História The two sides of the game - Cap. 16

Quando chegamos eu não disse nada, continuei em silêncio como estava no carro, Rosalya percebeu que eu não iria dizer nada que precisava de espaço, então apenas me deu um beijo na testa e  subiu para o seu quarto sem dizer nada.

Já  no meu quarto eu tomei um banho e me troquei colocando uma camisola branca. Ao me deitar na cama eu senti um incômodo do lado direito da minha cintura, então a levantei e olhei para onde vinha a dor e lá dava perfeitamente as marcas dos dedos do Armin, me trazendo lembranças do que tínhamos feito no banheiro da boate e pensando nisso acabei adormecendo.

Depois de uma noite de sono pesado eu acordei bem melhor e disposta pronta para trabalhar mas eu não tirava o cena do que aconteceu ontem, o Armin não saia dos meus pensamentos.

Quando já estava totalmente arrumada eu desci para cozinha e só quem estava lá era o Alexy, e isso me fez lembrar que eu teria que lhe contar sobre o que havia acontecido entre mim e o seu irmão, mas agora não era hora e nem lugar.

Angel: Bom dia! - o cumprimentei com um beijo na bochecha.

Alexy: Bom dia, parece que o dia começou muito bem pra alguém. - ele sorria pra mim.

Angel: Sim, eu tô mais disposta. - eu fui até a fruteira e peguei uma maçã. - a Rosa não irá descer pra tomar café com a gente?

Alexy: Hoje não, ela já foi trabalhar. Ontem eu fui e ela ficou em casa, mas hoje ela teve que pular da cama para por o trabalho em dia.

Alexy e a Rosalya trabalham juntos em um ateliê, é pequeno mas está começando a ser reconhecido e ganhando cada vez mais pedidos.

Alexy: Eu também já vou indo. Contratamos dois novos funcionários e tenho que ver se está indo tudo bem. - ele saiu da cozinha me mandando um beijo.

A empresa dos meus pais ficava alguns quarteirões depois do London Eye o que me dava uma bela paisagem no meu escritório. Eu passei pela portaria com vários funcionários entrando e saindo a todo instante. O elevador estava cheio como sempre mas eu entrei mesmo assim, é esperei atentamente chegar ao décimo primeiro andar do vinte andares do prédio, onde ficava a administração da empresa. Meu pai tinha vários negócios nas mais variadas áreas, mas a que mais me atrai é a administração, e é com isso que eu trabalho, administrando os negócios da minha família.

Eu passei pelos corredores cumprimentando os meus colegas de trabalho até chegar na recepção do meu escritório. Íris, a secretária que trabalha comigo, já estava me esperando em pé do lado de sua mesa.

Angel: Bom dia Iris!

Iris: Bom dia. Angel tem…

Angel: Hoje eu não quero ser incomodada eu tenho que colocar o trabalho em dia. - eu a interrompi enquanto eu andava e ela me acompanhava tentando me dizer algo, mas eu estava apressada demais para poder parar.

Ao entrar na minha sala eu me deparei com o Armin sentado na minha cadeira com os pés sobre a minha mesa, jogando em um console de vídeo game. No primeiro instante minha reação foi de surpresa,  - o que ele tá fazendo aqui? - mas logo isso passou e o sentimento que me tomou foi o de raiva, como ele pode ser tão folgado assim a ponto de invadir o meu escritório?

Angel: Armin! O que você pensa que está fazendo aqui? - eu fui até ele tirando os seus pés da minha mesa.

Sem dizer nada, ele olhou pra mim se levantando e ficando alguns bons centímetros mais alto do que eu, me fazendo ter que olhar pra cima. Do nada ele se abaixou me dando um selinho. Eu fiquei choque, piscando várias vezes olhando pra ele enquanto ele me olhava com um sorriso de lado com a ar de vitorioso, e que sorriso meu Deus, não consegui evitar de ficar encarando ele, e automaticamente eu senti um calor subir pelo meu corpo.

