitório da faculdade oferece colchões horríveis, dos quais pelo visto, já me acostumei — , e guio uma de minhas mãos até as têmporas, massageando-as com dois dos meus dedos em movimentos circulares antes que minha visão se acostume com... um pôster do Depeche Mode no teto?
Arregalo os olhos e levanto a parte de cima do meu tronco com brusquidão enquanto apoio as mãos em punho sobre o colchão abaixo de mim, sentindo uma dor aguda na minha cabeça que me faz fechar os olhos com força para me recuperar do resultado de um movimento tão rápido e mal calculado. Puta merda, que dor do caralho. Pisco minhas pálpebras várias vezes para voltar a me acostumar com a claridade intensa no quarto antes de correr toda sua extensão com meus olhos inquietos, onde percebo vários pôsteres de bandas antigas — mas mesmo assim, boas — como Creed, Smashing Pumpkins, Bon Jovi e Pearl Jam — o que torna óbvio para mim o dono do quarto — e alguns de filmes e séries como um do Laranja Mecânica e outro gigante acima da estante com o notebook e alguns retratos representando Jack Nicholson com os dizeres Here's Jonny! em tamanho gritante no rodapé.
A cama box de casal tem edredons grossos em listras verticais, os quais me cobrem até pouco acima da cintura, onde encontro uma camisa branca do Red Hot Chilli Peppers dois números maior que o meu acomodada sobre. Deixo que um suspiro nasal me escape antes de escutar alguns sons altos provindo do corredor, o que apenas faz com que eu me remexa inquieto no colchão e concentre minha audição afetada nos sons vindos do mesmo.
— Droga. — Murmuro num rompante quando sinto um latejar intenso se apoderar das minhas têmporas ao passo que retiro meu corpo — antes apoiado sobre as minhas pernas — da cama, até colocá-las no piso de madeira, sentindo o leve choque térmico entre a pele quente dos meus pés e o piso frio abaixo dos mesmos.
Toco minha testa com a palma da mão e dou três passos para frente em direção a cômoda ao lado da cama para recolher a cartela de comprimidos antes de pressionar a embalagem para retirar um dos mesmos do local, logo guiando-o até meus lábios e o deixando sobre minha língua ao passo que levo o copo de vidro com suco de laranja como conteúdo até os mesmos e o viro, sentindo a aspirina descer pela minha garganta junto ao líquido alaranjado.
Fecho os olhos lentamente e respiro fundo enquanto torço para que o efeito do comprimido venha logo antes de levar meu olhar até minhas roupas perfeitamente dobradas sobre a cadeira depositada ao lado da porta do quarto, ponderando sobre a possibilidade de vesti-las aqui, com o perigo de um dos Jeons entrar no quarto a qualquer momento e me pegar trocando de roupas bem na sua frente. Por outro lado, também tem o fato de que eu não posso ficar vestido com esse shorts que mal cobrem dois centímetros a mais que minha boxer e a camisa que mal passa das minhas coxas, mesmo assim cobrindo mais que o tecido preto moldado sobre meu quadril.
Decido por sair e ir me trocar no banheiro do corredor antes de depositar uma das minhas mãos na maçaneta da porta para fazê-lo, mas assim que meu corpo passa pelo batente da mesma, o mesmo se choca fortemente contra um mais alto e forte e tenho meus ombros segurados com força na intenção de impedir a queda iminente que me espera. Olho para cima pronto para agradecer a seja lá quem fosse por ter me impedido de cair antes dos meus olhos se encontrarem com os de Jeongguk com o tronco totalmente nu, tendo apenas uma calça de moletom larga cinza grafite em volta do quadril, a qual me permite ter a visão perfeita do cós da cueca boxer preta da Calvin Klein bem ajustada em sua cintura enquanto suas sobrancelhas se franzem ao passo que noto o quão próximos estamos um do outro.
Mordo a parte interna do lábio inferior enquanto meus olhos deslizam pelo corpo bem trabalhado do moreno, o peitoral de músculos delineados, o abdome com ondulações perceptíveis e os braços fortes pressionados um sobre o outro em frente ao peito. Acabo por observá-lo durante um tempo maior que o recomendado e fito os lábios rosados do moreno moldarem um sorriso ladino cheio de segundas intenções enquanto se aproxima do meu rosto lentamente ao passo que mantém os olhos escuros em mim.