Iris: Rum rum.

Iris forçou a garganta, me trazendo de volta a realidade, e fazendo o meu rosto ficar vermelho de vergonha, eu simplesmente esqueci da sua presença.

Iris: Eu tentei te avisar, mas você não me deixou dizer. - ela me olhava visivelmente constrangida.

Angel: É… - eu olhei novamente para o Armin, nós ainda estávamos perto demais. Eu dei alguns passos para trás, ficar perto dele faz com que meu cérebro falhe miseravelmente. - Tudo bem, você não tem culpa. - eu a olhei. - Iris, você poderia nos dar licença por um instante? Eu tenho alguns assuntos pra resolver aqui. - eu olhei com cara feia para o Armin, que sorriu em troca.

Ela apenas assentiu, sorriu e saiu nos deixando sozinhos. Agora a minha atenção se voltou totalmente para o Armin.

Angel: Por um acaso você está perdendo o juízo?

Armin: Talvez. - ele colocou o console em cima da mesa se apoiando na mesma. - Ontem você saiu da minha casa toda desnorteada, sem nem um beijo de despedida, isso fez com que eu me sentisse usado. - ele se aproximou e me segurando pelas cintura - E depois da rapidinha no banheiro da minha boate, eu esperava algo mais da sua parte. É assim que você me agradece por ter te feito gozar daquele jeito?

Ele selou sua boca na minha e como se estivesse sendo controlada por outra pessoa eu logo cedi. O beijo era lento mas ao mesmo tempo feroz. Eu já sentia um certo desconforto entre minhas pernas, mas em um pequeno momento de lucidez eu me afastei.

Angel: Não. Aqui não Armin, esse é o meu lugar de trabalho.

Armin: Então isso quer dizer que pode ser em outro lugar?

Angel: T-também n-não. - Eu me recompus. - O que aconteceu nos últimos dois dias foi incrível mas não dá mais. - Armin se aproximou novamente, e minhas pernas vacilaram. O que esse homem estava fazendo comigo?

Armin: Não é o que o seu corpo diz. Olha eu não quero colocar pressão demais, então tenho algo para te propor. - ele foi até a mesa e pegou uma caneta e um papel - me encontrei nesse lugar, hoje às oito horas da noite, e se você não quiser o que eu irei te dizer, eu não te incomodo mais.

Angel: Do que se trata?

Armin: Como você mesmo disse, aqui não é lugar pra isso. - ele me entregou o papel e saiu da sala.

Iris entrou com um grande sorriso no rosto.

Iris: Meu Deus! Que gato, quem é ele? - Iris tem a mesma idade do que eu e somos amigas, então as formalidades entre nós não eram necessárias.

Angel: O início dos meus problemas. - eu a respondi andando até a minha cadeira e me sentando. - Eu preciso que você guarde isso o que acabou de acontecer em segredo, se for preciso leve para o seu túmulo. - ela apenas concordou fazendo um zíper na boca com os dedos. - Agora, por favor me encha de trabalho. Eu preciso ocupar a minha cabeça.

E assim foi feito eu passei o dia todo assinando papéis, avaliando planilhas e pensando no Armin, não teve jeito, pensamentos como: O que será que ele quer ou será que eu devo ir, ocuparam noventa por cento na minha mente, e o resultado disso foi um dia nada construtivo. Eu trabalhei o dia inteiro inclusive no horário de almoço, eu precisava por o trabalho em dia e pra isso eu não podia parar por nada, mas em compensação eu fiz tudo no automático, se me perguntarem o que foi que eu assinei por último eu não saberia, e isso é algo que nunca fazia.

No final do dia todos já estavam indo embora inclusive Iris, mas eu fiquei até um pouco mais tarde, tinha alguns assuntos pendentes para resolver.