— Pode tocar se quiser, loira. — Zomba com um riso pretencioso ao me ver desviar os olhos de si conforme um calor intenso característico do rubor proveniente da minha vergonha reverbera pela pele das minhas bochechas e orelhas suavemente.
— Eu... Não estou com tempo para suas brincadeiras agora, Jeon, eu preciso que você me leve para casa. Nesse instante! — Sentencio firmemente, retomando o foco enquanto aperto os tecidos das minhas roupas entre as mãos com força, sentindo os nós dos meus dedos doloridos por descontar meu nervosismo por ter os olhos maliciosamente intensos do mais velho descendo sobre meu corpo e dando uma atenção desnecessariamente especial para minhas pernas descobertas, que se remexem inquietas com seu olhar intenso queimando o local.
— Para que a pressa, loira? Por que não fica mais um pouco?
— Jeongguk, eu não estou lá com muita paciência para aguentar suas piadinhas, então, por favor, vamos parando, okay? — Franzo o cenho um pouco irritado e pressiono os lábios um sobre o outro enquanto cruzo os braços em frente ao peito, mostrando minha irritação e impaciência para suas brincadeirinhas.
— Okay, okay, sem graça. Mas por que você tá com tanta pressa, huh?
— Eu prometi ao Yoongi hyung que iria ajudar ele a organizar a festa da fogueira da sua fraternidade, e eu tenho certeza que estou atrasado, eu nem sei que horas são! — Exclamo um tanto nervoso com sua expressão neutra enquanto minha cabeça formula todas as maneiras das quais Yoongi vai usufruir para me matar sem ter a mínima piedade. Eu prometi para o mais velho que estaria na biblioteca do campus hoje cedo para o ajudar a arrumar as coisas para a festa anual da fogueira, tradição da faculdade por várias gerações que tem como responsáveis da organização uma fraternidade e um aluno eleito pelo grêmio estudantil — nesse caso, Yoongi — e no momento, tenho certeza de que ele deve estar puto comigo.
— Tudo bem, relaxa, loira, eu te levo para o campus, tenho que estar lá daqui a pouco mesmo, espera só eu colocar uma camisa. Pode se trocar no banheiro do corredor, se quiser, princesa. — O moreno parece prever o que eu estava prestes a perguntar pouco antes de tocar minha bochecha com a ponta do indicador e sorrir ladino para mim de forma cafajeste, o que antecede que o mesmo se incline para deixar um beijo estalado na minha bochecha, o que prontamente apenas me faz arregalar os olhos enquanto sinto um rubor intenso se apossar das maçãs do meu rosto ao passo que o maior ri alto do meu constrangimento.
— Jeon Jeongguk! — Rosno com raiva o nome do moreno e dou três passos pesados na sua direção, mas antes que eu possa levantar a mão para acertar qualquer parte visível de seu corpo, o Jeon mais novo passa pelo batente da porta de seu quarto poucos segundos antes de fechá-la ainda gargalhando da situação. Palhaço.
...
...
— Para de ser pau no cu, Jeongguk! — Grito para o moreno enquanto subo as escadas da área próxima à piscina do campus da Universidade atrás do mesmo com um ódio mortal bordando meu tom de voz conforme pulo para tentar recuperar meu celular da mão do maior, que apenas gargalha alto ao passo que foge de mim conforme lê algumas conversas aleatórias minhas com meus contatos. Acontece que o moreno havia achado meu celular — o qual eu procurava desesperadamente — e decidiu usar isso como mais uma forma de me irritar profundamente, tanto que tenho que respirar fundo para não empurrá-lo escada abaixo, pois o garoto me pegou desprevenido quando desci de sua moto, com a jaqueta do maior no corpo — aonde o celular se localizava.
Quando o mesmo está subindo o último degrau de azulejos brancos da escadaria, resolvo tomar impulso e pular nas suas costas para pegar o aparelho telefônico de seus dedos longos, puxando o mesmo para minhas costas pouco antes do mais velho segurar minhas coxas em volta de sua cintura e as prender firmemente, impedindo-me de descer de suas costas enquanto corre em direção à piscina.