Finalmente eu consegui me concentrar em fazer o meu trabalho e acabei me distraindo, quando eu fui perceber já eram seis e quarenta da noite, então eu arrumei minhas coisas e fui pegar um táxi pra casa. Dentro do táxi os meus pensamentos voltaram ao Armin, uma enorme indecisão tomou minha cabeça, será que ir encontrar ele seria o certo a se fazer? E se eu não fosse? Eu poderia me arrepender. Ao longo do caminho eu acabei decidindo ir, a final nada demais poderia acontecer, eu apenas iria lá para ver o que ele tinha a me dizer.

Em casa eu entrei e não vi ninguém pelo caminho até o meu quarto,  mas eu escutei algumas vozes pela casa. No meu quarto eu procurei no Google Maps o endereço que Armin tinha me dado, eu tinha certeza que já tinha ido naquele lugar mas eu não me lembrava exatamente. Ao pesquisar eu me lembrei de onde se tratava, foi onde meus pais comemoraram os seus trinta anos de casados. Se tratava de um dos mais caros restaurantes da cidade, o Peninsula Restaurat, e isso me fez começar um conflito interno, o que eu iria vestir? Antes que eu desistisse de ir, eu fui tomar meu banho e deixar isso para depois.

Eu saí do banheiro de toalha em volta do corpo e do cabelo e fui direto para o closet, eu precisava de algo elegante e lindo urgente. Todas minhas roupas estavam jogadas pelo quarto e eu estava a ponto de chorar de desespero quando bateram na porta.

Angel: Pode entrar!

A porta de abriu e por ela entrou o Alexy. Ele estava sorrindo mas quando me viu seu rosto ficou mais sério.

Alexy: O que foi? Você vai sair?

Angel: Sim. Eu tenho um jantar com um executivo que tem alguns negócios pendentes com a empresa dos meus pais e eu não faço a mínima ideia do que vestir. - eu sei que eu não deveria mentir para um dos meus melhores amigos mas eu não tive coragem de lhe contar a verdade.

Alexy: Um executivo? E ele é solteiro?

Angel: Sim, mas ele não me parece curtir aventuras gay. - eu disse brincando.

Alexy: E quem disse que eu perguntei pra mim? - ele se levantou mexendo nas minhas roupas. - Eu perguntei foi por causa de você mesmo senhorita. Tá na hora de desencalhar. - eu ia dizer algo em minha defesa mas ele adentrou no meu closet me deixando sozinha. - O lugar é muito sofisticado?

Angel: É o Península.

Alexy: Meu Deus, esse é pra casar. - ele disse colocando a cabeça para fora do closet mas já entrando novamente.

Logo depois de alguns minutos Alexy saiu do closet com um vestido longo nos braços  com uma abertura na perna do lado esquerdo.

Angel: Você não acha esse vestido exagerado demais não? Assim vai parecer que vou ser madrinha de casamento.

Alexy: Vai por mim, você vai ficar poderosa nesse vestido. - ele tirou uma coisa de um saquinho. - essa lingerie vai dar o último toque nesse visual.

Alexy saiu do quarto para que eu pudesse me trocar. Eu coloquei o vestido e um salto no mesmo tom. Ele tinha razão esse vestido me deixou mais confiante. Bateram na porta novamente e eu disse para entrar, eu achei que era só o Alexy querendo ver como eu tinha ficado mas a Rosa também estava com ele e com um secador nas mãos.

Rosa: Amiga você está linda! Esse executivo está no papo. - ela e o Alexy bateram as mãos.

Angel: Lexy! Seu linguarudo.

Alexy: Vamos parar de papo e vamos dar um jeito nesse cabelo.

Eu fiquei sentada enquanto a Rosa arrumava o meu cabelo em uma trança embutida de lado e o Alexy me maquiava. Quando eu fiquei pronta, eu peguei minhas coisas e fui para porta de casa, onde já tinha um táxi a minha espera.

Quando eu estava entrando no carro, Alexy e a Rosa me deram um abraço me desejando sorte. Isso é o que eu mais vou precisar nesta noite.