— Me põe no chão agora, Jeongguk! — Grito irritado, dando tapas fortes contra seus ombros e braços na intenção de fazê-lo me soltar enquanto o maior apenas finge que eu não existo ao passo que atravessa um pequeno grupo de garotos conversando perto do que daqui a pouco seria aceso como fogueira e equilibra meu peso em volta de sua cintura. É exatamente nesse instante que Jungkook aparece perto da entrada da área da piscina com uma latinha de energético entre os dedos da destra enquanto a mão livre brinca com os fios de cabelos da sua nuca.
— Jeongguk, você sabe do... Tae? — O maior se interrompe quando observa a mim a ao irmão numa briga intensa por liberdade e prisão, o qual Jeon quer me manter em suas costas para voltar a furtar meu celular enquanto eu me remexo em busca da liberdade de seus braços insistentes sobre minhas coxas. — Espera, o que vocês estão fazendo?
— Seu irmão não quer me soltar... Ai, Jeongguk! — O grito repreensivo sai esganiçado pouco antes de eu acertar o pescoço do Jeon com a palma da mão em um tapa certeiro — e doloroso pelo que posso ver, ao notar a marca vermelha exata dos meus cinco dedos se formar sobre a tez clara do maior — quando o moreno pula para equilibrar meu peso em suas costas.
— Eu solto se você me der um beijo.
— Nem a pau, que nojo!
— Kim Taehyung, seu pau no cu! — Ouço a voz irritada de Yoongi soar alto nos meus ouvidos quando o loiro aparece atrás de Jungkook enquanto o irmão gêmeo do ruivo vagarosamente me solta e deixa que meus pés toquem o chão, fazendo com que eu aproveite a situação para andar a passos rápidos até Yoongi pouco antes do menor me acertar na nuca com um tapa.
— Ai, hyung!
— Hyung o caralho, pirralho! Você tem noção de que eu tive que ir comprar gelo enquanto providenciava cerveja pra essa palhaçada só porque você não tava aqui pra me ajudar?! Tapado! — E mais um tapa. Yoongi sempre foi muito agressivo com as pessoas, mas principalmente, sempre foi agressivo comigo, afinal, somos colegas de dormitório no prédio de música, e já estou acostumado com seu atrevimento comigo... E com uma outra pessoa também...
— Yoonie, os caras vão acender a fogueira, vamos! — Dito e feito. Essa outra pessoa aparece logo atrás do menor e cruza os braços fortes — dignos de um jogador de futebol americano — na cintura do loiro antes de o apertar contra seu corpo. — Hey, Tae, só faltava você e o Jeongguk aqui, que bom que chegou!
— Yah, Hoseok, me solta! — Yoongi se remexe entre os braços do garoto com uma careta e o empurra com a ponta dos cotovelos enquanto revira os olhos para o moreno insistente atrás de si.
Hoseok sempre foi um dos caras mais populares da faculdade, todo aluno que se preze o conhece, seja calouro ou veterano da Universidade, todos sabem quem é Jung Hoseok, e não só porque ele anda com os gêmeos Jeon, e sim porque o moreno é quarterback do time de futebol americano da faculdade, participa do grêmio estudantil, e é organizador de festas da fraternidade dos Zig-Alpha, não tem como não reconhecê-lo. E claro que, por esse fato, Hoseok sempre foi muito galinha, sendo sincero, ele transava com uma garota diferente a cada festa e nunca sossegava. Bom, isso até Yoongi se transferir para nossa faculdade. Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas Hoseok se encantou completamente pelo loiro no instante em que conversou consigo pela primeira vez, e desde então, sua meta era conquistar o baixinho e levá-lo para a cama de qualquer jeito. Só que ele não contava que se apaixonaria completamente pelo mesmo enquanto o fazia, ele mesmo me confidenciara isso em uma noite em que levou mais um fora do menor em uma das festas da faculdade. No fundo, sei que Yoongi sente algo pelo moreno apesar de negar muito e deixar isso claro com todas as letras, a única coisa que o mais velho sente é medo de estar somente sendo usado pelo Jung como todas as meninas antes de si.
— Cadê o Jimin? Não veio? Soube que vocês iam sair juntos hoje cedo. — Jeongguk se posta ao meu lado e envolve meus ombros com um dos braços enquanto arqueia a sobrancelha esquerda para o irmão "mais velho" antes que Hoseok chegue mais perto para me entregar uma latinha de Budweiser e me dê um beijo no rosto como cumprimento. Murmuro um obrigado acanhado para o moreno pouco antes de dar um tapa na mão do Jeon acariciando meu pescoço com delicadeza.
— Sim. A gente ia visitar os pais dele hoje, mas ele preferiu ir sozinho.
— Brigaram outra vez? — Jeongguk sorri ladino e vejo o tom ácido em sua voz quando seus olhos encontram os do irmão naquele maldito entendimento mútuo que os dois têm apenas através dos olhares e que quase sempre nos faz boiar.
— Não, Gukie.
— Hm... Okay, fico feliz por isso. — O moreno pressiona os lábios em um sorriso para o irmão gêmeo antes de levar os olhos até todas as pessoas em volta da fogueira que iria ser acesa daqui a pouco, erguendo os braços no ar e gritando um sonoro: — Vamos agitar essa porra!
— Isso vai ser divertido... — Hoseok murmura enquanto as pessoas respondem levantando seus copos pouco antes de Jungkook rir baixo ao meu lado e passar uma das mãos para o meio das minhas costas na intenção de me guiar até o resto da galera ao passo que observo Jeongguk se encaminhar em direção à mesa de bebidas perto do aparelho de som do local.
— É... — Resmungo com uma careta. — Muito divertido...
...
...
Observo Jeongguk dançando alguma música com a batida lenta e sexy ao mesmo tempo enquanto o moreno move o corpo no ritmo perfeito do som alto que reverbera pela área livre em que nos encontramos. Sua camisa branca gruda no corpo musculoso devido ao suor que se acumula no local, deixando qualquer pedaço de pele do maior transparente pelo tecido branco enquanto os cabelos úmidos ficam ainda mais molhados. Ouço as garotas próximas de onde eu estou soltando suspiros e comentários histéricos sobre como o Jeon é gostoso pouco antes de a música acabar e o maior sair da pista de dança improvisada para andar a passos largos em nossa direção, parando ao lado de Hoseok e bem à minha frente com um sorriso presunçoso pintando os lábios rosados.
— Acabei de lembrar que você me deve um beijo, loira.
— Devo porra nenhuma, não! — Me apresso na minha defesa quando o maior deixa um sorriso malicioso escapar de seus lábios rosados entreabertos antes do mesmo levar seus olhos até os de Jungkook, que nos encara com a expressão séria e indecifrável enquanto cruza os braços alguns segundos antes de levar a latinha de energético aos lábios.
— Lógico que sim. Mas eu esqueço agora se você dançar comigo. — Jeongguk sorri de canto, provavelmente com seu melhor sorriso de flerte antes de estender uma das mãos para mim como um membro da corte de forma educada.
— Ahá, nem a pau mesmo!
— Vamos, loira, é só uma dança!
— Eu não sei dançar. — Digo a primeira desculpa que paira sobre minha mente na intenção de me livrar da insistência do Jeon, mas isso não parece convencê-lo quando o maior alcança dois de meus dedos entre os próprios e me puxa com força para o seu lado.
— Sem problemas, eu te ensino. — Jeongguk mal espera que eu me recupere de seu puxão e já está guiando-me até a parte do local em que várias pessoas dançam, reproduzindo alguns passos — ridículos, devo dizer — improvisados com os pés antes de puxar minha mão para que eu possa girar o corpo no meio daquele espaço minúsculo entre as outras pessoas antes que tenha minha cintura envolvida pelas mãos grandes do Jeon em suas laterais.
Jeongguk puxa meu corpo para perto do seu ainda me mantendo de costas para si e sinto seu peito contra as mesmas enquanto seus dedos descem vagarosamente em direção ao meu quadril conforme The 7th Sense começa a soar alto num ritmo extremamente sexy pelo aparelho de som. Muito obrigado, Deus. Tento me livrar de seu aperto no osso da parte interna do meu quadril, mas o moreno me segura ainda mais forte contra si assim que os primeiros segundos da música soam pouco antes de levar os lábios até meu ouvido, onde sussurra depravadamente:
— Vamos lá, Tae. Mexa os pés primeiro, huh? — Sua voz rouca sai alta o suficiente para que eu escute, mas baixa o bastante para fazer com que os pêlos na região da minha nuca se ericem com sua risadinha sarcástica perto do meu ouvido. Movo meus pés conforme os passos lentos do maior atrás de mim enquanto sinto o calor do mesmo contra minhas costas antes que Jeongguk pouse uma das mãos sobre meu ombro coberto com a sua jaqueta — a qual por incrível que pareça, ainda não retirei. — Relaxa, loira, para de se travar como se eu fosse te agarrar a qualquer momento.
— Eu não duvido de nada vindo de você. — Respondo em um tom ácido quando o maior ri baixo contra a curva do meu pescoço e puxa meu quadril contra sua pélvis na dança que se mantém entre nós brutalmente, sua pegada é tão forte que me pega desprevenido, fazendo com que eu arregale os olhos e solte um arfar surpreso com o ato pouco antes de escutar sua risada debochada. Reviro os olhos. Babaca.
— Qual é, princesa, é só uma dança, estou tentando ser seu amigo, entende?
— É desse jeito que você faz amizade? — Pergunto num tom incrédulo antes de Jeongguk pressionar os dedos com mais intensidade na pele do meu quadril conforme move o próprio de um lado para o outro de forma lenta e — tenho certeza que — sensual demais para minha mente frágil.
— Pode mexer o quadril também, loira. — Ouço sua voz soar a milímetros do meu ouvido enquanto o maior guia meu quadril no ritmo da música assim como o seu enquanto desliza os dedos da mão livre pelo meu braço em direção a uma das minhas mãos e a levanta no ar junto a sua enquanto dançamos. — Só se solta, não vou fazer nada.
— Como quer ser meu amigo agindo desse jeito? — O questiono antes que Jeongguk sorria e enterre o rosto na curva do meu pescoço enquanto move tanto meu quadril quanto o dele no ritmo lento da música.
— É só uma dança, Taehyung. Você complica demais. — Estala a língua com desdém.
— Não tô complicando nada.
— Lógico que sim. Você sempre acha que minhas investidas para ficar próximo de você são pretextos pra te levar para a cama.
— E não são?
— Lógico que não. Então é por isso que você fica me cortando? Acha que eu só quero transar com você?
— É o que você dá a entender. — Dou de ombros normalmente pouco antes do maior apertar os dedos na mão que segura e me fazer girar o corpo para ficar de frente para si através dela.
— Viu como você complica? O que você não entende é que quanto mais você me ignorar, mais vontade de correr atrás de você eu vou ter. — Avisa com a sobrancelha arqueada em desafio enquanto mordo a parte interna do lábio inferior com força conforme um sorriso ladino se molda em seus lábios quando a música é trocada por Runaway do Galantis de forma estrondosa.
— Se eu ceder vai dar na mesma, não é?
— Você não lembra de nada do que aconteceu ontem mesmo, né? — Um pequeno vislumbre de decepção passa por seu rosto como uma leve sombra enquanto me encara e percebo que mesmo que a música ainda role, paramos de dançar faz alguns segundos.
— Definitivamente não. Tem um buraco enorme na minha cabeça e sinceramente? Prefiro deixar como está, porque a porra da ressaca tá acabando comigo.
— Então é por isso. Quando você lembrar, vai saber. Até lá, o máximo que eu posso fazer, é prometer que não vou dar em cima de você. Pode ser? — O maior me estende a mão com um sorriso desafiador pintando os lábios antes de arquear a sobrancelha na minha direção e morder o cantinho do lábio inferior antes que eu revire os olhos após pensar em sua proposta. Vendo pelo lado bom, vai ser ótimo se Jeongguk finalmente me deixar em paz e quem sabe não nos tornamos mesmo amigos sem que eu desconfie de cada mínima ação sua. Mesmo ainda cauteloso, guio meus dedos até os dele e sinto sua palma quente envolver a minha em um aperto singelo.
— Viu? Não doeu, não é?
— Cala a boca. — Murmuro enquanto balanço a cabeça pouco antes de Jeongguk sorrir com o canto dos lábios.
— Amigos, então? — Pondero por alguns segundos antes de morder o lábio inferior e deslizar minha língua pelos mesmos em um suspiro longo, buscando não me arrepender do que estrou prestes a dizer.
— Amigos.
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